quarta-feira, 30 de março de 2016
INNERWISH - INNERWISH
Um heavy metal atual, pesado e técnico. É assim que a banda grega InnerWish se apresenta em seu sexto trabalho, o auto intitulado INNERWISH, lançado agora no início de 2016. Praticando um power metal com uma pegada mais moderna, o grupo formado em 1995, teve que lidar com algumas trocas na formação. As saídas do baterista e do vocalista vieram após seu último trabalho, No Turning Back, que foi lançado em 2010. Com isso, o grupo focou nas composições do novo álbum. Antes disso, a estréia do novo line up se deu em duas covers que o grupo gravou. Uma para um tributo ao Black Sabbath organizada pela Metal Hammer da Grécia e outra para um tributo ao Warlord, lançado nos EUA.
Atualmente formado por George Eikosipentakis (vocal), Thimios Krikos (guitarra), Manolis Tsigos (guitarra), Antonis Mazarakis (baixo), Fragiskos Samoilis (bateria) e George Georgius (teclados), o grupo vem com um trabalho forte e intenso, mostrando que a nova formação está entrosada e pronta para mostrar serviço. Guitarras bem timbradas, uma dupla de baixo/bateria pesada, teclados muito bem encaixados e um vocalista com um timbre que vai do mais agressivo ao melódico sem perder a identidade. O álbum foi produzido pelo guitarrista Thimios Krikos e por Fotis Benardo e soube captar perfeitamente a essência da sonoridade do InnerWish. A mixagem ficou á cargo do renomado Fredrik Nordström e Henrik Ukk (Dimmu Borgir, Hammerfall, In Flames) no famoso Fredman Studio na Suécia, enquanto a masterização ficou sob a responsabilidade de Peter In De Betou (Arch Enemy, Opeth, Amon Amarth) feita também na Suécia. Por aí, podemos ter uma noção da qualidade e profissionalismo do trabalho. Já a bela capa, é um trabalho de Felipe Machado Franco (Rhapsody of Fire, Blind Guardian, Xandria).
Um álbum bastante homogêneo, onde os bons riffs de guitarra, belos solos e uma grande variedade nas composições acabam se destacando. Abrindo com a poderosa Roll The Dice, a banda mostra a que veio. Um heavy/power bem estruturado, com linhas de guitarra harmônicas e o vocal de George, que sabe dosar sua voz de maneira correta. Na seqüência, Broken, tem um andamento mais cadenciado, destacando o peso da cozinha composta por Antonis e Fragiskos (baixo e bateria respectivamente). Mais peso nas guitarras é o que temos em Modern Babylon. Os riffs certeiros de Thimios e Manolis se completam em solos melódicos. Um refrão de fácil assimilação dá uma cara mais direta á canção. Mais arrastada, Machines of Fear, possui linhas de teclado que se encaixam com maestria nos riffs pesados das guitarras. Belo trabalho do tecladista George Georgius. Um bonito trabalho ao violão dá início á Needles In My Mind. O vocal capricha em linhas mais melódicas sem perder seu tom mais agressivo. A faixa tem uma levada bem metal tradicional, remetendo em alguns momentos, ás clássicas bandas do estilo nos anos 80. O power metal mais atual segue em alta em My World on Fire. Com um refrão onde os backing vocals ficaram bem encaixados, a música é uma prova da versatilidade do grupo em suas composições. A faixa possui um solo cheio de feeling.
Um pouco de metal sinfônico (especialmente pelos arranjos) é o que temos em Rain of Thousand Years. Uma bonita passagem ao violão antecede aos momentos de corais que recebem a contribuição de guitarras em tons mais melódicos. Serenity tem riffs fortes e possui uma levada mais moderna. Já em Sins of The Past, o power metal tradicional do grupo volta á mostrar sua cara. As guitarras se destacam, principalmente ao percebermos a "troca" entre os solos, que logo após voltam a despejar seus riffs. Through My Eyes tem uma bela interpretação vocal de George Eikosipentakis. O vocalista sabe dosar de maneira correta sua voz, e aqui essa versatilidade fica mais latente. Um começo mais introspectivo é o que temos em Zero Ground. A faixa, ganha peso e velocidade em determinadas passagens. O teclado aparece de forma eficiente. Uma balada acústica é o que temos em Cross The Line. Uma bela melodia e uma interpretação bastante emotiva do vocalista, realçam o nível de composição bem variada que o grupo possui. O final vem com Tame The Seven Seas, que possui linhas que nos remetem ao metal sinfônico, mas que traz consigo a essência do InnerWish. Guitarras pesadas, vocais inspirados e criatividade nos arranjos.
Após seis anos longe dos estúdios, o InnerWish retorna com um trabalho coeso e bem composto. Consolidando a nova formação, o grupo mostra que o afastamento serviu para, além de entrosar a banda, colocar a prova sua capacidade de se "recriar". E isto fica mais que comprovado com esse trabalho. INNERWISH pode e deve colocar o grupo como um dos nomes de destaque do power metal europeu.
Sergiomar Menezes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário