LAMB OF GOD
WRATH
Shinigami Records/Nuclear Blast Records - Nacional
WRATH
Shinigami Records/Nuclear Blast Records - Nacional
“Wrath” é o sexto álbum de estúdio do Lamb of God. Lembro que, quando foi lançado, o trabalho foi extremamente elogiado pela evolução que a banda apresentava, saindo do característico groove metal e começando a incorporar novos elementos, expandindo sua “massa sonora”. O tempo passou, estamos 15 anos depois do seu lançamento, e o álbum continua sendo uma referência, tanto para a própria banda quanto para novos fãs.
O que chama bastante atenção em sua sonoridade é a capacidade que a gravação teve de capturar a intensidade do grupo em suas apresentações ao vivo. As 10 faixas têm adrenalina e emoção, um equilíbrio perfeito que transforma a audição em uma experiência poderosa. Obviamente, as músicas seguem o padrão de agressividade dos primeiros dias da banda, mas o ouvinte mais atento consegue sentir que “a cereja do bolo” está nas letras, que carregam consigo temas importantes como resistência, luta interna e reflexões sobre a humanidade.
A abertura com “The Passing” é um instrumental com início calmo, notas limpas que vão crescendo até explodir em “In Your Words”. A segunda faixa é brutal, com riffs poderosos, e as mudanças vocais e da bateria ditam as ordens, deixando o ouvinte hipnotizado. As seguintes, “Set to Fail”, “Contractor” e “Fake Messiah”, mantêm o nível com a mesma dinâmica; agressividade é a ordem, e a trinca pode ser colocada na fila de exemplos clássicos de groove metal.
“Grace” surpreende nas primeiras notas, com guitarra limpa e emotiva, mas o caos chega de maneira inesperada. A quebra de andamento parece estar sempre no livro da lei do groove metal. Em “Broken Hands”, o instrumental intrincado parece um quebra-cabeça em construção durante os pouco menos de 4 minutos de duração. “Dead Seeds” me mantém um pouco no espírito do Pantera; seu riff principal é explosivo e grudento, mantendo a chama viva do heavy tradicional com uma energia bastante acessível aos “marinheiros de primeira viagem”.
A espontaneidade toma conta de “Everything to Nothing”; o refrão é daqueles para se berrar como se não houvesse o dia seguinte, e o instrumental carrega uma boa mescla de thrash metal, mas sem perder a linha quebrada de sempre. A dupla final, “Choke Sermon” e “Reclamation”, são distintas, porém necessárias para entregar texturas reais de uma banda que estava prestes a explodir na cena.
“Wrath” é intenso e, por que não dizer, contemporâneo. Um trabalho que ganhou prêmios e respeito. É um daqueles álbuns que abrem cabeças e quebram preconceitos.
Aproveite o relançamento do álbum pela Shinigami Records; garanto que terá orgulho de ter o CD na sua prateleira.
William Ribas
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