A história inicial do Megadeth todos sabem de cor e salteado. Dave Mustaine mostrou que viveria muito bem sem os seus companheiros de Metallica. Criou um plano para dominar o mundo e está nele até hoje. O Megadeth é uma das maiores bandas de thrash metal do planeta, e ponto final. Lançaram clássicos obrigatórios, criaram riffs e mais riffs que definem um estilo, lançaram singles grudentos, caiaram e se levantaram, e tudo com os punhos de aço de Mustaine.
São mais de 40 anos de estrada, mais de duas dezenas de álbuns lançados entre estúdio, ao vivo e “best of”, e, diversas mudanças na formação. Possivelmente, o grande mal e trunfo para cada trabalho ser distinto do outro.
Nessa seção não vou te dizer: Este é pior e este é o melhor, apenas esses são os meus favoritos, ok? Cada um tem as suas próprias escolhas, e numa banda com a discografia tão extensa e de ótimos álbuns, é óbvio que cada fã terá os seus queridinhos.
Pegue sua cerveja, escolha o seu momento favorito de Dave Mustaine e companhia para tocar e vamos ao jogo.
William Ribas
Super Collider (2013)
Quando lançado há quase 11 anos, eu fiquei decepcionado. Pra mim, era uma mistureba sem sentido, uma tentativa frustrada de buscar o sucesso de álbuns dos anos 90. “Super Collider” é daqueles álbuns mornos, que parece que vai decolar, mas sempre volta à estaca zero. As músicas são engessadas, com músicos quase robóticos. Poucos momentos de destaques - a abertura pesada com “Kingmaker”, a faixa-título que tem alguns fragmentos de inspiração com o refrão marcante sendo o destaque e a radiofônica “Forget to Remember”. O cover de “Cold Sweat”, do Thin Lizzy, ganhou punch e salva o trabalho que é totalmente esquecível na extensa carreira do grupo. A falta de inspiração, a busca sem sentido entre alinhar o peso e a melodia foi por água abaixo num dos mais fracos trabalho de Dave Mustaine.
Th1rt3en (2011)
O décimo terceiro trabalho de estúdio veio cercado de uma enorme expectativa. O seu antecessor era rápido e pesado, a banda também vinha de uma turnê tocando o clássico Rust in Peace na íntegra, mas... Decepção é a palavra. “Th1rt3en” é mediano, com bons riffs, tentativas equivocadas e ótimas músicas perdidas em meio a uma banda sem direção. Marca o retorno do baixista Dave Ellefson ao estúdio com grupo, mas isso não foi suficiente para sair de composições burocráticas, mais do mesmo e até mesmo por ser o último trabalho pela gravadora Roadrunner foi quase um “tanto faz” - "Está aí o álbum, estamos livres!" “Sudden Death” tem ótimas ideias, mas não evolui e acaba sendo esquecida, assim como “Guns, Drugs and Money”. A diferente “Millennium of the Blind” surpreende por seu andamento cadenciado, quase um Black Sabbath. “Th1rt3en” assim como seu sucessor, é repetitivo, sem tesão e sem os riffs marcantes, que sabemos que Mustaine é o mestre.
Risk (1999)
Eu sei que, para a maioria, “Risk” é o trabalho mais pavoroso e esquecido do Megadeth. É diferente, sem guitarras em chamas, é o mais pop possível dos álbuns do grupo. Considero o último trabalho da fase Marty Friedman, um grito de liberdade, uma dose cavalar de ousadia, possivelmente inflamada pela loucura "Load “e” Reload”. Aliás, “Risk”, ao meu ver, é o fim também das comparações Megadeth x Metallica. Não é um disco METAL, e o que mais se tem são possíveis hits de FMs como “I ll Be There”, “Prince of Darkness”, “The Doctor Is Calling” e “Ectasy”. A alegre “Breadline”, que cairia muito bem num possível acústico MTV e contrasta com “Wanderlust” - faixa misteriosa, um country pesado e arrepiante, que pra mim se torna um dos grandes destaque do tracklist. “Risk” é muito mais que o seu primeiro single “Crush 'Em”, são amarras sendo desprendidas, é a chegada de Jimmy DeGrasso no lugar de Nick Menza, e, é o álbum mais Friedman do que Mustaine.
