E os finlandeses do SONATA ARCTICA chegam ao seu nono trabalho de estúdio. Não á toa, o álbum se chama THE NINTH HOUR e está chegando por aqui através da parceria Shinigami Records/Nuclear Blast. Ultrapassando duas décadas de existência e já tendo enfrentado algumas mudanças de formação, o grupo, que em seu início de carreira foi comparado aos seus conterrâneos do Stratovarius, amadureceu ao longo do tempo, criando uma personalidade própria, incorporando doses generosa de prog metal à sua sonoridade. E agora, dois anos após Pariah's Child, seu último trabalho, a banda mostra que gostou do resultado ali apresentando, trazendo neste mais recente álbum, 12 faixas (contando com um cover de Bryan Adams), o que fez anteriormente. Mesclando sua fase inicial com a atual, o resultado pode não agradar aos fãs mais antigo, mas com certeza, agradará aqueles que conheceram a banda nos últimos anos.
O Sonata Arctica hoje é formado por Tony Kakko (vocal), Elias Viljanen (guitarra), Pasi Kaupinnen (baixo), Henrik Klingenberg (teclado) e Tommy Portimo (bateria). E essa formação vem se mantendo há quatro anos, resultando em um bom entrosamento durante a execução do álbum. A produção do trabalho é excelente, tendo sua mixagem feita pelo baixista Pasi Kaupinnen enquanto a masterização ficou por conta de Svante Forsbäck. E quando falamos das bandas de metal melódico da Finlândia, não tem o que discutir. 99% dos trabalhos ficam com ótima sonoridade. A capa é bem bacana também, muito bem elaborada, trazendo os elementos que acompanham a carreira da banda ao longo dos tempos. Com relação às composições, podemos dizer que de certa forma, o grupo dá sequência ao que apresentou no trabalho anterior, resgatando em alguns omentos, aquela sonoridade mais próxima do início de sua carreira (e que agrada mais à este que vos escreve).
Closer To an Animal abre o álbum e de cara entrega a veia mais Prog que o grupo vem adotando nos últimos trabalhos. Funciona, mas sente-se falta de uma pegada mais "power", se é que me faço entender. Kakko está cantando muito bem, parece ter encontrado o ponto certo de sua voz. A próxima faixa, Life, possui um andamento cadenciado, mas apresenta variações, com melodias exploradas no limite, fazendo com que a faixa acabe se tornando um tanto quanto repetitiva, criando momentos até certo ponto maçantes. Mesmo com boas idéias, a composição peca pelo exagero. Fairytale (nome sintomático, não?) resgata o metal melódico que consagrou o grupo em seu início de carreira. Linhas melódicas bem estruturadas, bateria naquela levada típica, com a guitarra contrastando com teclado em vários momentos, mostram que a veia metal melódica do grupo ainda respira. We Are What We Are é uma faixa bastante sentimental, uma balada com linhas de guitarra bastante interessantes. Till Death's Done Us Apart traz a atmosfera presente em Fairytale. Tranquilamente poderia estar em Silence (2001) ou em Winterheart's Guild (2003). Among The Shooting Stars é mais uma balada, que traz um ótimo trabalho do tecladista Henrik, pois o músico coloca emoção em sua participação de forma be eficiente.
Rise a Night, na opinião deste que vos escreve é a melhor faixa do álbum! Esqueça o que disse antes sobre Fairytale e Till Death's Done Us Apart. Essa aqui, com toda a certeza consegue resgatar toda a pegada power/metal melódica do grupo. Bumbo duplo, tecladeira, guitarra melódica e o vocal bem postado. Pode ser clichê ou o que for, mas é assim que o metal melódico tem que ser! Fly, Navigate, Communicate tem boas passagens, com um ótimo trabalho executado pelo baterista Tommy, que mostra versatilidade em sua viradas. Das baladas presentes no álbum, Candle Lawns é a melhor e mais bonita e conta com uma interpretação muito boa de Kakko. como disse anteriormente, o vocalista soube trabalhar ao longo dos anos sua voz, de forma que não comete nenhum tipo de exagero quando interpreta linhas complicadas. White Pearl, Black Oceans, Pt II (By The Grace of the Ocean) é uma sequência da faixa homônima presente em Reckoning Hour (2004). On the Faultline (Closure To an Animal) é uma versão "diferente" da faixa de abertura. O encerramento vem com Run To You, cover de Bryan Adams, que ficou interessante, com o grupo imprimindo sua personalidade na composição.
THE NINTH HOUR é um trabalho interessante. Se em alguns momentos ele resgata a veia power/metal melódica do grupo, em outros ele deixa claro que o prog melódico é o que a banda tem a oferecer de forma mais consistente. O SONATA ARCTICA soube amadurecer e moldar sua sonoridade de acordo com suas convicções. cabe aos fãs decidirem se aceitam isso ou não. Apesar de preferir mais a fase inicial do grupo, posso dizer que o que o grupo faz hoje em dia também me agrada. Personalidade não se compra, se constrói. E a banda soube fazer isso com competência.
Sergiomar Menezes
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