sexta-feira, 28 de maio de 2021
SACRIFICED - BEYOND THE GATES (EP) - (2021)
UNLEASH THE ARCHERS - ABYSS (2020)
segunda-feira, 24 de maio de 2021
HOLOCAUSTO WAR METAL - BATISMO DE FOGO (2021)
segunda-feira, 17 de maio de 2021
PAUL STANLEY - UMA VIDA SEM MÁSCARAS
Stanley Bert Einsen. Um nome que, talvez, passe despercebido para muitos. Mas se falarmos PAUL STANLEY? Alguma dúvida? Obviamente que todo ser humano que habita esse planeta sabe que estamos falando do maior frontman da história do Rock. STARCHILD, a icônica figura à frente do KISS, tem sua autobiografia lançada por aqui através da Editora Belas Letras, que vem trazendo aos brasileiros importantes trabalhos nessa área. UMA VIDA SEM MÁSCARAS é um título mais do que apropriado para o livro, uma vez que nosso herói conta detalhes de sua vida, desde a infância até os dias atuais, mostrando, muitas vezes, que por trás do "filho da estrela", existe um ser humano com defeitos (muitos), mas determinado a chegar ao topo, apesar de todas as dificuldades impostas pela vida e, porque não dizer, por ele mesmo.
O livro é dividido em seis partes que se subdividem em capítulos. Narrado de forma bastante sincera, o texto expõe de forma simples e objetiva tudo o que de mais importante aconteceu na vida de Paul. Muitos comentam que o livro é dono de uma autoindulgência, mas eu não percebi dessa forma. Como narrar os fatos que aconteceram na sua vida, seus problemas internos, vitórias e derrotas sem expressar o seu sentimento? Mas Paul consegue expressar tudo de forma direta, sem enrolações ou fantasias, o que acaba por, de certa forma, desmistificar um pouco da aura "invencível" que o rodeia.
Uma infância difícil, que apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela família, sofreu também o impacto de uma deformidade física que acabou influenciando diretamente a forma de condução da sua vida. Stanley não tem vergonha de expôr o quanto isso o incomodava. O relacionamento interno com sua família, com colegas de escola, o primeiro contato com o Rock n' Roll, a vontade de tocar, de ser "alguém". As primeiras bandas, os relacionamentos... um início conturbado e, para muitos, o suficiente para desistir. Mas não para PAUL STANLEY.
Repassando a carreira, temos o encontro com Gene Simmons, os primeiros momentos com o Wicked Lester, A procura por um baterista e um guitarrista para a formação da maior banda de todos os tempos (ou no conceito dele, a banda que eles queriam ver ao vivo), os primeiros álbuns, a presença marcante definitiva de Bill Aucoin, a consagração com ALIVE!, a fama, glória e suas consequências. O início dos problemas internos na banda, o que para muitos, assim como eu, revela uma certa decepção (mas isso é algo bem pessoal), e tudo mais que envolveu a consagração do KISS nos anos 70.
Mas como nem tudo foram flores nessa trajetória, a troca de integrantes, a necessidade de buscar algo inovador para reinventar-se, aliados aos problemas pessoais com as quais Paul teve que lidar, mostram que por trás daquela maquiagem, existia uma pessoa cheia de conflitos internos e externos mas que, ao subir no palco, deixava tudo para trás e entregava ao público aquilo que aquela famosa voz anunciava antes da banda entregar no palco: A BANDA MAIS QUENTE DO MUNDO!
O livro e muito ais do que a vida de Stanley no KISS. Como já citado, os problemas familiares, no casamento, na relação com os outros integrantes (em todas as fases) são expostos de forma forte, sem concessões. Se houve uma "modificada" pela visão dele, nunca saberemos. Eu prefiro acreditar no que está escrito, pois a essa altura, não há nenhuma necessidade disso, não é mesmo?
Sem querer dar spoilers, mas alguns momentos da biografia acabam ganhando maior destaque, como o momento em que Stanley, trabalhando como taxista deixa um grupo de pessoas no Madison Square Garden em um show do Elvis Presley e diz "Um dia, estarei aqui e as pessoas tomarão um táxi para me ver". Quatro anos depois, Lá estava o Starchild tocando para uma multidão de pessoas... Impossível também não se emocionar com a despedida a Bill Aucoin, que segundo o próprio Paul, transformou o kiss naquilo que ele se tornou. Mostra o ser humano sensível, principalmente depois de tudo que aconteceu nessa relação empresário/banda.
UMA VIDA SEM MÁSCARAS é um livro que deve ser lido não apenas pelos fãs da banda, mas por todo aquele que tem interesse em saber sobre a vida de um Rock Star. PAUL STANLEY revela seu lado humano, passível de erros, problemas, mas incansável na busca de melhorar, de alcançar seus objetivos. Muitos dizem que alguns heróis não usam máscara. O meu tem uma estrela no olho...
