terça-feira, 20 de dezembro de 2016

RUNNING WILD - RAPID FORAY (2016)



                    E o bom e velho RUNNING WILD chega ao seu 16° trabalho de estúdio. Formada em 1976 (um ano espetacular, diga-se de passagem... rsrsrs), a banda deu uma pausa nas atividades em 2009, mas logo em seguida, em 2011, o mestre Rock n' Rolf, também "conhecido" como Rolf Kasparek, resolveu retomar os trabalhos e colocar mais uma vez a nau pirata á serviço do que de melhor o heavy metal tem a oferecer. E após o bom "Resilient", lançado em 2013, a lenda do metal alemão nos apresenta RAPID FORAY, um trabalho mais consistente, com aquele jeito que apenas a banda sabe como fazer. E esse grande lançamento chega por aqui através da Shinigami Records, que presta, mais uma vez, um enorme serviço à nação headbanger tupiniquim.

                    Todos sabem que Rock n' Rolf é o líder, compositor e o "faz tudo" no grupo em estúdio. Mas ao vivo, a banda é composta hoje pelo próprio Rock n' Rolf (vocal e guitarra), Peter Jordan (guitarra e backing vocal), Ole Hemplemann (baixo e backing vocal) e Michael Wolpers (bateria). E segundo informações do belo encarte do trabalho (que vem em um formato digipack), também estiveram envolvidos na produção do trabalho (leia-se gravação). A produção ficou na mão do mestre Rock n' Rolf. E ninguém melhor do que ele sabe como a banda deve soar. ´RUNNING WILD soando como o "wild" RUNNING WILD! O que todo fã do grupo quer  e gosta de ouvir.

                   Black Skies, Red Flag já chega mostrando o poderio do grupo, que com quarenta anos de carreira, apresenta uma das discografias mais regulares da história do metal. Tirando uma ou outra "escorregada", o grupo sempre apresentou trabalhos de altíssimo nível. E a faixa em questão traz essa qualidade de forma ímpar. Desde as guitarras, que aos primeiros acorde já se percebe de quem se trata, ao andamento equilibrado, tudo soa perfeito. Warmongers vem na sequência e mantém a pegada típica do grupo, com um refrão daqueles que só quem tem experiência sabe como criar. Stick To Your Guns tem guitarras afiadas e um andamento mais cadenciado, onde podemos destacar uma certa aura hard (um dos estilos preferidos de Rolf), enquanto que a faixa-título tem uma veia mais power metal germânico. E com guitarras sincronizadas, outra marca característica da banda, além de backing vocals muito bem encaixados. By Th Blood In Your Heart é daqueles hinos pra cantar junto com a banda enquanto os solos fluem da nossa air guitar. É incrível a capacidade de Rolf para criar esses tipos de faixa e refrão. Impossível não se emocionar com uma composição desse nível. A instrumental The Depht of The Sea (Nautilus) tem uma melodia mais suave, se é que podemos dizer assim. Linhas mais trabalhadas em alguns momentos em um andamento mais cadenciado (que ganha velocidade e ritmo mais acelerado na sequência) e um solo inspirado completam a faixa.

                  Black Bart é pesada e mais uma vez, traz á tona a mística que envolve o nome do grupo. Guitarras fortes, refrão marcante, linhas de baio e bateria elaboradas e aquele ritmo cavalgado típico. Remetendo aos bons tempos do metal alemão. Hellectrified (nome muito bem sacado, por sinal), tem novamente uma cara mais hard, e me lembrou um pouco o que o grupo fez em álbuns como Victory (2000) e The Brotherhood (2002). O Heavy metal volta com tudo em Blood Moon Rising! Riffs diretos e o vocal característico de Rolf criam o clima perfeito para uma faixa cheia de referências ao passado da banda. E os backing vocals no refrão fizeram a diferença! Into The West segue com um ritmo marcado, onde baixo e bateria ganham destaque, não apenas pela base forte, mas por garantir um trabalho consistente, deixando que as guitarras novamente surjam intensas. E como não poderia deixar de ser, Lost Of The Mohicans é aquela faixa épica, que sempre encerra os trabalhos do grupo alemão. Poderosa, intensa e com variações bem trabalhadas durante sua execução, a longa faixa fecha o álbum de forma grandiosa.

                  Poucas, mas muito poucas bandas conseguem ser relevantes durante toda a sua carreira. Ainda mais se levarmos em conta, carreiras com quatro décadas de estrada. Mas o RUNNING WILD não apenas conseguiu isso, como nos leva a crer que ainda tem muito a oferecer. Prova incontestável disso é RAPID FORAY. Obrigatório. Como toda a discografia da banda.



                   


                     Sergiomar Menezes

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