quinta-feira, 28 de novembro de 2024

GLORIA PERPETUA - THE DARKSIDE WE WANNA RIDE (2024)

 


GLORIA PERPETUA
THE DARKSIDE WE WANNA HIDE
Shinigami Records - Nacional

O Gloria Perpetua é um projeto formado em 2023 pelo baixista Daniel Fuchshuber, conhecido por integrar a banda Lord Byron. Junto à ele, estão o guitarrista Bruno Luiz e Raphael Dantas, responsável pela bateria, teclado e vocais. Em abril de 2024, o Gloria Perpetua lançou através da Shinigami Records, “The Darkside We Wanna Ride”, seu trabalho de estreia.

A sonoridade encontrada aqui é o Power Metal clássico, com passagens de Heavy Metal tradicional e que em algumas passagens se torna um tanto quanto mais agressivo do que tradicionalmente se encontra no estilo, o que torna as composições interessantes e diferenciadas. Com uma quantidade de convidados de renome, fica evidente a qualidade de cada faixa, e cada participação eleva o nível do trabalho, sendo cada uma dando um toque especial à “The Dark Side We Wanna Ride”. Luís Mariutti (Sinistra, Shaman, Angra), Vitor Rodrigues (Native Blood, ex-Torture Squad) e o guitarrista Timo Tolkki (ex-Stratovarius) são alguns destes convidados.

Algumas faixas de destaque: “Have You Forsaken The Cross?”, que lembra o Iced Earth com alguns toques de prog metal no seu inicio, enquanto “The Key of Life”, “The Rape Of Gaia” e “The Way of a Warrior”, adicionam velocidade e peso. Daniel Fuchshuber se mostra um compositor de mão cheia, e através todas as faixas é perceptível a sua facilidade em transitar entre o peso e a melodia.

Finalizando, o Gloria Perpetua entrega em sua estréia um excelente trabalho, que acerta no alvo e agradará e muito fãs de Metal Tradicional e Power Metal. Um belo inicio para o que desejamos ser uma longa e produtiva discografia.




KRISIUN - MORTEM SOLLIS TOUR - 22/11/2024 - BAR OPINIÃO - PORTO ALEGRE/RS

 


KRISIUN - MORTEM SOLLIS TOUR

Abertura: NEPTUNN, PENTAGRAM (CHILE)
22/11/2024
BAR OPINIÃO
PORTO ALEGRE/RS

PRODUÇÃO: ABLAZE PRODUCTIONS

Texto: Gustavo Jardim
Fotos: José Henrique Godoy

Após meses de espera, passadas as grandes tragédias do maldito mês de Maio no Rio grande do Sul, finalmente o grandioso KRISIUN á casa torna trazendo sua Mortem Sollis tour a Porto Alegre, com abertura da Neptunn e dos chilenos do Pentagram.

Aproximadamente as 19h20, os gaúchos da Neptunn sobem ao palco, trazendo um death metal brutal e competente ao crescente público que aos poucos foi preenchendo o bar Opinião.Trazendo um competentíssimo set, a banda apresenta canções de seu mais recente EP, (Re)Existence, que flerta com aquele death metal mais técnico dos anos 90 de bandas como Criptopsy, Suffocation, Beyond Creation, e também com bandas mais antigas como Cannibal Corpse e Benediction em certos momentos. Músicas como “Transmutate”, “Ressignify”, “Onward to Nothingness” e “ Neptunn Rise”, o novo single da banda, agradaram bastante com riffs complexos e certeiros acompanhados de uma bateria matadora e precisa, e um vocal extremamente visceral. O line up experiente é composto por Rafael Giovanoli (In Torment, Diokane, Bloodwork) e Bruno Fogaça (Gory, In Torment, Hateworks) nas guitarras, Matheus Montenegro ( Burn the Mankind) na bateria, Nathalia Ernst no baixo e Larissa Pires (Ethel Hunter, entre outras) nos vocais, e agradou bastante o público, muitos comparecendo com a camiseta da banda inclusive. Particularmente gostei bastante, sendo a primeira vez que vi a banda ao vivo.


Cerca de meia hora depois, entra em cena a lenda chilena do death metal, PENTAGRAM. Confesso que estava ansioso pra ver a banda ao vivo. Remanescentes da primeira safra do death metal mundial, ao lado de Possessed, Massacre, entre outros, a banda literalmente deu uma aula de metal da morte. Após a rápida intro, os primeiros riffs de “El Imbuche”, apresentando o novo álbum dos caras, "Eternal Life of Madness”, soam nos PAs, introduzindo a parte Old School da noite, seguido da clássica “Profaner”, com seu andamento igualmente hipnotizante e cadenciado. A igualmente mórbida e cativante “Demented”, seguida de “La Fiura” do primeiro full lenght de 2013, "The Malefice”, não deixam seu pescoço em paz! Destaques para os riffs de guitarra de Juan Uribe e o carismático frontman Anton Reisenegger, bem na linha de Celtic Frost/ Possessed. Mantendo o clima, "Evil Incarnate” empolga demais os bangers com seu clima cativante e em seguida mais duas do novo disco, a faixa título “Eternal Life of Madness”, com um riff que em momento lembra "Ageless Venomous" do Krisiun, mais marcante, e “Possessor”. Após a intro da citada faixa, que é um dos destaques, uma aula de cozinha infernal e empolgante com Dan Biggin ( aixo) e Juan Donoso ( ateria), com um riff inspirado. Encerram com a igualmente clássica “Demoniac Possession” , outra das antigas, um dos muitos destaques com seu clima totalmente poderoso e velocidade, lembrando Slayer em muitos pontos. Foi soberbo, bati cabeça absolutamente o tempo inteiro. Muito legal foi poder também adquirir no local a camiseta da tour e o novo disco, obrigatório!



