HAMMERFALL
STEEL MEETS STEEL: TEN YEARS OF GLORY
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional
STEEL MEETS STEEL: TEN YEARS OF GLORY
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional
Há bandas que parecem nascer para resgatar algo que parecia perdido. O HAMMERFALL é uma delas. Desde o final dos anos 1990, os suecos se encarregaram de buscar as fontes de inspiração do metal tradicional com convicção quase religiosa — e STEEL MEETS STEEL: TEN YEARS OF GLORY, coletânea dupla que está sendo relançada por aqui pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast é a prova cabal dessa devoção. Lançada em 2007, a coletânea é mais do que um “melhores momentos”: é um apanhado seleto e distinto de uma década em que a banda manteve viva a chama do heavy/power metal clássico enquanto o mundo girava em outras direções.
Reunindo faixas de todos os álbuns até então, o trabalho é uma viagem pelos caminhos que moldaram a identidade da quinteto. “Glory to the Brave”, “Renegade”, “Hearts on Fire”, “Blood Bound” — cada uma soa como um grito de batalha vindo de uma era em que o metal ainda acreditava em heroísmo, honra e melodias grandiosas. Tudo aqui é exagerado e sincero: os riffs gêmeos, os coros de estádio, o peso nas guitarras. E é justamente esse exagero — essa recusa em ser moderno — que faz a banda tão essencial para o gênero.
As três faixas inéditas, “Last Man Standing”, “Restless Soul” e “The Abyss”, funcionam como lembretes de que o fogo ainda queimava forte. A primeira citada, em particular, soa como um manifesto: riffs rápidos, refrão triunfal, e a mesma energia juvenil que os colocou no mapa dez anos antes. Há também a nova versão de “Hammerfall”, que traz mais peso, produção cristalina e o mesmo espírito guerreiro da original.
Mas uma coletânea sempre carrega questionamentos. Faltou essa faixa, poderiam ter incluído essa.... Para o fã do grupo, nada aqui é realmente novo; para quem quer conhecer o grupo, é o ponto de partida perfeito. Mas talvez seja esse o mérito maior do álbum: recapitular, com honestidade, a alma de uma banda que nunca quis reinventar a roda — apenas fazê-la continuar girando.
Ouvir esse trabalho (CD duplo) é como folhear um livro de sucesso: cada faixa é uma vitória conquistada, cada refrão soa como um hino dedicado ao metal. O HammerFall nunca foi uma banda que buscou inovação, muito pelo contrário. No entanto, sua convicção em resgatar a amosfera oitentista que vinha se perdendo dentro do cenário é totalmente eficaz.
Em tempos de modas passageiras e sons descartáveis, STEEL MEETS STEEL é um ponto de certeza: o Heavy metal pode ser adormecido, mas nunca apagado, mesmo quando o mundo duvida. O HAMMERFALL não mudou (pelo menos até aqui - exceção à INFECTED - 2011), e é justamente por isso que continua sendo tão necessário ao estilo.
Sergiomar Menezes


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