sexta-feira, 6 de setembro de 2024

BLUE ÖYSTER CULT - GHOST STORIES (2024)



BLUE ÖYSTER CULT
GHOST STORIES
Sninigami Records/Frontiers Music - Nacional

Com mais de 50 anos de história, uma discografia numerosa, e uma incontável quantidade de fãs mundo afora, o Blue Öyster Cult anuncia o seu derradeiro álbum, batizado de “Ghost Stories”. Os remanescentes membros fundadores, Eric Bloom (guitarra e vocais) e Buck Dharma (guitarra e vocais) fizeram o anúncio antes do lançamento do álbum, e a expectativa por este último trabalho cresceu bastante dentre os admiradores do B.O.C.

O que temos em “Ghost Stories” na realidade, é pouco ou quase nada de novidades, ou composições novas. Trata-se de um apanhado de músicas que foram descartadas de álbuns antigos, para ser mais exato, entre o período de 1978/1983, uma das épocas de maior sucesso da banda.

Quando você recebe esta informação, do álbum ser formado quase na sua totalidade por canções que “sobraram” de outros antigos trabalhos, assim como eu você deve ter pensado: “Se não serviram para os álbuns nos anos 70 e 80, vão funcionar agora em 2024?”. A resposta é: talvez...

Não espere encontrar dentre estas faixas nenhuma nova “Don't Fear The Reaper”, “Godzilla” ou “Burning For You”. Mas ao mesmo tempo temos bons momentos, começando com a participação dos antigos membros, através de remixagens ou utilizando a famigerada (e não apoiada por mim) I.A. Os bateristas Albert Bouchard e Rick Downey, Joe Bouchard (irmão de Albert, guitarrista e também co-fundador da banda) e Allen Lanier, falecido tecladista da formação original do B.O.C. estão presentes no trabalho.

Com relação as faixas, os destaques ficam pelos covers de “Kick Out The Jams” do MC5, “We Gotta Get Out Of This Place”, do The Animals e “If I Fell”, cover acústico dos Beatles, única faixa mais recente, gravada em 2016 com Buck Dharma nos vocais. Ficou um tanto quanto deslocada no contexto, mas ok. Faixas autorais que são ponto mais alto do álbum, posso citar a abertura com “Late Night Street Fight”, “So Supernatural” e “Shot In The Dark”, faixas com a assinatura e características próprias do B.O.C.

Enfim, creio que o B.O.C. deveria ter se preocupado e caprichado mais em se tratando de ser um álbum de despedida, principalmente sendo o trabalho após o ótimo “The Symbol Remains”(2020). Acho que uma despedida de uma banda com mais de 50 anos deveria ter sido mais trabalhada e pensada, e não oferecendo um “prato requentado” para a sua imensa legião de fãs. Enfim, vamos aguardar uma turnê grandiosa, para termos encerramento com chave de ouro. Mas de toda a forma, “Ghost Stories“ vale para os fãs mais ferrenhos e para os colecionadores. Lançamento nacional pela Shinigami Records.

José Henrique Godoy




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