terça-feira, 7 de março de 2023

LOUDNESS - SUNBURST - 我武者羅 (2022)

 


LOUDNESS - SUNBURST 我武者羅 (2CD) (2022)
Shinigami Records/Ear Music/Sound City Records

Lançado ainda no ano de 2022, chega ao mercado nacional via Shinigami Records, o vigésimo oitavo (!!!) e mais recente trabalho dos veteranos japoneses, e a maior banda de Heavy Metal nipônica, o Loudness (me desculpem os fãs de X-Japan, opinião pessoal). Na ativa desde 1981,o banda capitaneada pelo genial Akira Takasaki, volta ao ataque com este álbum que, novamente, parece uma volta as raízes da banda.

No seu início, o Loudness optava por fazer suas letras no idioma da sua terra natal, deixando apenas os refrãos e títulos das músicas em inglês, escorados por um heavy/hard extremamente técnico e bem executado. Após um breve sucesso no mercado americano, o Loudness começou a perder força no final da década de 80 e durante as próximas décadas, realizou trabalhos mais experimentais e obscuros.

Nos últimos anos, o grupo voltou ao que sabe fazer de melhor, lançando bons álbuns calcados no heavy metal tradicional e, este “Sunburst”, não foge a esta linha. Alternando letras em inglês e japonês, o que temos aqui é um álbum bem forte, com excelentes composições.

Do início com a intro instrumental “Rising Sun”(sendo nativos da “Terra do Sol Nascente”, até hoje não tinham utilizado esse título), ao final do cd 2 com “Wonderland”, o que temos é um trabalho feito para agradar os fãs de longa data dos nipônicos. “Amato Tamashi”, com uma intro fantástica do baterista Masayuki Suzuki, abre caminho para um riff de guitarra incrível de Akira. Abro aqui um parênteses: Akira Takasaki, para quem não conhece ou nunca ouviu, ilustra perfeitamente o termo “Guitar Hero”. Solos , riffs e composições dignas de ser chamado como tal. Não é a toa que o chamavam de Eddie Van Halen japonês. Típico guitarrista que quando você escuta, sabe que é ele que está tocando, sem precisar ver o nome da banda ou os créditos do cd.

Masayoshi Yamashita um excelente baixista, cheio de técnica, se dá o direito de executar solos durante músicas como a já citada “Yamato Tamashi”, mas também faz as vezes de “baixista baixista” (parafraseando Wanderley Luxemburgo) , sólido e segurando a parede sonora da banda, em músicas fortes como “Stand Or Fall” (essa lembra, de longe, “Children of the Grave” do Black Sabbath) e “Crazy World”.

Minoru Niihara mantém ainda um ótimo timbre de voz e se sai muito bem nas interpretações. Seu vocal é muito característico e original, e dá o toque final ao som do Loudness. Preste a atenção na balada “The Sanzu River” cheia de emoção e sentimento. Outros destaques do álbum vão para a “speed” “Nihon NoKokoro”, “Kagayakeru 80s ( Shining 80s)” – título sintomático a sonoridade do cd e a espetacular “Tengoku No Tobira (esta poderia estar facilmente em álbuns clássicos do Loudness, como “Thunder in the East” ou “Desillusion”), feita para ser tocada ao vivo.

Enfim, um ótimo cd desta longa e quase sempre ótima discografia da banda. Curtidores do Heavy Metal tradicional clássico e fãs da banda não vão se decepcionar.

José Henrique Godoy




AZUL LIMÃO - NA PRESSÃO (2022)

 


AZUL LIMÃO - NA PRESSÃO (2022)
Dies Irae - Nacional

São 40 anos de história. E todos nós sabemos que isso é algo que se constrói, não se compra em farmácia nem no supermercado. A veterana banda carioca AZUL LIMÃO, um dos grupos mais importantes do cenário nacional, depois de retomar suas atividades em 2018 (em 2013 a banda lançou o álbum "Regras do Jogo), nos apresenta esse belo trabalho. NA PRESSÃO traz 10 faixas do mais puro Heavy/Thrash Metal, com aquela atmosfera que nos remete ao passado, mas de uma forma direta, atual, vigorosa. Nada que querer soar datado para parecer "true". Aqui, as coisas acontecem por conhecimento de causa e isso pode ser ouvido em cada nota, em cada virada de bateria, em cada riff, em cada faixa que o grupo compôs. E uma das coisas mais importantes: a banda mostra-se mais do relevante, resgatando a alma que, por vezes, algumas bandas nacionais, parecem esquecer na hora de gravar.

