INFRARED
MANIFESTATION
Independente - Importado
MANIFESTATION
Independente - Importado
O Infrared surgiu durante os anos 80, mas, por diversos motivos, se dispersou, com cada membro seguindo sua vida longe dos palcos. Por quase três décadas (27 anos para ser exato), a banda ficou adormecida. Em 2014, porém, veio o retorno, e, desde então, os canadenses vêm conquistando novos territórios a cada lançamento. Para se ter uma ideia, nesses últimos 10 anos foram lançados seis álbuns, culminando em "Manifestation", lançado agora em setembro.
Os anos "escondidos" pareciam guardar uma energia acumulada, pronta para ser liberada em forma de palhetadas certeiras. Com uma duração de 41 minutos, o novo trabalho é daqueles "direto ao ponto". As 12 faixas levam o ouvinte por uma jornada através de medo, ansiedade e questões sociais, tudo com uma sonoridade frenética, cheia de linhas melódicas, que trazem consigo um espírito oitentista inconfundível.
Sobre o álbum como um todo, Armin Kamal (Guitarra e Vocal) explica: Muitos dos temas do álbum são baseados em ansiedade, medo, ou em comportamentos tóxicos, sejam eles interpessoais ou em um nível global. Uma das músicas até toca no perigo da inteligência artificial, então há uma certa ironia em usar IA para a capa do álbum e depois escrever um aviso fictício sobre seus perigos.
“Cataclysm” abre o álbum de maneira épica, trazendo tensão no instrumental e preparando o terreno para a destruidora “Temple of Sin”. Seus riffs ríspidos são um verdadeiro convite ao "bate-cabeça". Na verdade, o álbum como um todo é um deleite para os fãs de thrash metal. “Nikko” e “Demon's Blood” apresentam uma influência germânica, mais letal, ecoando até certas passagens mais próximas do death metal.
“Pressure Syndrome” tem sua letra inspirada no filme "Um Dia de Fúria", narrando a história de uma pessoa à beira do colapso. A agressividade da letra se reflete na música, com riffs intensos e vocais furiosos. “Manifest” é a calmaria antes da tempestade — um interlúdio sombrio que precede “Manifest Nation”. Esta faixa é cortante e grudenta, com guitarras implacáveis que lembram grupos mais "novos", como Havok, Suicidal Angels e Evile.
“Concuss” funciona como um hino para os fãs de moshpit, enquanto “Reforma” aborda a urgência da mudança em um planeta tão doente. A música tem uma abordagem mais moderada, mas sem perder o peso característico da banda. A trinca final, composta por “My Dreams Are Real”, “Parasite Patrol” e “Then the Earth Goes Black”, é um verdadeiro arrasa-quarteirão, com uma pegada totalmente old school, mas com toques modernos aqui e ali, mantendo a identidade da banda intacta.
Essas três faixas finais demonstram o amor do Infrared por suas raízes nos anos 80, mostrando que "Manifestation" é um verdadeiro compromisso em manter o estilo vivo, custe o que custar. Um testemunho intenso, seja pelas letras que exploram o lado sombrio da humanidade, seja por canalizar uma fúria que os fãs de thrash metal tanto amam.
Kirk Gidley (Guitarra), Alain Groulx (Bateria), Mike Forbes (Baixo) e Armin Kamal mais uma vez colocaram o nome da banda naquela prateleira de melhores lançamentos.
Ouça e comprove o poder do Infrared.
William Ribas
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