Chegamos então ao momento mais esperado da noite, os gigantes do Krisiun ! Após rápidos minutos, já começam a interagir com o cenário, a máquina de guerra chamada Max Kolesne já inicia a “azeitar” seu set de bateria e toda aquela movimentação de palco culmina com a intro aquecendo de vez o público. Após o tradicional cumprimento inicial, a casa vem abaixo com “Kings of Killing”, com todo o seu poder de fogo, seguida de mais um clássico, “Hatred Inherit”, do “Conquerors of Armagedon”. Um empolgado Alex Camargo, relembra os momentos difíceis que passamos e exalta a força e superação do povo, exaltando o orgulho de ser brasileiro e gaúcho. "Serpent Messiah” é a primeira do novo “Mortem Sollis”, funcionando muito bem ao vivo, um dos destaques do novo álbum. "Scourge of the Enthroned” com um peso absurdo de guitarra e uma levada marcante mantém o nível, e então vem a segunda do novo disco, "Necronomical”, com a banda mais uma vez interagindo bem com a galera.

“Soul Devourer” é a segunda do aclamado “Conquerors” e eleva o nível de brutalidade, uma paulada no ouvido ao vivo! Na sequência, a mais cadenciada “ Blood of Lions”, igualmente um ponto alto ao vivo. “Endless Madness Descends” mais uma vez remonta aos velhos tempos de “Conquerors”, com absurda recepção do público que mais uma vez abriu imensas rodas de mosh, e na sequência "Descending Abomination”, dos tempos de “The Great Execution” novamente deixa um clima mais cadenciado, com a missão de acabar com os pescoços dos bangers de vez, com seus riffs inspirados e marcantes.


Um solo interessante do mestre Max Kolesne mostra uma vez mais o poder de fogo e técnica de um dos melhores bateristas do estilo, preciso e brutal, honrando um trono em comum com mestres como Pete Sandoval e Dave Lombardo, pra citar alguns.

Após uma interação calorosa mais uma vez com o público, mandam uma singela homenagem a Paul Di'anno com uma versão matadora de "Wrathchild", causando intensa participação do público, e culminam então com a sempre devastadora “Black Force Domain”, não deixando pedra sobre pedra e encerrando uma noite absolutamente memorável.

O Krisiun é muito necessário, se consolida a cada álbum, a cada show, como o topo do metal extremo. É um grande privilégio que estejam entre nós, e que seja assim para sempre. Um muito obrigado aos sempre humildes e verdadeiros, Alex, Moysés e Max.





segunda-feira, 25 de novembro de 2024

PICTURE - 10/11/2024 - MANIFESTO BAR - SÃO PAULO/SP

 


PICTURE EM SP: UMA VERDADEIRA AULA DE HEAVY METAL NO MANIFESTO BAR


Abertura: JUST HEROES
10/11/2024
MANIFESTO BAR
SÃO PAULO/SP
Produção: OPEN THE ROAD

Texto e fotos: Flávio Soares


Com a informação de que a casa abriria cedo, às 19h, rumamos de aplicativo para o local. Chegando lá, descobrimos que teria uma banda de abertura e que a programação tinha sido postergada em cerca de uma hora. Ficamos ali pela frente do Manifesto Bar, "dando um tempo" e (re)encontrando amigos de longa data. Aqui, abro um adendo neste relato para dizer que depois dos shows em si, este é um dos momentos que mais tenho apreço quando frequento algum tipo de evento na capital paulista ou no interior de São Paulo. Reencontrar amigos e conhecer novos irmãos que o Heavy Metal acaba por me presentear é uma das coisas que mais me motiva a viajar mais de 2.000 km (contando ida volta, temos um pouco mais que isso).

Mas, deixando as divagações pessoais de lado, vamos aos fatos. Logo que a casa abriu suas portas, entrei no famoso Manifesto Bar, pois nunca tinha tido a oportunidade de frequentá-lo. E realmente, é um local super agradável e aconchegante e com uma decoração incrível, onde podemos apreciar fotos e materiais doados pelos mais diversos artistas e bandas que já passaram pelo local. De guitarras dos alemães Michael Schenker e Uli Jon Roth à fotos autografadas de bandas como Megadeth e Satan até merchan e instrumentos de bandas novas como Jinjer. Pode-se passar um bom tempo curtindo, apreciando, descobrindo e fotografando toda esta decoração incrível.
 
