quinta-feira, 11 de julho de 2024

THE TROOPS OF DOOM - A MASS TO THE GROTESQUE (2024)



THE TROOPS OF DOOM
A MASS TO THE GROTESQUE
Alma Mater Records/ Rock Brigade Records/Voice Music - Nacional

O segundo álbum de uma banda sempre vem sempre cercado de expectativas, ainda mais quando o primeiro já chega quebrando tudo em todos os sentidos. No entanto, estamos falando da THE TROOPS OF DOOM, uma banda que dispensa apresentações ou maiores comentários, uma vez que o grupo liderado por Jairo Guedz, é formado por músicos experientes e com conhecimento de causa, aqui, ela atende por Death Metal, moldado a ferro e fogo em Tampa, na Flórida. Estamos também, falando de uma música extrema, pesada e recheada de influências do Thrash Metal, algo bastante plausível, afinal, Jairo fez parte da maior banda do estilo no país, não é mesmo? Soando como antigamente, mas com uma produção bastante atual, A MASS TO THE GROTESQUE, chega cercado de expectativas. Após três EPs e um Full Lenght, o segundo álbum da banda nos mostra que fazer Death Metal está no sangue de cada um dos quatro integrantes. 

Formada por Jairo (guitarra), Alex Kaffer (baixo e vocal), Marcelo Vasco (guitarra) e Alexandre Oliveira (bateria), a banda nos entrega 11 faixas, contando com uma introdução, onde somos convidados a presenciar uma viagem pelo mundo do "metal da morte". Produzido por André Moraes e mixado/masterizado por Jim Morris (lenda do estilo) no Morrisound Studios, o trabalho traz ainda uma arte de capa sensacional, principalmente no que diz respeito ao trabalho de cores, criando um clima ao mesmo tempo soturno e vibrante, criação de Dan Seagrave, outro nome reconhecido dentro do death metal. Assim, nesse pacote, encontramos um álbum que segue os passos de seu antecessor, mas que acaba por dar um passo adiante, mostrando a versatilidade e capacidade dos seus integrantes. Não á toa, o grupo está prestes a embarcar em sua primeira tour européia.

Após a intro "Solve Et Coagula", "Chapels of the Unholy" chega recheada de riffs agressivos e diretos, com uma atmosfera que nos lembra uma certa banda surgida em Minas Gerais lá no início dos anos 80... Claro que esse tipo de comparação sempre acontecerá, afinal, nas seis cordas daquela banda também estava Jairo Guedz... Mas a Troops é muito mais que isso, pois percebemos as influências de cada integrante em cada nota presente no trabalho. Como fica claro em "Dawn of Mephisto", próxima faixa, que traz thrash, death em metal tradicional sua estrutura. Que música fantástica! Perfeita para aquela roda de mosh, onde será mais do que bem recebida nos shows, tamanha a violôncia e peso que emanam de suas notas. Jairo e Marcelo formam hoje uma das mais afiadas e entrosadas duplas de guitarristas do país, enquanto Kaffer e Alexandre, carregam no peso ao criarem bases mais do que sólidas, cheias de intensidade. "Denied Divinity", segue a risca a cartilha do estilho, ao trazer uma levada de guitarra típica, incorporando passagens mais cadenciadas e trabalhadas. Mas torna-se impossível não se emocionar coma s guitarras de "The Impostor King"... Que coisa linda ver a veia do verdadeiro death metal ativa, ainda que em 2024! Que porrada! 

"Faithless Requiem" mantém a adrenalina em alta, antecedendo a "épica" "Psalm 78 - God of Bizarre", uma faixa com mais de 8 minutos, cuja execução traz todos os traços de influências da banda, passando por Slayer, Sacrifice, Sepultura, Venom e... KISS! Sim, pois ao menos para este que voz escreve, certos passagem nos remetem a clássica "God of Thunder"! Pode até ser loucura da minha cabeça, mas... O clássico death metal retorna em "Terror Inheritance", enquanto "The Grotesque" caminha de mãos dadas com o thrash metal mais tradicional. O peso e agressividade são o norte de "Blood Upon the Throne" que antecede "Venomous Creed", que encerra o trabalho de forma sombria e climática, mantendo o peso e vocais "soturnos", numa atmosfera densa e pesada.

A MASS TO THE GROTESQUE é um trabalho que vai figurar nas listas de melhores do ano em todos os sites que se dizem especializados. Se não acontecer, talvez os sites não sejam tão especializados assim. A verdade é que a THE TROOPS OF DOOM fez resgatar aquele sentimento mais verdadeiro e potencial do death metal mais cru, ainda que de forma mais atual. Não á toa, Max e Iggor decidiram regravar os primeiros trabalhos daquela banda lá de Minas Gerais...

Sergiomar Menezes






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