quinta-feira, 21 de novembro de 2024

THERION - DEGGIAL (2000 - RELANÇAMENTO 2024)



THERION
DEGGIAL (RELANÇAMENTO 2024)
Shinigami records/ Nuclear Blast - Nacional

Algumas bandas tem a capacidade de se ressignificar a cada disco, aprimorar sua sonoridade e manter sua essência nesse processo. O THERION é um bom exemplo disso, e se tratando do seu mentor e fundador Christofer Jonnsson, o mérito da genialidade também é verdadeiro.

Relançado pela Shinigami Records em 2024, o excelente Deggial (2000) traz em suas composições um metal sinfônico de excelência, contando além de Christofer Johnsson (em todas as composições, guitarras, teclados), Kristian Niemann (guitarra), Johan Niemann (baixo), Sami Karpinnen (bateria), Thomas Karlsson (letras), um time completo de orquestra, com coro de vozes, metais, sopros, cordas, um tenor. Tudo absolutamente orgânico, sem efeitos ou sintetizadores em estúdio.

As já referidas composições são permeadas de vozes e arranjos, os riffs inspirados em metal tradicional em diversos momentos fazem uma conexão bem coesa com a proposta lírica nesse caso, que vai do ocultismo a mitologia, característica da banda, e seguindo os passos das obras anteriores como Theli (1996), Vovin (1998) e Crowning of Atlantis(1999).

"Seven Secrets of the Sphynx" abre o disco com riffs e climas bem empolgantes, seguido com a bela "Eternal Return", com belas passagens de voz. "Enter Vril-Ya" traz bastante elementos tradicionais, o riff lembra bastante Accept (Princess of the Dawn) e até mesmo AC/DC (Hell ain’t a bad place to be) e é bem marcante.

Seguindo nessa linha temos as inspiradas "The Invicible" (bem cadenciada e com vocais líricos bem interessantes), "Flesh of the Gods" (com a matadora voz de Hansi Kursch - Blind Guardian), talvez a mais direta metalicamente falando, a faixa "Deggial" com seu clima tétrico e crescente em velocidade e intensidade.

Os momentos de maior erudição culminam na dramática e bem interessante "Via Nocturna" (Pt 01 e 02) e na grandiosa versão de "O Fortuna", parte integrante de "Carmina Burana" de Carl Orff, encerrando em alto nível.

Em resumo é um álbum muito bem construído, complexo em alguns momentos, mas genial no que se propõe. Um grande momento na carreira dos suecos e sem dúvidas, um dos clássicos do estilo.

Gustavo Jardim




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