Buenas... 20h e sobe ao palco a banda "Just Heroes", que tem uma curiosidade em sua formação atual : o baterista Marcus Castellani, que já foi integrante do Manowar. Mas todos são músicos extremamente competentes e o vocalista é dono de um timbre de voz idêntico ao de Rob Halford. Apresentaram músicas autorais e alguns covers (obviamente, Judas Priest e o já citado Manowar), e fizeram um set que impressionou boa parte dos presentes e esquentou o público para a atração da noite.



Ovacionados assim que saíram do camarim para fazer o trajeto até o palco, os holandeses do Picture estavam ali bem à nossa frente, e com as dimensões reduzidas do Manifesto, ao nosso alcance, literalmente. Começava ali, uma hora de aula de como se faz o mais puro e genuíno Heavy Metal.

Em turnê pela América do Sul, e comemorando incríveis 45 anos de carreira, o quinteto hoje formado pelo "front man" Peter Strykes (ex-Vandenberg), pelo "monstro sagrado" Laurens Bakker na bateria, pelos guitarristas Appie de Gelder e Len Ruygrok e pelo simpático "vovô" Rinus Vreugdenhill no baixo, literalmente "desceu a lenha" e executou clássico atrás de clássico, começando com uma introdução épica seguida de "Griffons Guard The Gold" e passando por músicas que marcaram época como "Message From Hell", "Nighttiger" e "Diamond Dreamer" até "Lady Lightning", última do set "normal" e "Make You Burn" escolhida para o "bis" e para finalizar essa aula incrível de como tocar música pesada com amor e devoção.


E quando pensamos que tudo estava finalizado, saem do camarim para interagirem com o seu público, dando autógrafos, tirando fotos e demonstrando gratidão e respeito por aqueles que os apoiam até os dias de hoje. Mais uma aula, desta vez de humildade e atitude. Enfim, uma banda completa.


Deixamos aqui o nosso total agradecimento à produtora Open the Road e a toda a equipe do Manifesto Bar. Sigam nos acompanhando aqui no Rebel Rock porque a segunda-feira também foi de uma aula riquíssima.



DIE FOR MY SINS - SCREAM (2024)

 


DIE FOR MY SINS
SCREAM
ViciSolum Productions - Importado

Quando peguei em mãos essa preciosidade para ouvir, mal sabia o que me esperava: Die For My Sins é simplesmente um novo projeto capitaneado pelos irmãos Nicolas Calluori (bateria) e Fabio Calluori (guitarras, baixo e teclados), ambos fundadores do Heimdall e que para este novo projeto, contam com a ilustríssima presença de mestre Ralf Scheepers (Primal Fear, ex-Gamma Ray) como convidado em quase todas as faixas, ou seja, em termos de músicos, poucas (ou nada!) coisas a mais precisam ser ditas.
Se colocarmos o disco pra ouvir livres de quaisquer pré-julgamentos, rapidamente podemos perceber que a proposta do Die For My Sins é absolutamente perfeita para Scheepers destilar seu timbre venenoso inconfundível. A banda soa sim, como um novo Primal Fear. Isso é ruim? Claro que não né meus amigos?! Possivelmente, essa faceta foi uma das que mais deve ter atraído Scheepers a entrar de cabeça no projeto e dar de presente ao mundo mais um de seus grandes trabalhos.

A faixa título abre o disco com um peso descomunal, sendo a mais rápida e pesada dando de cara um recado ao ouvinte mais desavisado: não ouse deixar de ouvir o disco até o final! “Time” é tão boa, que poderia estar nos trabalhos iniciais do Gamma Ray. Um refrão pra não se esquecer, além do nervoso baixo de Calluori socar o ouvinte mais desavisado. Essa é meu grande destaque! “Still Alive” segue o perfil mais alegre onde o peso não é tão evidente, mas a faixa se sobressai com uma letra muito legal (assista abaixo o lyric video).

“Waiting for the Hero” tem uma proposta mais cadenciada, “In the Sign of the Cross” tem uma intro “Maideniana” e com uma dose extra de melodia, transforma-se em outro dos grandes destaques do trabalho. “Shades of Grey” é a única faixa do disco que não conta com Scheepers; quem assumiu o microfone foi Ian Perry (Elegy), o que a mim em particular, foi um pouco frustrante, já que ouvir Scheepers cantando em especial, o refrão, seria bom demais.

“Dark Symphony” tem uma levada mais progressiva, ideal para fãs de Angra, por exemplo. “Perfect Land” tem um interessante arranjo orquestral como guia e impressiona a ver a versatilidade de Fabio Calluori que com maestria dosa trechos mais melódicos e progressivos dando a Scheepers um caminho facilitado para que ele brilhe ainda mais, caso seja possível. Sonzeira!

E o que dizer do encerramento com “Kingdoms Rise”? Imagine o Primal Fear juntando ao atual Iron Maiden para um jam? É por aí meus caros! Excelente faixa pra fechar com chave de ouro!

