terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PRIMATOR - INVOLUTION


                  Praticando um Heavy Metal Tradicional, a banda PRIMATOR de São Paulo, lança seu primeiro trabalho. INVOLUTION chega trazendo um grupo que, com seis anos de estrada, capricha em composições que resgatam aquela velha pegada oitentista de bandas como Judas Priest (nas partes mais pesadas) e características que mesclam de forma correta a modernidade do heavy metal com nuances old school. Só que mesmo com essas definições, o grupo possui uma identidade própria, pois dosa de forma correta suas influências imprimindo personalidade em seu som. Melodia e peso podem ser encontrados nas faixas que compõem este belo trabalho.

                  A banda é composta por Rodrigo Sinopoli (vocal), Márcio Dassié (guitarra), Diego Lima (guitarra), André dos Anjos (baixo) e Alexandre Birão (bateria) e no cd, contou com a produção, mixagem e masterização de Daniel Sá. Gravado no Estúdio GR em São Paulo (SP), INVOLUTION traz 10 músicas que trazem um conceito inspirado em " A Origem das Espécies" de Charles Darwin e também em outros pensadores da filosofia e psicanálise. Algumas faixas já estavam prontas enquanto outras foram compostas e finalizadas durante o período de gravação. A capa, desenhada pelo próprio Rodrigo Sinopoli, sintetiza diretamente o tema do álbum, ou seja, o atual momento de "involução" á que estamos submetidos. Um dos grandes destaques do grupo é o trabalho das guitarras. Márcio Dassié e Diego Lima mostram um bom entrosamento. As seis cordas acabam soando pesadas quando necessário e melódicas no momento certo, e trazem ao grupo uma forte sonoridade. A cozinha não fica atrás,  pois André dos Anjos e Alexandre Birão moldam de forma perfeita a base pesada necessária ao desenvolvimento das composições. E o vocal de Rodrigo se destaca, pois possui um belo timbre.

                 O álbum abre com Primator, onde os riffs de guitarra  demostram a pegada tradicional do grupo. A dupla de guitarristas já mostra a que veio, enquanto Rodrigo manda ver em agudos potentes. Dead Land, mais pesada e cadenciada, possui vocais que alternam momentos mais agudos com passagens mais rasgadas. Um refrão forte e solos inspirados se fazem presentes e dão destaque á faixa. Flames of Hades possui um base bem pesada e aquele baixo "galopado", além de riffs diretos. O solo que tem uma pegada melódica se contrapõe de forma correta ao tom mais agressivo da faixa. Caroline começa de forma mais introspoectiva, mas o peso vem na seqüência, de forma mais cadenciada. Black Tormentor pode ser considerada a melhor faixa do trabalho! Pesada, belos riffs, com um refrão contagiante, pra cantar junto com o punho cerrado. Mais um belo trabalho da dupla Márcio e Diego. Os solos alternam momentos agressivos e melódicos sem prejuízo de ambos. Baita música!

                Let Me Live Again, pode ser considerada uma balada (ou como diriam, uma "power ballad") e tem uma bela melodia. Os vocais de Rodrigo mostram grande desenvoltura, pois em momentos mais suaves se percebe seu grande potencial, algo que já se mostrava nas demais composições. Face The Death traz o metal tradicional de volta, com riffs tipicamente NWOBHM e baixo e bateria sintonizados em carregar no peso. Backing vocals bem agressivos contrastam com os agudos de Rodrigo dando uma personalidade única a faixa. Erase The Rainbow tem um inicio suave, com dedilhados, mas logo em seguida ganha ritmo, e alterna vocais por vezes agressivos e por vezes mais agudos. Praying For Nothing tem um andamento mais arrastado com bons riffs. E o trabalho se encerra com a faixa título. Involution sintetiza todo o trabalho do grupo pois temos aqui os vocais que alternam momentos, mostrando grande versatilidade, o belo trabalho das guitarras e a cozinha que pesa a mão. Um belo arranjo, variedade de andamento e a dosagem correta entre peso e melodia, dão ao trabalho um encerramento em grande estilo.

              INVOLUTION, mesmo sendo o trabalho de estréia do PRIMATOR, traz uma banda com belas composições, personalidade e muita vontade. Algo raro, ainda mais, se analisarmos o estilo que a banda desenvolve. O grupo tem grande potencial e nesse primeiro álbum, mostra que pode (e deve) ser reconhecido como uma das boas promessas que metal nacional apresentou neste 2015!



                  
Sergiomar Menezes

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