segunda-feira, 27 de outubro de 2025

REBEL ROCK RESEARCH - EXODUS

 



Se existe uma banda que ajudou a definir a fúria do Thrash Metal, essa banda é o Exodus! Desde o início dos anos 80, Gary Holt e companhia despejam riffs cortantes, baterias insanas e letras carregadas de atitude, agressividade e brutalidade ímpares.

Formada em 1979, em Richmond, Califórnia, EUA, o Exodus é considerada uma das pioneiras do gênero, ao lado de Metallica, Slayer e Anthrax, influenciando inúmeras bandas e gerações com seu som veloz e agressivo. Seu álbum de estreia, Bonded by Blood (1985), tornou-se um clássico do thrash, marcado pela intensidade e pelas letras violentas. Ao longo dos anos, a banda passou por diversas mudanças de formação, mas Gary Holt se consolidou como a principal força criativa. Mesmo após décadas na estrada, o Exodus continua ativo, lançando discos aclamados e mantendo-se fiel às raízes do thrash metal.

E agora, sem mais delongas, é hora de conferir o ranking pessoal de Johnny Z. (METAL NA LATA E JZ PRESS), nosso amigo e parceiro, que destaca os álbuns que marcaram a história do Exodus de forma inesquecível. Da fúria intransigente dos clássicos às surpresas menos conhecidas, cada escolha reflete riffs memoráveis, solos afiados e momentos que definiram a trajetória da banda. Prepare-se para (re)viver o thrash metal em sua forma mais pura.

Johnny Z.

11º - FORCE OF HABIT (1992)


Em meio à ascensão do grunge e do groove metal, o Exodus surpreendeu ao lançar seu trabalho mais experimental e controverso, marcado por uma sonoridade mais cadenciada, riffs pesados e andamento mid-tempo, em contraste com a velocidade e agressividade típicas do thrash clássico. Apesar da produção limpa e moderna, da evolução vocal de Zetro e de faixas consistentes como “Thorn in My Side”, “Good Day to Die”, “Me, Myself and I”, “Architect of Pain”, “Fuel for the Fire” e a faixa-título, o álbum acabou lembrado como um “suicídio comercial”, ofuscado por covers pouco inspirados, pela saída de Rob McKillop e por escolhas estéticas questionáveis. Ainda que polêmico e estranho para muitos, permanece como um registro curioso e subestimado na trajetória do Exodus, revelando uma tentativa ousada de adaptação ao cenário da época.


10º - ATROCITY EXHIBITION: EXHIBIT A (2007)


O oitavo álbum do Exodus marcou a segunda participação de Rob Dukes nos vocais e trouxe de volta o baterista Tom Hunting, resgatando parte da força clássica da banda e reforçando a química com Gary Holt, Lee Altus e Jack Gibson. Mais coeso e criativo que seu antecessor, o disco mantém a brutalidade característica do thrash metal, mas insere nuances melódicas e variações rítmicas que ampliam sua dinâmica, embalado pela produção poderosa de Andy Sneap. Com letras que exploram violência, crítica social, religião e introspecção, faixas como “Riot Act”, “Funeral Hymn”, “Children of a Worthless God” e a faixa-título se destacam pela intensidade e peso, enquanto “Bedlam 1-2-3” mostra o lado bem-humorado do grupo. Apesar de ter passado um tanto despercebido, Exhibit A é um registro sólido, visceral e indispensável para quem aprecia um thrash metal técnico e feroz, reafirmando a vitalidade do Exodus em plena fase moderna.


9º - BLOOD IN, BLOOD OUT (2014)


Trazendo o retorno inesperado de Steve “Zetro” Souza aos vocais, resgata a essência do thrash metal clássico do Exodus e deixa de lado parte do som mais moderno dos trabalhos anteriores, com energia crua, robustez e pegada mais pé no chão. O álbum conta com participações especiais, como Kirk Hammett em “Salt the Wound”, Chuck Billy em “BTK” e Dan the Automator em “Black 13”, além de faixas de destaque como “Body Harvest”, “Honor Killings” e “Food for the Worms”, que reforçam a agressividade e técnica da banda. Mesmo explorando novas sonoridades em algumas músicas, o disco mantém as raízes do thrash, e faixas menos lembradas, como “Wrapped In The Arms Of Rage”, demonstram fidelidade ao legado de álbuns como Fabulous Disaster e Impact Is Imminent. Embora bem recebido pelos fãs, o álbum não alcançou a força histórica de Shovel Headed Kill Machine e carece de hits memoráveis, mas ainda assim é um registro consistente, pesado e fiel à identidade da banda.