Trevas (vocal), Marcos Dantas (guitarra), Vinicius Mathias (baixo) e André Delacroix (bateria), gravaram o álbum no HR Estúdio no Rio de Janeiro entre abril de 2021 e junho de 2022. Gravado e mixado por Kleber França, o trabalho foi produzido pela própria banda e Rodrigo Scelza. A bela capa é arte de Jobert Mello. E por falar em capa... Parabéns a Dies Irae Records, que não apenas tem se empenhado em colocar no mercado edições históricas de bandas fundamentais do nosso cenário, como também tem caprichado em seus lançamentos. Um belo slipcase com capa diferente da versão que se encontra no CD, além de um belo pôster e adesivo. Isso mostra que ser underground é acreditar na arte sem que seja preciso abdicar do respeito e dedicação! 

A faixa título abre o álbum com aquela pegada característica: rápida, intensa e pesada! Os riffs de Marcos Dantas trazem à mente aquele clima oitentista, mas a produção nos "diz" que estamos em 2023. Ou seja, uma mescla perfeita entre saudosismo e  atualidade. A cozinha composta por Vinicius e André Delacroix é coesa e entrosada, enquanto Trevas solta sua voz potente e com timbre bem particular. Um refrão marcante dá um brilho a mais para a composição que acaba por ser um dos grandes destaques do trabalho. Já "Nunca se Renda" tem um clima mais tradicional, num clima por vezes NWOBHM, com uma letra que é bastante inspiradora. Dantas capricha em um solo inspirado, lembrando os bons tempos em que isso era um momento mágico dentro das composições. "Dinheiro Dinheiro" é um cover da banda espanhola Obus, que foi lançado um pouco antes do lançamento em seu idioma original "Dinero Dinero". Trata-se de um Hard/Heavy bem interessante. Por sua vez, "Crom", é mais rápida, trazendo a pegada típica do Azul Limão que conhecemos. Em seguida, "Perdão", mais cadenciada, é outo momento de destaque, com linhas de guitarra bem trabalhadas e cozinha dedicada em manter o peso.

"Alta Velocidade", como o próprio título entrega, é uma faixa que não deve ser ouvida enquanto se dirige, pois o risco de levarmos uma multa por "alta velocidade" é grande... Brincadeiras a parte, o clima de parceria e motos dominam a composição. Mas "1983" merece um destaque à parte. Uma ode ao ano em que a banda lançou sua primeira demo e traz inúmeras referências a pessoas que foram fundamentais para a solidificação do Heavy metal por todo Brasil. Rádios, revistas, locais, situações... Impossível não se emocionar, principalmente pela citação do grande Ricardo Barão e Ipanema FM, pois quem é gaúcho sabe bem do que estou falando. Mas temos Carbono 14, Rock Brigade, Colúmbia, o saudoso Leopoldo Rey, Som Três, Fluminense FM, Circo Voador, Galeria do Rock, Beto Peninha, Baratos Afins... Cara, que bela homenagem aos nossos heróis! Na sequência, a pesada "Vírus Mortal" tem um clima denso, sombrio, com uma letra retratando aquilo que passamos durante uma das piores fases da humanidade. Mas que não se restringe somente à ela. Pra fechar de forma enérgica e vigorosa, "Hipócrita", um Hard/Heavy dotado de alternância entre velocidade e peso e "O Medo é Inimigo", na mesma linha, com uma pitada extra de metal tradicional.

NA PRESSÃO é um trabalho que merece ser conhecido por todo fã de Heavy Metal. Uma banda histórica que mostra para quem quiser ver (e ouvir) que continua sendo de fundamental importância para o estilo no Brasil. Um álbum recheado de belas música e uma edição primorosa. Não há desculpas para não adquirir um dos melhores trabalhos lançados em 2022. LONGA VIDA AO AZUL LIMÃO!

