SEPULTURA
SESC BELENZINHO
SÃO PAULO/SP
15/07/023
SESC BELENZINHO
SÃO PAULO/SP
15/07/023
Texto e vídeos: William Ribas
Fotos: Johnny Z. (Metal na Lata)
Existem duas considerações extremamente importantes sobre o Sepultura. A primeira é pensar que ao lado do futebol (principalmente do Pelé) são os responsáveis legítimos do Brasil ser conhecido e reconhecido lá fora. Segundo, não importa a formação, ou fase, por onde passam causam destruição.
A expectativa para as duas noites no SESC Belenzinho eram altas, o alvoroço começou na abertura dos ingressos com site saindo do ar, filas e esgotamento em questão de minutos. A banda segue promovendo o excelente disco “Quadra”, lançado pouco antes da pandemia, então muitas músicas do trabalho estão presentes, deixando diversos clássicos esquentando o “banco de reservas” para as comemorações dos 40 anos do grupo em 2024. Abrindo com “Isolation” seguindo da “classuda” “Territory” colocou a Zona Leste de São Paulo em estado total de atenção, não é possível que os urros de Derrick e público não estivessem sendo ouvidos a quilômetros. A sinergia entre banda e sua Sepulnation era incrível e permaneceu intacta durante as 17 músicas do setlist.
A trinca “Derrick Years” com “Means to an End”, “Capital Enslavement” e “Kairos” preparou o terreno para “Propaganda”, música que me traz o mais puro sentimento nostálgico. Não importa quantas vezes tenha conferido o Sepultura, em todas em que ouço músicas do “Chaos AD”, eu lembro do moleque de 11 anos que entrou numa banca de jornal e comprou o disco que mudaria sua vida para sempre em 1995. “Guardians of Earth” traz todos novamente para o presente, traz Andreas Kisser sendo mais guitar hero do que nunca, com riffs e solos geniais, a música que é um dos destaques no mais recente trabalho de estúdio, ao vivo ganha mais amplitude e genialidade. A grande “brincadeira” no show é viver o momento atual e passado sendo um grande transmissor de emoções, pois bem, novamente velhas canções como “Cut-Throat” e “Dead Embryonic Cells” trazendo diversidade ao recinto com destaque para o baixo cheio de distorção do inquieto, Paulo Xisto.
Dentro tudo, é incrivelmente contagiante ouvir as “marretadas” de Eloy Casagrande no kit de bateria. As linhas e movimentos complexos e certeiros não são humanos, o baterista certamente é algum alienígena que cansado do marasmo em outras galáxias resolveu “brincar” na Terra de ser baterista do maior orgulho brasileiro. A chegada de “Machine Messiah”, “Infected Voice” e “Agony Defeat”(essa entra no meu rol de melhores músicas do Sepultura) deixam claro a escolha por Derrick Green há quase 25 anos, o cara é versátil. Não adianta viúvas chorarem, baterem os pés ou contar tudo para mamãe, o que passou, passou, e Derrick, é uma evolução constante. Os números finais foram de clássicos eternos “Refuse/Resist”, “Arise”, “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots”, com pessoas pulando, bangueando, gritando como se não houvesse amanhã e celulares sendo perdidos em meio ao furacão proporcionado.
Uma noite inesquecível, seja você “old school”, ou, marinheiro de primeira viagem. Os gritos de Sepultura, Sepultura, Sepultura… vão ecoar por um bom tempo na memória de todos.
Obrigado, Sepultura, do Brasil!
“Means to an End”
“Guardians of Earth”
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