quinta-feira, 22 de maio de 2025

SACRIFICE - VOLUME SIX (2025)

 


SACRIFICE
VOLUME SIX
Cursed Blessings Records/ High Roller Records - Importado

Uma das qualidades principais do canadense Sacrifice é ser uma banda íntegra. Desde seu surgimento nos anos 80, com álbuns clássicos como “Forward to Termination” (1986) e “Soldiers of Misfortune” (1989), e a mesma formação jamais inalterada, o grupo sempre entregou em seus trabalhos, um Thrash Metal visceral, intenso e sem firulas.

E agora em 2025, Rob Urbinati – vocal/ guitarra, Joe Rico – guitarra, Scott Watts – baixo e Gus Pynn – bateria, lançam “Volume Six”, e como o óbvio título denuncia, é o sexto trabalho do Sacrifice. E que trabalho, senhoras e senhores! Uma aula de Thrash Metal Old School para nenhum “thrasheiro” colocar um pingo de defeito.

Originalmente, a banda planejava lançar um EP com 5 músicas, porém, para a sorte de todos os fãs, o quarteto escreveu mais músicas e temos um trabalho completo, com onze faixas. A abertura com “Comatose” não deixa nenhuma dúvida do que vamos escutar por toda a audição. Riffs precisos e rápidos, bateria “um por um” e vocais ásperos e agressivos.

Ao mesmo tempo que a produção se apresenta crua e indomável, remetendo aos velhos tempos, temos uma dinâmica muito grande nas composições, que faz o álbum não parecer como uma obra “requentada”. “Incoming Mass Extinction” e “Lunar Eclipse” são outros grandes momentos de “Volume Six”. “Black Hashish”, uma instrumental mais lenta e pesada, num clima “Black Sabbathico”, demonstra que nem só de velocidade vive o Sacrifice.

Volume Six” estará com certeza entre os melhores lançamentos de 2025, sem dúvida alguma. O Sacrifice conseguiu traduzir o seu amor pelo metal em um trabalho muito sólido , que sem dúvida, se tornará mais um clássico do Thrash Metal. O “ Headbanging” aqui é obrigatório!!!

José Henrique Godoy




GOTTHARD - STEREO CRUSH (2025)

 


GOTTHARD
STEREO CRUSH
Reigning Phoenix Music - Importado

O Gotthard tem um espaço especial na minha coleção, pois é uma banda que com mais de 30 anos de existência, que não apenas atravessou os anos mais difíceis para quem curte e fazia hard rock, os sombrios anos 90, como se estabeleceu como uma das bandas mais importantes do estilo, lançando álbuns excelentes e marcantes até a metade da década de 2000.

Infelizmente, a tragédia se abateu sobre a banda em 05 de outubro de 2010, quando o seu vocalista e principal estrela, Steve Lee, acabou falecendo em um estúpido acidente de motocicleta, nos Estados Unidos. De lá para cá, confesso que perdi um pouco o interesse na banda, por mais que o vocalista Nic Maeder, que assumiu o microfone do Gotthard, se esforce e faça um trabalho realmente bom, é impossível não sentir falta de Steve.

Stereo Crush” é o décimo quarto álbum de estúdio do Gotthard, e de uma forma bem variada, mostra todas as facetas que os suíços produziram em trabalhos anteriores. A abertura com a pesada “AI & I”, hard-rockeira e uma ótima letra se mostra uma faixa empolgante, seguida por “Thunder and Lightning”, que podemos chamar de mais “radiofônica”, com um pé no AOR.

“Burning Bridges” é uma ótima balada, que podemos imaginar inclusive que o saudoso Steve Lee iria brilhar interpretando esta ótima faixa. “Drive My Car”, cover dos Beatles aqui tem um ótimo arranjo pesado e rockeiro. e surpreende por não ser apenas um cover para preencher o tempo do álbum. Não por acaso uma das faixas seguintes chama-se “Liverpool”, animada e com grande espírito estradeiro. “Shake Shake” mantém o clima hard rockeiro, enquanto “Devil In The Moonlight” se mostra uma das melhores faixas do álbum, pesada, cadenciada, e com excelente refrão, semelhante à próxima “Dig A Little Depper”, outra faixa muito boa. O trabalho fecha com a balada “These Are The Days”, uma música na veia do Aerosmith anos noventa.

