Enquanto muitos ainda insistem em reclamar do cenário nacional, outros arregaçam as mangas e vão à luta! E um dos grandes exemplos disso é a banda paulista CHAOSFEAR. Praticando um Thrash Metal atual, mas não esquecendo de suas raízes, o quarteto conseguiu mesclar toda a fúria de sua música a alguns momentos que guardam uma proximidade com o Death Metal. Mas não pense que isso modificou aquela pegada característica do grupo, pois as guitarras "Bay Area" continuam presentes! E a prova viva desta afirmação é BE THE LIGHT IN DARK DAYS, novo álbum da banda, recentemente lançado.
Fernando Boccomino (vocal e guitarra), Eduardo Boccomino (guitarra), Marco Nunes (baixo) e Fábio Moysés (bateria) entraram em estúdio dispostos a superarem aquilo que haviam feito no EP Legacy of Chaos (2012). Produzido pelo baixista Marco, que também mixou o álbum ao lado de seus companheiros de banda, o trabalho foi masterizado por Paulo Anhaia. E, é preciso que seja destacado: a sonoridade ficou brutal e ao mesmo tempo cristalina, uma vez que é possível ouvir todos os instrumentos com total nitidez. E está tudo no lugar, desde aqueles riffs típicos do thrash, àquelas palhetadas abafadas, o vocal que mostra uma ótima variação em diversos momentos do trabalho e uma cozinha entrosada e afiada. Pronto! Estamos diante de um dos grandes lançamentos nacionais de 2020.
"Be the Light in Dark Days", a faixa título abre o trabalho com um refrão bastante diferente, com uma atmosfera mais moderna. O peso que as guitarras dos irmãos Boccomino imprimem é brutal e ganha a companhia de uma dupla (Marco e Fábio) que sentam a mão sem piedade deixando tudo num alto nível de agressividade. O interessante é que o baterista, em conversa com este que vos escreve, disse que sua escola é o Hard Rock! O que comprova que um músico de verdade não deve impôr limites aos seus conhecimentos. "A New Life Ahead" vem na sequência e mostra uma pegada mais cadenciada, mas bastante pesada, alterando momentos mais intensos, principalmente na hora do refrão, onde mais uma vez a produção soube valorizar a execução de todos os instrumentos. Fernando canta de forma direta, sem muitas invenções, mesmo que em algumas passagens seu vocal apareça de forma mais limpa. Em seguida, os primeiros segundos de "Cold" criam a impressão que estamos ouvindo um single esquecido do Soundgarden lá do período grunge da história. Mas dura pouco, pois logo as guitarras surgem criando uma parede de riffs que impressionam. Com certeza, a faixa mais "diferente", mas nem por isso menor, do trabalho.
"From the Past" é outro momento digno de nota, pois mostra que o Thrash do grupo procura se atualizar ao incorporar elementos mais atuais, mas nada de passagens pula pula, ou barulhinhos de samplers. Os elementos aos quais me refiro remetem à produção, que deixou a timbragem das guitarras próximas desse tipo de sonoridade. "Mindshut" é aquele Thrash típico, próprio pro mosh, onde, muito provavelemente, as chances de sair vivo são remotas, tamanha a violência dos riffs que emanam das guitarras. Na minha opinião, o maior destaque do trabalho, ao lado de "The Hand That Wrecks the World", outra pedrada. O interessante aqui é que em alguns momentos, essa faixa me lembrou os momentos mais antigos e agressivos do Soilwork! O encerramento (sim, o álbum possui apenas 07 faixas) vem com "The Alliance", que feca o trabalho num alto nível de brutalidade, comprovando que a experiência dos músicos envolvidos só poderia resultar num CD recheado de grandes músicas!
BE THE LIGHT IN DARK DAYS retoma a carreira de um dos grandes nomes do Thrash Metal brasileiro. O que a gente espera é que o CHAOSFEAR não demore mais tanto tempo para lançar um trabalho! Stay Thrash!
Sergiomar Menezes
Brigadão!!!! Baita texto!
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