Um thrash metal agressivo e calcado no que de melhor o estilo ofereceu durante os anos 80. Pode soar um tanto quanto simples classificar a sonoridade apresentada pelo grupo JAILOR de Curitiba (PR). Formada em 1998 a banda busca inspiração no que bandas como Destruction, Sodom e Kreator fizeram (e ainda fazem), mas apresenta também, influências do que bandas como o Slayer por exemplo. Dessa mistura de estilos, temos uma banda bastante intensa, com riffs certeiros e muita brutalidade. Ou seja, thrash metal como ele tem que ser! É isso que ouvimos em STATS OF TRAGEDY, segundo trabalho do grupo, lançado em 2015.
Flávio Wyrma (vocal), Alessandro Guima (guitarra/backing vocal), Daniel Hartkopf (guitarra), Emerson Niederaurer (baixo) e Jefferson Verdani (bateria) apresentam 9 faixas (sendo uma delas é uma pequena introdução) onde as guitarras ditam a ritmo, imprimindo muito peso ao trabalho. Baixo e bateria precisos e agressivos também ganham destaque pois criam bases rítmicas bastante intensas. O vocal, mais rasgado, traz as influências do thrash alemão de forma mais latente. O álbum foi gravado e mixado por Maiko Thomé Araújo e conseguiu passar a agressividade e violência do som do grupo mantendo o peso e sujeira que são característicos do estilo. Além disso, a capa é uma verdadeira obra de arte, muito bem elaborada e desenvolvida por Anderson L.A., retratando o conceito por trás do título.
G.O.D. é uma introdução, até certo ponto desesperadora, que antecede Human Unbeing, uma paulada com riffs ríspidos e bateria veloz e pesada. Sem se prender á rótulos ou limites a banda, mesmo tendo traços de suas influências, acaba criando sua identidade, pois imprime personalidade a cada nota da composição. Stats of Tragedy já começa com riffs insanos e metendo um chute na boca do estômago! A brutalidade e violência proporcionados pela dupla Emerson e Jefferson (baixo e bateria) encontram nas guitarras de Alessandro e Daniel um encaixe perfeito. Throne of Devil é mais variada, com mudanças de andamento, o que mostra a versatilidade do grupo na hora de compôr. Isso acaba por mostrar que o Jailor tem convicção do que quer, pois não segue a "cartilha", buscando sempre criar sua própria dinâmica. Merciless Punishment traz outro grande trabalho da cozinha, enquanto os riffs variam entre a agressividade e a melodia (dentro da proposta da banda, que fique claro).
E tome mais riffs old school em Jesus Crisis. Muito peso e brutalidade, mas com um nível de técnica acima da média garante bons momentos de headbanging, algo comum durante toda a execução do álbum. The Need Of Perpetual Conflict tem guitarras muito boas, principalmente em seu início, lembrando um pouco o Slayer. O baixo pesada e bem trabalhado de Emerson dá início á Ephemeral Property, que ganha intensidade e peso quando as guitarras despejam seus riffs brutais. O vocal aqui ganha contornos mais diretos o que dá um destaque à faixa. O encerramento vem com Six Six Sickness, uma faixa bem trabalhada, com variações de seu andamento e com guitarras mais sujas e intensas.
STATS OF TRAGEDY mostra uma banda com forte personalidade e muita disposição em praticar um thrash metal brutal, agressivo, pesado e sujo. Poucas bandas conseguem passar para a música a violência e brutalidade dos dias atuais com tanta precisão. E com toda a certeza, o JAILOR é uma delas!
Sergiomar Menezes
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