sexta-feira, 3 de março de 2023

REBEL ROCK ENTREVISTA: ELECTRIC MOB

Uma banda impossível de rotular. Ao mesmo tempo, uma das bandas com mais personalidade na cena. Soa contraditório? Então escute Os dois álbuns lançados pela ELECTRIC MOB, "DISCHARGE", lançado em 2020 e o mais recente e sensacional "2 MAKE U CRY & DANCE", ambos lançados pela FRONTIERS, um dos pilares do Hard Rock mundial. Renan Zonta (vocal), Ben Hur Auwarten (guitarra) Yuri Elero (baixo) e André Leister (bateria) estão prontos para conquistar o mundo, mas não perdem a seriedade e humildade. Isso fica bastante perceptível no papo que Willian Ribas teve com Renan e Ben Hur que disponibilizaram um tempinho na agenda para nos atender. Confira agora:

Rebel Rock: Primeiramente, sejam bem-vindos ao Rebel Rock. Como está a expectativa para esse novo álbum que foi lançado no fim de janeiro?
Ben Hur: Opa! Bão? (risos). A expectativa sempre é alta. Mas somos pé no chão. Gostamos da mentalidade do independente, onde é correria, suor e desespero. No final das contas podemos dizer que é um álbum que temos muito orgulho de ter feito e que estamos ansiosos pra trabalhar duro na divulgação dele.

Rebel Rock: Antes de mergulharmos de fato no novo álbum. Acredito que “Discharge” cumpriu bem o seu papel em abrir portas e conquistar fãs para banda mesmo num cenário caótico de pandemia. Gostaria de saber como foram esses quase dois anos de seu lançamento? Existe algo que na visão de vocês deveria ser mudado?
Renan Zonta: Acho que tudo aconteceu como deveria e do jeito que era possível. Não rolou turnê na época do lançamento, mas fizemos o que pudemos. É o registro de um momento muito feliz da banda e foi um grande passo na nossa carreira. O que foi feito no período “Discharge”, como um todo, vai nos acompanhar pra sempre.


Rebel Rock: Como foram os shows de divulgação do “Discharge”?
BH: Foi a maior experiência musical que passamos até então. Ir pra lugares que você nunca sequer tinha ido e ter pessoas que você não conhece cantando e dançando as músicas que fizemos é algo surreal. Foi extremamente gratificante. Além de uma confirmação que estamos no caminho certo.

Rebel Rock: Inclusive, um dos shows da turnê foi aproveitado para gravar um disco ao vivo, “Better Live Than Never (Official Bootleg)”. Foi a melhor forma de marcar para sempre o incrível lançamento do primeiro trabalho completo, correto?
BH: Era pra ser só os vídeos. A gente nunca foi muito fã da ideia de “álbum ao vivo com só um disco lançado”. Aconteceu que fizemos os vídeos e a gravadora gostou bastante ao ponto de nos obrigar a lançar como álbum digital (risos). Agora ter o registro em vídeo de um show do Electric Mob era um desejo antigo da banda. Estar em cima do palco é o que sabemos fazer de melhor.

Rebel Rock: Como um colecionador, ouço banda pelo streaming, mas, ainda me amarro em ter o material em mãos. Em algum momento, vocês pensam em lançar o “Better Live…” no formato físico?
BH: Esse trabalho em específico acho muito pouco provável. Mas mais pra frente obviamente teremos um álbum físico gravado ao vivo.

Rebel Rock: A música, “Devil You Know”, está perto de bater a marca de 3 milhões de streamings. “Discharge”, obteve inúmeras resenhas positivas mundo afora, muita gente olhou e curtiu o Electric Mob. No mundo do Rock N Roll se criou a lenda que o segundo trabalho é muito mais importante que o primeiro. Partindo dessa mística, como foi o processo de composição de “2 Make U Cry & Dance”? Houve alguma pressão externa, ou, até mesmo, interna para que as fórmulas fossem repetidas?
RZ: A gente sentiu a pressão. Mas foi mais um lance interno de querer superar o trabalho anterior sem repetir fórmulas. Foram longos dias de composição e produção, mas a gente se agarrou no que sabemos fazer e no que achamos ser o certo pra banda.


Rebel Rock: Ouvindo o novo álbum algumas coisas me chamaram bastante atenção. Vocês evoluíram. Nitidamente “2 Make U Cry & Dance”, é o caminho correto a seguir. É pesado, dançante, melódico, denso e com groove maravilhoso. Ele realmente mostra uma banda solida com tesão de criar música. É como se vocês pegassem o melhor dos anos 80, 90 e 2000 sem se preocupar com classificações ou rótulos, certo?
BH: Primeiro, muito obrigado! Ficamos extremamente felizes que tenha gostado do nosso “bolo” (risos). Sobre rótulos, é uma das falas mais clichês que qualquer banda dizer que “ai, a gente não se rotula”, e pra não repetir essa frase, digo que a rotulação não cabe a nós e sim ao público. O que temos em mente é “o que gostaríamos de ouvir em uma banda”? E assim as influencias de cada um vão moldando as músicas que fazemos, sendo elas de inúmeros gêneros e de várias décadas.

