GO AHEAD AND DIE
UNHEALTY MECHANISMS
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional
UNHEALTY MECHANISMS
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional
Quando falamos de Max Cavalera, ainda que muitos neguem, estamos falando de um dos maiores nomes do metal mundial. Para quem lê o Rebel Rock, ou nos segue no Instagram (aliás, fica a dica: nos sigam no https://www.instagram.com/rebelrockrs/ lá e nos dê aquela força), sabe que, para este que vos fala, não existe Sepultura sem Max. Respeito que o grupo tenha tentado se manter na ativa durante quase trinta anos, mas NENHUM álbum teve o impacto ou força necessários para ser chamado de clássico. Podem me xingar, discordar, mas a verdade é essa. Mas não foi apenas no já agonizante grupo brasileiro que Massimiliano Antônio Cavalera fez história. Nailbomb, Soulfly, Cavalera Conspiracy, Killer be Killed... Todas bandas que tiveram (e ainda têm) relevância no cenário. E a mais recente empreitada de Max, criada em 2020, ao lado de seu filho Igor Amadeus vem para corroborar isso. o GO AHEAD AND DIE é um tributo ao metal sujo, pesado e agressivo, com uma veia oitentista forte, mas que sabe ser atual como poucas bandas conseguem ser hoje em dia. E o melhor de tudo é que o segundo álbum do grupo, o excelente UNHEALTY MECHANISMS foi lançado no Brasil pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast.
Ao lado de Max (vocal/guitarra) e Igor Amadeus (vocal/guitarra/baixo) está o baterista Johnny Vales (Goreshack, Healing Magic). E este trio nos entrega um álbum repleto de guitarras agressivas, baterias insanas e muita raiva despejada pelos vocais, ora de Max, ora de Igor, que também produziu o álbum. E não é que filho de peixe, peixinho é? Mesmo sendo um álbum brutal, a produção está excelente, com os instrumentos perfeitos, sendo que em alguns momentos, podemos perceber um certo "abafamento" em algumas linhas, algo bem típico do death metal dos final dos anos 80/ início dos 90. Se a capa já nos remete a algo nessa linha, a sonoridade, como já citado, nos deixa mergulhado num mundo de riffs, andamentos e vocais que trazem à tona o metal sombrio e violento de outrora.
E por falar em brutalidade, "Desert Carnage" abre o álbum de forma intensa, onde de cara já percebemos que o baterista Johnny Valles caiu como um luva no grupo, mostrando que não veio pra brincadeiras, uma vez que despeja blast beats como se fossem panfletos na rua. Já as guitarras, são aquele primor de agressividade e peso, cortesia de Max, que sabe como poucos compôr músicas extremas sem se tornar repetitivo. Os vocais são diretos, mas rasgados e guturais, trazendo um clima sombrio em alguns momentos. Diria até que angustiantes, de certa forma. Da mesma forma, "Split Scalp" mantém essa atmosfera, mas com uma variação maior, introduzindo até mesmo uma pegada mais voltada pro lado industrial, mas sem exageros ou barulhinhos desconexos. Um verdadeiro chute na boca do estômago! Já "Tumors" nos traz aquele bom e velho thrash metal, algo tipicamente Max", onde as linhas mais cadenciadas e pesadas ditam o ritmo de forma densa e carregadas. Aquela palhetada old school, dotada de fúria e intensidade, revive os velhos tempos do bom e velho Max "Possessed". Uma mistura interessante de Sepultura e Nailbomb surge em "Drug-O-Cop", enquanto que a porradaria extrema volta a correr solta em "No Easy Way Out".
"M.D.A. (Most Dangerous Animal)" continua a saga de ódio e brutalidade do play, com uma performance insana de Johnny Valles, que como citado anteriormente, se revela uma escolhida certeira para quebrar tudo em seu kit. E impressiona como Max tem a manha de sempre se cercar de músicos de gabarito, independe da banda em que esteja. O que dizer de "Chasm"? Não há pausa para o sossego durante a audição desse trabalho e fico imaginando o caos que deve se instalar durante as apresentações do trio. Lembro que quando tive a oportunidade de entrevistar Max junto aos amigos do Heavy Culture, perguntei a ele como funcionava o processo de composição com Igor, seu irmão, e sua resposta foi direta: a gente senta e começa a tocar, nada é programado. Se funcionar assim com o G.A.A.D., tem alguma coisa na água que os Cavalera bebem! No entanto, "Cyber Slavery", traz uma aura punk/HC, algo bem recorrente na bagagem musical de Max, desde os áureos tempos do Sepultura. "Blast Zone" e a faixa título fecham o álbum, sem tirara o pé do acelerador, em dois momentos intensos e brutais, com o último mostrando como death metal deve soar: cru e direto!
Sem muito mais o que falar, apenas dizer que apesar da resenha tardia, UNHEALTY MECHANISMS entrou na minha lista de melhores álbuns de 2023. Não é preciso nenhum esforço para ouvir o trabalho e constatar que a presença na lista é mais que merecida. Max continua sendo uma das cabeças mais geniais do metal mundial e agora, ao lado de seu filho Igor Amadeus, faz do GO AHEAD AND DIE, um novo capítulo em sua carreira vitoriosa! Obrigatório!
Sergiomar Menezes
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