O grupo alemão HEAVEN SHALL BURN chega ao seu oitavo trabalho de estúdio. WANDERER, lançado em 2016 e que chega por aqui pela parceria Shinigami Records e Century Media, mostra que o grupo continua investindo em uma sonoridade bem próxima do Death Metal Melódico, mas agregando influências mais atuais. Confesso que nunca prestei muita atenção na banda, mas a "polêmica" que a envolveu quando o grupo foi escolhido como uma das atrações que abririam o show que o mestre King Diamond faria no Brasil, fui procurar saber mais sobre ele. E acabei "descobrindo" uma grande banda!
Formado por Marcus Bischoff (vocal), Maik Weichert (guitarra), Alexander Dietz (guitarra), Eric Bischoff (baixo) e Christian Bass (bateria), o grupo apresenta em 12 faixas (incluindo o "tradicional" cover), muita técnica, peso e riffs que trazem um meio termo entre o death melódico e a atual cena americana (leia-se metalcore). Mas isso não atrapalha em nada a música da banda, uma vez que essa"influência" atual, acaba criando uma identidade bem característica. O álbum foi produzido pelo guitarrista Alexander e contou com a co-produção do também guitarrista Maik. Não á toa, as guitarras acabam sendo os maiores destaques do trabalho. Já a mixagem e masterização ficaram sob a responsabilidade do renomado Tue Madsen (Kataklysm, At The Gates, entre outros). A arte gráfica ficou muito bacana também, pois contrasta com imagens "suaves", o peso que a banda apresenta durante a execução do álbum.
O álbum abre com The Loss Of Fury que logo dá lugar a uma das melhores faixas do trabalho: Bring The War Home. Essa é daquelas faixas que nos remetem diretamente ao death melódico (In Flames e Dark Tranquility à frente), mas que traz consigo a personalidade do Heaven Shall Burn. Além disso, o bom trabalho da dupla Eric e Christian (baixo e bateria, respectivamente) merece ser citado. Passage of the Crane tem um começo introspectivo, mas ganha muita intensidade durante sua execução. As guitarras mostram ótimo entrosamento, dando à composição o peso necessário. Assim como em They Shall Not Pass. Brutal, a faixa tem um andamento agressivo, com algumas mudanças bem interessantes, chegando a flertar com o Thrash Metal. Downshifter tem momentos distintos, mas rápidos e agressivos (mas que buscam a melodia) e outros mais cadenciados e bem pesados. O lado mais "death" do grupo aparece em Prey To God, principalmente nas linhas vocais de Marcus, bem mais próximas do estilo, nesta composição.
My Heart is My Compass é instrumental, enquanto que Save Me é uma faixa que foge um pouco do que o restante do álbum apresenta. Cadenciada, com uma melodia sombria e em alguns momentos angustiante, a composição ganha intensidade do meio pro fim. Corium é outra que nos remete ao "Gothemburg Sound", pois alia peso, melodia e agressividade como só os grupos suecos conseguem fazer. Extermination Order também é outro destaque do álbum! Bateria técnica, pesada e muito bem trabalhada durante toda a execução da faixa que possui guitarras diretas e pesadas. Da mesma forma A River of Crimsom traz essa atmosfera. O encerramento vem com o cover de The Cry of Mankind, do grupo My Dying Bride, que ficou bem interessante.
O quinteto alemão mostra em WANDERER que, mesmo envolto em "polêmicas", mas isso só aqui no Brasil, uma vez que a banda goza de bom prestígio lá fora, principalmente na Europa), soube manter o bom momento musical que já vem o acompanhando há algum tempo. Se você é daqueles que tem a mente aberta e procura música e qualidade, agressiva, pesada e ao mesmo tempo, com uma base melódica, o HEAVEN SHALL BURN pode ser uma banda que o agrade de forma muito consistente. Escute e entenda o que quero dizer.
Sergiomar Menezes
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