Com o lançamento de “Stereo Crush” o Gotthard prova que ainda tem bastante lenha para queimar e entrega um trabalho sólido e agradável da primeira a última faixa. Os suíços superaram as desconfianças e perdas, e se apresentam fortes e mostrando que ainda sabem fazer “esse tal de Rock n' Roll”.

José Henrique Godoy




terça-feira, 20 de maio de 2025

FABIO LIONE'S DAWN OF VICTORY - TEATRO DA AMRIGS - 14/05/2025 - PORTO ALEGRE/RS



FABIO LIONE'S DAWN OF VICTORY
Abertura: DOGMA
TEATRO DA AMRIGS 
14/05/2025
PORTO ALEGRE/RS
Produção: Estética Torta

Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Carolina Capeletti Peres

Fabio Lione é um dos principais vocalistas do Power Metal melódico há muito tempo, isso não é novidade para ninguém. Quando veio o anúncio do show do renomado músico em Porto Alegre, acompanhado de orquestra e coral, e ainda para completar, em um teatro, tocando na íntegra um dos maiores clássicos da sua banda original, o Rhapsody, a promessa de uma noite épica deixou os fãs em alvoroço. E sim, foi uma noite para nenhum fã de Fabio Lione colocar defeito.

A abertura ficou por conta da misteriosa banda Dogma, as “freirinhas do cramulhão”. Envolta em mistério, não se conhece a identidade das integrantes ( apesar de algumas teorias da conspiração já terem entregado algumas ex-integrantes) e nem mesmo a sua nacionalidade, o fato é que o Dogma é uma ótima banda que produz um ótimo Hard/Heavy, com músicas cheias de peso e melodia.

Pontualmente as 19 h, e ainda com o público chegando, as 5 “madres superioras” iniciaram o seu ritual, com as ótimas “Forbidden Zone” e “ My First Peak”. Logo de cara, se nota uma banda afiada, composta por quatro ótimas instrumentistas e uma fenomenal vocalista, com uma presença de palco marcante, num misto de sensualidade, mistério e terror.

A comparação com o Ghost é quase que óbvia, mas apesar de fazerem parte de uma mesma temática, a sonoridade é mais acessível aos ouvidos daqueles que desgostam da banda de Tobias Forge. Lilith (vocal), Lamia (guitarra), Rusalka (guitarra), Nixe (baixo) e Abrahel (bateria) desfilaram, por 45 minutos, 11 músicas, quase que a totalidade do track list do seu ótimo álbum de estreia, com destaque também para o cover de “Like A Prayer” da Madonna. Ao final de “The Dark Messiah”, as cinco “religiosas” se retiram do palco ao som de “Tubular Bells”, de Michael Oldfield, a clássica trilha sonora do filme “O Exorcista”. A aprovação do Dogma foi geral, e espero realmente que a banda chegue ao topo do Rock/Metal mundial, pois já estão prontas para isso.



Após um intervalo de 30 minutos, é chegada a hora da atração principal, e pouco a pouco, os integrantes da orquestra, coral e a banda sobem ao palco para os aplausos de um Teatro da AMRIGS já totalmente lotado. Fabio Lione adentra o palco para delírio dos fãs e após a “intro” “Epicus Furor”, detona “Emerald Sword”, iniciando a execução na íntegra de “Symphony Of Enchanted Lands”, o segundo álbum de estúdio do Rhapsody, um dos maiores clássicos não apenas do Rhapsody, mas do Power metal Melódico no geral.

Fabio Lione além de um vocalista muito acima da média é um ótimo frontman, e com simpatia e simplicidade interage muito com o público, como quando pediu para que todos ficassem de pé, “se possível, pois sei que é difícil” disse ele, se referindo ao fato de estarmos sentados...l embre que estamos em um teatro. Antes de “Riding Wings of Eternity”, Lione contou sobre seu primeiro encontro com o grande ator Christopher Lee, o eterno Drácula, que colaborou com o Rhapsody em algumas oportunidades, e dedicou a música ao falecido mestre do Horror.

