SKID ROW - THE GANG'S ALL HERE (2022)
Shinigami Records/Sound City Records/Ear Music
Shinigami Records/Sound City Records/Ear Music
Confesso que numa hipotética situação, em que eu estivesse fora do planeta Terra após 1992, e voltasse agora em 2022 e você me apresentasse THE GANG'S ALL HERE, novo álbum de estúdio do SKID ROW como o terceiro disco da banda, vindo na sequência de "Slave to the Grind", lançado pelo grupo em 1991, eu acreditaria de forma contundente. E esse é o sentimento que tenho ao ouvir as 10 faixas presentes aqui, neste que, na minha humilde opinião, é o melhor trabalho lançado em 2022. Saindo por aqui através da Shinigami Records/Sound City Records/Ear Music, o CD traz também a estreia de Erik Grönwall, ex- H.E.A.T., nos vocais, o que fez uma enorme diferença na força das músicas presentes aqui, ainda que Erick não tenha participado das composições, sua interpretação garantiu ao grupo um álbum forte, vibrante e sensacional!
O já citado Erik, ao lado dos guitarristas Dave "Snake" Sabo e Scotti Hill, do baixista Rachel Bolan e do baterista Rob Hammersmith, mostram que aquela veia Hard, com pequenos toques de Sleaze, foi resgatada de forma consistente aqui. Se em Subhuman Race, lançado em 1995 (ainda com Sebastian Bach nos vocais), existia muito pouco do Skid Row que entregou ao mundo dois clássicos como o já citado Slave to the Grind e o autointitulado trabalho de estreia (1989), em Thickskin (2003) e Revolutions Per Minute (2006), não tínhamos nada que viesse a empolgar, mesmo que poucos momentos trouxessem algo de relevância. Produzido e mixado por Nick Raskulinecz e mixado por Eike Freese, THE GANG'S ALL HERE tem tudo aquilo que um fã do grupo sempre esperou: vocais contagiantes, guitarras sujas, gang vocals e refrãos de fácil assimilação. Mas sem dúvidas, além das grandes faixas que compõem o trabalho, o grande destaque é Erik Grönwall.
"Hell or High Water" abre o play e já nos leva a uma viagem no tempo, resgatando aquela pegada dos bons tempos de "Living on a Chain Gang". Guitarra na cara, vocal lá em cima e uma levada pesada, cortesia da dupla Rachel Bolan e Rob Hammersmith. Um início mais que promissor para nos preparar para a faixa título, que dessa vez, tem aquele pique "Piece of Me", que também começa com aquela linha de baixo característica. Erik mostra seu poderio vocal aqui, contando os backing muito bem encaixados pelo trio Snake, Bolan e Hill. Aquele refrão que não sai mais da cabeça...Que música e que interpretação! Já em "Not Fead Yet", temos aquele hard rápido e sujo, lembrando os tempos em que o grupo chamou a atenção de Jon Bon Jovi... o resto é história. "Time Bomb", apesar de pesada, tem aquele aspecto mais comercial, que tocaria facilmente em algum Top 10 da falecida MTV. Outro refrão fácil e mais uma ótima performance de Erik. E aqui cabe uma constatação, difícil, mas verdadeira: com Sebastian Bach, o grupo não conseguiria lançar um álbum desse nível. Sou fã do Tião, mas hoje em dia ele não chega nem perto do que o ex-vocalista do H.E.A.T. pode acrescentar à banda.
"Ressurected", possui um lado mais pesado, mas ao mesmo tempo não esquece da melodia. Os backing vocals (ou gang vocals) estão presentes, deixando intacta a identidade do quinteto, algo que foi meio que deixado de lado (ou pelo menos, não foi feito com tanto afinco) nos álbuns anteriores. Enquanto isso "Nowhere Fast" é outro ótimo momento do CD, com seu peso e solos inspirados. E tome o bom e velho Skid Row em "When the Lights Come On"! Sendo sincero, você pode pensar: mas a banda não está se repetindo? Não! Está sendo ela mesma, com a sonoridade que todos nós aprendemos a curtir! E isso é ótimo! Baixão na cara, guitarra suja, levada groovada e Erik em outro grande momento. "Tear it Down" antecede "October's Song", aquela balada que não pode faltar em um álbum clássico do grupo. Ainda que não tenha a mesma linha que "I Remember You" e "In a Darkneed Room", nem o peso de "Wasted Time", a faixa passa seu recado e vai figurara nos shows do grupo, com toda certeza. O álbum fecha com World's On Fire", pesada e alternando momentos mais cadenciados e pesados com outros mais rápidos.
É preciso dizer que eu tinha muito receio sobre o que ouvir em THE GANG'S ALL HERE. Seja pelos trabalhos anteriores, seja pelo entra e sai de vocalistas e pela instabilidade apresentada pelo grupo ao longo desses anos. Até mesmo quando Erik foi anunciado, ainda fiquei com um pé atrás. Mas logo no primeiro single disponibilizado, todo esse receio foi pras cucuias. Que disco meus amigos... QUE DISCO! Não tenho dúvida em afirmar que este é o melhor álbum de 2022. E é isso que esperamos de um verdadeiro disco do SKID ROW!
Sergiomar Menezes
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