Sergiomar Menezes
quinta-feira, 13 de maio de 2021
SLAYER - REPENTLESS (GRAPHIC NOVEL)
“Estamos contando a história que sempre contamos sobre a
sociedade e sobre como os seres humanos tratam uns aos outros.” Foi dessa forma
que Tom Araya, vocalista e baixista da máquina de moer ossos
chamada SLAYER, definiu o que podemos ver em REPENTLESS, a Graphic
Novel lançada aqui no Brasil pela Estética Torta Editora e
que passa para o papel de forma grandiosa a trilogia de clipes lançados no
último e derradeiro trabalho do grupo, também intitulado Repentless. Uma
edição luxuosa, com capa dura, acabamento especial, com detalhes em verniz na
capa e impressa em papel couchê de alta gramatura.
A edição lançada no Brasil compila em um único volume as
três edições em quadrinhos lançadas em 2017 e, como citado anteriormente, vem
baseada na brutal trilogia de clipes lançados pela banda para promover seu
último trabalho de estúdio. A violência retratada nas músicas (a saber, Repentless, You
Against You e Pride in Prejudice) ganhou "vida" pelas
idéias de Jon Schnepp (roteiro) e pelas mãos de Guiu
Vilanova (arte).
Além da história dividida em três partes, o trabalho traz também as capas das edições originais dividindo cada parte, além de uma galeria com muitas ilustrações extras de alta qualidade, com imagens da banda na Comic-Con, nos bastidores dos clipes já citados, etc.
Um trabalho muito bem elaborado, com acabamento de altíssima
qualidade. E também um retrato de toda a agressividade, violência e brutalidade
da nossa sociedade atual. Assim como a música do SLAYER.
quarta-feira, 12 de maio de 2021
MY DYING BRIDE - THE GHOST OF ORION (2020)
Com a segurança de quem se dedica ao Doom Metal há
mais de 30 anos, os britânicos e pioneiros do MY DYING BRIDE entregaram no
início de 2020 o seu décimo quarto álbum de estúdio, THE GHOST OF ORION. O novo disco é marcado por ser o primeiro
pela Nuclear Blast, no Brasil ele saiu pela competente Shinigami Records —
“Feel The Misery” lançado em 2015 findou a parceria de longa data entre a banda
e a poderosa Peaceville Records. Nesse ínterim foi lançada a terceira parte da
coletânea “Meisterwerk” e o box set “A Harvest Of Dread”.
Maduro e coeso, embora pouco ousado em relação a seus
pares Paradise Lost e Anathema, o My Dying Bride pouco experimentou ao longo de
sua carreira, sendo “34.788%… Complete”, lançado em 1998 o trabalho que mais
foge a sua própria essência, o que de forma alguma o torna ruim. Os anteriores
e sucessores ora são tomados por definitivos no cenário que eles próprios
ajudaram a criar, no caso o Death/Doom Metal; ora como trabalhos de transição e
soma, quando Gothic Metal passa a ter mais espaço e acentuação na sonoridade
dos mesmos. De todo modo, qualidade jamais faltou à banda.
Produzido por Mark Mynett (Damnation's Hammer,
Godthrymm, Rotting Christ) e embalado numa arte lindíssima de Eliran Kantor
(Incantation, Fleshgod Apocalypse, Testament, Helloween), o disco possui 08
faixas que compartilham de pouco mais de 56 minutos e nelas ouvimos todas as
características tão marcantes que forjaram e bem definem a personalidade
musical do MDB — as letras enigmáticas e poéticas de Aaron Stainthorpe, os
riffs, melodias e harmonias de guitarra sempre elegantes e sentimentais, a base
rítmica bem composta e desenvolvida, variada quando assim o humor da composição
dita, e claro, as linhas de violino. Sobre a produção, ela é nitida, cristalina
e volumosa — sobra a estrutura do disco, é válido afirmar que “The Ghost Of
Orion” é sofisticado e melancólico como todo bom trabalho da banda, ele é bem
menos complexo que seu antecessor, ainda melodioso e denso, mas sem tantos
contrastes como tinha o supracitado “Feel The Misery”.
Sobre as composições e destaques: “Your Broken Shore”,
“To Outlive The Gods” e “Tired Of Tears” formam a trinca de abertura de um
trabalho que se dilata a medida em que o ouvimos e apreciamos, e sim, todos os
elementos e texturas tão bem explorados pela banda estão nelas. Os demais temas
se guardam a apresentar vestígios umas das outras, sem perder o folego de
qualidade, mas mantendo a postura rígida e o tom severo do album. Algumas vezes
amargo como em “The Long Black Land” e “The Old Earth” e noutras mais sereno e
divagante — poético-musical, como exposto em “The Solace” (abrilhantada por
linhas tristes e imersivas de guitarra e pela bela voz de Lindy-Fay Hellada, da
banda norueguesa de Folk, Wardruna) e no derradeiro tema, a instrumental, “Your
Woven Shore”.
Um álbum digno de figurar entre os grandes registros
dos britânicos, que envelhecem bem e com consciência de sua importância no
cenário Doom e Heavy Metal na totalidade. My Dying Bride é sinônimo de música
feita tendo as emoções como ingrediente principal, na ciência do sentir e na
arte como um bem imortal, “The Ghost Of Orion” é mais um primoroso capítulo
acrescido à discografia da banda que, não satisfeita, ainda lançou mais uma
meia página em novembro, o ep “Macabre Cabaret”. Longa vida aos mercadores da
miséria.