TARJA TURUNEN & MARKO HIETALA
LIVING THE DREAM THE HITS TOUR 2024
Abertura: Andreas Solrak
Local: Bar Opinião - Porto Alegre/RS
Produção: Opinião Produtora
LIVING THE DREAM THE HITS TOUR 2024
Abertura: Andreas Solrak
Local: Bar Opinião - Porto Alegre/RS
Produção: Opinião Produtora
Texto e fotos: Henrique Lippert
Uma fila gigante de fãs se formou muito antes da abertura dos portões, a fim de prestigiar Tarja Turunen e Marko Hietala na turnê Living The Dream – The Hits Tour 2024 - em Porto Alegre. As quase duas décadas que separavam a presença dos artistas juntos em solo gaúcho criaram um clima de expectativa e empolgação em muitos fãs. Com os ingressos esgotados há semanas, era esperado um Opinião lotado na noite quente do sábado. Porém, o que deveria ser um espetáculo de diversão e muita música acabou se tornando uma experiência ruim para todos os presentes.
A começar pela entrada, ninguém pôde ingressar no Opinião com água, e todos foram obrigados a deixar suas garrafas antes da tradicional revista. Lá dentro, o ambiente quente deixou claro que a climatização não estava sendo suficiente, somando-se ao fato de que a água era vendida quase no mesmo valor daquelas comercializadas em aeroporto. Pouco depois também, a equipe de segurança informou que não haveria o acesso a frente do palco para fotos, o que não chegou a ser terrível, mas um pouco decepcionante.
Eram 21h e a banda Andreas Solrak pisou no palco, trazendo um rock/folk para abrir os trabalhos da noite. As primeiras músicas da banda foram acompanhadas por um problema técnico em um dos cabos dos instrumentos, gerando um chiado contínuo que só cessou no fim da terceira música. Com letras poéticas e guitarras alterando entre peso e leveza, o som aos poucos foi ganhando o público, que foi resistente logo no início da noite. A qualidade da banda como músicos e entrega é inegável, mas foi uma escolha pobre pela falta de sintonia com a plateia da noite, o que acabou gerando certo descontentamento por parte dos fãs.
Após uma breve pausa para organização do palco e ao som de “Olê, olê, olê, olê! Marko, Marko”, o artista aparece para abrir essa segunda etapa com seu colega Tuomas Wainola, e logo se pôde perceber que a voz de Marko não estava boa. Encerrando a música “Stones” com dificuldade, Marko pede um tempo e sai de cena, seguido pelo colega músico logo na sequência. Sem entender o que estava acontecendo, os fãs aguardaram por quase 15 minutos, quando o próprio Marko voltou e, em inglês, disse que não estava em condições de continuar cantando. Ele citou as poucas horas de sono, além da constante troca de ambientes com ar-condicionado e pediu desculpas, pois não conseguiria tocar e cantar sua parte no show. Conseguiu ainda dizer que tentaria se juntar ao público para tirar algumas fotos (o que acabou não acontecendo) e saiu do palco após contar uma pequena história engraçada para o público.
Sabemos que o inglês não é uma língua que a maioria de nós, brasileiros, tenha domínio, e nesse ponto faltou o cuidado de alguém da produtora vir esclarecer o que estava acontecendo. A falta de informações foi uma das principais reclamações da noite, mas ela ainda estava longe de acabar.
Após aguardar mais 30min sem entender direito o que estava acontecendo, o empresário da Tarja - Paulo Baron - entra para informar que a artista está com o mesmo problema de Marko, seguido de vaias pelo público. Ele pede compreensão e, complementando a fala, diz que ela irá cantar mesmo com a voz prejudicada, mas que conta com a ajuda dos fãs.
Ela entra no palco sendo ovacionada por todos, tendo como principal apoio os colegas músicos que conseguiram manter a energia lá em cima. O carisma e simpatia da cantora encantou o público, e o que faltou de voz, sobrou no esforço e na presença de palco.
Sem abrir com a prevista "Eye of the Storm", "Demons in You", "Die Alive", "Diva" e "Shadow Play" conseguiram animar os presentes e preparar o terreno para os grandes hits que marcaram a passagem dos artistas no Nightwish. Marko chegou a voltar ao palco, pedindo novamente desculpas, e dizendo que uma van o levaria direto ao hotel, onde conseguiria descansar, recebendo mais uma vez o carinho da plateia antes de dizer que não conseguiria fazer os duetos com a Tarja. Era perceptível o cansaço e a tristeza do artista ao sair do palco novamente ao som de “Olê, olê, olê, olê! Marko, Marko”.
"Dark Star" e" Dead Promises" serviram de ponte para o ponto alto da noite: "Planet Hell" fez a plateia toda cantar junto, sendo embalada na sequência pela igualmente épica "Wish I had an Angel". O coro de vozes em uníssono entoava a plenos pulmões as linhas do refrão, e por alguns instantes os problemas da noite foram esquecidos.
Algo parecido se deu com "I walk Alone" e "Victim of Ritual", que manteve os fãs interagindo bastante e cantando, até o encerramento com "Until my Last Breath". Encaminhando o show para o fim, Tarja declara seu amor ao público que retribuiu durante toda a noite e repetiu um sonoro "Tarja eu te amo" várias vezes até os músicos saírem do palco.
Mesmo com todo empenho e dedicação da banda, o encerramento da noite deixou um gosto amargo na boca. Com o setlist reduzido, perdemos clássicos como “Phantom of The Opera” e “Over The Hills And Far Away”. Também teve a falta da inédita “Left On Mars”, música nova da Tarja com o Marko. Sabemos que problemas acontecem com todos, e me solidarizo com as questões de saúde dos artistas. Contudo, talvez a remarcação da data do show não fosse uma saída tão ruim, visto que nem fãs, nem banda, ficaram satisfeitos nesta noite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário