quarta-feira, 4 de julho de 2018

HEAVIEST - THE WALL OF CHAOS-T (2018)



                     E um dos discos mais aguardados deste ano chega para confirmar as expectativas criadas. THE WALL OF CHAOS-T, do grupo paulista HEAVIEST vem para estar em todas as listas de melhores do ano da mídia especializada. Duvida? Após escutar o que o quarteto apresenta aqui, pode ter certeza que você irá concordar comigo. Guitarras pesadas, modernas (sem sorem forçadas), groove na medida certa, classe e bom gosto nas composições, produção perfeita e um vocalista que deu à banda uma maior gama de opções na hora de compôr, mostram que, apesar das mudanças de formação, o grupo deu a volta por cima e fez um trabalho ainda mais pesado, intenso e criativo que seu álbum de estréia, NOWHERE, lançado em 2015.

                          A banda hoje é formada por Alax William (vocal), Guto Mantesso (guitarra), Renato Dias (baixo) e Vito Montanaro (bateria). No trabalho anterior, o grupo contava com duas guitarras. Após a  saída de Márcio Eidt, Guto ficou como o único responsável pelas seis cordas. Outra importante alteração se deu nos vocais. A saída de Mário Pastore trouxe ao grupo Alax, que de certa forma, ampliou a gama de possibilidades do grupo em suas composições. Assim, deixando mais explícitas suas influências de Pantera, Adrenaline Mob, Stone Sour, Disturbed e, porque não dizer, Korn, o grupo apresenta aqui 11 excelentes composições. Envolto em uma bela arte gráfica (que ficou sob a responsabilidade de Alax), o álbum foi produzido pelo guitarrista Guto e teve a co-produção da própria banda e Roy Z (Bruce Dickinson, Rob Halford, Rob Rock, Sebastian Bach, entre outros), o que por si só, já era garantia de qualidade, pois o guitarrista e produtor americano, sabe como poucos, tirar das guitarras um som pesado e denso. E para abrilhantar ainda mais o trabalho, o CD contou com as participações especiais de Zak Stevens (vocalista, Circle II Circle, ex-Savatage), Matias Kupiainen (guitarrista, Stratovarius) e Lucas Bittencourt (guitarrista).

                         O álbum abre com a faixa "Like Those Ones", uma música intensa, pesada e dona de uma pegada bem atual. De cara, podemos perceber a versatilidade de Alax, que consegue navegar de forma bem consistente entre o lado mais pesado da música do HEAVIEST e o lado mais climático. Aliado a isso, a guitarra de Guto traz muita influência de nomes como Mike Romeo (Adrenaline Mob) e do saudoso Dimebag Darrel (pantera). A cozinha composta por Renato e Vito esbanja categoria numa base pesada e muito bem trabalhada. A faixa já nasce clássica! Na sequência, temos "Thieves of Life", outra grande composição, dona de um riff "grudento" (no bom sentido) e que também traz consigo um melodia cativante. Mais uma vez, temos outro belo trabalho de guitarra, sem dúvidas, um dos grandes destaques do CD. O clima oriental no início de "Blood" prepara o ouvinte para mais uma aula de peso e bom gosto. Com uma boa variação em seu andamento, a faixa prova que o grupo compõem sem nenhum tipo de marra ou delimitação, sem se preocupar com algo pré-determinado. E isso conta e muito, a favor da banda. "Cant You See" traz a participação do guitarrista Matias Kupiainen (Stratovarius) e possui muito peso. Em alguns momentos, a faixa nos mostra que o Pantera é uma das grandes influências do grupo, que consegue injetar toda sua personalidade na composição. E tome mais peso em "Fire it Up". Alax mostra desenvoltura, alterando sua forma de cantar ao longo da faixa, indo de momentos mais agressivos à passagens mais densas e limpas, criando linhas vocais bastante técnicas.

                      "Hunted" traz uma pegada mais tradicional, mostrando que o heavy metal mais clássico também faz parte da veia artística da banda. A faixa conta com a participação de Zak Stevens que faz um belo dueto com Alax. E a qui cabe também destacar a ótima performance de Vito que senta a mão sem dó na bateria. Já "Kill The King" começa metendo o pé na porta sem piedade. Talvez a faixa mais agressiva do trabalho, a composição apresenta linhas bem atuais em sua forma de  execução, mesmo que traga aquela veia mais metal tradicional presente na faixa anterior. "All of This" traz a participação do guitarrista Lucas Bittencourt. A faixa tem linhas que variam durante sua execução, com algo bem próximo daquilo que vem sendo feito dentro do "metal americano" e outros mais introspectivos. Destaque para o belo solo de Lucas. E o que dizer sobre "The End"? O entrosamento e coesão atingidos pela banda nesta faixa estão perfeitos. A guitarra de Guto tem um timbre  e peso fora do comum aqui (mas vejam bem, dentro da proposta do grupo). Além disso, Renato e Vito mostram enorme sintonia, enquanto Alax entrega aqui sua melhor performance no álbum. Escute com atenção e você entenderá o que quero dizer. O peso reina de forma absoluta em "Wake Up", mais uma aula de como uma banda pode soar moderna, atual e não soar chata ou pretensiosa. O encerramento vem com "E-Crime Suicide", que fecha esse grandioso trabalho de forma magistral.

        THE WALL OF CHAOS-T mostra que a HEAVIEST teve coragem e principalmente,convicção daquilo que queria apresentar neste novo álbum. Olhando para frente e criando faixas carregadas de peso, criatividade e bom gosto, o grupo criou um trabalho digno de figurar em todas a listas de melhores de 2018 no fim deste ano. Que este segundo CD sirva para afirmar a posição do grupo dentro do cenário nacional, uma vez que coloca a banda na linha de frente dos grandes nomes do metal brasileiro. Mesmo que o grupo esteja apenas no início da carreira, já deu mostras mais do que suficientes que é um nome que deve, e muito, ser respeitado pelos bangers brasileiro e de todo o mundo. 





                Sergiomar Menezes

3 comentários:

  1. Sensacional... obrigado por dedicar o seu tempo a ouvir nosso trabalho e muito obrigado em nome de cada integrante da banda pela excelente resenha sobre o album.

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  2. resenha animal! parabéns galera pip essas palavras maravilhosas. super orgulhoso de morar nesse pais que so revela bandas boas. parabéns Heaviest. muito sucesso

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  3. Que resenha, minha gente!!! �� Parabéns, Sergiomar Menezes!��

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