Já que a nova formação do Primal Fear ainda não lançou nada de novo, temos o Die For My Sins pra nos dar um alento de coisas boas a vir! Os irmãos Calluori que são de fato, os cabeças da obra aqui analisada, conseguiram dar um novo rumo a suas carreiras, pois Die For My Sins e Heimdall são bandas completamente diferentes. Quem gosta de Power Metal não pode perder esse grande disco que espero que seja lançado mídia física no Brasil. Adoraria tê-la em mãos!

Mauro Antunes





ASPHYX - 09/11/2024 - CARIOCA CLUB - SÃO PAULO/SP

 


ASPHYX EM SÃO PAULO: O OLD SCHOOL DEATH METAL REINA SUPREMO 

Abertura: EVILCULT, THE TROOPS OF DOOM
09/11/2024
CARIOCA CLUB
SÃO PAULO/SP
PRODUÇÃO: ESTÉTICA TORTA

Texto e fotos: Flávio Soares


O dia 9 de novembro de 2024 será uma data difícil de esquecer ! Por dois motivos: primeiro, por termos assistido o Asphyx, uma das bandas icônicas do Death Metal dos anos 80 e (principalmente) 90; e também por ter sido o primeiro dia de uma série de 7 shows de Metal na capital paulista, o que chamamos de "Maratona Metálica".

Este evento com a banda Asphyx aconteceu no Carioca Club, na região de Pinheiros, em São Paulo, e contou com as bandas Evilcult e The Troops Of Doom. Cast e local perfeitos, sendo que a única (pequena) crítica que temos foi a falta de comunicação dos horários das bandas. Por conta disso, perdemos a apresentação do trio de Old School Black/Thrash Metal "Evilcult", e ficamos devendo as nossas considerações e as fotos da banda. Mas, conversando com quem os assistiu, pudemos ter a certeza de que foi uma apresentação coesa e energética. E o próprio guitarrista/vocalista Lucas From Hell nos resumiu a sua apresentação em apenas duas palavras: "Foi foda!"

Logo que adentramos ao Carioca Club, o quarteto liderado por Jairo "Tormentor" Guedz "The Troops Of Doom" subiu ao palco. Ao lado de Jairo (que por si só, com seu carisma, já arrebata os fãs) na linha de frente, o vocalista e baixista Alex Kafer e o guitarrista Marcelo Vasco agitam bastante e interagem com o público. E atrás deles, lá está Alexandre Oliveira, arrebentando o seu kit de bateria e contribuindo para a massa sonora que faz da The Troops Of Doom uma das bandas brasileiras mais interessantes da atualidade. O ponto alto da apresentação não poderia ser outro senão quando detonam os mega clássicos do Sepultura, que Jairo ajudou a compor, "Morbid Vision" e "Bestial Devastation". Uma apresentação curta mas eficiente e certeira, e o quarteto se despede de todos e deixa aquele clima de expectativa pelo que está para vir.


Quando os holandeses do Asphyx pisaram no palco do Carioca Club, já estavam com o jogo ganho. Quem estava lá queria conferir de perto todo talento desse quarteto para compor e executar músicas que te fazem bater cabeça do início ao fim. Capitaneados pelo vocalista Martin van Drunen, que a todo momento demonstrava claramente que estava emocionado, surpreso e feliz com a resposta interativa da plateia, mostraram como se faz e foram além, pois percebia-se que estavam ali não só profissionalmente, mas também se divertindo junto com o seu público.

Uma apresentação magistral e simples ao mesmo tempo, que fechou uma noite de sábado memorável. E para nós, inesquecível, pois foi o start da nossa "meia maratona metálica", visto que não conseguimos acompanhar os três últimos eventos desta semana incrível que a capital paulista presenciou. Sigam-nos acompanhando aqui no Rebel Rock, pois o próximo evento que aconteceu no domingo, dia 10, foi uma verdadeira aula de Heavy Metal tradicional.


Deixamos aqui um agradecimento especial à produtos Estética Torta e à toda a equipe do Carioca Club.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

IN FLAMES - COME CLARITY (2006 - RELANÇAMENTO 2024)

 


IN FLAMES
COME CLARITY (RELANÇAMENTO 2024)
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional

Criar um estilo. Poucas bandas podem se dar ao luxo de ostentar isso em seu currículo. Uma dessas bandas, inegavelmente, é o IN FLAMES. COME CLARITY, lançado em 2006, representa um marco na discografia da banda sueca de death metal melódico. O disco traz uma mistura de brutalidade visceral (que de certa forma, remonta às origens da banda) com uma sensibilidade melódica mais compreensível (alguns podem chamar de "comercial"), solidificando sua abordagem híbrida que mescla os elementos do death metal e do metal melódico com elementos contemporâneos do metalcore e do rock alternativo. O que fez com que muitos fãs tenham "virado a cara" para o grupo. Mas esse relançamento, disponibilizado pela Shinigami Records/Nuclear Blast, vem pra elucidar algumas questões que ficaram sem respostas quando de seu lançamento.

