sexta-feira, 22 de setembro de 2023

REBEL ROCK RESEARCH - BON JOVI

 


Bon Jovi é um fenômeno que há 40 anos cria sentimentos mistos entre os fãs de toda esfera do Rock/Heavy Metal. Como eles mesmo se definiam, eram pesados demais para serem pop e leves demais para se denominarem Heavy Metal.

Na década de 70, seu líder Jon Francis Bongiovi Jr, já atuava no ramo da música desde os 13 anos de idade, participando de várias bandas, inspirado por um de seus ídolos da música local como o Southside Johnny e Asbury Jukes. Anos depois trabalhou interpretando a voz de R2-D2 para o álbum “Christmas in the Stars: The Star Wars Christmas”, graças ao seu primo e produtor Tony Bongiovi, proprietário do Power Station Studios em Nova Iorque. Mas mal sabíamos que nos anos 80 o ambicioso garoto de Nova Jersey revolucionaria a história do rock, trazendo suspiros, principalmente ao público feminino, pela sua aparência, letras e música facilmente digeríveis; ao mesmo tempo em que os amantes mais radicais da música pesada fingiam ignorar, gerando um sentimento de repudia pelo grupo.

Nos anos 90 até 2000, a indústria da música virou a sua página. Com o advento da internet e uma nova geração menos extremista, o grupo buscou novos caminhos musicais dando um novo sentido ao que construíram, afastando muitos fãs antigos, mas angariando novos admiradores. Já nas últimas décadas muitas águas rolaram, e o agora o assumido e grisalho Jon B. Jovi agarrou de vez as rédeas da sua própria banda, antes conduzido em parceria com produtores, compositores e seu antigo escudeiro Richie Sambora, que em entrevistas recentes garante uma possibilidade de retorno à formação.

Para celebrar estas quatro décadas de clássicos, ranquearemos seus 15 álbuns de inéditas, buscando conciliar qualidade dos registros com a sua relevância, não apenas olhando para o gosto pessoal. Infelizmente teremos que evitar dezenas de coletâneas, algumas com músicas importantíssimas para a história como a mega balada “Always”, que fez parte da trilha sonora de todos os adolescentes nos anos 90. Além de sua carreira solo que vive em simbiose com a banda, como o maravilhoso e premiado “Blaze of Glory”, parte do filme “Jovem Demais para Morrer” e “Destination Anywhere”, um disco que seguia os padrões da época e que fez muito sucesso no Brasil em meados dos 90. Mas deixo claro de começo que não considero nenhum disco ruim e os ranquearei de forma democrática, se é que isso é possível...

Leandro Isoppo (Alma Hard)


WHAT ABOUT NOW – 2013


Como fã, é sempre complicado deixarmos um disco por último lugar, mesmo sabendo de suas qualidades. Sabemos que muitos apreciam este disco devido aos hits “Because They Can” e a faixa título, pois na ascensão do Youtube seus vídeos clipes eram facilmente veiculados e na maioria das vezes divulgados de forma orgânica. Em sua versão japonesa e Deluxe, conta com “Not Running Anymore” indicada ao 70º Globo de Ouro e “Old Habbits Die Hard”, ambas músicas solo de Jon Bon Jovi que fizeram parte do filme “Amigos Inseparáveis” lançado no ano anterior. Já me retratando, o deixo nesta posição por alguns motivos, como a falta de criatividade em suceder um disco simples como “The Circle”, e por marcar a saída do guitarrista Richie Sambora poucos meses após seu lançamento, talvez por conta disso criando um trauma entre os fãs. Mesmo assim, conseguiram chegar ao topo das paradas de sucesso, algo recorrente na carreira do B.J naquela altura.

BURNING BRIDGES – 2015


Um nome perfeito para encerrar uma parceria de décadas com uma gravadora, no caso estamos falando a Mercury Records. Podemos ouvir toda a indignação na letra da faixa título, embora com uma pegada musical cômica. Talvez não devesse estar na penúltima posição pois conforme relato de muitos, assim como o meu, quanto mais se ouve mais familiarizado e confortável com as músicas vamos ficando. Não é para menos, pois se trata de sobras e versões não finalizadas de estúdio que não entraram nos demais álbuns já lançados. Dentre elas, as três últimas composições co-escritas por Richie Sambora, substituído há 3 anos por John Shanks, produtor e compositor da banda desde 2004. Mesmo com os destaques como "We Don't Run" e "Saturday Night Gave Me Sunday Morning", foi o primeiro disco em 30 anos a não chegar entre os 10 primeiros colocados nas paradas americanas. Aqui podemos considerar um leve declínio comercial, mas de dar inveja a 99% das bandas.