The World Needs a Hero (2001)
Após o fiasco comercial de “Risk” na época, a única forma de agradar seus fiéis fãs era voltar com o peso em seu novo álbum. O sangue novo de Al Pitrelli nas guitarras foi a “desculpa” certa para tal. O lado mais comercial ainda pairava pelo ar, não há uma única faixa que remeta ao thrash metal de outrora, mas, os bons momentos já davam as caras na excelente “Disconnect” e seguia com “Moto Psycho” e “1000 Times Goodbye”. Se a missão era trazer o seu público de volta, nada como “Dread and the Fugitive Mind” e “Return to Hangar, e ainda como uma boa homenagem ao Diamond Head, temos “When”, digamos, uma prima de 2° grau de “Am I Evil” dos britânicos. O lado comercial, obviamente, se fez presente, e aqui atende pela belíssima “Promise”.Por curiosidade, “The World Needs A Hero” foi o último trabalho de Ellefson com a banda até seu retorno em 2010. “When” é a faixa mais longa já gravada pelo Megadeth com pouco mais de 9 minutos. A turnê rendeu um ótimo registro ao vivo, “Rude Awakeming”.
“Killing My Business...And Business Is Good!” (1985)
A vingança, é assim que devemos descrever o primeiro ato de Dave Mustaine contra os seus ex- companheiros de Metallica. Mustaine chamou Chris Poland (guitarra), David Ellefson (baixo) e Gar Samuelson (bateria) para tentar montar a banda mais rápida do mundo, e incrivelmente, parece até ser uma regra fixa no disco. “Lates Rites/Livre to Deth” começa com belas notas para logo explodir num berro de Dave Mustaine e o pau comer. “Skull Beneath the Skin” é trincada, com mudanças de andamentos, riffs ríspidos e solos velozes. A voz ainda adolescente e esganiçada de Mustaine transpira raiva e insanidade. “Rattlehead" e “Mechanix” (eu prefiro “The Four Horsemen”, e vocês?) são os outros destaques, em meio a um trabalho que em alguns momentos parece que foi feito apenas para que Lars e companhia soubessem que existia uma ameaça. A produção mais seca e suja faz transbordar um thrash metal vigoroso, mas, por sorte, Mustaine percebeu que precisaria ser mais letal e evolutivo para alcançar vôos mais altos com seu Megadeth.
So Far, So Good... So What! (1988)
O sucesso de “Peace Sells...But Who's Buying?” foi enorme e Mustaine e companhia entraram na onda de curtir a vida como se não houvesse amanhã. Isso resultou num trabalho abaixo do esperado. Por conta dos excessos Chris Poland e Gar Samuelson foram substituídos por Jeff Young (guitarra) e Chuck Behler (bateria). Quando falamos de “So Far, So Good...So What?” é inevitável não pensar na clássica “My Darkest Hour”, música rica em detalhes, alinha peso, melodias e dramaticidade, mas, temos ótimas pérolas espalhadas pelo tracklist. A começar pela instrumental "Into The Lungs Of Hell", uma Jam Session da pesada, que abre caminho para a porrada "Set The World Afire".O cover descontraído de “Anarchy In The U.K.” (Sex Pistols) e “Hook In Mouth” são momentos únicos que merecem ser escutado no volume máximo. Infelizmente, as drogas atrapalharam e “So Far, So Good...So What?” tem o nível abaixo de seu antecessor e do seu sucessor.