A platéia já estava deslumbrada com o espetáculo e tudo estava em altíssimo nível, sendo a qualidade de som e luz, a execução perfeita das músicas e a excelente performance vocal de Lione. “Symphony of Enchanted lands”, a épica faixa de mais de treze minutos fecha a execução do álbum de mesmo título na íntegra, e então teremos mais músicas do Rhapsody, como  Knight Rider Of Doom”, do álbum “Power of The Dragonflame” de 2002.


Fabio Lione pede desculpas para a banda, orquestra e coral por estar se alongando demais nas conversas com o público, coisa que não incomoda nem um pouco, pois além de falante, ele se mostra muito bem humorado, quando conta como fez para se juntar ao Rhapsody em 1997, incluindo um caso romântico para poder ganhar vantagem para viajar para a Alemanha, arrancando gargalhadas da plateia. Ele agradece ao coral e à orquestra, mas diz que só vai agradecer a banda após eles executarem “Rain Of A Thousand Flames” que segundo ele é uma música muito veloz (214 bpms pelas palavras de Lione) e após a execução dessa, ele aplaude sua banda e diz que “sim, a banda também é foda” .

Chegando ao final, Lione conta que vai tocar uma música de uma banda, mas não é qualquer banda... é “A BANDA” e ele anuncia “We Are The Champions” do imortal Queen. Em “Holy Thunderforce”, Fabio desce do palco, e vai cantar no meio do público, e “Dawn Of Victory” fecha o setlist e termina este verdadeiro espetáculo épico, que sem dúvida não só atendeu, como superou as expectativas de um público ávido e formado por fãs que se deleitaram com uma performance excelente de Fabio Lione, orquestra, coral e banda. Uma noite que se tornou inesquecível para os admiradores do vocalista, do Rhapsody e de Power Metal. Agradecimento especial à Estética Torta pelo credenciamento e à toda equipe do Teatro da AMRIGS pela cordialidade.



QUEEN CELEBRATION - IN CONCERT - AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA - 10/05/2025 - PORTO ALEGRE/RS

 


QUEEN CELEBRATION 
IN CONCERT
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA
10/05/2025
PORTO ALEGRE/RS
Produção: Opinião Produtora

Texto: Sergiomar Menezes
Fotos: Tércia Falck

Queen Celebration emociona Porto Alegre com tributo impecável a Freddie Mercury

Pela sétima vez em solo gaúcho, a banda Queen Celebration - in Concert voltou a Porto Alegre e, mais uma vez, entregou um espetáculo à altura da grandeza da obra de Freddie Mercury e companhia. Em uma noite de pura nostalgia e emoção, o grupo mostrou por que é considerado um dos tributos mais respeitados da lendária banda britânica.

À frente do palco, o vocalista André Abreu brilhou com intensidade. Mais do que imitar, ele interpretou Mercury com propriedade, respeitando cada nuance vocal, cada gesto cênico e cada momento de silêncio como parte do espetáculo. Sua entrega foi comovente e, em vários momentos, arrancou aplausos espontâneos da plateia que lotou o teatro.

Abreu esteve acompanhado de uma banda afiadíssima, que demonstrou não apenas técnica, mas respeito e paixão pelo repertório do Queen. Em especial, o guitarrista Danilo Toledo se destacou com solos precisos e cheios de feeling, remetendo com maestria à sonoridade única de Brian May. Sua atuação foi um dos pontos altos da noite, com execuções potentes e sensíveis nos momentos mais emblemáticos das canções.

O repertório passeou por diversos momentos da carreira da banda, abrindo com "We Will Rock You", conforme o show "Queen Rock Montreal" e contou com clássicos emocionantes e arranjos fiéis. O público foi ao delírio com a poderosa “Under Pressure”, parceria icônica entre Queen e David Bowie, e vibrou com a beleza dramática de “It’s a Hard Life”, uma escolha menos óbvia, mas que mostrou a força vocal de Abreu e a competência musical da banda.