2020 – 2020


Possivelmente merecia um melhor destaque se levássemos em conta a qualidade de suas letras e as temáticas abordadas. Aqui sentimos Jon lidando com os problemas do mundo como um lobo solitário, desde questões sociais e políticas em um momento delicado durante a pandemia. Mas a musicalidade para encorpar as composições foi insuficiente, fixando um sentimento de frustração para muitos fãs que aguardavam algo mais voltado ao rock, apesar de sabermos que Jon sempre repudiou resgatar o passado. Ouvimos toda a sua inspiração na linda balada “Blood on Water” que nos remete aos tempos áureos da banda e "Do What You Can", que criou um vínculo entre os fãs, por ser apresentadas aos poucos durante lives transmitidas o lockdown. Um disco marcado pelo um momento histórico, mas que ao contrário das opiniões de Jon sobre retroceder ao passado, pode se tornar uma realidade a sua música daqui para frente.

THE CIRCLE – 2009


Aqui encontramos um dos últimos grandes hits do grupo, "We Weren't Born to Follow"; que deu início a fase que vivenciamos até os dias de hoje e com os integrantes já cinquentões que buscavam manter a sua base fãs, conquistadas na última década mesclando elementos antigos aos contemporâneos. Nitidamente ouvimos isso em "Work for the Working Man", uma tentativa de arremeter ao ritmo de “Livin´On A Prayer”, além das guitarras soando em maior evidência comparadas ao seu antecessor. Podemos resumir que é um disco de rock adaptado ao mercado fonográfico da época, algo que o Bon Jovi sempre fez de melhor. Colhendo frutos de tudo que construiu até então, chegou ao 1# lugar em vendagem o que resultou em atualizado “Greatest Hits” lançado um ano depois, além de seus melhores registros ao vivo, “Inside Out”, que marcou o auge da segunda fase da sua carreira.

THIS HOUSE IS NOT FOR SALE – 2016


Abusando da sua reputação, vídeo clipes em todas as plataformas e material físico distribuído a preços acessíveis fez com que o disco já estivesse na boca do povo logo após seu lançamento, chegando ao topo das paradas. Provavelmente um dos fatores foi a curiosidade do público em saber como o Bon Jovi soaria com o atual guitarrista Phil X. O que ouvimos aqui é uma nova/velha temática, trazendo uma mescla de tudo o que acontecia no cenário musical como Maroon Five, Bruno Mars e Imagine Dragons. A diferença é que tínhamos os vocais já cansados de Jon e sua “banda baile de rock” finalmente assumida. Boas composições, mas diferentes do que estávamos acostumados, como percebido em "Knockout", “Labor of Love” e "Roller Coaster". Mas seu lado rock ainda dava as caras em "The Devil's in the Temple", "God Bless This Mess" e na faixa título onde mostrava que as raízes da banda estão cravadas no chão de rocha em meio a todos os problemas de desgaste em que sua morada vinha passando.

LOST HIGHWAY – 2007


Para os antigos fãs, a estrada já estava mais do que perdida há anos, mas para o grupo foi um golpe de mestre que garantiu a sua sobrevida. Mostrando desejo de trabalhar em parceria com outros artistas de Nashville, pegaram o caminho rumo a um estilo já familiarizado, o Country. “The Lost Highway” criou uma espécie de elo entre seu antepassado “Blaze of Glory”, claro que tomada as proporções necessárias de distanciamento das décadas, fazendo com quem ainda não tivesse acesso a suas músicas tomasse nota do que era o Bon Jovi. O guitarrista e produtor Dann Huff, famoso por adaptar a sonoridade de bandas como Megadeth, aqui fez o mesmo, desta vez incorporando o espírito de caipira de Nashville as praias frias de New Jersey. Sucesso garantido e topo das posições conquistado a base de hits como "(You Want to) Make a Memory", "Till We Ain't Strangers Anymore" a faixa título, abrindo as portas para uma sequência devastadora de álbuns vendidos, arenas lotadas e o futuro desgaste entre os integrantes. 

