SIEGRID INGRID
BACK FROM HELL (2023)
Rock Brigade Records/ Cogumelo Records/ Tumba Records/BC Noise Records/ Undergrind Recs/ Two Beers/ FuckitAll Records/ Lokaos/ Tu. Pank Records/ Cianeto Discos
BACK FROM HELL (2023)
Rock Brigade Records/ Cogumelo Records/ Tumba Records/BC Noise Records/ Undergrind Recs/ Two Beers/ FuckitAll Records/ Lokaos/ Tu. Pank Records/ Cianeto Discos
Existem bandas que possuem uma grande relevância dentro do underground nacional. Seja pela sua qualidade musical, seja pela sua batalha dentro de um cenário na maioria das vezes hostil, seja por manter sua integridade ao longo dos anos. E o grupo paulista SIEGRID INGRID se encaixa perfeitamente nestes quesitos. Na luta desde 1989, o hoje quinteto chega ao seu terceiro full lenght (o grupo possui vários EPs, participações em coletâneas, entre outros lançamentos) e, como o próprio nome entrega, faz uma "volta do inferno", mostrando que a energia e agressividade da banda continua intacta. "BACK FROM HELL" nos apresenta dez faixas (sendo uma intro) onde podemos ouvir um grupo coeso, entrosado mas, acima de tudo, dedicado em fazer o seu melhor!
M. Punk (vocal), André Gubber (guitarra), L. Morales "Borô" (guitarra), Luiz Berenguer (baixo) e Herbert Loureiro (bateria) integram essa verdadeira lenda do underground brasileiro. M.Punk, figura emblemática da cena, é um sobrevivente e ícone, e mostra aqui que aquela ira e indignação dos primeiros anos continua a mesma. O trabalho conta ainda com algumas participações especiais como Rohh Krammer (Nephall), Henrique Fogaça (Oitão) e Mayara Puertas (Torture Squad). Depois de 24 anos, o grupo vol,tou ao estúdio sob a produção de Michel Oliveira, no Sputnik Studio, sendo q e os vocais foram gravados no Dual Noise Studio. A capa é obra do baterista Hebert Loureiro e teve seu complemento e lay out criados pelo experiente Wanderley Perna (Genocídio). Trazendo a sua já característica sonoridade, aliando de forma inteligente o Thrash, o Death, o Hardcore e o Grindcore, o quinteto traz um álbum maduro, brutal e agressivo!
A intro "Back From Hell", nos prepara para "Nojo", faixa que já havia sido disponibilizada anteriormente. Um verdadeiro tapa na cara de uma sociedade hipócrita, a letra aborda a romantização da humanidade em tempos difíceis, o que se mostrou uma verdadeira bobagem durante a pandemia. Uma mistura entre o Thrash e o Hardcore, numa sucessão de riffs viscerais e técnica, criaram uma das melhores faixas do trabalho. Na sequência, "In Search of Light", um petardo thrash, com guitarras que lembram bastante o Slayer em seu início, a faixa apresenta um andamento quase hipnótico, frenético, numa pegada bem típica, mostrando que o grupo não está pra brincadeira... Já "Drásticas Consequências" é aquele hardcore veloz, invasivo e repleto de fúria, com um pé no grindcore, uma praia que é sempre bem explorada pela banda. "Never Again", na opinião deste que vos escreve, a melhor faixa do álbum, também havia sido disponibilizada antes, traz o primeiro convidado: Rohh Krammer nos vocais. Que dueto foda entre M. Punk e Rohh! Além disso, as guitarras aqui ganham destaque por sua rispidez, ainda que mantenha a técnica em evidência. Um petardo, no sentido literal da palavra!
O "chef" Henrique Fogaça traz sua participação na poderosa "Fuck! I Hate You", outra pedrada na mente! O Siegrid Ingrid consegue manter toda sua raiva e agressividade intactas, abusando da velocidade, num excelente crossover entre o metal e o hardcore. É chegada a vez de Mayara Puertas mostrar sua brutalidade vocal em " Dead Inside", outro grande destaque do trabalho. Com passagens mais "groovadas", a composição revela uma faceta mais atual do grupo, trazendo à tona, a versatilidade do quinteto, que não prende aos limites impostos por nenhum estilo. E se falamos em velocidade e Hardcore, "Templo de los Vermes" mantém a adrenalina lá em cima, sem chance de respirar! É porrada em cima de porrada! "The Visionary" e "Suffocated" encerram o álbum de forma agressiva, sem nenhum tipo de concessão, mostrando e evidenciando ainda mais o poder de fogo da banda!
BACK FROM HELL é mais do que um álbum. É a redenção de uma banda que ressurge de forma vitoriosa, ainda que não precisasse provar nada a ninguém. Músicas fortes, poderosas e extremamente bem trabalhadas só fazem mostras que o SIEGRID INGRID não pode ficar mais tanto tempo sem gravar. O Metal nacional precisa (e como) de bandas assim!
Sergiomar Menezes
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