Outro momento de destaque foi a execução de “I Want to Break Free”, que trouxe leveza e interação com a plateia, seguida pelas duas versões de “We Will Rock You” — a tradicional, marcada pelas palmas e batidas de pé que incendiaram o público, e a versão mais pesada, já citada anteriormente, com banda completa, que elevou ainda mais a energia da apresentação.

O ápice emocional ficou reservado para a poderosa “The Show Must Go On”, interpretada com intensidade dramática e reverência. E a emoção continuou dando o ritmo durante a homenagem a Mercury com “These Are The Days of Our Lives”, um momento de introspecção e respeito que tocou profundamente os presentes, ainda que tenha ocorrido um recomeço devido à problemas técnicos.

Por fim, a icônica “Bohemian Rhapsody” foi executada com maestria, em uma interpretação bela e arrebatadora, onde vocais, instrumentos e efeitos se uniram para reviver um dos maiores clássicos do rock com dignidade e emoção. "We Are the Champions" encerrou a apresentação, e logo em seguida, a plateia, em pé, aplaudiu longamente, a banda, com a entrada de Abreu com a capa e a coroa, ao som de "God Save The Queen".



A Queen Celebration in Concert não é apenas um cover. É uma experiência viva da música e do legado de uma das maiores bandas de todos os tempos. E, em Porto Alegre, mais uma vez, o show foi muito mais que uma celebração: foi um tributo com alma, respeito e excelência.

terça-feira, 13 de maio de 2025

SAXON - HELL, FIRE AND STEEL TOUR 2025 - BAR OPINIÃO - 06/05/25 - PORTO ALEGRE/RS

 


SAXON
HELL, FIRE AND STEEL TOUR 2025

Abertura:
URDZA
BURNING WITCHES

Bar Opinião
06/05/2025
Porto Alegre/RS
Produção: Top Link & Opinião Produtora

Texto: Sergiomar Menezes
Fotos: José Henrique Godoy 

Pra começar esse texto, é necessário que eu escreva aqui que o SAXON proporcionou a este que vos escreve um dos melhores (senão o melhor) shows de Heavy Metal já assistidos por mim, fato este ocorrido em 2019. E, tenho a mais absoluta certeza, que muitos que estavam presentes naquele dia, concordam comigo. No entanto, parece que esses senhores que já se encontram na conhecida "terceira idade", não estavam satisfeitos com isso e decidiram proporcionar aos gaúchos presentes no Bar Opinião no dia 06 de maio de 2025, uma nova experiência, colocando o já citado show, em segundo lugar. Talvez pelo fato de estarmos há 6 anos sem assisti-los ao vivo, talvez por dessa vez o álbum "Wheels of Steel" (1980) ter sido executado na íntegra, ou talvez pelo simples fato do grupo ser um verdadeiro sinônimo do que é o HEAVY METAL A verdade é que quem esteve presente, viu mais uma vez a capacidade e paixão que estes cinco senhores tem por estarem no palco, por fazerem de cada show uma verdadeira celebração e entregar ao público a melhor música que este planeta já viu. E como se isso não fosse o suficiente, tivemos ainda a bela apresentação dos garotas da BURNING WITCHES, que apresentaram um show intenso e verdadeiro, abrilhantando ainda mais essa inesquecível noite.

A terça feira foi aguardada com ansiedade pelos gaúchos que compareceram em bom número ao Opinião. A casa não estava lotada, mas faltou pouco pra isso. A verdade que eu acabei sendo surpreendido, pois não imaginava que teríamos um público nessa quantidade, o que é mais que positivo, tendo em vista a crise que assola o país. Mas sabemos que os fãs de Heavy Metal são fiéis e sabem valorizar suas bandas do coração.