CRUSH – 2000


O retorno triunfal do Bon Jovi ao mainstream aconteceu aqui. Não que a banda já não fosse autossuficiente, mas 5 anos de hiato em uma época em que as coisas só funcionavam na base de shows e discos vendidos, era um risco enorme permanecer anos em inatividade. Para seu novo disco, Jon buscava trabalhar novamente com os renomados produtores Bruce Fairbairn e Bob Rock (criadores do clássico “Slippery When Wet”), mas a morte de Faribairn fez com que os planos mudassem. Este atraso ajudou com que possibilidade de um sangue novo para a produção. Luke Ebbin, um nome desconhecido na cena foi indicado pelo lendário executivo John Kalodner, e a aposta não poderia ser melhor. Crush possui o esmagador segundo maior sucesso da carreira do B.J. Estamos falando de “It´s My Life”, que trouxe o público adolescente dos anos 2000, oriundos do Pop e Hip Hop, a tomarem conhecimento de um dos maiores ídolos da década anterior. Além da MTV que transmitia massivamente os clipes de “Thank You for Loving Me”, temos "Captain Crash & The Beauty Queen from Mars" que são listadas em quase todos os shows até hoje. Não podemos esquecer de uma das melhores músicas do grupo, "One Wild Night", que poderia facilmente abrir qualquer álbum, mas aqui ela é a última faixa. Um dos discos mais vendidos da banda, com 11 milhões de cópias vendias no mundo todo, resultando em seu primeiro registro ao vivo oficial “One Wild Night Live 1985–2001”, uma espécie de compilação, com várias gravações ao logo de sua carreira.

HAVE A NICE DAY – 2005


Quem não se lembra desta capa? O álbum do “rostinho vermelho maroto” encerra a trinca de retorno como um dos maiores grupos do planeta. Mesmo parecendo algo tranquilo e natural, o disco traz questões profundas sobre a política Americana naquele período e seu sentimento sobre o rumo da indústria fonográfica vinha tomando. Além que o álbum sofreu atraso em seu lançamento por desentendimentos com a gravadora. Mas a arma secreta era o novato John Shanks, que estreou como letrista e produtor, somando musicalmente ao lado de Jon e Richie em quase todas as faixas, ampliando a habilidade lírica de todos até então. Um registro de rock por completo, desde a faixa título, "Last Man Standing", "I Want to Be Loved", mas seu ponto de convergência comum em todos os discos da banda, foi em "Who Says You Can't Go Home" a semi-balada responsável por uma versão country ao lado da cantora Jennifer Nettles, sucesso imediato dentre o estilo e como resultado, decidiram seguir com este conceito no trabalho seguinte tamanho o sucesso do disco.

BOUNCE – 2002


A explosão de “Crush” merecia um sucessor a altura. Em “Bounce” tivemos pontos ainda melhores, extraindo a musicalidade de bandas emergentes da época como Nickelback, Creed e The Killers e fazendo um “blend” fusionadas à expertise do grupo. A enjoadíssima “Missunderstood”, trilha sonora de novela aqui no Brasil, foi o ponto alto comercialmente falando, mas caminhando ao lado da antagônica “Everyday”, ambas transmitidas à exaustão pela MTV garantiram mais um álbum de sucesso. Pesado, guitarras arrastadas e riffs, letras melancólicas, derivada do acontecimento de 11 de setembro nos Estados Unidos, com certeza é um dos melhores trabalhos da banda, colocando-o em pé de igualdade com os clássicos. Percebemos o excelente resultado de um registro quando em sua sequência temos enxurradas de lançamentos como o ao vivo acústico “This Left Feels Right” de 2003 e o tão sonhado box quadruplo (quíntuplo no Japão) 100.000.000 Bon Jovi Fans Can't Be Wrong, com centenas de demos e lados B, que marcou a venda de 100 milhões de discos vendidos no mundo todo.

7800° FAHRENHEIT – 1985


A temperatura em que a rocha derrete! Parece um nome apropriado para o auge do Heavy Metal nos Estados Unidos na década de 80. Realmente temos guitarras evidentes, muitos solos e a essência da banda já eram nítidas aqui antes do seu sucesso mundial. Mas para Jon algo parecia não encaixar com o produtor Lance Quinn e as parcerias musicais que não ajudavam a definir uma personalidade musical. Mesmo estranho, impossível não adorar “Secret Dreams” temos a única letra compostas pelo baterista Tico Torres e as raras contribuições como compositor do tecladista David Bryan na maravilhosa “Only Lonely”. Além de flertes com o estilo da new wave em “The Price” e “Into The Fire”, opostas ao rumo que o grupo queria seguir. A avalanche com problemas amorosos entre os integrantes foi um dos pontos negativos marcantes no álbum. Segundo Jon, ele não gosta nem de relembrar desta fase, principalmente das canções, pois além dos abusos com bebidas a depressão e frustração em não alcançar o resultado esperado eram frequentemente trazidos a mente. Um dos motivos de nenhuma canção ser executadas nos dias de hoje, com raríssimas exceções. Mesmo assim, tiveram sua primeira participação no Monster of Rock de 1985, o que ajudou a divulgar a banda para o resto do planeta. Considerado pelos fãs mais apaixonados como um dos melhores registros, conseguiu alcançar disco de ouro quando lançado. Na verdade, só eles que não sabem, mas este registro tem muito a ver com que viria na sequência.

