GLAM FEST 2024
CRAZY LIXX, PRETTY BOY FLOYD, TUFF & GOATEN
17/03/2024
CARIOCA CLUB - SÃO PAULO/SP
CRAZY LIXX, PRETTY BOY FLOYD, TUFF & GOATEN
17/03/2024
CARIOCA CLUB - SÃO PAULO/SP
Produção: Dark Dimensions
Assessoria de Imprensa: JZ Press
Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Carolina Godoy
Em tempos passados, seria impossível acreditar ser realizado em terras brasileiras, um festival de um dos estilos mais marcantes do metal, o Glam (Hair/ Hard Rock) Metal. Apesar de ter milhões de fãs mundo afora, aqui na Terra Brasilis, o estilo sempre foi perseguido (injustamente), inclusive pelas publicações especializadas da época. Mas para o bem de todos, o público, os veículos de imprensa e principalmente, a mentalidade mudou para melhor, e hoje não é mais “vergonha” ser um “Glam Banger”... aliás, eu como fã do estilo desde que o conheci, posso dizer que sempre foi motivo de orgulho ser apreciador de Motley Crue, Ratt, Dokken, e outros ícones do estilo.
As bandas escolhidas para o Fest foram os suecos do Crazy Lixx, os velhos favoritos da Sunset Strip: Tuff e Pretty Boy Floyd e o trio gaúcho Goaten. O local escolhido para o evento foi o ótimo Carioca Club, e a tarde do dia 17/03 estava terrivelmente quente. Pontualmente as 17h, sobe ao palco para iniciar os festejos, a Goaten. Se a pontualidade mostrou competência da produção, por outro lado, prejudicou o trio gaúcho, pois a casa ainda tinha um público mínimo, pois muitos preferiram ficar bebendo uma ou duas nos bares no entorno do Carioca Club.
Azar, o deles, pois o Goaten fez da abertura, um show cirúrgico, rápido e sem muito papo, despejando a sua criativa fusão de Heavy Metal/ Hard n' Heavy e até em alguns momentos apresentando algumas passagens Thrash Metal. O Goaten promove o recém lançado “Midnight Conjuring” e agitaram os presentes com petardos como “Mistress Of Illusion", “Metal Blade", “Phantom Chaser” e a já bastante conhecida “Bells”. Ao final do seu set, já havia um contingente maior de público, e foi muito legal ver vários presentes irem até a “lojinha Goaten” para adquirir cds e camisetas da banda.
Por volta das 18h20, o Tuff – entenda por Steve Rachelle – sobe ao palco do Carioca Club, para despejar as preferidas dos fãs da banda. Esta é a sétima passagem de Steve Rachelle pelo Brasil, e apesar de, segundo ele, manter uma boa relação com os antigos membros do Tuff, seria demasiado dispendioso fazer uma tour com eles, e então ele se cerca dos músicos brasileiros Leo Gonn - guitarra, Bento Mello - baixo e Gabs Haddad - bateria. A banda de apoio dos brasileiros é ótima e executou todos os sons do Tuff com uma precisão que salta aos olhos. O setlist foi baseado nos dois álbuns preferidos da discografia “What Comes Around Goes Around” de 1990 e “Fist First” de 1994. “God Bless This Mess”, “Ruck-a-Pit-Bridge”, “Good Guys Swear Black” , as baladonas “I Hate Kissing You Goodbye” e “So Many Seasons”... todas elas estiveram presentes. Um excelente cover de “You got Another Thing Coming" do poderoso Judas Priest antecedeu a duas preferidas do fãs do Tuff: “The All New Generation” uma ode a todas as gerações de rockeiros de verdade, dos anos 50 até o final dos anos 80, onde eles são citados nominalmente na letra, e que Rachelle foi acompanhado por todos os presentes no Carioca Club – A esta altura tínhamos um terço de ocupação do local, e creio que este foi o público total ao evento. Para fechar, uma faixa que considero a continuação de “All New Generation”, "American Hair Band”, que é uma releitura de “Sad But True” do Metallica, com uma letra de “vingança” ao grunge... "Kurt Cobain is Gone...”( que frase linda!!) . Enfim o “Steve Rachelle's Tuff” fez uma ótima e enérgica apresentação, e ao final, Steve anunciou que estaria fazendo um “meet and greet" gratuito junto ao seu merchandising e assim o fez.
