GUEPPARDO
POWER LINES
Classic metal Records
POWER LINES
Classic metal Records
Muitas bandas optam, no decorrer de sua carreira, por mudanças que nem sempre surtem os efeitos desejados. Outras, acabam fazendo essas mudanças por necessidade. Independente da situação, toda mudança acarreta uma expectativa, muitas vezes apreensão por parte dos fãs e até mesmo, podem decretar o encerramento das atividades de um grupo. A GUEPPARDO optou, desde seu último trabalho (I Am The Law - 2021), por cantar em inglês. E posso garantir que isso acrescentou e muito, ao mais que competente trabalho do hoje trio gaúcho. POWER LINES mostra um grupo maduro, entrosado mas, além de tudo, focado em fazer uma música de qualidade, bem gravada, produzida. Um álbum que tem seu lançamento nacional através da Classic Metal Records (uma especialista em colocar no mercado trabalhos de alto nível) e deve chegar às lojas logo em seguida!
A GUEPPARDO hoje é formada por Thiago Gutierres (vocal, teclado e baixo), Perÿ Rodriguez (guitarra, teclado e baixo) e Diego Pereira (bateria) - até o momento dessa resenha não havia informação sobre a entrada de um novo baixista -, e mostra nas 10 faixas que compõem o CD, um amadurecimento consistente, provando que uma banda pode evoluir sem perder sua essência. Gravado mais uma vez no estúdio Hurricane, POWER LINES foi produzido por Sebástian Carsin e por Perÿ Rodriguez, garantindo à banda a manutenção de suas características, ainda que um pouco mais pesada que o habitual. A capa é mais um belo trabalho do já renomado Jean Michel, que vem fazendo bonito dentro do cenário do metal nacional e internacional. Dito isso vamos ao que interessa!
"Dare to Live" abre o álbum com uma intro de bateria que antecede um belo hard/heavy, numa pegada próxima daquela clássica praticada nos anos 80. Mas, a banda soube incorporar suas características, trazendo um toque mais atual, deixando o terreno livre para Thiago mostrar a potência de sua voz. Os riffs de Perÿ mostram todas suas influências, principalmente nos solos, onde Malmsteen, Van Halen e Lynch à frente. A faixa título, veloz e instigante, vem para atropelar tudo à sua frente. Um típico Heavy/Speed repleto de intensidade, onde a cozinha dá seu recado de forma mais do que satisfatória, pois manter a pegada pesada em faixas que imprimem velocidade, nem sempre é uma tarefa das mais simples. O solo merece destaque, pois tem feeling e técnica na medida. Já "Sands of Destiny" tem a atmosfera oitentista em seu DNA, mas sem soar datada, o que faz uma baita diferença. E tome doses extras de metal tradicional em "In the Shadows of the Night", outro momento de destaque no trabalho. Com aquele andamento característico, a faixa possui um clima voltado á bandas como Dio, Accept e porque não dizer, Scorpions. Mais um solo matador!
"Interlude", como o próprio nome entrega, é um momento de introspecção dentro do trabalho, nos preparando para o peso de "Farewell". Que paulada, meus amigos! Heavy metal como ele tem que ser: pesado, conciso e enérgico! baixo e bateria alinhados, guitarras com riffs em profusão e um vocal que mantém a classe durante toda sua execução. Um dos grandes destaques do álbum! E tome mais peso na cadenciada "Blind Faith". deixando a velocidade de lado, a faixa tem teclados que se encaixam perfeitamente dentro da proposta, dando à ela um tom de classe bem característico. Além disso, Thiago tem aqui um de seus melhores momentos no álbum, pois seu timbre parece ganhar mais intensidade em faixas nesse tipo de andamento. Na sequência, "Invisible Chains" resgata o clima Hard/Heavy, com um ótimo trabalho de guitarra, da mesma forma que "Another Rebel Down", essa deixando fluir o lado mais Heavy Metal do grupo. "Under the Curtain" fecha o álbum num clima mais Hard, dotado de passagens pesadas.
POWER LINES é um trabalho muito bem pensado e executado. A GUEPPARDO soube se reinventar e mostrar personalidade, apesar das mudanças ocorridas. É o melhor álbum do grupo? Acho um tanto quanto cedo para dizer. Mas, como seus trabalhos são nivelados por cima, posso afirmar que está em par de igualdade aos mais recentes, principalmente pela qualidade das composições e gravação. Que o grupo siga alçando vôos cada vez mais altos e alcance seus objetivos, pois merecem!
Sergiomar Menezes