Anders Fridén (vocal), Björn Gelotte (guitarra), Jesper Strömblad (guitarra), Peter Iwers (baixo) e Daniel Svenson (bateria), entraram em estúdio sob a produção de Daniel Bergstrand. O álbum traz uma produção limpa e densa, realçando o instrumental sem comprometer a intensidade que define ( ou definia) o estilo. As guitarra de Gelotte e Jesper Strömblad se destacam com riffs intensos e complexos, enquanto os solos melódicos proporcionam um contraponto interessante. A bateria de Daniel Svensson é precisa e cheia de energia, pelo potente baixo de Peter Iwers. Os vocais de Anders Fridén merecem destaque especial, alternando entre gritos intensos e trechos mais suaves e melódicos. Esta versatilidade vocal demonstra a abordagem quase que experimental do álbum, harmonizando de maneira perfeita a brutalidade e a melodia.

O álbum abre com "Take This Life", faixa dotada de velocidade, riffs poderosos e refrãos melódicos. É uma composição típica e perfeita para entender as ideias e peso singulares do In Flames. Já "Come Clarity", fqaixa que saiu como single, é uma "balada" que revela um lado mais introspectivo da banda. A simplicidade de sua composição e arranjos contrasta com o restante do álbum, realçando a performance cheia de feeling de Anders. Podemos destacar ainda fqixas como "Reflect the Storm" e "Crawl Through Knives", que mostram de forma direta a combinação de agressividade e melodia que se estende por todo o álbum, com refrãos cativantes e momentos técnicos, mas ao mesmo tempo pesados e brutais.

COME CLARITY é citado como um dos melhores trabalhos do In Flames da era contemporânea. Mas também, traz aquela aura de mudança (mesmo que isso já viesse sendo apresentado nos trabalhos anteriores do grupo), o que nem sempre é visto com bons olhos pelos "fãs". O fato é que o CD representa um momento crucial de transição. Apesar de dividir opiniões, principalmente entre os adeptos do death metal melódico, o álbum consolidou a posição da banda como uma das mais pioneiras do estilo. Este álbum é essencial para os fãs de metal que apreciam uma mistura de emoção e melodia com brutalidade. Algo que sempre traz a marca do IN FLAMES.

Sergiomar Menezes




THERION - DEGGIAL (2000 - RELANÇAMENTO 2024)



THERION
DEGGIAL (RELANÇAMENTO 2024)
Shinigami records/ Nuclear Blast - Nacional

Algumas bandas tem a capacidade de se ressignificar a cada disco, aprimorar sua sonoridade e manter sua essência nesse processo. O THERION é um bom exemplo disso, e se tratando do seu mentor e fundador Christofer Jonnsson, o mérito da genialidade também é verdadeiro.

Relançado pela Shinigami Records em 2024, o excelente Deggial (2000) traz em suas composições um metal sinfônico de excelência, contando além de Christofer Johnsson (em todas as composições, guitarras, teclados), Kristian Niemann (guitarra), Johan Niemann (baixo), Sami Karpinnen (bateria), Thomas Karlsson (letras), um time completo de orquestra, com coro de vozes, metais, sopros, cordas, um tenor. Tudo absolutamente orgânico, sem efeitos ou sintetizadores em estúdio.

As já referidas composições são permeadas de vozes e arranjos, os riffs inspirados em metal tradicional em diversos momentos fazem uma conexão bem coesa com a proposta lírica nesse caso, que vai do ocultismo a mitologia, característica da banda, e seguindo os passos das obras anteriores como Theli (1996), Vovin (1998) e Crowning of Atlantis(1999).

"Seven Secrets of the Sphynx" abre o disco com riffs e climas bem empolgantes, seguido com a bela "Eternal Return", com belas passagens de voz. "Enter Vril-Ya" traz bastante elementos tradicionais, o riff lembra bastante Accept (Princess of the Dawn) e até mesmo AC/DC (Hell ain’t a bad place to be) e é bem marcante.

Seguindo nessa linha temos as inspiradas "The Invicible" (bem cadenciada e com vocais líricos bem interessantes), "Flesh of the Gods" (com a matadora voz de Hansi Kursch - Blind Guardian), talvez a mais direta metalicamente falando, a faixa "Deggial" com seu clima tétrico e crescente em velocidade e intensidade.

Os momentos de maior erudição culminam na dramática e bem interessante "Via Nocturna" (Pt 01 e 02) e na grandiosa versão de "O Fortuna", parte integrante de "Carmina Burana" de Carl Orff, encerrando em alto nível.

Em resumo é um álbum muito bem construído, complexo em alguns momentos, mas genial no que se propõe. Um grande momento na carreira dos suecos e sem dúvidas, um dos clássicos do estilo.

Gustavo Jardim




quarta-feira, 20 de novembro de 2024

HAMMERFALL - (r)EVOLUTION (2014 - RELANÇAMENTO 2024)


HAMMERFALL
(r)EVOLUTION (RELANÇAMENTO 2024)
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

Lançado em 2014, o nono álbum do HAMMERFALL, (r)Evolution, simboliza um retorno às origens que estabeleceram a banda como uma das principais potências do power metal global. Depois da recepção aquém de Infected (2011), que se aventurou por caminhos mais obscuros e experimentais, o quinteto optou por revisitar sua sonoridade clássica, repleta de músicas cativantes que resgatavam a aura mágica do quinteto. Assim, dez anos após seu lançamento, a parceria Shinigami Records/Nuclear Blast, recoloca no mercado o álbum que devolveu o grupo ao estilo que o tornou um dos nomes mais queridos pelos headbangers a partir do final dos anos 90.