8º - EXHIBIT B: HUMAN CONDITION (2010)


Atravessando um de seus momentos mais maduros e coesos, o Exodus lançou seu décimo álbum de estúdio, que mantém a agressividade, a velocidade e a técnica características da banda desde os anos 80, mas acrescenta frescor, grooves robustos e relevância lírica atual. Produzido por Andy Sneap, o disco destaca riffs cortantes, bateria precisa e os vocais intensos de Rob Dukes, carregados de ódio, raiva e contestação. Musicalmente, o álbum brilha especialmente nas faixas iniciais, com solos elaborados, passagens mais pesadas e dinâmicas envolventes, embora alguns momentos do meio percam parte da energia. Entre os destaques estão “The Ballad of Leonard and Charles”, “Downfall”, “Beyond the Pale”, “Class Dismissed (A Hate Primer)”, “Burn Hollywood Burn” e “The Sun Is My Destroyer”, que combinam técnica, brutalidade e letras críticas sobre injustiça, corrupção e decadência social. Mesmo com pequenas imperfeições, Human Condition é um registro essencial, que mostra o Exodus entregando thrash metal intenso, inteligente e absolutamente humano.


7º - PLEASURES OF THE FLESH (1987)


Álbum que marcou a difícil transição do Exodus após a saída de Paul Baloff, figura lendária e ‘missionário do caos’, substituído por Steve “Zetro” Souza (ex-Legacy/Testament). O impacto inicial não foi o mesmo do devastador Bonded by Blood, mas o álbum trouxe uma sonoridade mais técnica e refinada, mostrando amadurecimento nas composições e na produção sem perder a essência do Thrash. Riffs afi ados de Gary Holt e Rick Hunolt, a bateria precisa e cheia de feeling de Tom Hunting, o baixo sólido de Rob McKillop e os vocais agressivos, ainda que mais controlados, de Zetro garantiram a força do material. Faixas como “Pleasures of the Flesh”, “Brain Dead”, “Seeds of Hate”, “Deranged” e “Chemi-Kill” se destacam e se mantêm vivas nos setlists, muitas delas originadas ainda das sessões de Bonded by Blood. Capturando a banda em pleno momento de evolução, o disco consolidou o Exodus como pilar do Thrash Metal, equilibrando maturidade musical com a brutalidade que sempre os caracterizou.


6º - PERSONA NON GRATA (2021)


Lançado sete anos após Blood In, Blood Out, marca o retorno explosivo do Exodus, reafirmando sua força e autenticidade no thrash metal. Gravado em estúdios caseiros pelo baterista Tom Hunting e com produção da própria banda, o álbum equilibra agressividade crua, clareza e peso em 12 faixas com mais de 60 minutos de duração. Steve “Zetro” Souza apresenta vocais ferozes e pela primeira vez mais graves, enquanto Gary Holt e Lee Altus entregam riffs coesos e solos precisos, com participações especiais de Rick Hunolt e Kragen Lum em “Lunatic-Liar-Lord”. Letras afiadas e socialmente conscientes abordam política, crítica à sociedade e à cultura contemporânea, com faixas como “Elitist”, “The Beatings Will Continue (Until Morale Improves)” e “Clickbait”. Com coesão sonora impecável, baixo firme de Jack Gibson, bateria precisa de Hunting e mixagem de Andy Sneap, o disco combina momentos de thrash direto e pura energia com passagens complexas e estruturadas. Persona Non Grata é um manifesto de fúria e brutalidade, consolidando o Exodus como referência absoluta do gênero, capaz de impactar tanto fãs antigos quanto novos.


5º - SHOVEL HEADED KILL MACHINE (2005)


Nasceu em meio a um período turbulento do Exodus, marcado pela saída de Zetro Souza e pelas baixas de Rick Hunolt e Tom Hunting, mas encontrou novo fôlego com a entrada de Rob Dukes, Lee Altus e Paul Bostaph, resultando em um dos discos mais brutais da carreira da banda. Evoluindo o terreno preparado por Tempo of the Damned, o álbum entrega riffs cortantes, bateria metralhadora, baixo estrondoso e vocais de pura agressividade, embalados por uma produção suja, intensa e moderna. Faixas como “Raze”, “Deathamphetamine” e “Shudder to Think” evidenciam técnica e violência em igual medida, transformando o registro em um verdadeiro rolo compressor sonoro, implacável do início ao fim. Mais do que um álbum polêmico, trata-se de uma obra essencial que reafirma a capacidade do Exodus de se reinventar sem perder a ferocidade.


