segunda-feira, 16 de setembro de 2024

GODS & PUNKS - DEATH (2024)

 


GODS & PUNKS
DEATH
Independente - Nacional

O mundo da música é como uma enorme roda-gigante. Os anos e as décadas passam, mas aquele clima e os riffs "sabbathicos" do início sempre vão arrepiar e causar comoção. Não importa se a banda é nova ou antiga: enquanto houver discípulos de Tony Iommi, você ficará com um sorriso de orelha a orelha.

E foi exatamente assim que fiquei ao ouvir os primeiros acordes de "Slowburner", faixa de abertura de "Death", o novo álbum do quarteto carioca Gods & Punks. Essa nostalgia ao escutar um som setentista, com toda aquela pegada "suja e empoeirada" de porões, tem um charme ímpar. Por tudo que escrevi, acredito que você, leitor, já deve ter percebido que este álbum não apresenta qualquer traço de modernidade. As 7 músicas são uma verdadeira viagem no tempo, transbordando stoner rock e doom metal, com algumas mínimas doses de psicodelia à la Pink Floyd (de seus primórdios).

"Loss Of Reality", "The Night Of A Thousand Days" e "Decerebration" são completamente distintas entre si, e é justamente essa diversidade que justifica a ordem em que estão no álbum. Elas oferecem ao ouvinte uma sensação de liberdade, mostrando que, mesmo ao se propor a entrar em uma cápsula do tempo, a banda não perde a identidade. Eles brincam com o peso, harmonia, guitarras ríspidas, groove e "jam sessions". Os riffs de "The Space Between Spaces" parecem um encontro entre o Black Sabbath do "Vol. 4" e o Pentagram. A faixa é uma verdadeira overdose sonora, quimicamente empolgante e progressiva em certos momentos — o melhor é a transição para a pesadíssima "Archimedes’ Screw", que é simplesmente hipnotizante.

"Black Box" traz uma energia clássica repleta de surpresas. Provavelmente é a música que mais foge do restante do tracklist. Com um toque mais comercial, coros marcantes e uma levada sombria, não seria nenhuma surpresa se estivesse em algum dos primeiros trabalhos do Ghost.

São menos de 40 minutos, mas o Gods & Punks entrega uma dinâmica nostálgica que faz muito bem aos ouvidos. "Death" é incrível da primeira à última nota.

William Ribas




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