SWEET
FULL CIRCLE
MetalVille - Importado
FULL CIRCLE
MetalVille - Importado
Tive contato com o Sweet desde muito cedo. Era natal de 1977, e a minha prima, quase 10 anos mais velha que eu comprou o estupendo álbum “Sweet Fanny Adams” de 1976, cuja versão nacional trazia “Ballroom Blitz” abrindo o lado B. Esta música é praticamente a marca registrada da banda e tocava em tudo que era lugar à época, e inclusive nas festinhas que a minha prima ia. Ela, apesar de ter bom gosto musical, nunca se considerou roqueira, e obviamente comprou apenas pela citada faixa. Eu tinha 7 anos e nem sabia o que era Rock n' Roll, mas me lembro como se fosse hoje ela colocar o LP pra rodar incessantemente na mesma música.
Com o passar dos anos e já “contaminado” com o vírus do Rock/Metal, quando tinha uns treze anos, comecei a pesquisar por bandas que faziam parte do meu novo ‘vício” e qual a minha surpresa ao “descobrir” que o tal Sweet, aquela banda que só tocava uma música, fazia parte deste novo universo que eu tinha adentrado. “Sweet Fanny Adams” é fantástico da primeira a última faixa e até hoje considero uma das “pedras fundamentais” da minha formação musical.
Bom, estes dois primeiros parágrafos foram para deixar claro a relação que eu tenho com o Sweet e o porquê da minha pequena decepção com este novo trabalho, “Full Circle”. È um trabalho ruim? De forma alguma e longe disso. É um bom trabalho , com excelente produção e boas músicas. Talvez o grande problema seja o nome da banda na capa. Obviamente não quero ser aqueles chatos que quer o mesmo som de quase 50 anos atrás, ainda mais levando em consideração que da formação original só restou o guitarrista Andy Scott, tendo em vista que infelizmente Brian Connolly, Steve Priest e Mick Tucker já não estão mais entre nós, mas se me permitem o trocadilho, o trabalho soa “adocicado” demais.
O que nós temos em “Full Circle” é um bom álbum de “Melodic Rock”. Mas a questão é, o Sweet nunca foi “melódico”. Obviamente tinha seus momentos de “doçura” (desculpem o trocadilho novamente), mas o grupo sempre foi uma banda de hard/glam Rock n' Roll. Então, ao escutar “Full Circle” temos a nítida impressão de estarmos escutando o novo lançamento de uma nova banda, pois pouco se encontra de alguma raíz ou marca registrada do “velho” Sweet. Temos bons momentos, como a abertura com “Circus” (o início até lembrou um pouco o clássico ”Action”), “Don´t Bring Me Water” e “Coming Home” que tentam emular um Whitesnake 80's enquanto “Everithing“, “Changes” e “Defender” poderiam ser apresentadas a alguém como faixas perdidas do Journey. Todas elas destacam o ótimo vocalista Paul Manzy. Porém a faixa mais marcante é “Destination Hannover”, nesta sim, você consegue sentir a presença do Espírito do “velho” Sweet.
“Full Circle” parece ser o álbum que será o encerramento da carreira do Sweet. O que se pode concluir após uma audição é o seguinte: se você quer conhecer o que o Sweet fez de melhor, esqueça “Full Circle” e busque “Off The Record”, “Sweet Fanny Adams”, “Give us A Wink” e “Desolation Boulevard”. Se você procura apenas um bom álbum de rock, com boas musicas e excelente execução/produção, pode adquirir “Full Circle” sem medo de ser feliz. Eu vou comprar o meu e curtir numa boa, esquecendo o nome da banda na capa e tudo que ela representou.
José Henrique Godoy
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