Joacim Cans (vocal), Oscar Dronjak (guitarras, teclados), Pontus Norgren (guitarras), Fredrik Larsson (baixo) e Anders Johansson (bateria) chamaram o produtor Fredrik Nordström que acompanhado de James Michael, deixou o trabalho com uma produção pesada e contemporânea, sem perder a atmosfera "old school" que caracteriza o grupo. A arte da capa, concebida pelo renomado artista Andreas Marschall, representa esse resgate, trazendo de volta Hector, o personagem principal da banda, em uma postura imponente. E confesso que, só por isso, o álbum já desperta aquele desejo de ouvi-lo, sabendo exatamente o que vamos encontrar. Em termos musicais, (r)Evolution apresenta riffs intensos, refrãos grandiosos e uma energia contagiante, elementos que fazem referência a álbuns clássicos como Glory to the Brave (1997) e Renegade (2000). 

A abertura com "Hector's Hymn", já é uma verdadeira declaração de amor aos fãs, fazendo referência a canções e álbuns anteriores. A canção apresenta riffs tipicamente "Hammerfall" e traz um vocal inspirado de Joacim Cans, proporcionando um refrão que merece ser cantado por todos com os punhos erguidos! "Bushido" por sua vez, tarz influências orientais e uma letra que exalta o código de honra samurai. "Live Life Loud" é uma música otimista, perfeita para elevar o ânimo de qualquer fã da banda e do estilo. Ainda podemos destacar "Winter Is Coming", uma balada épica, que apresenta um clima melancólico, com uma interpretação vocal bem interessante de Joacim Cans, além de arranjos orquestrais que conferem certa dramaticidade à faixa.

(r)Evolution é um disco que agrada tanto aos fãs mais saudosistas quanto aos que procuram um power metal produzido com atual mas sem soar moderno demais. Não se trata de uma inovação, mas de uma reafirmação do que HAMMERFALL é uma banda muito acima da média. Com faixas que agregam força e melodia, o álbum reafirma a posição da banda como um dos principais pilares do estilo. Com total justiça, diga-se de passagem.

Sergiomar Menezes







TOBIAS SAMMET's AVANTASIA - GHOSTLIGHTS (2016 - RELANÇAMENTO 2024)

 


TOBIAS SAMMET's AVANTASIA
GHOSTLIGHTS (RELANÇAMENTO 2024)
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional

Quem conhece a história do Edguy sabe bem o que vou dizer: o Avantasia foi criado para ser um projeto do seu mentor Tobias Sammet, e de uns anos para cá com a pausa do Edguy, o Avantasia passou a ser a única banda deste gigante do Heavy Metal mundial.

Se dermos uma repassada na discografia da banda, perceberemos que não há quase nada descartável, tudo muito bem feito, muito bem produzido, aquele ar épico em todas as composições, obviamente com passagens sinfônicas muito bem pensadas e elaboradas.

Ghostlights” foi o sétimo trabalho do Avantasia e que como sempre, contou com inúmeras participações especiais, como Geoff Tate (ex-Queensryche), Ronnie Atkins (Pretty Maids), Michael Kiske (Helloween), Jørn Lande (ex-Masterplan), Bruce Kulick (ex-Kiss), Bob Catley (Magnum), Dee Snider, Marco Hietala (Tarot, ex-Nightwish) e Sharon Den Adel (Within Temptation). Como todo os trabalhos anteriores, o trabalho é conceitual e aqui deixamos para o mentor Tobias Sammet explica-lo melhor: “O conceito geral é sobre um círculo de cientistas megalomaníacos, liderados por um ocultista misantrópico, que querem manipular o sentido de tempo de um indivíduo e alinhá-lo com a sociedade; essencialmente para construir pontes, mas na verdade para obter o máximo controle”. E acrescentou: “O protagonista, um jovem cientista agnóstico, encontra-se entre duas frentes. Por um lado, estão os seus valores morais e, por outro, está o seu ‘eu’ científico e a sua procura de desenvolvimento e progresso Ao longo da história, ele enfrenta cada vez mais diferentes aspectos da espiritualidade, da aceleração do tempo e de questões sobre o sentido da vida.

No lado musical, o Avantasia em nada mudou desde seus inesquecíveis trabalhos iniciais, os clássicos “The Metal Opera Pt. 1 e Pt. 2”, lançados há quase 25 anos atrás. Obviamente, há algumas faixas que se destacam como “Let the Storm Descend upon You”, a faixa título que tranquilamente poderia estar nos álbuns mais antigos do Edguy, por seu lado virtuoso e melódico, evidenciado pela participação do mestre Michael Kiske.