“Dystopia” (2016)
Após as críticas sobre “Th1rt3en" e “Super Collider”, era hora de mudança. Mustaine é o mestre neste jogo de encontrar músicos capacitados para completar sua gangue. O brasileiro Kiko Loureiro e o americano Chris Adler foram os recrutados da vez. Não foi necessário muito para sentir que Dave Mustaine e David Ellefson tinham novamente um grande time para colocar o Megadeth novamente no jogo. “The Threat is Real” é o ponta pé inicial , logo de cara sentimos que o flerte entre heavy/thrash segue muito presente. A presença de Kiko inspirou novamente o Mustaine a escrever riffs matadores, ouça “Death From Within”, “Post American World” e “Lying in State” tenha sua cabeça girando como nós velhos tempos. “Fatal Illusion” é desesperadora no bom sentido, mostrando que o sangue voltava a jorrar no grupo.Deixando as coisas mais brilhantes temos “Conquer or Die” e “Melt The Ice Away”, com solos ímpares. O trem estava novamente nos trilhos! “Dystopia” tem uma parede sonora potente e criativa que fez o Megadeth poderoso ressurgir novamente.
United Abominations (2007)
“Hidden Treasures” (1995)
Entre “Youthanasia” e “Cryptic Writings”, o Megadeth resolveu presentear os seus fãs com uma coletânea, mas não do tipo que todos fazem (inclusive eles). Lançaram um disco com covers e músicas feitas para filmes e programas de TV. Nada que os fãs mais fiéis já não conhecessem, mas foi interessante para os mais “comuns”. Do Hard N' Heavy ao Thrash, as covers ganharam identidade própria, as palhetadas características de Mustaine, os solos com jeitão do Friedman... mas, obviamente que o maior impacto está nos vocais. As músicas “No More Mr. Nice Guy” (Alice Cooper), “Paranoid” (Black Sabbath) e “Problems” (Sex Pistols) fazem jus às originais, são divertidas e ganharam um bom peso. Inclusive, a faixa de Ozzy e sua turma tem um final espetacular. “Diadems” é sombria e carregada, “Go to Hell” tem o som grave de Ellefson abrindo espaço numa faixa que poderia muito bem estar presente em “Countdown to Exinction”. “Angry Again” ganhou bastante repercussão, inclusive sendo executada ao vivo. “Hidden Treasures” foi um presente que serviu para manter a ascensão e aumentar a expectativa para os próximos passos.
The Sick, The Dying...And The Dead! (2022)
O grande trunfo do último álbum de estúdio do Megadeth é fazer o fã sentir que tínhamos novamente uma dupla ímpar nas guitarras. Dave Mustaine e Kiko Loureiro se completavam. Composições voltaram a ter níveis elevados, as músicas deixaram de serem pragmáticas e ganharam dinâmica e peso. O thrash metal está mais do que presente, os riffs eram carros chefes, Mustaine dividiu as tarefas e abriu as portas para o seu parceiro. Outro ponto positivo: há quase duas décadas não víamos um time tão técnico, além de Kiko, Mustaine tinha ao seu lado Dirk Verbeuren, na baquetas e o monstruoso Steve DiGiorgio, que regravou as linhas de baixo após polêmica envolvendo David Ellefson. ”Life in Hell”, “Night Stalker”, “Dogs of Chernobyl”, “Killing Time”, “Soldier On” e “Mission to Mars” são destaques logo na primeira audição, pois carregam um jeitão de “Youthanasia” e “Endgame”. O peso encontra boas melodias, com isso podemos dizer que “The Sick, The Dying...And The Dead!”, é tudo de melhor que o Megadeth fez nos seus quase quarenta anos de trajetória.
Cryptic Writings (1997)
O último ato da formação clássica, o último momento de Dave Mustaine, Marty Friedman, David Ellefson e Nick Menza juntos em estúdio. “Cryptic Writings” foi mais um passo para longe do thrash metal que consagrou a banda, e, na minha humilde opinião, DISCAÇO! Podemos dizer que é uma fábrica de músicas fáceis de qualidade. A abertura com o hit “Trust” e sua levada quebrada e cadenciada, as seguintes “Almost Honest” e “Use The Man” são ousadas e tem refrãos tranquilos. A surpreendente “Mastermind” é suja e transpira o rock dos anos 90, distorcida, mas sem peso! É fato que quem busca agressividade passa longe - “Cryptic Writings” tem melodias, rock de arena e liberdade artística, é o início do que veríamos 2 anos depois em “Risk”. Como última faísca da fase amada por todos, o solo dobrado de “She Wolf” - isso é Marty Friedman e Dave Mustaine, senhoras e senhores! Enfim, um disco experimental, fora da caixinha e dos padrões do heavy metal - ame-o ou deixe-o, eis o principal recado de “Cryptic Writing”.
