BLAZE BAYLEY
DAMAGED STRANGE DIFFERENT AND LIVE
Blaze Bayley Recordings - Importado
DAMAGED STRANGE DIFFERENT AND LIVE
Blaze Bayley Recordings - Importado
Uma nova etapa para o velho coração! Uma vez forjado no aço, o metal sempre estará presente nas entranhas criativas que exalam do artista. Assim é Blaze Bayley. Estranhamente estigmatizado com a marca da velha besta. Ter sido parte do Iron Maiden por alguns anos, talvez tenha sido o fato mais marcante na existência do Blaze. Mas também, para alguns, foi a pior coisa que já lhe aconteceu. O fato é, o homem esteve a frente do Iron por alguns anos e isso marcou eternamente sua existência. A prova está presente quando esse fato, todos lembram, mas somente alguns falam da Wolfsbane (atual), e raramente se comenta John Steel ou Trinity (também ex-bandas). É bem realidade que o Blaze deva se orgulhar muito deste acontecido, e com gosto. Naturalmente essa deva ser a razão que justifica a presença de quatro músicas, de sua era no Iron Maiden, em seu atual disco ao vivo.
No auge dos seus 60 anos de idade, o senhor Bayley Alexander Cooke, Blaze Bayley para o mundo, exibe poder e energia viajando pelos continentes em turnê, divulgando seu trabalho mais recente, War Within Me de 2021. E revisitando alguns clássicos da dama de ferro que lhe couberam a honra. Completamente seguro do seu produto, o artista nos presentou com um disco ao vivo resultante dessa turnê. Jamais negligencie a força de um velho escudeiro do heavy metal ainda na ativa!
Para essa incursão ilíadica, Blaze esteve muito bem acompanhado de músicos renomados, a exemplo dos irmãos Appleton: Cris e Luke nas guitarras. Karl Shaby empunhou o baixo e Martin McNee segurou o tranco nas baquetas. Infalivelmente temos uma abertura poderosa e rápida com a música que nomeia o War Within Me. Peso e precisão cravejam a moldura do cartão de visita do álbum ao vivo. Aliás, vale a menção de que War Within Me, lançado ao mundo em 2021, pegou o público atônito em uma fuga de si, após a queda da cortina do encarceramento covidiano. Então tem-se a impressão de que, talvez um dos melhores trabalhos da carreira do Blaze Bayley, tenha sido descuidado com desgostosa precisão. E os elementos que conduzem a opinião sobre o disco de 2021, estão presentes nessa música de abertura do ao vivo. Riffs precisos e característicos ao estilo, refrão forte, base contagiante e solo magistral. "War Within Me", abre o Damaged, Strange, Different and Live (2023) com ganas de quem anda com a faca entre os dentes e dorme abraçado à uma ogiva nuclear armada! "Pull Youself Up" é exatamente um vocativo metálico para a comemoração. E quem escutar o play, vai saber que a galera presente nos shows durante a gravação do disco, entendeu o chamado. Outra mega sonzera presente do War Within Me (2021), com estrutura pesada, compassada e cheia de energia. Fez uma bela guarnição e mereceu a posição de ser a segunda música do ao vivo. O disco discorre com mais três sons do play mais recente do Blaze: “Warrior”, “The Power of Nikola Tesla” e “18 Flights”.
Feita essa figuração do disco mais recente, a bolachinha ao vivo faz o resgate histórico e parte para velhas conhecidas, que musicaram os dois discos que o Blaze vocalizou para o Iron Maiden, X-FACTOR e VIRTUAL XI. “Lord of The Flies”, filosófica, carismática e cheia de saudades, mas também rica em melodias. “Judgement of Heaven”, que conforme a intro do próprio Blaze, que diz que adora tocar esse som. Se ele gosta, quem somos nós para desdizê-lo? E na sequência vem a progressiva “Fortunes of war” com seus mais de seis minutos e suas guitarras Iron Maideanas. Pra encerrar, a única escolha do Virtual XI, “Como Estais Amigo”. O encerramento do disco pode trazer duas leituras muito distintas. O disco que inicia forte, pegado e mostrando muita energia tira o pé nas últimas músicas. Ou é um “gran finale” apoteótico cheio de melodias harmoniosas ou é um balde de água fria. Infelizmente, eu me senti abraçado pela segunda opção. Mas claro, isso não diminui em nada a grandiosidade da obra, apesar de pensar que o Virtual XI merecia ter sido melhor representado. Tenho impressão de que a “Como Estais Amigo” está longe de ser a melhor faixa desse disco.
Danificado? Não pareceu, nem um pouco. Estranho? Muito menos. Diferente? Nunca é igual. E vivo? Sim, completamente vivo. E desejamos que continue assim por muitos anos. Enfim, entre presente, passado e futuro, Blaze Bayley nos entrega de bandeja mais de quarenta e três minutos de uma verdadeira festa ao heavy metal, esse é o ponto central. No saldo geral, Rebel Rock aprova com louvor o Damaged, Strange, Different and Live 2023 e indica que seja consumido sem moderação!
Uillian Vargas
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