MACHINE HEAD
Abertura: PROJECT 46
Local: Tokio Marine Hall - São Paulo/SP
29/10/2023
Produção: HonorSounds
Abertura: PROJECT 46
Local: Tokio Marine Hall - São Paulo/SP
29/10/2023
Produção: HonorSounds
Texto: Mauro Antunes
Fotos: André Tedim (Metal na Lata/André Tedim Photography)
Fotos: André Tedim (Metal na Lata/André Tedim Photography)
Nem sempre o domingo em São Paulo é para descanso após semana cheia. O Tokio Marine Hall não é uma casa propriamente bem localizada, para quem não mora na Zona Sul (este é o meu caso) a opção foi pegar um trem que felizmente possui uma estação a poucos metros da casa, já que como em todos os lugares, o preço do estacionamento é exorbitante e deixar o carro nas ruas não é propriamente, digamos, seguro! A chuva estava fina, porém intermitente o que atrapalhou um pouco a concentração dos fãs que se amontoavam nas barraquinhas de lanches e bebidas em frente à casa desde as primeiras horas do período vespertino daquela data.
Infelizmente como chegamos em cima da hora, deu pra conferir muito pouco do show do Project 46, banda paulistana que foi incumbida da abertura dos trabalhos de palco. Para a banda, poder se apresentar em um local com essas dimensões e com este público deve ser uma experiência fascinante. Com um som potente, moderno e revigorante e com uma “parafernália” de equipamentos de primeira linha, não tem como errar que o show do Project 46 foi perfeito para abrir a noite.
Enquanto esperávamos pelo show do Machine Head, a casa foi enchendo de forma que até me surpreendeu. Quando entramos, a fila estava pequena; com a chuva, o pessoal acabou deixando pra chegar em cima da hora e logo entrar na casa e pouco antes das 21hs, começou o show.
“Imperium” é a escolhida para abrir o set, faixa que ao longo da discografia da banda liderada por Rob Flynn, foi a que inseriu o Machine Head de volta às suas origens, já que é a faixa de abertura de “Through the Ashes od Empres” (2003), disco que é quase que o “Brave New World” deles, que os trouxe de volta ao Thrash Metal que os consagraram. “Ten Ton Hammer” é um clássico dos anos 90 (talvez o maior deles!), sucedida pela rápida “Choke on the Ashes of Your Hate” e que ao vivo foi capaz de mostrar o poderio de Flynn e os novos integrantes Wacław Kiełtyka (guitarra) e Matt Alston (bateria), este último uma máquina humana que mais parecia um polvo com 8 braços ou mais. Que performance!
“Now We Die” foi por mim uma das mais celebradas já que possuo uma ligação afetiva muito grande com o álbum “Bloodstone & Diamonds” (2014). Pulei e gritei nessa como um garoto de 18 anos. Quatro músicas e já estava exausto, mas sabia que muito mais ainda estava por vir.
O setlist seguiu e não pude deixar de perceber a variedade das escolhas e deu pra perceber que a apresentação não era propriamente uma divulgação do mais recente trabalho, “Øf KingdØm and CrØw” (2022), mas Flynn e cia. queriam marcar profundamente os corações dos headbangers que àquela altura lotavam o Tokio Marine Hall. Em certo momento, Flynn deu 4 opções para ao público para que escolhessem qual executar. Vejam as opções: “Seasons in the Abyss”, “Whiplash” e “Hallowed Be Thy Name” (essas aqui vou me furtar a dizer a quais bandas pertencem porque se você está lendo essa resenha, sabe e conhece muito bem esses hinos do metal); ah, e teve também “All the Small Things” do mais do que improvável Blink 182 (inclusive chegaram a tocar esta por alguns segundos e pasmem, ficou até bem legal!). A escolhida foi “Seasons in the Abyss” e vê-los tocando esta que é uma das mais técnicas que o Slayer já gravou ficou surreal. Pronto, ganhamos a noite mas a pancadaria estava longe de acabar.
Para minha surpresa até “Bulldozer” do disco não muito querido, “Supercharger” (2001) se fez presente em nossos ouvidos, com sua pegada a la Slipknot. Não posso negar: achei sensacional!
Quando estávamos por volta das 23:30hs e “Davidian” começou, vibrei mais uma vez como um garoto e decidi curtir aquele som como se não houvesse amanhã e não estava mais aguentando, afinal são 50 anos nas costas, mas para minha surpresa ainda teve outro hino “Halo” que me pareceu ter 714 minutos de duração já que estava completamente exausto.
Quando você é fã e conhece/tem tudo em material físico de uma banda com uma longeva discografia como aqui é o caso, você pensa nas faixas que gostaria de ter ouvido e claro, não ficarei no muro e incluo aqui hinos supremos como “Clenching the Fists of Dissent” e “Slaughter the Martyr”, estas duas talvez por terem mais de 10 minutos de duração, ou então “I Am in Hell”, Killers & Kings” ou então a polêmica “Bastards” (ah, essa eu queria de verdade!”), foi perceptível que o setlist passou por todos os trabalhos de Flynn e cia., até “Is There Anybody Out There?” que é apenas um single digital deu as caras no show. Surpreendente e incrível!
Esta foi a terceira passagem da banda por São Paulo e minha segunda presença, já que também estive em 2015 no Via Marquês. Incrível como o tempo parece não passar para algumas bandas, e para o Machine Head, isso é mais do que evidente., afinal Rob Flynn possui 56 anos de idade e fôlego de garoto. Quase 3 horas de duração, 20 músicas, a maioria delas de longa duração, não houve quem saísse triste ou decepcionado. Show grande, casa idem, banda idem, show longo, dá pra querer mais o quê? Quem foi curtir demais, quem não foi, perdeu..
.
Em tempo, obrigado a MM Assessoria de Imprensa e Honorsounds pela parceria e credenciamento, respeito e confiança em nosso trabalho, e também ao Johnny Z. e André Tedim (METAL NA LATA) pelas fotos! In Union We Stand!
Nenhum comentário:
Postar um comentário