O lado mais progressivo também fica em evidência em “Seduction of Decay” com a voz de Geoff Tate, o que mostra que Tobias tem a percepção de dar aos seus convidados a música perfeita para desempenharem da melhor possível. Quase impossível não se emocionar com o dueto Tobias/Jørn Lande em “Lucifer” que começa como uma baladinha e acaba num tremendo Power Metal do jeito que ambos sabem fazer de melhor. Um dos destaques do disco!

Há quem prefira que Tobias siga focando seus esforços no Avantasia e deixe definitivamente o Edguy no limbo, o que é até compreensível afinal Tobias não é mais nenhum garoto e manter o "PROJETO" em evidência requer muito trabalho. Tanto essa parece ser a tendência, que a esta altura, no final de 2024, Tobias já anunciou um novo trabalho de estúdio para o outono de 2025, com o título de “Here Be Dragons”. Se for o melhor para todos, que assim seja!

Mauro Antunes





SIMONE SIMONS - VERMILLION (2024)


 

SIMONE SIMONS
VERMILLION
Shinigami Records / Nuclear Blast - Nacional

Sendo uma artista com muito reconhecimento e com uma base sólida de fãs mundo afora, era de se estranhar que até então a cantora holandesa Simone Simons, do Epica, ainda não tivesse lançado um trabalho solo. Pois com o lançamento de “Vermillion”, esta lacuna foi preenchida.

Este trabalho de estreia da carreira solo de Simone inclui muitos músicos ilustres como Arjen Anthony Lucassen, o baterista Koen Herfst (VANDENBERG), o colega de Epica no baixo, Rob van der Loo. Além disso, Alyssa White-Gluz (ARCH ENEMY) e Marc Jansen (EPICA) são os vocalistas convidados do álbum. Logo na primeira faixa, temos a tônica do álbum: o trabalho é feito para a voz de Simons brilhar . A primeira música do álbum é “Aeterna” e apresenta uma vibração oriental no decorrer dela. Na sequência vem “ In Love We Rust”, com teclados proeminentes e um belo solo de guitarra.

“Cradle to the Grave” vem mais pesada, com Alyssa White-Gluz dividindo os vocais, enquanto ”Fight or Flight” é uma música muito forte, sendo um dos destaques do álbum. “Weight Of My World” como  deixar de ser, não poderia segue a sonoridade da faixa anterior. Uma mistura de riffs estrondosos e teclados fornecem a base melódica para a faixa. As melodias das partes do refrão são cativantes e as linhas do refrão se assemelham a um hino.

"Vermillion Dreams” se aproxima mais para uma balada, lente e nostálgica, enquanto The Core” é mais uma faixa de Metal moderno. É uma das poucas faixas com uma estrutura musical simples, e se apresenta como uma faixa de nível abaixo as outras do álbum, mesmo que as habilidades vocais de Simone Simons casem bem para os efeitos eletrônicos, se assemelhando um pouco ao som praticado pelo AMARANTHE. As fixas “Dystopia” e “R.E.D.” seguem em um clima denso e pesado, enquanto “Dark Night of the Soul” vem envolta de teclados e belos arranjos, com um clima mais suave.

Finalizando, o álbum de estreia de Simone Simons é um trabalho muito forte. Obviamente vamos lembrar do Epica durante a audição, e nem teria como ser diferente. Um pacote que engloba Symphonic Metal, Prog Metal e “Modern” Metal. Mesmo eu não sendo um apreciador de carteirinha do estilo praticado por Simone, não tenho como negar a qualidade e a categoria de “Vermillion”.

José Henrique Godoy




segunda-feira, 18 de novembro de 2024

SWEET - FULL CIRCLE (2024)

 


SWEET
FULL CIRCLE 
MetalVille - Importado

Tive contato com o Sweet desde muito cedo. Era natal de 1977, e a minha prima, quase 10 anos mais velha que eu comprou o estupendo álbum “Sweet Fanny Adams” de 1976, cuja versão nacional trazia “Ballroom Blitz” abrindo o lado B. Esta música é praticamente a marca registrada da banda e tocava em tudo que era lugar à época, e inclusive nas festinhas que a minha prima ia. Ela, apesar de ter bom gosto musical, nunca se considerou roqueira, e obviamente comprou apenas pela citada faixa. Eu tinha 7 anos e nem sabia o que era Rock n' Roll, mas me lembro como se fosse hoje ela colocar o LP pra rodar incessantemente na mesma música.

Com o passar dos anos e já “contaminado” com o vírus do Rock/Metal, quando tinha uns treze anos, comecei a pesquisar por bandas que faziam parte do meu novo ‘vício” e qual a minha surpresa ao “descobrir” que o tal Sweet, aquela banda que só tocava uma música, fazia parte deste novo universo que eu tinha adentrado. “Sweet Fanny Adams” é fantástico da primeira a última faixa e até hoje considero uma das “pedras fundamentais” da minha formação musical.

