O grupo mineiro EXORDDIUM chega ao seu segundo trabalho apostando em um metal tradicional fortemente influenciado pela década de 80. Seja pela sonoridade ( com muito da NWOBHM, mas que também apresenta traços de Hard Rock), seja por cantar em português, a verdade é que LEVIATÃ é um álbum que vai agradar a todo fã do estilo. E é quase impossível não sentir aquela nostalgia, pois o grupo resgata com louvor os árduos tempos do metal cantado em português.
Eduardo Bisnik (vocal), Paulo César (guitarra), Fernando Amaral (guitarra), Nicolas Cortelete (baixo) e Jailson Douglas (bateria) compõem a banda que volta à carga depois de seu álbum de estréia, lançado em 2013. E, se antes eu disse que a sonoridade da banda remetia aos anos 80, as letras não ficam atrás. Todo aquele universo um tanto quanto "clichê" está presente aqui. Isso é ruim? Claro que não! Essa é a proposta do grupo. Se é isso que a banda se propõe a fazer, que siga em frente, pois o faz de forma muito interessante. Uma coisa que acabou gerando um pouco de controvérsia foi a produção do álbum. Concordo que ela poderia ser um pouco mais cristalina, mas do jeito que ficou, não atrapalha em nada a audição e muito menos a avaliação do trabalho. A música do quinteto fala por si. Aliás, será que essa não era a intenção do grupo, apresentar uma produção mais crua e de acordo com sua sonoridade? A capa remete diretamente ao título do trabalho e ficou bem bacana. O álbum também conta uma série de participações, o que comprova a união em torno do metal, algo proposto pelo grupo em suas letras.
Oceano de Almas Perdidas abre o trabalho e é uma introdução. Logo na sequência, Leviatã, faixa título do álbum vem para mostrar que o grupo sabe muito bem o quer. Em poucos segundos, os riffs cadenciados e pesados deixam claro que o metal tradicional é o guia do grupo. O vocal de Eduardo combinou bem com a proposta da banda. Em alguns momentos, acabei lembrando da excelente banda gaúcha Spartacus, que também canta em português. Hail já tem um andamento mais rápido, quase Speed metal, mas mantendo firme sua convicção no heavy metal. Ótimos riffs e uma cozinha bem entrosada acabam sendo o destaque. Além de backing vocals muito bem encaixados. Irmãos no Metal é aquela típica faixa pra galera cantar junto nos shows. Com uma letra à la Manowar, a faixa é uma das melhores, apesar de alguns pequenos exageros por parte de Eduardo, que acaba forçando em certos momentos, algo que pode ser melhor tratado no próximo trabalho.
Coração de Aço (clichê, mas e daí?), tem uma pegada hard/heavy bem característica, muito pelas guitarras da dupla Paulo César e Fernando Amaral. Além do bom entrosamento, os guitarristas mostram que tem o espírito do estilo correndo em suas veias, o que deixa a faixa ainda mais interessante. Preste atenção nos solos, bem próximos do hard, que você entenderá o que quero dizer. Brinde à Vida é mais uma ode ao metal tradicional. Baixo e bateria cavalgados e guitarras à frente, fazem da faixa um dos destaques do álbum. Filhos da Noite traz novamente elementos do hard em sua execução. O encerramento vem com Dama das Sombras. Pesada e bem trabalhada, a faixa fecha o álbum mostrando um heavy metal tradicional bem executado.
Em LEVIATÃ, os mineiros do EXORDDIUM mostram uma boa evolução em relação ao seu trabalho anterior. E pelo que se ouve aqui, o grupo pode evoluir mais, apesar do bom trabalho realizado. Um ou outro retoque e cuidado na hora de gravar, podem ajudar nessa questão. O que realmente importa, que é a música do grupo, fala por si. Escute e tire suas próprias conclusões. A minha é de que a banda, está em um ótimo nível e pode crescer ainda mais.
Sergiomar Menezes
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