Sergiomar Menezes




segunda-feira, 6 de março de 2023

AGGRESSION - FROM HELL WITH HATE (2022)

 


AGGRESSION - FROM HELL WITH HATE (2022)
Xtreem Music - Importado



Chegando próximo de quatro décadas de fundação, o Aggression é uma daquelas bandas obscuras que ficaram sempre no "quase". Infelizmente, por vários problemas de seus integrantes, o grupo canadense não conseguiu alcançar o alto escalão no underground mundial.

Foram várias idas e vindas, desde a sua formação, em 1985. A banda viveu um quase eterno “esconde-esconde” até que em 2014 ressuscitaram. Desde então seguem produzindo álbuns e destroçando pescoços. No ano passado, lançaram o seu quinto ato, o matador “From Hell with Hate”. Um trabalho que é uma verdadeira ode ao thrash metal, mas com certas surpresas que chamam atenção. Basicamente o esquema é porrada, brutalidade e arrasar quarteirão.

Guitarras rápidas, riffs secos, gritarias infernais e uma cozinha caótica. É tudo isso que o nosso pobre tímpano terá que aguentar por quase 60 minutos. A dor e o sangue que jorrarão dos nossos ouvidos serão prazerosos e tudo se inicia com a delirante “I.N.R.I”. Ainda temos as maníacas “Return of the Frozen Aggressor” e “Lets Burn this Church to the Ground”. O álbum também abre espaços para as “quase punks” “The Nightstalker” e “Ouija”, momentos que farão você sentir saudades das rodas e mosh.

A carta na manga de “From Hell with Hate”, está nas incursões de vocais líricos femininos em algumas músicas, por exemplo, em, “The Antchrist Devil Cunt”, esmagadora e hipnotizante, no mínimo. São raros os encontros da “besta e a bela”, mas chocam tamanho o impactado que deixam no ouvinte.

Ao apertar o play, você precisará de espaço para bangear. Por favor, tirem as crianças, idosos e móveis da sala, pois,os canadenses do Aggression fazem jus ao nome de batismo.

O Rebel Rock não se responsabilizará por pernas, ossos e eletrodomésticos quebrados.

William Ribas









sexta-feira, 3 de março de 2023

REBEL ROCK ENTREVISTA: ELECTRIC MOB

Uma banda impossível de rotular. Ao mesmo tempo, uma das bandas com mais personalidade na cena. Soa contraditório? Então escute Os dois álbuns lançados pela ELECTRIC MOB, "DISCHARGE", lançado em 2020 e o mais recente e sensacional "2 MAKE U CRY & DANCE", ambos lançados pela FRONTIERS, um dos pilares do Hard Rock mundial. Renan Zonta (vocal), Ben Hur Auwarten (guitarra) Yuri Elero (baixo) e André Leister (bateria) estão prontos para conquistar o mundo, mas não perdem a seriedade e humildade. Isso fica bastante perceptível no papo que Willian Ribas teve com Renan e Ben Hur que disponibilizaram um tempinho na agenda para nos atender. Confira agora:

Rebel Rock: Primeiramente, sejam bem-vindos ao Rebel Rock. Como está a expectativa para esse novo álbum que foi lançado no fim de janeiro?
Ben Hur: Opa! Bão? (risos). A expectativa sempre é alta. Mas somos pé no chão. Gostamos da mentalidade do independente, onde é correria, suor e desespero. No final das contas podemos dizer que é um álbum que temos muito orgulho de ter feito e que estamos ansiosos pra trabalhar duro na divulgação dele.

Rebel Rock: Antes de mergulharmos de fato no novo álbum. Acredito que “Discharge” cumpriu bem o seu papel em abrir portas e conquistar fãs para banda mesmo num cenário caótico de pandemia. Gostaria de saber como foram esses quase dois anos de seu lançamento? Existe algo que na visão de vocês deveria ser mudado?
Renan Zonta: Acho que tudo aconteceu como deveria e do jeito que era possível. Não rolou turnê na época do lançamento, mas fizemos o que pudemos. É o registro de um momento muito feliz da banda e foi um grande passo na nossa carreira. O que foi feito no período “Discharge”, como um todo, vai nos acompanhar pra sempre.


