Sabe aquele Thrash Metal, pegado, bem na linha da Bay Area, mas que agrega uma forte influência de Hardcore? É o que o grupo brasiliense MOFO nos traz em seu EP de estréia, o soco na boca do estômago chamado EMPIRE OF SELF-REGARD, lançado no ano passado. Se entre suas bandas preferidas estão Metallica (antigo), Exodus, Death Angel, Forbiden, Vio-Lence, Testament, entre outras, essa banda é mais do que indicada! Formado em 2010, o quinteto, mesmo que tem sua base nas bandas supracitadas, tem uma pegada bem atual, criando com isso uma identidade rara de se encontrar hoje em dia. E me arrisco a dizer que este EP coloca no bolso muito lançamento de banda "grande" atualmente que se preocupa muito mais me viver do passado do que em fazer música.
Emiliano Gomes (vocal), Arthur Colonna (guitarra), Rodrigo Shakal (guitarra - fundador do grupo), Pedro Dinis (baixo) e João Paulo "Mancha" (bateria) - no EP, as baquetas foram gravadas por Gustavo Melhorança - formam hoje o grupo, que sem nenhuma sombra de dúvida, tem um futuro mais do que promissor pela frente. Gravado no Broadband Studio por caio Duarte (Dynahead), que também foi responsável pela mixagem e masterização, o EP ficou com uma sonoridade excepcional, uma vez que o peso e a intensidade das faixas saltam "aos ouvidos". Com todos os instrumentos perfeitos (destaque para a timbragem das guitarras), podemos perceber que a banda além de ótima técnica, tem muito sangue no olho, pois executa as faixas como se dependesse disso pra viver. E talvez por isso, sua música soe tão contagiante e cheia de garra. Aliás, se todas as bandas tocassem dessa maneira...
"Mountain of Origin" abre o EP e já deixa nítido que a escola Holt/Hunolt (Exodus) de guitarra foi muito bem estudada pela dupla Arthur e Rodrigo! Que riffs meus amigos! E a cozinha não fica atrás, pois tanto Pedro (baixista) quanto Gustavo (bateria) criaram linhas excelentes, onde o peso e a velocidade andam lado a lado. Um solo muito bem construído e encaixado na faixa mostram que a conversa aqui é de nível profissional! "Tartarus" vem na sequência e mantém aquela pegada bem característica, bateria marcada, bate-estaca, enquanto as guitarras deixam aflorara um pouco de outra linha do Thrash, mais precisamente o que Kerry King e Jeff Hannemann (Slayer) faziam na época de Reign in Blood (1986) e South of Heaven (1988). "Eternal Stealing of Souls" é outra faixa que faz um mix entre o passado e o presente do Thrash, pois mesmo que os riffs tragam uma pegada na linha oitentista, com até uma pegada dose de metal tradicional, as excelentes mixagem e masterização, deixaram a sonoridade bem atual e com personalidade. Já "Black Squad" é uma música daquelas que não saem da cabeça. Que riff é esse??? E aqui, ainda de forma mais consistente, podemos perceber que o quinteto não brinca em serviço. Fico imaginando a destruição que essa faixa deve proporcionar ao vivo. Pra encerrar, "We Are Metal". Apesar do nome um tanto quanto clichê e "true", a faixa é outro petardo, onde mais uma vez os riffs comandam o massacre sonoro. Brutal, agressiva e contagiante, a composição é "apenas" mais um dos destaques desse destruidor EP.
A única ressalva, se é que pode se dizer assim, é quanto à duração do trabalho, uma vez que temos aqui pouco menos de 20 minutos. Mas a destruição criada por ele é inversamente proporcional ao tempo de execução. Uma pena que eu não tenha ouvido esse EP no ano passado, pois ão tenho dúvidas de que ele entraria na minha lista de melhores de 2017. Que venha logo um trabalho completo para que o grupo venha definitivamente a se firmar entre os grandes do Thrash nacional. Ou melhor, que apenas confirme isso. Afinal, quem grava um trabalho desse nível, merece estar entre os grandes! THRASH 'TILL DEATH!!!!
Sergiomar Menezes
Doutor Sergiomar, aqui é Shakal, muito obrigado pelas palavras sobre nosso trabalho! Trago aqui nosso novo clipe pra atualizá-lo sobre nossos trabalhos!
ResponderExcluirhttps://youtu.be/gabocpLR0wg