A banda alemã EQUILIBRIUM chega ao seu quinto álbum de estúdio e completa agora em 2016, 15 anos de atividades. E se antes o grupo era classificado com folk metal com influências de metal sinfônico, hoje podemos dizer que essa mistura encontra-se mais equilibrada (com o perdão do trocadilho...). Acredito que uma forma mais correta de encaixar o grupo em um rótulo, por mais que isso não me agrade seria dizer que atualmente, o quinteto alemão pratica um folk/metal sinfônico com passagens que nos remetem ao black metal. Isso é o que encontramos em ARMAGEDDON que foi lançado por aqui na parceria Shinigami Records/Nuclear Blast.
Robert "Robse" Dahn (vocal), Rebe Berthiaume (guitarra, vocais, teclado), Dom R. Crey (guitarra), Jen Majura (baixo) e Tuval Rafaeli Hati (bateria) apresentam 11 faixas onde o peso acaba prevalecendo do forma que as passagens mais digamos assim alegre do folk metal vão ficando em segundo plano. Se isso é fruto das constantes trocas de formação, fica á critério dos fãs. Analisando a carreira do grupo, mais de uma dezena de músicos já passaram pela banda, sendo que apenas o guitarrista Rebe restou da formação original. O álbum foi gravado e mixado pelo próprio guitarrista, enquanto a masterização ficou sob o comando de Maor Appebaun, e é algo a se destacar, pois devido a riqueza de detalhes na sonoridade do grupo, a produção cristalina deixou tudo no seu lugar. A bonita capa e também toda a arte gráfica ficaram sob a responsabilidade de Skadi Rosehurst.
O trabalho inicia com Sehnsucht, uma introdução orquestrada que traz consigo um texto de Albert Einsten narrado por Marlin Winck. Na sequência, Erwachen, mais pesada e com as características que moldam o estilo adotado. Orquestrações grandiosas, arranjos bem elaborados e guitarras é frente. O que segue com a faixa seguinte. Katharsis possui um clima mais sombrio e intenso e traz teclados que contrastam de forma correta essa linha. O peso das guitarras vai de encontro ao lima mais "ameno" que é proporcionado pela melodia vinda dos teclados. Já Heimat, mostra que o folk metal ainda respira (e muito) nas composições do grupo. Mesmo adotando uma pegada mais pesada, o teclado cria um clima mais "festivo", mas sem esquecer do lado mais metal. Born To Be Epic acaba por ressaltar ainda mais isso pois a melodia do teclado aqui é viciante. Impossível ouvir essa faixa e não ficar com a melodia na cabeça!
Zum Horizont começa totalmente black metal, mas logo em seguida deixa a veia folk metal da banda bem nítida, sendo talvez, a faixa que mas nos remete ao estilo dentro desse trabalho. Rise Again que vem em seguida, também deixa o clima mais leve, trazendo toda a "alegria" e festividade que se tornaram as características mais marcantes e evidentes do folk metal. E isso acaba por se tornar bem interessante, pois podemos ver que o grupo apesar de mostrar um direcionamento um pouco diferente não esquece de suas raízes. As guitarras pesadas de Prey devolvem ao álbum um clima mais denso. Com uma pegada mais moderna, a faixa possui uma intensidade digna de nota, uma vez que a bateria faz aqui um grande trabalho. Helden, em seu início, me lembrou, mesmo que vagamente o Rammstein, mas depois ganhou vida própria e tem um refrão bem assimilável. Koyaaniskatsi é guiada pelos teclados e antecede Eternal Destination uma faixa mais arrastada quase Doom, com uma pegada mais próxima do death metal, mostrando que a versatilidade está entre as principais características da banda alemã.
Das onze faixas que compõem o trabalho, quatro são cantadas em inglês. Isso mostra que o grupo está em busca de expandir seus horizontes. E tendo em vista a boa qualidade apresentada em ARMAGEDDON, o grupo, além de manter sua boa base de fãs, pode sim, angariar novos com este trabalho. O EQUILIBRIUM mostra qualidade e capacidade de inovar sem perder suas características.
Sergiomar Menezes
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