Rebel Rock: Como foram os shows de divulgação do “Discharge”?
BH: Foi a maior experiência musical que passamos até então. Ir pra lugares que você nunca sequer tinha ido e ter pessoas que você não conhece cantando e dançando as músicas que fizemos é algo surreal. Foi extremamente gratificante. Além de uma confirmação que estamos no caminho certo.

Rebel Rock: Inclusive, um dos shows da turnê foi aproveitado para gravar um disco ao vivo, “Better Live Than Never (Official Bootleg)”. Foi a melhor forma de marcar para sempre o incrível lançamento do primeiro trabalho completo, correto?
BH: Era pra ser só os vídeos. A gente nunca foi muito fã da ideia de “álbum ao vivo com só um disco lançado”. Aconteceu que fizemos os vídeos e a gravadora gostou bastante ao ponto de nos obrigar a lançar como álbum digital (risos). Agora ter o registro em vídeo de um show do Electric Mob era um desejo antigo da banda. Estar em cima do palco é o que sabemos fazer de melhor.

Rebel Rock: Como um colecionador, ouço banda pelo streaming, mas, ainda me amarro em ter o material em mãos. Em algum momento, vocês pensam em lançar o “Better Live…” no formato físico?
BH: Esse trabalho em específico acho muito pouco provável. Mas mais pra frente obviamente teremos um álbum físico gravado ao vivo.

Rebel Rock: A música, “Devil You Know”, está perto de bater a marca de 3 milhões de streamings. “Discharge”, obteve inúmeras resenhas positivas mundo afora, muita gente olhou e curtiu o Electric Mob. No mundo do Rock N Roll se criou a lenda que o segundo trabalho é muito mais importante que o primeiro. Partindo dessa mística, como foi o processo de composição de “2 Make U Cry & Dance”? Houve alguma pressão externa, ou, até mesmo, interna para que as fórmulas fossem repetidas?
RZ: A gente sentiu a pressão. Mas foi mais um lance interno de querer superar o trabalho anterior sem repetir fórmulas. Foram longos dias de composição e produção, mas a gente se agarrou no que sabemos fazer e no que achamos ser o certo pra banda.


Rebel Rock: Ouvindo o novo álbum algumas coisas me chamaram bastante atenção. Vocês evoluíram. Nitidamente “2 Make U Cry & Dance”, é o caminho correto a seguir. É pesado, dançante, melódico, denso e com groove maravilhoso. Ele realmente mostra uma banda solida com tesão de criar música. É como se vocês pegassem o melhor dos anos 80, 90 e 2000 sem se preocupar com classificações ou rótulos, certo?
BH: Primeiro, muito obrigado! Ficamos extremamente felizes que tenha gostado do nosso “bolo” (risos). Sobre rótulos, é uma das falas mais clichês que qualquer banda dizer que “ai, a gente não se rotula”, e pra não repetir essa frase, digo que a rotulação não cabe a nós e sim ao público. O que temos em mente é “o que gostaríamos de ouvir em uma banda”? E assim as influencias de cada um vão moldando as músicas que fazemos, sendo elas de inúmeros gêneros e de várias décadas.

Rebel Rock: Outra coisa que chama atenção, é a preocupação em criar letras e refrãos “fáceis” daqueles que o fã sai cantando logo de cara. Faixas como “Will Shine”, “By The Name”, “Soul Stealer” e “Locked n Loaded” são ótimos exemplos do que disse. Ter esse tipo de carinho em pensar como pode ser a sinergia entre banda e público num show, vocês acreditam ser necessários num mundo onde as pessoas cada vez tratam a música como algo descartável?
RZ: Sem dúvida! A gente sempre pensou como um artista pop na hora de compor os refrãos. Não existe regra, mas o Electric Mob sempre vai buscar a melhor melodia, o refrão chiclete, o riff marcante… tudo o que a gente quer é que o fã cante junto, que participe, que se identifique. Essa relação é fundamental.