Exatamente ás 19h30, a banda URDZA subiu ao palco. Praticando um Heavy Metal tradicional, o grupo paulista composto por Heitor prado (vocal), Gustavo Corrêa (guitarra), Hugo do prado (guitarra), Cid Costa (baixo) e Dan Abreu (bateria) sofreu com problemas no som, principalmente na primeira música "Wrath of God", pois as guitarras estavam emboladas e o vocal um pouco mais baixo. O som melhorou a partir da segunda faixa, "Sign in Blood" mostrando que o grupo tem potencial e boas linhas de composição. Tendo como influências principais Iron Maiden e Judas Priest, o quinteto agrega mais peso nas guitarras e na meia hora de show a quem tinham espaço, trouxeram ainda "A War with Myself", faixa que dá título ao álbum de estreia da banda, lançado em 2024, bem como "Living in Fear", "Dawn Predator" e "Rising From the Fire". Souberam dar seu recado e deixaram uma boa impressão.


Após um rápido intervalo, iniciando seu show às 20h15, as belas e simpáticas integrantes da BURNING WITCHES entram em cena e nos proporcionaram um show intenso, mas que também teve problemas no som, principalmente no começo. A vocalista Laura Guldemond precisou em alguns momentos gritar para que sua voz saísse mais alta, enquanto as guitarras de Courtney Cox (ex-The Iron Maidens e substituta da guitarrista Larissa Ernst que se afastou dos shows e turnês por ter se tornado mãe recentemente) e Simone Van Straten soavam demasiadamente baixas e emboladas. Isso acabou prejudicando um pouco a abertura com "Unleash the Beast". Mas ainda assim, o grupo completado pela baixista Jeanine Grob e pela baterista Lala Frischknecht mostrou a que veio com uma performance empolgante e enérgica. Laura é uma excelente frontwoman, interagindo om o público diversas vezes e esbanjando simpatia. Na segunda música, "Dance with the Devil", o som melhorou um pouco e a qualidade da banda pôde ser melhor apreciada. 

O bom entrosamento entre Courtney e Simone é evidente, resgatando aquela aura das guitarras gêmeas em diversos momentos da apresentação, como ficou mais explícito em "The Dark Tower", faixa título do mais recente trabalho do grupo, lançado em 2023. Após a pesada "The Spell of the Skull", LAura fala com o público sobre a satisfação de estar tocando em Porto Alegre pela primeira vez e é saudada pelos presentes. Como o tempo da tempo era curto, já emendam com "Hexenhammer", que também dá nome ao segundo trabalho da banda, lançado em 2018. Cabe ressaltar que apesar de discretas, a baixista Romana e a baterista Lala (que diga-se de passagem, fica bem escondida atrás da bateria, pois sua estatura não é das maiores - o que não lhe impede de tocar com classe, maestria e peso) criam uma base bem sólida e pesada pra banda. O encerramento vem com "Burning Witches", com a qual elas se despedirem em grande estilo, agradecendo mais uma vez ao público e enquanto deixavam o palco, "Black Window" do mestre Alice Cooper soava pelos alto falantes...

Um belo show que nos preparou para o prato principal, deixando um gostinho de quero mais. E cabe dizer aqui que ao término do show do Saxon, todas elas estavam no estande de merchandising e atenderam a todos com simpatia e gentileza. 


                                                                                            (foto: Burning Witches)

A ansiedade de todos era tanta que a meia hora de intervalo entre os shows parecia uma eternidade. Mas como sempre, pontualmente às 21h30, o SAXON adentrava o palco para a alegria e emoção de todos os presentes. Prestes a completar 50 anos de carreira, o grupo formado por Biff Byford (vocal - 74 anos), Doug Scarrat (guitarra - 65 anos), Brian Tatler (guitarra, Diamond Head - 65 anos), Nibbs Carter (baixo - 58 anos anos) e Nigel Glockler (bateria - 72 anos)  adentram o palco ao som de "Hell, Fire and Damnation", faixa título do excelente álbum lançado pelo grupo em 2024. A comoção de todos era nítida, banda e público em sintonia, numa energia contagiante, Impossível ficar indiferente ao que se via no palco. Senhores que já podem usar o cartão de estacionamento privativo (exceto o baixista Nibbs Carter) colocando muita banda mais jovem no bolso. Mas o que esperar de um show que traz na sequência "Power and the Glory", um dos maiores hinos do Heavy Metal? Ainda mais se depois temos "Back to the Wall"? Resenhar um show do Saxon é fácil e difícil ao mesmo tempo pois se por vezes faltam palavras pra descrever o que se vê e ouve, por outras é preciso muito mais do que palavras para sintetizar o que acontece. "Madame Guillotine", mais uma faixa do novo álbum chega e nos traz um dos momentos mais pesados do show. Aliás, essa faixa é candidata a permanecer nos setlists da banda, hein?