Endgame (2009)
Não sei para você, caro leitor, mas tirando “Killing My Business…” e “Rust in Peace”, “Endgame” é o disco mais furioso do Megadeth. É extremamente pesado e rápido, às vezes até acho que foi proposital para rivalizar com “Death Magnetic” (Metallica) e toda aquela coisa de volta ao passado que tanto se falou na época. O que mais me chama atenção são como as músicas soam atuais, o Groove de bandas novas, mas, com a receita de gigantes que criaram e viveram a cena dos anos 80. O trabalho é mais agressivo, mais bruto em meio a “chuva torrencial” de riffs - uma evolução natural de “United Abominations”, com seus momentos épicos e surpreendente. Faixas como “The Day We Fight!”, “44 minutes”, “Bite the Hand” e “How Story Ends” são a festa para qualquer Headbanger, e ainda têm “Headcrusher” (refrão grudento) e a faixa título. Sim, Mustaine não estava para brincadeira! Para finalizar, temos que falar de “The Hardest Part of Letting Go… Sealed With a Kiss. A faixa trouxe um Megadeth fugindo do óbvio, uma música climática que cresce ao decorrer dos minutos, solos rápidos e cheios de feeling. Dave Mustaine, Chris Broderick, Shawn Drover e James Lorenzo fecharam a primeira década dos anos 2000 primorosamente. “Endgame” é obrigatório na prateleira.
Peace Sells…But Who's Buying? (1986)
Em 19 de setembro de 1986, o primeiro clássico da carreira do grupo norte-americano era lançado ao mundo. “Peace Sells”, digamos que seja o encontro perfeito entre o jazz e o speed metal, é um trabalho inquieto, com uma maestria das linhas instrumentais e suas notas quebradas, cheio de agressividade. O time permaneceu intacto com Mustaine, Chris Poland, David Ellefson e Gar Samuelson. As letras são ácidas e tenebrosas, vão de relacionamentos, guerra fria até o ocultismo. Se falarmos de “Wake Up Dead”, “The Conjuring”, “Peace Sells”, “Devil Island” e “My Last Words” são mais fortes e incríveis do que a maioria das discografias de bandas que temos por aí. “Peace Sells…But Who's Buying?” tornou o Megadeth mais do que apenas uma bandinha de um ex-Metallica, fez uma máquina de grandes clássicos.
Countdown to Extinction (1992)
Quão complicado é lançar um álbum após o sucesso estrondoso do antecessor? A missão era difícil, mas Dave Mustaine, Marty Friedman, David Ellefson e Nick Menza cumpriram a missão com total êxito. “Countdown to Extinction” é mais “freio de mão puxado”, quase que um caminho oposto a “Rust in Peace”. Com a gangue entrosada, transformaram o disco todo num clássico cultuado até hoje. Inclusive, com as letras ainda soando atuas - o homem segue destruindo o planeta, segue fazendo guerra e segue inspirando as bandas. O peso e agressividade estão na medida certa, poucos são os álbuns tão bem equilibrados. O início avassalador de Menza em “Skin O' My Teeth, seguida da música mais conhecida do Megadeth, “Symphony Of Destruction”. Somente as duas valeriam o álbum, mas ainda temos “Ashes In Your Moth”, a destruidora “Architecture Of Agression” e a maravilhosa “Sweating Bullets”, que nasceu para os shows. “Countdown to Extinction” é uma viagem perfeita - um dos melhores trabalhos da música pesada dos anos 90.