Rebel Rock: Parece que o mundo atual que vivemos serviu como inspiração. Temos diversos horizontes nas letras, assuntos sérios, bem ácidos, outros mais emotivos, que nos fazem pensar no mundo que estamos deixando para futuras gerações. Conte-nos um pouco sobre tudo que cerca a parte lírica do disco.
RZ: É exatamente isso. O mundo que vivemos, a natureza humana, as péssimas decisões, a consciência… tudo o que foi escrito foi sentido em algum momento. Com exceção de “Thy Kingdom Come” que ter vivido aquilo teria sido bem surpreendente (risos).

Rebel Rock: Gostaria falassem um pouco a belíssima “homenagem” ao ex-presidente do Brasil, na música “Saddest Funk Ever”.
RZ: Não foi só pro Bozo. Foi também pra toda essa onda de pessoas ruins e incrivelmente egoístas e estúpidas que têm ganhado voz ultimamente. Eu, pessoalmente, precisava falar alguma coisa. O lance é que se a gente fosse fazer um som como a letra, sairia um Black Metal (risos). Pra dar uma aliviada, “funkeamos”.

Rebel Rock: “2 Make U Cry & Dance” sairá por algum selo aqui no Brasil? Se sim, já existe previsão para chegar nas lojas?
BH: Vai sim! Acho que está pra chegar nas lojas na semana do carnaval ou logo após. Vai ser lançado pela ForMusic/Wikimetal Music

Rebel Rock: Novo álbum é forte, é continuação do seu antecessor. Na cabeça de vocês, quão longe o Electric Mob pode chegar com “2 Make U Cry & Dance"?
BH: Na minha cabeça a gente tá tocando na lua! Mas aí eu acordo (risos). Acho que seria o quão longe nosso esforço e trabalho nos levarem. Temos sonhos? Muitos. Mas o que é real mesmo é o trabalho constante. Onde chegaremos é consequência. Temos influência, mas não o controle. O importante é ir pra frente! (risos)


Rebel Rock: “Discharge” fez um“ boom” no cenário musical, mas, a pandemia atrapalhou. Como temos os shows rolando, diversas bandas caindo na estrada com comemorações ou discos novos. Como anda a agenda para divulgar este novo trabalho? A estrada será o novo lar do Electric Mob daqui para frente?
RZ: O foco é esse: tocar em todos os lugares possíveis. Temos algumas coisas já confirmadas que serão divulgadas em breve e outras ainda em negociação. Mas vai ter Electric Mob pra todo mundo em 2023 (risos).

Rebel Rock: Para finalizar, o que é o Eletric Mob para cada um de vocês?
BH: A gente brinca que o Electric Mob é um monstrinho que a gente criou e hoje temos que alimentar diariamente (risos). No meu caso, é um monstrinho que eu amo demais e que se eu pudesse contar pro Ben Hur de 10 anos atrás tudo o que está acontecendo, ele ficaria pulando de alegria por horas.
RZ: O Electric Mob é um sonho de criança que vem se concretizando. Sou fã da minha própria banda e morro de orgulho disso. Tenho sorte de trabalhar com o que amo e receber mais amor ainda de volta.

Rebel Rock: Obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem para os leitores do site.
BH: A gente que agradece o espaço! Ouçam o “2 Make U Cry & Dance” no talo pra até o vizinho ouvir e vão atrás de bandas novas que tem muita gente nesse mundão véio sem porteira que está fazendo muito rock de qualidade!
RZ: Valeu Rebel Rock pelo espaço e pelo carinho! 2023 é o ano de chorar e dançar sem medo.

Fotos: Divulgação

quarta-feira, 1 de março de 2023

KRISIUN - BAR OPINIÃO - PORTO ALEGRE/RS - 26/02

 


KRISIUN
Abertura: HORROR CHAMBER
Local: Bar Opinião - Porto Alegre/RS
Data: 26/02/2023
Produção: Ablaze Productions

Texto: Márcio Jameson
Fotos: Uillian Vargas



Domingo de sol e show do Krisiun é a combinação perfeita para um domingo em Porto Alegre. E assim o foi, tendo o trio gaúcho terminando uma pequena turnê brasileira na nossa casa, e deles também. 