BON JOVI – 1984


Há quem deixaria o debut algumas posições para atrás, mas o que Jon e seu primo e produtor Tony Bongiovi conseguiram criar as pressas neste registro é algo inimaginável até para os músicos mais experientes. Lembre-se que quando o single de “Runaway” explodiu nos Estados Unidos, fazia parte apenas de uma coletânea regional distribuída para as rádios locais. E o grupo ainda se chamava The All Star Review, e que ainda contava com músicos contratados; dentre eles seu amigo e multi-instrumentista Aldo Nova, o atual baixista Hugh McDonald e o guitarrista Tim Pierce (Rick Springfield). Após muito esforço, conseguiram seu primeiro contrato e graças a seu amigo de infância o tecladista David Bryan, todos os demais integrantes foram preenchendo as lacunas criando a personificação do que conhecemos. Pronto, Bon Jovi estava criado e só bastava a ambição e talento levassem a voos mais altos.

THESE DAYS – 1995


Em meados dos anos 90 o rock alternativo em alta obrigou bandas da década anterior a mudarem sua sonoridade, e o Bon Jovi não foi a exceção. Aproveitando o sucesso de sua coletânea Crossroad com 10 milhões de cópias vendidas graças também ao mega hit “Always” lançados no ano anterior, deu folego para criarem com maestria criar um disco perfeito. Evidenciado pelos fãs como a “obra prima” do Bon Jovi é soterrado por hinos como “Hey God”, “Diamond Ring”, “This Ain´t a Love Song” e a faixa título, que emociona sempre em cada ouvida. O disco também marca a saída definitiva do baixista “Alec John Such”, por motivos até hoje enigmáticos. Mas em próprios relatos, Alec apenas resolveu se aposentar pois estava cansado das turnês. Outros alegam que houve problemas de imagem até desempenho com a banda. Mas o que já é de conhecimento público, é que a maioria das gravações de baixo foram feitas por Hugh McDonald desde o primeiro registro. Entre outros perrengues, a troca de estúdios de gravação se tornou corriqueira, uma delas conhecida pelo vazamento de áudio do Fear Factory que fazia divisão com as salas em Woodstock em Nova Iorque. Para a produção, o renomado Peter Collins foi escolhido devido aos seu ótimo desempenho com Queensryche e Rush, talvez fosse o Bon Jovi tomando sobriedade total sobre seu trabalho, buscando caminhar por terrenos mais férteis. Comercialmente falando, o disco fez mais sucesso fora do Estados Unidos, desbancando até Michael Jackson das paradas britânicas por exemplo. Isso obrigou o grupo a excursionar exaustivamente pelo mundo e com consequência disso, o maior hiato musical da sua carreira até seu próximo lançamento em 2000.

NEW JERSEY – 1988


O seu quarto filho não poderia decepcionar, segundo Jon Bon Jovi, era a chance de aproveitar o embalo do sucesso mundial com “Slippery When Wet” e cravar a bandeira de maior banda de rock do planeta. Sem férias, nem tempo somados a parceria com vários compositores de sucesso como Desmond Child, Dianne Warren e Holly Knight, aumentaram o padrão de qualidade. Um álbum irmão de seu antecessor, seguindo as mesmas fórmulas desde a faixa de abertura, hits e baladas, mas desta vez sem integrantes na capa e contracapa, mostrando que o mais importante era a sua música e não apenas o visual. E conseguiram! “New Jersey” ou “Son of Beaches” como seria chamado, alcançou o topo das paradas de sucesso em 5 paises, com inéditos 5 singles entre o top 10 americano, algo recorde na história da música na época. Ao todo 17 músicas foram compostas e a ideia era lançar como material duplo, mas a gravadora não atendeu ao pedido, além das clássicas “Lay Your Hands on Me”, “Bad Medicine”, “Born to Be My Baby” e “I´ll Be There For You”, temos várias outras faixas, algumas ainda inacabadas na versão Deluxe dupla 2014. Inclusive com músicas hoje conhecidas como “House Of Fire” famosa com Alice Cooper e “Does Anybody Really Fall in Love Anymore” pela Cher, fariam parte de sua track list. Um exagero de perfeição, desempenho e criatividade musical, o primeiro auge do grupo aconteceu após os frutos do sucesso em Slippery, claro!

