terça-feira, 1 de agosto de 2023

CAVALERA - BESTIAL DEVASTATION (RE-RECORDED 2023)

 

CAVALERA
BESTIAL DEVASTATION (RE-RECORDED 2023)
Nuclear Blast - Importado

Antes de mais nada, é preciso deixar registrado aqui: eu, Sergiomar Menezes, sou viúva dos Cavalera. O que não é novidade pra ninguém. Sendo mais preciso, acredito que desde a saída de Max do Sepultura, a banda andou perdida vindo a se encontrar novamente mais recentemente. Mas isso não importa. Porque Max e Iggor decidiram (e o motivo aqui pouco importa) regravar os dois primeiros trabalhos da banda, "Bestial Devastation", EP lançado pelo Sepultura originalmente em 1985 num split com o Overdose, e "Morbid Visions", primeiro full lenght do grupo, lançado em 1986, ambos pela Cogumelo. Dessa vez, os irmão deram o "sugestivo" nome de CAVALERA ao "grupo" e lançaram os trabalhos via Nuclear Blast, e que infelizmente, não tem previsão de lançamento no Brasil. Mas recebemos da própria gravadora o material para resenha e a mim coube analisar BESTIAL DEVASTATION. E é sobre isso que falaremos a seguir.

E falar sobre esse EP é fácil e difícil ao mesmo tempo. Fácil porque se trata de um dos pilares da história do metal extremo nacional (e porque não dizer, mundial) e que serviu de base para tudo que o Sepultura veio a se tornar tempos depois. Difícil porque estamos falando da regravação de um trabalho clássico, que para muitos fãs, são "imexíveis", não devem ser tocados, ficando apenas com o toque mágico do tempo. Mas, sinceramente, quem de nós não gostaria de ouvir esses dois álbuns com uma qualidade de gravação melhor? com uma produção mais trabalhada? Se você faz parte da turma que não gostaria, por favor, pode parar de ler a resenha aqui. Porque o que temos nas seis faixas que compõem o EP (sim, seis faixas pois temos uma música inédita) são as mesmas faixas gravadas em 1985, mas com uma ótima produção, melhor tocadas e me arrisco a dizer, com mais raiva do que antes. Vou lembrar novamente, aqui falarei apenas sobre o trabalho em si, deixando de lado os motivos ou qualquer outro assunto que possa envolver a "família Sepultura"

Se em 1985 "The Curse" já causava impacto, podemos dizer que nos dias de hoje, a famosa introdução se mantém intacta, forte e maligna, nos preparando para "Bestial Devastation". Impressiona a brutalidade que a faixa emana, passados quase 40 anos de seu lançamento. Me pergunto se a dupla quis provar ao mundo o poderio destas composições nos dias de hoje, vez que o Sepultura atual renega seu passado, limando dos seus sets faixas presentes nestes trabalhos. "Antichrist", na sequência, primeira faixa composta pelo grupo, recebeu uma dose extra de agressividade. Uma pena que no release não tenha nenhuma informação sobre quem gravou os demais instrumentos, pois as guitarras aqui despejam uma fúria incrível (se eu não soubesse que Jairo Guedz não participou, diria que ele está presente aqui). Então, a preferida deste que vos escreve, "Necromancer" chega para colocar tudo abaixo! Que música, meus amigos. Que MÚSICA! não tenho dúvidas que um show com esses dois álbuns será um dos acontecimentos mais esperados pelos fãs de metal ao redor do mundo. A destruição que Iggor imprime em seu kit é algo surreal. Impossível ficar indiferente a tamanha capacidade de violência e agressividade. "Warriors of Death" mais um momento de sujeira, peso e velocidade. Ainda que a produção tenha sido um milhão de vezes melhor, soube manter aquela aura dos anos 80, numa atmosfera totalmente crua e underground.

E pra fechar de forma ainda mais brutal, "Sexta Feira 13", faixa inédita, resgata aqueles dias de underground do grupo, onde as letras em português eram a regra, ainda que num lirismo até mesmo pobre. Essa música merecia ver a luz do dia, tamanha capacidade de mosh pit que ela contém. Isso aqui num show tem a potencialidade d e causar perda total no local. Duvida? Escute isso com o fone no volume dez, mas certifique-se que não há ninguém por perto. O risco de uma agressão física é inevitável...

Sem muito mais a dizer: BESTIAL DEVASTATION, regravado pelos CAVALERA, não substituiu o trabalho lançado pelo Sepultura em 1985. Até mesmo, porque Max e Iggor estavam lá. Mas que dá pra colocar ele do lado, sem nenhum tipo de constrangimento... pode ter certeza que dá!

Sergiomar Menezes



Nenhum comentário:

Postar um comentário