O bar Opinião, talvez o mais clássico espaço da capital pra shows de metal, já estava bem cheio quando os também gaúchos do Horror Chamber subiram ao palco. Era a estreia da nova formação trazendo agora o baixista Alan Holz pra integrar a cozinha junto ao baterista Rafael Kniest. Paulo Hendler, agora acumulando também o posto de vocalista, além de tocar guitarra em dupla com Felipe Pujol, os quais sempre dividiram os solos ao longo da apresentação. Depois de uma intro, começam com "Prodome", faixa que abre o último álbum da banda "Thoughts: The Slow Decay". Som impecável nos P.As. com a banda tocando um death metal nível gringo. A mescla do set alternado entre os dois álbuns da banda foi a escolha perfeita, death metal de altíssimo nível executado com precisão, e o que é melhor com muito feeling e atitude. Nitidamente agradando a todos os presentes, o Horror Chamber botou pra quebrar ao longo de sua apresentação e fecharam seu show com a faixa título de seu primeiro álbum "Eternal Torment" sendo muito, muito aplaudidos por todo público.







Introdução rolando em alto volume e os três irmãos entram em palco já ovacionados! Desnecessário citar aqui o orgulho e a admiração dos gaúchos pelo Krisiun, não só nosso maior expoente, como também o maior expoente de toda América Latina.“O Krisiun está aqui” e já tomam o palco de assalto com nada menos que "Kings of Killing", música de maior representatividade da banda e de sucesso inquestionável! Circle Pit avassalador e todo mundo agitando ao som dessa faixa que nunca falta nos shows da banda. "Swords Into Flesh" dá sequência ao rolo compressor e representa o novo álbum "Mortem Solis", com sua capa estampando o fundo do palco num gigante backdrop iluminado. 

O setlist do Krisiun, depois de tantos álbuns lançados, deve ser difícil de ser feito, e por isso, o que vimos foi um desfile por quase toda a discografia, basicamente formada só de clássicos. Nos intervalos das músicsa, Alex Camargo sempre agradecendo os presentes, exaltando a participação dos fãs ao longo de tantos anos e o compromisso do Krisiun em se manter fiel a raíz death metal da banda. Dezenas e dezenas de amigos foram sendo citados ao longo do show, mas dois deles tiveram um citação muito especial: Penna e Lohy, grandes amigos do Rebaelliun que já nos deixaram e foram lembrados com carinho por Alex, que dedicou a música "Necronomical" pra eles, também do novo álbum. Pedradas como "Bloodcraft", "Descending Abominations", "Combustion Inferno", foram sendo executadas impiedosamente! Dizer que esses três caras tem uma performance avassaladora é chover no molhado, pois são uma das bandas mais pesadas e violentas do mundo em cima de um palco. Isso é o que se pode falar do Krisiun. Mas… talvez pra celebrar a conexão com o público gaúcho, temos uma milonga puxada no palco, quase uma música gaúcha metal, lembrando lá o álbum "Forged in Fury" onde temos a "Milonga de la Muerte". 

Não faltou o solo de guitarra super técnico e veloz de Moyses Kolesne e o solo de bateria rápido, técnico e versátil do incansável Max Kolesne, para dar continuidade ao massacre sonoro da noite. A certa altura, aparece a homenagem ao Motörhead com "Ace of Spades" sendo executada pouca coisa mais veloz que a original tipo, velocidade da luz! O público liga o “liquidificador” lá embaixo e canta em uníssono a letra do velho Lemmy. Todo mundo pedindo a clássica "Black Force Domain" que vem de forma esmagadora em mais um dos tantos pontos altos do show e também tendo seu refrão cantado em uníssono pelos presentes assim como em "Vengence’s Revelation" e "Apocalyptic Victory". Pra fechar de vez a tampa do caixão, "Serpent Messiah" usa o último álbum para coroar um show brilhante entre banda e fãs onde, nitidamente, todo mundo saiu com a sensação de dever cumprido, indo pra casa numa noite onde tudo ocorreu de forma perfeita numa produção exemplar e o Krisiun se preparando pra mais uma super turnê pelos Estados Unidos.