KEEP THE FAITH – 1992


O nome é autoexplicativo! Mesmo com o sucesso colossal nos anos 80 e sua carreira solo conquistando prêmios internacionais, Jon sabia que os anos 90 traria novos desafios, entre eles a busca pela sanidade de seus companheiros de banda. Faltando pouco para entrarem em colapso, decidem partir para uma viagem para as ilhas caribenhas de Saint Thomas. Lá confrontariam todas as suas questões pessoais entre si, além de discutirem o rumo da banda e seu próximo disco. Aproveitando os ventos de mudanças em série, Jon resolve demitir também o empresário Doc McGhee, tomando a frente de toda a gestão do grupo. Com os ânimos acalmados partem para uma nova empreitada, gravar um disco que superasse ou fosse tão bom quando seus antecessores, mas de forma diferente. Desta vez para produção apenas Bob Rock dá as caras, sendo que Bruce Fairbairn estava extremamente ocupado com “Get A Grip” do Aerosmith, disco de maior sucesso de sua carreira. Quantos as músicas? Somente 6 hits clássicos, dentre eles 5 são ainda tocados em praticamente todos os shows até hoje. Podemos destacar faixas mais experimentais como “Dry County” e seus quase 10 minutos de puro feeling e “If I Was Your Mothers”, uma das músicas mais pesadas da banda até então, derivada da produção de Bob Rock, característica de seu Groove. Além da sofisticada “Keep The Faith”, que mostra um lado totalmente desconhecido da banda e as baladas que marcaram o início da década como “These Arms” e a sofrência que marcaria o estilo do grupo em “Bed of Roses”. Bom Jovi se livrou dos clichês, começaram a saga conscientemente política em suas além do visual que mudou radicalmente, inclusive o corte de cabelo de Jon virando moda entre os adolescentes na época. Nada de grunge, nada de rap, o Bon Jovi se reinventando pela primeira vez, mostrando o início de várias facetas que a banda se encaixaria daqui para a frente.

SLIPPERY WHEN WET – 1986


Por motivos óbvios, seu trabalho de maior sucesso aparece como primeiro colocado. Particularmente, eu retardaria algumas posições, mas colocando a mão na consciência, é apenas o disco que revolucionou a história do rock na segunda metade dos anos 80. Você não acredita? Ouça “Hysteria” do Def Leppard, “1987” do Whitesnake, “Permanent Vacation” do Aerosmith entre outros, todos com a mesma fórmula, buscando unir o lado Pop da música Rock pesado. Mas claro que um resultado como este não veio sozinho; Desmond Child contribuiu com 3 faixas e 2 delas chegaram ao topo das paradas de sucesso. A atemporal “Livin´ On A Prayer” e “You Give Love A Bad Name”, que caminham sempre juntas, lembradas automaticamente por todos os fãs, mesmo que antagônicas em letras e estilo, ainda podemos considerá-las como irmãs. Além de “Wanted Dead Or Alive”, composta em dupla por Jon/Sambora, uma daquelas que caem como uma luva até para não apreciadores da banda e facilmente entram entre as músicas mais invejadas por diversos artistas, pois retratam a vida real de um Rockstar. Outra é “Social Disease”, procurada pelo Aerosmith, mas não liberarada.m Também temos algumas que não entraram no álbum como “Edge of a Broken Heart”, que acabou indo parar no lado B do single de “Livin´On A Prayer”, que quase ficou de fora do full length. Toda essa qualidade criativa atrelada a produção limpa e cristalina de Bruce Fairbairn garantiu que o trabalho não soasse datado, passando a impressão de banda nova a cada geração que aparecesse. E quem não se lembra de sua capa, escorregadia e molhada como o próprio nome diz? Após a versão original com uma modelo peituda censurada no ocidente, Jon, decidiu às pressas borrifar água em um saco de lixo, e obra estava pronta, mostrando que o caia na mão do garoto virava ouro. Na listagem de discos mais vendidos da história com espantosos 30 milhões de cópias em todo mundo, mudou a história da música para sempre. Nada mal para um garotinho marrento de Perth Amboy que decidiu em tempo, mudar sua função dentro do estúdio onde trocava serviços de faxina por horas de gravação.






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