Por volta das 19h20, Steve Summers e comparsas dão início ao show do Pretty Boy Floyd, o melhor show do fest disparado. Como sou apreciador de carteirinha da banda, pensei que seria euforia minha, mas após conversar com diversos amigos presentes, tive a certeza que eu não estava errado: Steve Summers e comandados pulverizaram o palco do Carioca Club de uma maneira eletrizante e até surpreendente. Summers é um frontman de mão cheia e um bom vocalista, com sua voz anasalada e aguda, montado como um Mad Max da Sunset Strip, o verdadeiro Rock Star!! O guitarrista Dizzy Aster, o baixista DieTricht Thrall são clones dos membros antigos do PBF enquanto o baterista Nick Mason opta por um visual mais clean, mais na linha “skatista”. Musicalmente o quarteto forma uma parede sonora que dignifica todas as canções da banda. Summers esbanja carisma e interação com a plateia e não esconde sorrisos quando é acompanhado pelos presentes em clássicos do Sleaze/Glam presentes no mais que clássico álbum “ Leather Boys With Eletric Toys”. Álbum esse tão icônico, que nove das doze músicas que constaram no set list são deste cultuado trabalho. Em pouco mais de uma hora, o Pretty Boy Floyd nos transportou para os melhores tempos da Sunset Strip, com hinos como “48 Hours”, “ Leather Boys With Eletric Toys”, “Rock N Rol OUtlaws”, “I Wanna Be With You” e “Rock N Roll (Is Gonna Set the World on Fire)”. Após o show, Summers e demais também atenderam todos os fãs e prometeu retornar ao Brasil em 2025. Promessa é divida, Sr. Summers.
Após um intervalo um pouco maior, por volta das 20h40, o Crazy Lixx inicia a sua apresentação com “Whiskey, Tango, Foxtrot” do álbum de 2012, “Riot Avenue”. Se por um lado, no show do Pretty Boy Floyd, tudo aflora natural e despretensiosamente, no do Crazy Lixx tudo parece (muito bem) ensaiado e premeditado, sejam os movimentos, sejam as falas (poucas) de Danny Rexon. Isso tornou o show menos atrativo? Posso dizer que não, de forma alguma. O grupo, na minha opinião, é a melhor banda da onda sueca do ressurgimento do Hard Rock oitentista. Todos os músicos são excelentes, e músicas como “Silent Thunder”, “Girls From The 80's", “Wild Child” são fantásticas e agitaram demais o público e os fãs presentes. “XIII”, música inspirado em Jason Voorhees da mais que clássica franquia do cinema de terror, “Sexta-Feira 13”, apresenta Danny “montado” a caráter, com a icônica máscara de hóquei e o microfone em forma de facão. “Blame It On Love” e “21 'Till I Die” encerram o show, mas ao contrário das demais atrações, o Crazy Lixx retorna para mais duas músicas: “Anthem For America” e “Never Die (Forever Wild)”.
Ao final um excelente festival, para um público menor, formado apenas por “die-hard” fãs do estilo. Uma pena, mas quem foi, viveu uma grande tarde/noite de Glam/Sleaze/Hair/Heavy Metal. Eu finalizo o texto com uma consideração pessoal: às vezes as pessoas acham que cobrimos shows apenas para irmos gratuitamente aos eventos. Neste Glam Fest, o Rebel Rock solicitou o credenciamento, e por circunstâncias alheias a nossa vontade, nos foi negado. Por se tratar de um evento diferenciado, de um estilo adorado por muitos dos nossos seguidores e amigos, por respeito às bandas que tivemos contato e também por todos que sempre lêem nossas publicações, resolvemos cobrir de qualquer maneira, mesmo sem o credenciamento e comparecendo como fãs. Que em 2025 tenhamos uma nova edição do Glam Fest e que no próximo, tomara, com mais público.
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