terça-feira, 2 de dezembro de 2025

THE DAMNNATION - EYES OF DESPAIR (2025)

 


THE DAMNNATION
EYES OF DESPAIR
Shinigami Records - Nacional

Que o Brasil é um celeiro impressionante de grandes bandas da cena underground do Heavy Metal, quase todo mundo sabe! Poderia aqui citar, uma dezena, ou provavelmente, uma centena de bandas que merecem nosso respeito e atenção, e algumas delas, merecem que nos tornemos, realmente, fãs. Em um universo tão concorrido como esse, o The Damnnation conseguiu um fã aqui desde os tempos de seu primeiro trabalho completo em 2022, mas no início desse ano, no show que fizeram no Dark Dimensions Fest, em São Paulo/SP, elas subiram o nível e passaram a ser uma banda de muito respeito para este redator que vos escreve. O poderio destrutivo do trio demonstrado por Renata Petrelli (Vocal e guitarra), Fernanda Lessa (baixo) e Leonora Mölka (bateria) fez valer a pena cada segundo daquele show que foi só o primeiro do festival que veio a seguir.

Para a gravação de “Eyes of Despair”, a formação ainda contava com Aline Dutchi (baixo) e Janaina Melo (bateria). O tempo passou e a baterista Camila Almeida assumiu as baquetas para a gravação do próximo petardo que estava prestes a ver a luz do dia. Se em seus lançamentos anteriores, o EP “Parasite” (2020) e “Ways of Perdition” (2022), a banda parecia coesa e muito brutal, em “’Eyes of Despair” o sarrafo subiu bastante e podemos sim, considera-las como um dos nomes fortes da cena atual.

São 11 faixas distribuídas em pouco mais de 34 minutos do mais puro e maléfico Thrash/Death Metal. A evolução é simplesmente inacreditável e quase não dá para acreditar que se trata da mesma banda, obviamente, apenas Renata fez parte de ambos os line-ups.
A faixa de abertura “Burning Rain” me lembrou um pouco a Nervosa nos tempos da clássica “Masked Betrayer”, porém muito mais rápida e brutal. Um cartão de visitas e tanto, e desde cara percebi o porquê do álbum ser curto: velocidade, adrenalina e muita fúria!

“Hatred Genocide” começa com um riff tão legal, que me fez pensar que nenhuma das faixas seguintes poderia ser tão boa quanto ela. Além da incrível pegada da guitarra, a levada de bateria é realmente marcante. “Matter of Time” segue uma linha mais melódica que remete a bandas como Arch Enemy por exemplo. “Battlefield” traz a participação da vocalista Opus Mortis (ex Paradise In Flames) com doses generosas de passagens mais melódicas, incrível como essa se tornou uma marca registrada do trio. Dá pra perceber que Renata e cia. beberam muito das fontes do Melodic Death Metal, e aqui, em especial.
“Stoned” é pura pancadaria, puro Death Metal, sendo um destaque absoluto para este redator. Outra que me lembra a Nervosa das antigas, é “Solitude”, repleta de Groove e um andamento marcante da bateria. Em “Evilness” com a brutal participação especial de Daniela Serafim (Invisible Control, The Renegades Of Poisonville, MonsterSide), a banda investiu em um dueto que fará qualquer headbanger que se preze imitar os desesperados urros da dupla.

Por falar em urros desesperadores, Mayara Puertas (Torture Squad) faz participação especial em duas faixas: “Another Dimensions” que traz como conhecemos bem, como um furacão que não deixa pedra sobre pedra no caminho e a surpreendente faixa de encerramento, “Already Dead Inside” onde Renata e Mayara apostam em vocais limpos, quase um dueto Andi Deris/Michael Kiske, obviamente, guardadas as devidas proporções. Balanço final do dueto: sonzeira sim! E muita!!

Ainda tem a faixa “Tempus Fugit” composta pela ex-baixista Aline Dutchi. O mais legal dela que ela tem uma veia meio punk, outra faixa diferente do trabalho, que foge do Death/Thrash que é a marca do The Damnnation. Para os fãs mais ferverosos, a banda disponibilizou em suas mídias digitais, um cover do Metallica, a clássica “For Whom the Bell Tolls”. O resultado: mais uma faixa em que a banda procurou inovar e inseriu várias passagens sinfônicas na faixa, o que poderá fazer com que os fãs mais fervorosos da banda original, torçam o nariz. Eu, particularmente, preferia que a banda procurasse se manter mais fiel ao original, mas dizer que o cover ficou ruim, é um tremendo exagero.

A capa também merece destaque, daquelas que se você for a uma loja física e vê-la exposta na prateleira, você, inevitavelmente, irá querer admirar e sua curiosidade sobre o conteúdo aumentará exponencialmente.

Que o The Damnnation já é uma realidade na cena Metal, isso nós já sabemos. O que espero é que as meninas consigam de verdade, alcançar vôos maiores e turnês ao redor do mundo, já que talento e boa música, elas têm de sobra. Que o sucessor de “Eyes of Despair” não demore muito, por favor...

Mauro Antunes




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