The System has Failed (2004)
Em abril de 2002, Dave Mustaine decidiu encerrar as atividades do Megadeth por conta de um sério problema em um nervo de seu braço esquerdo. Após dois anos, a volta triunfante. Num primeiro momento o álbum seria o trabalho solo de Mustaine, mas a gravadora bateu o martelo e então, o jeito foi contratar alguns músicos. Chamou de volta Chris Poland e dois músicos de estúdio: o baixista Jimmy Sloas e o baterista Vinnie Colaiuta. Por se tratar num primeiro momento de um trabalho solo, Mustaine soou mais leve, não seguindo nenhuma cartilha do passado, passeando entre memórias antigas (thrash furioso dos primeiros anos) e heavy metal tão presente nos últimos álbuns até então. “Blackmail The Universe” abre o trabalho furiosamente, um chute na porta no melhor estilo: VOLTEI! “Die Dead Enough” e “Kick The Chair” são climáticas e aceleradas fazendo uma boa camada para “The Scorpion” que transpira metal oitentista. “Tears In A Vail”, “Back In The Day”, “Something That I’m Not” e “Of Mice And Men” também são destaques, mostrando que o trabalho é eclético do thrash ao hard rock. A título de curiosidade, a turnê rendeu o excelente “That One Night: Live in Buenos Aires”. “The System has Failed” é a volta do rei do thrash metal, é Dave Mustaine em estado puro!
Rust in Peace (1990)
O álbum do Megadeth que abre a década de 90 merece todos os elogios e reverências, merece estar em prateleiras e com toda certeza, merece ser chamado de clássico. A sua complexidade é misturada ao thrash metal desenfreado da época de “Peace Sells…But Who's Buying”, portanto, não tinha como dar errado. Dave Mustaine ao lado de David Ellefson recrutou Marty Friedman e Nick Menza para então formar uma das melhores formações já vistas no heavy metal. O tracklist é maravilhoso do início ao fim - começar com “Holy Wars” é uma das maiores apelações já feitas! “Hangar 18” e seus riffs marcantes, com os vocais dramáticos de Mustaine fazem essa dobradinha já valer o disco, mas tem muito mais. “Take No Prisoners”, “Five Magics”, “Poison Was The Cure”, a maléfica “Lucretia” e “Tornado of Souls". Eu não sei vocês, mas fico sempre na dúvida entre a faixa que abre o disco, ou “Tornado” para qual música representa a essência do Megadeth - os solos de Friedman são de tirar lágrimas, uma obra de arte poucas vezes vista na humanidade. “Dawn Patrol” contrasta com a cruel e complexa “Rust In Peace…Polaris, que fecha os trabalhos do mesmo modo que se inicia o disco, sendo dividido em partes que se completam. “Rust In Peace” é o MELHOR trabalho do Megadeth, não importa quantas vezes você o ouça, você será ficará hipnotizado.
Youthanasia (1994)
Ás vezes, o melhor não é nosso favorito. “Youthanasia” é o álbum que marca o meu descobrimento do Megadeth. A foto de dentro do álbum com uma imagem de Jesus com a camiseta da banda na época foi impactante. Aquele início de rebeldia de ir contra as pessoas, contra a religião e ver aquela imagem foi incrível. O clipe ou os milhares de vezes que ouvi “A Tout Le Monde” na rádio fazem o sexto álbum de estúdio da banda figurar em 1° lugar na minha lista. Existe uma evolução natural da mudança sonora que começou em “Countdown to Extinction”, direcionando mais para lado melódico, com as músicas mais diretas e, porque não dizer, “simples”. O álbum é terceiro da formação Mustaine, Friedman, Ellefson e Menza. A banda estava no auge da criatividade, o ouvinte sente como se estivesse prestes a decolar - o início cheio de precisão de Menza em “Reckoning Day”, indo cada vez adiante em músicas climáticas como “Train of Consequences” e seu andamento progressivo. O avião começa taxiar para começar a decolar em “The Killing Road” que mistura o velho e novo com um dos melhores refrãos do álbum. Temos "Blood of Heroes” e “Family Tree”, ambas mostram a maturidade alcançada pelos músicos, pois as faixas são dinâmicas e com maravilhosas paredes de guitarra. A faixa-título, “I Thought I Knew It All”, “Black Curtains” e “Victory” fecham um trabalho. É o ápice, que transborda sentimentos e me traz a lembrança de um tempo inocente. Provavelmente, é um dos poucos álbuns que acho que sua perfeição está em todos os aspectos, sejam eles sonoros, visuais e em suas letras marcantes que são atemporais.
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