Rebel Rock: Outra coisa que chama atenção, é a preocupação em criar letras e refrãos “fáceis” daqueles que o fã sai cantando logo de cara. Faixas como “Will Shine”, “By The Name”, “Soul Stealer” e “Locked n Loaded” são ótimos exemplos do que disse. Ter esse tipo de carinho em pensar como pode ser a sinergia entre banda e público num show, vocês acreditam ser necessários num mundo onde as pessoas cada vez tratam a música como algo descartável?
RZ: Sem dúvida! A gente sempre pensou como um artista pop na hora de compor os refrãos. Não existe regra, mas o Electric Mob sempre vai buscar a melhor melodia, o refrão chiclete, o riff marcante… tudo o que a gente quer é que o fã cante junto, que participe, que se identifique. Essa relação é fundamental.


Rebel Rock: Parece que o mundo atual que vivemos serviu como inspiração. Temos diversos horizontes nas letras, assuntos sérios, bem ácidos, outros mais emotivos, que nos fazem pensar no mundo que estamos deixando para futuras gerações. Conte-nos um pouco sobre tudo que cerca a parte lírica do disco.
RZ: É exatamente isso. O mundo que vivemos, a natureza humana, as péssimas decisões, a consciência… tudo o que foi escrito foi sentido em algum momento. Com exceção de “Thy Kingdom Come” que ter vivido aquilo teria sido bem surpreendente (risos).

Rebel Rock: Gostaria falassem um pouco a belíssima “homenagem” ao ex-presidente do Brasil, na música “Saddest Funk Ever”.
RZ: Não foi só pro Bozo. Foi também pra toda essa onda de pessoas ruins e incrivelmente egoístas e estúpidas que têm ganhado voz ultimamente. Eu, pessoalmente, precisava falar alguma coisa. O lance é que se a gente fosse fazer um som como a letra, sairia um Black Metal (risos). Pra dar uma aliviada, “funkeamos”.

Rebel Rock: “2 Make U Cry & Dance” sairá por algum selo aqui no Brasil? Se sim, já existe previsão para chegar nas lojas?
BH: Vai sim! Acho que está pra chegar nas lojas na semana do carnaval ou logo após. Vai ser lançado pela ForMusic/Wikimetal Music

Rebel Rock: Novo álbum é forte, é continuação do seu antecessor. Na cabeça de vocês, quão longe o Electric Mob pode chegar com “2 Make U Cry & Dance"?
BH: Na minha cabeça a gente tá tocando na lua! Mas aí eu acordo (risos). Acho que seria o quão longe nosso esforço e trabalho nos levarem. Temos sonhos? Muitos. Mas o que é real mesmo é o trabalho constante. Onde chegaremos é consequência. Temos influência, mas não o controle. O importante é ir pra frente! (risos)


Rebel Rock: “Discharge” fez um“ boom” no cenário musical, mas, a pandemia atrapalhou. Como temos os shows rolando, diversas bandas caindo na estrada com comemorações ou discos novos. Como anda a agenda para divulgar este novo trabalho? A estrada será o novo lar do Electric Mob daqui para frente?
RZ: O foco é esse: tocar em todos os lugares possíveis. Temos algumas coisas já confirmadas que serão divulgadas em breve e outras ainda em negociação. Mas vai ter Electric Mob pra todo mundo em 2023 (risos).

Rebel Rock: Para finalizar, o que é o Eletric Mob para cada um de vocês?
BH: A gente brinca que o Electric Mob é um monstrinho que a gente criou e hoje temos que alimentar diariamente (risos). No meu caso, é um monstrinho que eu amo demais e que se eu pudesse contar pro Ben Hur de 10 anos atrás tudo o que está acontecendo, ele ficaria pulando de alegria por horas.
RZ: O Electric Mob é um sonho de criança que vem se concretizando. Sou fã da minha própria banda e morro de orgulho disso. Tenho sorte de trabalhar com o que amo e receber mais amor ainda de volta.

Rebel Rock: Obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem para os leitores do site.
BH: A gente que agradece o espaço! Ouçam o “2 Make U Cry & Dance” no talo pra até o vizinho ouvir e vão atrás de bandas novas que tem muita gente nesse mundão véio sem porteira que está fazendo muito rock de qualidade!
RZ: Valeu Rebel Rock pelo espaço e pelo carinho! 2023 é o ano de chorar e dançar sem medo.

Fotos: Divulgação

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