4º - FABULOUS DISASTER (1989)


Um dos trabalhos mais celebrados da banda e que a colocou em lugar definitivo no panteão do thrash metal. Mais veloz, agressivo e refinado que seu antecessor, o disco soou como um Bonded By Blood amadurecido, unindo brutalidade, técnica e produção de alto nível sem perder a essência caótica do estilo. Zetro, em sua segunda participação, firmou-se como vocalista com identidade própria, enquanto Gary, Rick, Tom e Rob entregaram performances afiadas e explosivas. Clássicos como “Toxic Waltz” – que ganhou o primeiro videoclipe da banda e se tornou hino do mosh pit – a faixa-título, “Verbal Razors”, “Last Act of Defiance” e “Like Father, Like Son” exemplificam o equilíbrio entre fúria insana, groove e maturidade lírica, incluindo até o inusitado cover de “Low Rider”. Com seu impacto sonoro e visual, o álbum levou o Exodus a um novo patamar de reconhecimento mundial e permanece como referência obrigatória para qualquer fã de thrash metal.


3º - IMPACT IS IMMINENT (1990)


Álbum lançado em meio às mudanças no cenário do thrash metal nos anos 90, acabou ofuscado pelo contexto da época, mas não por falta de brutalidade ou qualidade. Com produção encorpada e riffs colossais do H-Team (Gary Holt e Rick Hunolt), o disco manteve a essência feroz da banda e apresentou composições mais complexas, técnicas e até groovadas, reforçadas pela entrada do baterista John Tempesta, que substituiu Tom Hunting com execução igualmente devastadora. Embora menos lembrado que seus antecessores, o álbum mostra um Exodus maduro e agressivo em faixas como “A.W.O.L.”, “Only Death Decides”, “Objection Overruled”, “The Lunatic Parade” e a explosiva “Thrash Under Pressure”, reafirmando seu compromisso com a violência sonora do gênero. Muitas vezes injustamente tratado como “patinho feio”, Impact Is Imminent permanece como um trabalho essencial, pesado e subestimado, que merece ser revisitado como um dos registros mais ignorantes e brutais da história da banda.


2º - TEMPO OF THE DAMNED (2004)


Após anos de silêncio, é amplamente considerado um dos grandes recomeços da história do thrash metal. Com Steve “Zetro” Souza de volta aos vocais, mais grave e controlado, Gary Holt e Rick Hunolt entregando riffs e solos matadores, a bateria explosiva de Tom Hunting e o baixo sólido de Jack Gibson, o álbum soa tão intenso quanto os clássicos dos anos 80, mas com a produção moderna e poderosa de Andy Sneap, que elevou ainda mais sua brutalidade. Faixas como “Scar Spangled Banner”, “Blacklist”, “War Is My Shepherd”, “Throwing Down” e a claustrofóbica faixa-título brilham ao lado da regravação de “Impaler” e do cover certeiro de “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”, resultando em um disco furioso, direto e memorável. Com energia crua, letras afiadas e capa de Ed Repka traduzindo o caos sonoro, Tempo of the Damned provou que o Exodus não só voltou, mas voltou ainda mais forte, reafirmando sua relevância e mostrando fome, confiança e modernidade sem abrir mão de suas raízes.


1º - BONDED BY BLOOD (1985)/ LET THERE BE BLOOD (2008)


O álbum de estreia do Exodus, é um dos pilares do Thrash Metal mundial, tão influente que bandas do estilo o têm como referência maior, mesmo diante de marcos como "Kill ’Em All" e "Show No Mercy". Apesar de seu atraso no lançamento devido a hesitações da gravadora e aos problemas pessoais de Paul Baloff, o disco impactou com brutalidade inédita, unindo fúria, velocidade e agressividade com precisão. Os riffs e solos da dupla Gary Holt e Rick Hunolt, a bateria devastadora de Tom Hunting, o baixo firme de Rob McKillop e os vocais indomáveis de Baloff moldaram um som avassalador que se tornou cartilha do gênero. Faixas como “Bonded By Blood”, “A Lesson in Violence”, “Strike of the Beast” e “Piranha” permanecem como hinos de agressividade juvenil e espírito thrasher, sustentando o status do álbum como essencial, imortal e inigualável — um verdadeiro soco na cara que nunca perde a força.


Já "Let There be Blood", é definitivamente um abraço do Exodus à sua própria história, revisitando o clássico Bonded by Blood com roupagem moderna, sem perder a agressividade que consagrou o álbum original. Com Rob Dukes nos vocais, Gary Holt e Lee Altus nas guitarras, Jack Gibson no baixo e Tom Hunting na bateria, a banda entrega riffs cortantes, solos precisos e uma base pulsante que mantém a brutalidade original intacta. A produção de Andy Sneap traz clareza, peso e modernidade, permitindo ouvir cada nuance sem perder a urgência e a fúria do thrash. Faixas como “Bonded by Blood”, “Exodus” e “A Lesson in Violence” soam afiadas e renovadas, respeitando o original, mas demonstrando que o Exodus continua afiado, capaz de fazer suas histórias passadas soar tão intensas hoje quanto há mais de 40 anos — um registro indispensável para fãs de thrash metal rápido, cru e impiedoso. Muitos condenam essa regravação, mas estão redondamente errados.







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