Se algum dia, alguém lhe perguntar o significado da palavra PETARDO, pode dizer sem a menor sombra de dúvidas: DISSOLVED, novo álbum do trio SKINLEPSY. Que porrada, meus amigos! Formada em 2003, a banda conta com ex-integrantes de nomes importantes da cena pesada nacional. Se nomes como Siegrid Ingrid, Nervochaos, Anthares, Skullkrussher, Pentacrostic e Opera lhe são familiares, você sabe o que encontrará aqui. Um thrash metal brutal, beirandoa s fronteiras do death metal, acrescidos de muita garra, energia e intensidade. Dito isso, posso afirmar com toda certeza: estamos diante de um dos grandes álbuns de 2017!
André Gubber (guitarra e vocal - o músico foi responsável também pela gravação do baixo no álbum), Leonardo Melgaço (guitarra) e Evandro Júnior (bateria) estão de volta, 4 anos após seu último álbum ( Condemning the Empty Souls) e estão mais brutais e afiados do que nunca! Sem muita enrolação, o trio despeja riffs cortantes, pesados e ríspidos, enquanto a cozinha capricha na agressividade e velocidade, sem economizar na pegada e sem fazer nenhum tipo de concessão. O álbum foi gravado, produzido, mixado e masterizado por Roberto Toledo no Estúdio 44, em São Paulo. E podemos dizer que Roberto acertou em cheio, pois deixou explícita toda a brutalidade da banda. A capa é obra de Jean Michel da DNS Art, e retratou bem toda agressividade presente no trabalho.
Perfect Plan abre o trabalho e já põe tudo abaixo! Guitarras violentas, bateria insanamente veloz, mas que apresenta mudanças de andamento bem trabalhadas e um vocal que fica mais próximo do rasgado do que daquele gutural, mostram que a banda possui uma personalidade forte e intensa. As passagens mais "melódicas" em alguns momentos dão um "molho" extra à composição. The Mentor mantém a brutalidade, mas apresenta momentos mais cadenciados, perfeitos para aquele headbanging tipicamente thrasher. Além disso, o ótimo trabalho de Evandro Júnior merece ser destacado, pois o baterista não se limita a apenas imprimir velocidade às faixas, criando linhas bem técnicas e interessantes. Ask To Diablo, faixa mais cadenciada, mas nem por isso menos pesada (pelo contrário), é outra mostra da versatilidade do trio na hora de compôr, pois agrega linhas mais próximas do death metal em vários momentos durante a execução da faixa. The Hate Remains The Same (título genial, diga-se de passagem) é outra porrada, totalmente thrash,com muito peso nas guitarras. Em Caustic Honor, temos uma boa amostra de quando a mistura entre o thrash e death atinge o ponto certo.
Uma bateria tribal dá início à faixa título, que traz riffs agressivos, mas em certos momentos o vocal acaba superando essa agressividade, tamanha a raiva que André transmite durante sua performance. A porradaria volta a comer solta em Blood and Oil, deixando tudo muito mais brutal ao aproximar-se de forma bem direta do death metal. André e Leonardo apresentam um ótimo entrosamento, se complementando entre riffs e solos inspirados. Insomnia possui um ótimo trabalho de baixo e bateria e mesmo sendo uma faixa instrumental e mais curta (tem pouco mais de 1 minuto e meio) também é um dos destaques do álbum. A New Chance To Life vem com os dois pés na porta, com as guitarras trazendo o lado death metal do grupo de volta á tona. O encerramento vem com a thrash Murder, que mostra a influência da escola germânica no som do grupo.
DISSOLVED é o segundo álbum do SKINLEPSY. Mas a experiência dos músicos se mostra relevante, pois agregando toda a estrada de ambos, acabaram por criar um dos grandes álbuns de metal extremo do cenário nacional em 2017. Sem muito mais a dizer. Apenas que se você é fã do lado mais pesado e agressivo do metal, tem a obrigação de pelo menos, ouvir esse álbum!
Sergiomar Menezes
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