Bom, estes dois primeiros parágrafos foram para deixar claro a relação que eu tenho com o Sweet e o porquê da minha pequena decepção com este novo trabalho, “Full Circle”. È um trabalho ruim? De forma alguma e longe disso. É um bom trabalho , com excelente produção e boas músicas. Talvez o grande problema seja o nome da banda na capa. Obviamente não quero ser aqueles chatos que quer o mesmo som de quase 50 anos atrás, ainda mais levando em consideração que da formação original só restou o guitarrista Andy Scott, tendo em vista que infelizmente Brian Connolly, Steve Priest e Mick Tucker já não estão mais entre nós, mas se me permitem o trocadilho, o trabalho soa “adocicado” demais.

O que nós temos em “Full Circle” é um bom álbum de “Melodic Rock”. Mas a questão é, o Sweet nunca foi “melódico”. Obviamente tinha seus momentos de “doçura” (desculpem o trocadilho novamente), mas o grupo sempre foi uma banda de hard/glam Rock n' Roll. Então, ao escutar “Full Circle” temos a nítida impressão de estarmos escutando o novo lançamento de uma nova banda, pois pouco se encontra de alguma raíz ou marca registrada do “velho” Sweet. Temos bons momentos, como a abertura com “Circus” (o início até lembrou um pouco o clássico ”Action”), “Don´t Bring Me Water” e “Coming Home” que tentam emular um Whitesnake 80's enquanto “Everithing“, “Changes” e “Defender” poderiam ser apresentadas a alguém como faixas perdidas do Journey. Todas elas destacam o ótimo vocalista Paul Manzy. Porém a faixa mais marcante é “Destination Hannover”, nesta sim, você consegue sentir a presença do Espírito do “velho” Sweet.

Full Circle” parece ser o álbum que será o encerramento da carreira do Sweet. O que se pode concluir após uma audição é o seguinte: se você quer conhecer o que o Sweet fez de melhor, esqueça “Full Circle” e busque “Off The Record”, “Sweet Fanny Adams”, “Give us A Wink” e “Desolation Boulevard”. Se você procura apenas um bom álbum de rock, com boas musicas e excelente execução/produção, pode adquirir “Full Circle” sem medo de ser feliz. Eu vou comprar o meu e curtir numa boa, esquecendo o nome da banda na capa e tudo que ela representou.

José Henrique Godoy




MR. BIG - THE BIG FINISH LIVE! (2024)

 


MR BIG
THE BIG FINISH LIVE
Evoxs - Importado

O Mr. Big foi formado em 1989, e por mais de 3 décadas conseguiu atingir grande popularidade no mundo do Hard Rock, seja pela excelência técnica dos seus integrantes, seja por sucessos radiofônicos, ou simplesmente pelas suas incendiárias apresentações ao vivo. E não por acaso, é uma das bandas com mais discos ao vivo, dentro do estilo.

Este novo lançamento porém, tem um significado e motivo muito especial. Provavelmente este será o último lançamento da carreira da banda, tendo em vista o desejo de Eric Martin vocais), Paul Gilbert (guitarras) e Billy Sheehan (baixo), finalizar as atividades do Mr. Big, muito por não verem sentido em continuar sem o grande baterista Pat Torpey, infelizmente falecido em 2018. Coube então a Nick D`Virgillio gravar o último álbum de estúdio, “Ten” e realizar a as tour de divulgação, sendo a última da carreira da banda.

Corretamente batizada de “The Big Finish”, a tour empresta o nome a este novo Live do Mr. Big. Logo de cara salta aos olhos a excelente qualidade de gravação/produção. A abertura é com a mais que clássica “Addicted To That Rush” e ao final dela, Eric Martin anuncia que o show será especial, pois será executado o álbum “ Lean Into It”, o álbum de maior sucesso da banda, e o preferido dos fãs, junto a outros clássicos. A segunda faixa é “Take Cover”, que é dedicada à Pat Torpey , que segundo o próprio Martin cita, é uma das introduções de bateria mais bonitas e criativas existentes. E aqui mais pontos para Nick D`Virgillio: Ele mantém todas as linhas de bateria intactas e sem alterações, o que justifica plenamente a sua escolha para o posto.

“Undertow” de 2010 vem na sequência, para que depois “Lean Into It” seja executado por completo, de “Daddy , Brother, Lover and Little Boy” até “ To be With You”. Passados mais de 30 anos, “Lean Into It” prova ter vencido a barreira do tempo, e sim, é um clássico do Hard Rock, muito pela qualidade das composições e talento dos músicos. O restante do setlist tem músicas como “Big Love”, “Promise Her The Moon”, “Colorado Bulldog” (esta separando os solos de Paul Gilbert e Billy Sheehan), e alguns covers clássicos já gravados pelo Mr. Big, como “Shy Boy” ( Talas/Dave Lee Roth), “30 Days In a Hole" (Humble Pie) e Baba O`Riley (The Who).

Concluindo, “The Big Finish Live” é um ótimo álbum ao vivo e uma excelente forma de dizer adeus (ou será m até breve?). E como diz a letra de “Just Take My Heart”: “Se esse for mesmo um adeus”, o Mr. Big vai levar os corações dos seus fãs junto.

José Henrique Godoy