FORKILL - SICK SOCIETY (2022)
Dies Irae - Nacional
Dies Irae - Nacional
Não é novidade para ninguém que o Thrash Metal é um dos estilos preferidos deste que vos escreve. Obviamente que não é o único, mas ao lado do Hard Rock e do Punk Rock, os riffs criados pela turma da Bay Area e da Alemanha continuam fazendo a cabeça desse humilde redator. E se formos falar sobre bandas brasileiras que seguem essa linha e que a fazem com extrema competência e maestria, a FORKILL é uma delas. Impressiona o que o grupo mostra em seus três trabalhos e que consegue avançar ainda mais em brutalidade, peso e criatividade em seu mais recente álbum, o excelente SICK SOCIETY, lançado agora em 2022 pela Dies Irae Records. Desde a capa sensacional até o último segundo do CD, o que vemos é uma banda "sanguenozóio" e que não está nem aí para modinhas ou invencionices. o negócio aqui é porrada atrás de porrada sem tempo para descanso. E, fala a verdade, não é isso que se procura em um trabalho do estilo???
Igor Rodrigues (vocal/guitarra), Ronnie Giehl (guitarra), Gustavo Nascimento (baixo - que gravou o álbum, mas deu lugar ao atual baixista, Dudu Martins) e Rodrigo Tartaro (bateria) capricharam, não apenas nas treze faixas presentes no álbum, como também na apresentação do próprio, vez que o CD acompanha um pôster com a arte da capa, adesivo, palhetas e vem em um belo slipcase. Ou seja, mais profissional impossível! O FORKILL sabe que, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, o fã valoriza esse tipo de atitude e sabe reconhecer o esforço da banda. Gravado no Tellus Studio (RJ) por Daniel Escobar e tendo Caio Mendonça como assistente de gravação, o álbum foi mixado e masterizado pelo próprio Daniel, tendo a produção executiva assinada por Ronnie Giehl e Ader Jr. E não há o que se falar sobre isso pois temos uma sonoridade limpa, mas suja ao mesmo tempo, como o estilo pede. Guitarras na timbragem correta, baixo/bateria na cara e vocais na medida certa. A receita certa para um petardo Thrash Metal!
A introdução "Open Wounds", nos prepara para a rifferama de "The Seed". Como é bom ouvir bandas que valorizam o verdadeiro thrash metal! Nada de barulhinhos, samplers ou qualquer outra coisa que possa atrapalhar aquela sonoridade "old school", mas que não soa datada. Igor é um vocalista que navega entre momentos mais rasgados e outros mais calmos e ainda forma uma dupla perfeita com Ronnie, como nos bons e velhos tempos de Holt/Hunolt. O peso ganha intensidade em "Brain Shaped Youth", com sua introdução carregada de intensidade, pra em seguida ganhar doses certeiras de riffs típicos do estilo. Essa faixa vai fazer um estrago nos shows, tamanha a energia que passa ao ser ouvida. Ah... E não tem como não tocar a famosa "air guitar" aqui... "Merchants of Faith", muito mais que uma crítica severa aos religiosos que usam e abusam da fé das pessoas para obter vantagens monetárias, é uma faixa em que a cozinha formada por Gustavo e Rodrigo não estão pra brincadeira, criando bases mais do que sólidas e pesadas, deixando Ronnie e Igor livres para, mais uma vez, despejar seus riffs. E tome Bay Area em "Every Corner". E uma coisa que é interessante no trabalho da Forkill é que ainda que as influências do thrash americano sejam bem latentes, o grupo ainda incorpora alguns momentos do thrash germânico, mas tem sua identidade. Ponto mais que positivo!
A velocidade dita o ritmo de "The Joker", outro belo exemplo de como fazer Thrash sem soar repetitivo. Já a instrumental "Seven Plagues" carrega consigo influências de metal tradicional sem perder as características do estilo que consagrou nomes como Exodus, Overkill, Testament, entre outros. "Behind the Mask" começa mais cadenciada e ganha velocidade e peso durante sua execução enquanto "No Land Beyond the Volga" mostra que a banda não esquece de inserir momentos mais "melódicos", por assim dizer, em algumas passagens, mesmo que aqui, o peso e a agressividade imperem. Os backing vocals também se destacam, criando um clima bem oitentista. A cadenciada "Violence Ritual" nos dá um pequeno momento para respirar, ainda que o pescoço insista em se movimentar involuntariamente... A faixa título, com seus mais de 9 minutos é quase um épico, pois possui mudanças de andamentos e muita rispidez, o que não é fácil tendo em vista o tempo de duração da faixa. Mas é um exemplo de como a criatividade do grupo consegue prender a atenção do ouvinte, pois não sentimos o tempo passar! Temos mais uma faixa instrumental, a pesada e cadenciada "Scars" e para encerrar o excelente álbum, "Killed at Last", regravação da faixa presente em "The Sound of the Devil's Bell" (2019), curta e eficiente, nos faz apertar a tecla repeat do CD Player para voltar ao início!
Não há muito o que falar sobre o FORKILL. Prestes a completar 23 anos de existência, o grupo não se vende aos modismos nem pretende reinventar a roda. A excelência em fazer Thrash Metal está no sangue dos integrantes, o que não é nenhuma novidade, pois a discografia (curta, é verdade) do quarteto mostra isso de forma contundente. SICK SOCIETY é um petardo que merece estar em todas as listas de melhores do ano de 2022 de quem se diz fã de Heavy Metal. O que eu posso garantir é que na minha estará! THRASH 'TILL DEATH!!!
Sergiomar Menezes
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