segunda-feira, 7 de agosto de 2023

U.D.O. - TOUCHDOWN (2023)

 

U.D.O.
TOUCHDOWN
Atomic Fire Records - Importado

Após a chegada do lendário baixista Peter Baltes na banda U.D.O, criou-se uma grande expectativa acerca de um novo trabalho do grupo. Em 2023 é lançado o “Touchdown”, 18º álbum de estúdio da carreira solo do vocalista Udo Dirkschneider. O disco possui mesma formação da turnê do ano passado que os trouxe aqui para o Brasil. Sven Dirkschneider na bateria, Andrey Smirnov e Dee Dammers nas guitarras, Peter Baltes no baixo e Udo no vocal.

Touchdown” é um álbum de heavy metal tradicional com influência de hard rock em algumas faixas. O álbum possui 13 músicas. A primeira consideração que eu tenho a fazer é que ele está bem produzido e muito bem tocado. Um dos pontos altos é a excelente performance do Sven na bateria, que pode ser notada em faixas como a abertura “Isolation Man” e na “Touchdown”. É o seu terceiro trabalho no U.D.O, após os excelentes Steelfactory e Game Over. A sonoridade do álbum não foge nada daquilo que estamos acostumados com a carreira solo do Udo. Músicas rápidas, refrãos marcantes e ricos em coros, vocal bem rasgado, agudo e único e algumas músicas bem melódicas. E, claro, muita influência de sua antiga banda Accept. Este trabalho possui refrãos muito parecidos entre si, com coros cantando-os de maneira bem melódica e, muitas vezes, alegres. Pode parecer um pouco repetitivo, mas cada um tem sua qualidade.

“Isolation Man” abre o disco com bastante peso. Logo no início já ouvimos os bumbos da excelente bateria do Sven seguido por um riff bem tradicional. O refrão me lembra um pouco o Accept atual. Em seguida temos “The Flood”, uma faixa levemente mais arrastada que a anterior, mas com muito peso. Não se destaca no disco. “The Double Dealer’s Club” se destaca pelo seu belo refrão. A quarta faixa, “Fight For the Right” é totalmente inspirada no Accept. Um riff bem simples, porém muito bom. Seu refrão é forte, cheio de backing vocals que repetem o título da música. Assim como em vários clássicos do Accept, o solo desta música apresenta uma peça erudita. A obra da vez foi do gênio (o qual sou muito fã) Wolfgang Amadeus Mozart, com a clássica “Rondo Alla Turca”. Acredito que muitos possam não apreciar a inserção dessa melodia ao solo, porém eu achei maravilhosa e, à primeira audição, surpreendente. Excelente faixa.

“Forever Free” foi o primeiro single lançado. Uma boa música que possui muitos elementos de hard rock, destacando seu refrão “emocionante”. “Punchline” é um dos destaques do álbum. Uma música mais arrastada com um riff inicial do mesmo nível. O Udo nesta faixa dá uma contida no vocal, usando-o um pouco mais grave. Seu refrão é belíssimo, seguido por um coro melódico que o completa. Há também um bom solo. “Sad Man’s Show” volta ao Udo mais energético. Outra música que vejo como herança de sua antiga banda. Destaco o refrão e o solo. “The Betrayer” é uma faixa muito pesada e “malvadona”. O início tem um riff rápido acompanhado pela bateria (me relembrando algo do Death Row). Aqui o Udo alterna sua voz de um pouco grave para aguda e rasgada. A primeira parte do refrão é maravilhosa sendo bastante corrida, com um excelente trabalho de guitarra ao fundo de sua voz. Bem diferente das outras faixas do álbum. Outro destaque do disco.

“Heroes Of Freedom” regressa ao refrão clichê, mas desta vez me lembrando algo do Rhapsody de Fabio Lione. Isso não é demérito, visto que ao meu gosto são todos excelentes. Outra música em que destaco o solo. “Better Start To Run” é outra faixa em evidência no disco. Aqui eu destaco tudo. Riff belíssimo voltado ao hard rock (que volta a ser tocado no meio da música), verso bem agradável de se ouvir. O refrão, mesmo seguindo a linha dos outros, é excelente. As frases cantadas logo após ele dão uma emoção maior à música. Os trabalhos de guitarra e bateria aqui estão impecáveis, além de, claro, o baixo. “The Battle Understood” já começa com o refrão sendo cantado e só depois vem o riff. Da mesma forma a música se encerra com o refrão. Boa faixa que segue a linha da faixa anterior. “Living Hell” possui um riff pesado, uma versão mais arrastada de “The Betrayer”. Talvez a sua ordem no disco não seja a melhor por ser um pouco menos alegre que as anteriores e a seguinte. Mas isso acaba sendo irrelevante. A faixa é ótima e tem um dos melhores solos do disco.

O segundo single lançado é a música de encerramento do álbum. A faixa título “Touchdown” é a melhor do disco. Para mim já nasceu como clássico do U.D.O. Uma música altamente alegre, com todos os elementos se destacando: a bateria, guitarras e refrão. Aqui podemos dizer que o início lembra um pouco thrash metal, o solo remete a power metal e o refrão bem hard rock. Tudo combinado de uma maneira incrível e harmônica. Tem tudo para entrar no repertório da banda para o público cantar “touchdown” junto ao Udo. Vale destacar os sons de cordas (violinos) durante o excelente solo. Como eu havia dito antes, para mim é a melhor faixa do disco.

“Touchdown” é um excelente álbum de heavy metal, superando seu antecessor “Game Over” e ficando no mesmo nível do “Steelfactory”. Boa estreia do Peter Baltes na banda. Minhas faixas de destaques são: "Punchline", "The Betrayer", "Better Start to Run" e 'Touchdown'.

Thiago Rodrigues




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