E chega por aqui a coletânea MINDS THAT ROCK - BRAZILIAN HEAVY MUSIC COMPILATION, que como o próprio nome entrega, trata-se de uma compilação com as bandas da METAL MEDIA (uma das mais sérias e bacanas assessorias de imprensa que temos neste país). E a distribuição vem através da parceria com a Shinigami Records, ou seja, prova incontestável de respeito e credibilidade. O que temos aqui são 17 bandas, dos mais variados estilos, que representam de maneira bem singular, o que o Brasil apresenta em seu underground. Thrash, Black, Hardcore, Tradicional... Temos uma variada gama de estilos muito bem representados neste trabalho.
O álbum abre com a faixa Enlighten, da banda As Dramatic Homage, que apresenta uma sonoridade pesada, com uma linha mais voltada ao prog metal. Com belas melodias que contrastam com a agressividade que as guitarras apresentam, a faixa abre de forma bem eficiente o trabalho. Na sequência, temos a banda Bloody, com a faixa Cancro. Apostando em um thrash metal agressivo e bem cru, a faixa é u verdadeiro soco na boca do estômago! Assim como o Cerberus Attack, que tem seu destaque nas guitarras, fortemente influenciadas pela Bay Area, como pode ser comprovado na faixa Face Reality. Uma fusão entre o hardcore e o heavy metal é o que temos na faixa Discurso, da banda Chafun di Formio. Hora pendendo pro lado mais HC, outras mais para o peso, a banda sabe dosar tudo de maneira correta. A coisa muda completamente de figura com a a banda gaúcha Darkship, que apresenta uma sonoridade bem oposta à anterior, com a faixa Eternal Pain. Com boas melodias, o grupo mostra uma sonoridade mais atual, trazendo uma interessante mistura entre o sinfônico, o metal e até mesmo, o pop em alguns momentos. E a brutalidade volta à tona com a banda Dysnomia com a faixa Spiralling Into Oblivion. Um thrash/death forte e intenso, cheio de ótimas variações em sua execução.
Em seguida, temos uma das bandas que mais se destacaram em 2017: Elizabethan Walpurga! Com uma sonoridade bem próxima do black metal, mas que não se prende a nenhum limite pré-estabelecido, o grupo traz a faixa Infernorium, um dos grandes destaques de seu álbum de estréia, lançado em 2016. O thrash vigoroso e agressivo do Encéfalo vem na quência, pra manter a adrenalina do trabalho em alta. As guitarras sujas e pesadas de Blessed By The Wrong Choice mostram todo o poderio do grupo. O Hardcore pesado, com uma cara de thrash, do Endrah segue a sequência destruidora do álbum, com a faixa Priced Out of Paradise. O deaht metal dá as caras com o grupo Gestos Grosseiros com The Ambition, uma faixa que representa bem a sonoridade da banda. Preste atenção no ótimo trabalho de guitarra e também na bateria avassaladora da música. Outro grande destaque do trabalho é o grupo gaúcho Losna que comparece com a pedrada Mesmerized by Rotten Meat. O trio, principalmente ao vivo, mostra grande entrosamento e seus shows sempre são garantia de qualidade.
A banda Maverick traz a faixa Upsidown, apostando num thrash moderno, com linhas próximas do que o saudoso Pantera fazia. Mas o grupo tem personalidade, o que fica explícito durante a execução da composição, principalmente pela variação apresentada. Então temos a banda mais "diferente" da coletânea. O grupo Pato Junkie apresenta uma sonoridade bem difícil de rotular, pois temos guitarras pesadas, ritmos brasileiros, passagens mais alternativas e momentos mais próximos do heavy metal. Tudo isso junto é o que ouvimos em Atos Terroristas. E pode-se dizer que a faixa agrada. O Heavy Metal tradicional aparece com o grupo Sacrificed, com a faixa Shame. Assim como The Wasted, que apesar de seguir essa linha, mostra uma pegada mais pesada e próxima do thrash com a faixa Heritage. Um dos melhores momentos (entre tantos outros da coletânea) fica por conta do grupo Vetor com a ótima faixa In The Sound of the Wind. Uma pegada moderna, mas igualmente pesada e brutal confere ao grupo uma identidade única. O CD encerra com o grupo Yekun que apresenta a faixa The Last Sound of the Silence. Pesada e bem variada, a composição fecha o trabalho em grande estilo.
Apesar de tratar-se de uma coletânea, onde geralmente, a produção acaba desnivelada, aqui isso não acontece. Todas a s produções encontram-se em excelente nível. Fica aqui meus parabéns ao brother Rodrigo Balan e à METAL MEDIA pela iniciativa e também um agradecimento pela confiança depositada no Rebel Rock desde seu início. São de pessoa assim que o Metal brasileiro precisa. Sorte nossa podermos contar com profissionais desse nível!
Sergiomar Menezes
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