Na sequência, uma trica de clássicos de tirar o fôlego: "Heavy Metal Thunder", "Dallas 1PM" e "Strong Arm of the Law". Simplesmente isso. Riffs eternos, bases magníficas e muito peso. Aliás, é preciso dizer algo que muitos talvez não concordem. Apesar de Paul Quinn ser muito importante, a entrada de Brian Tatler deu uma dose extra de vitalidade e peso ao som do Saxon, seja em estúdio, seja ao vivo, a verdade é que o guitarrista deixou Doug Scarrat mais à vontade no palco e isso foi benéfico ao grupo. A metálica, pesada e novata "1066", mais uma de "Hell, Fire and Damnation" veio mostrar que por mais que se diga que o metal está morrendo, bandas como o Saxon dão provas cada vez maiores que isso é pura balela. Pra encerrar a primeira parte do show, "The Eagle Has Landed" e toda sua classe vem pra preencher o Opinião de nostalgia.

Com divulgado, nessa turnê, a banda vem tocando o clássico "Wheels of Steel", que completa 45 anos em 2025, na íntegra e era chegado esse momento. Se o Início com "Motorcycle Man" fez muito marmanjo chorar, o que dizer de "747 (Strangers in the Night"? Precedida por "Stand Up e Be Counted", a faixa fez todos cantarem, tocar guitarra, bateria e se emocionar com uma das mais belas composições do Saxon! Este que vos escreve segurou a emoção o que pôde, mas na hora do solo... Mas não tinha muito tempo pra isso pois em seguida tivemos "Whells of Steel", uma faixa que não envelhece. Aliás, quem envelhece é a gente, o Heavy Metal não! "Freeway Mad", "See the Light Shining" (muito celebrada pelos fãs de longa data) e "Stret Fighting Gang" mostraram o porquê de amarmos tanto esse estilo. Faixas que não são as mais lembradas, mas despertam o mesmo sentimento são a prova de que o metal é mais que um estilo musical. A bela "Suzi Hold On" antecedeu "Machine Gun" e em seguida, a banda agradece o público e deixa o palco. Mas todos nós sabíamos qe o show não tinha acabado..


A banda volta para o Bis, mas antes de tocar a próxima faixa, Biff pega dois coletes que foram jogados no palco e veste um em Doug Scarrat e outro em si mesmo, tocando as quatro derradeiras faixas com esses coletes. è ou não uma prova de respeito aos fãs? Cabe lembrar que um desses coletes era do brother Renan Oliveira, e que no final, voltou autografado. Coisas que só um verdadeiro fã de Heavy Metal pode compreender...

"Crusader", "Denim and Leather", "And the Bands Played On" e "Princess of the Night". São músicas que, se não estiverem naquelas famosas playlists que todo headbanger faz, não é uma playlist digna de respeito. "Crusader", cantada por todos, o peso monumental de "Denim and Leather" (Brain Tatler fez uma baita diferença aqui), "And the Bands Played On" e o hino maior do grupo, a espetacular e maravilhosa "Princess of the Night", com a banda tocando como se o show estivesse apenas começando, encerraram a apresentação de uma das maiores bandas de todos os tempos. Não tem o reconhecimento da grande mídia? Deveria, mas os fãs sabem sua relevância pra história do estilo. Se em 2019 o SAXON lavou nossa alma. dessa vez ele veio pra buscá-la!



Muito obrigado à Opinião Produtora na figura do Paulo Finatto Júnior, pelo credenciamento e cordialidade no atendimento à imprensa.