segunda-feira, 22 de agosto de 2022

SUMMER BREEZE NO BRASIL!

 




SUMMER BREEZE OPEN AIR

Esta é a primeira vez que um grande festival de rock europeu desembarca no Brasil trazendo toda a excelência e grandiosidade de uma marca como a do Summer Breeze Open Air, construídas em 25 anos de existência.

Para vídeos e fotos, acesse: http://tinyurl.com/52y6b8ek
Com sua edição especial de 25 anos aconteceu neste fim de semana, em Dinkelsbühl/Alemanha, o megafestival Summer Breeze Open Air realizou uma coletiva de imprensa especial e anunciou, entre outras coisas, parte do lineup de sua primeira edição fora de seu país de origem, que acontece no Memorial da América Latina (São Paulo), nos dias 29 e 30 de abril de 2023. O evento contou com a presença dos realizadores brasileiros Rick Dallal e Claudio Vicentin, além de Bruno Gomes – diretor executivo do projeto.

Aqui no país, o evento contará com quatro palcos distribuídos pela estrutura e que receberão mais de 40 nomes das diversas vertentes do rock. Entre eles já estão confirmados:

Stone Temple Pilots
Avantasia
Kreato
Accept
Stratovarius
Sepultura
Testament
Marc Martel
Skid Row
Grave Digger
H.E.A.T.
Shaman + Viper + Felipe e Rafael (Angra) – Homenageiam Andre Matos*
Benediction
Perturbator
Voodoo Kiss
Beast in Black
Project46
Cryptao
João Gordo (Brutal Brega)

*Uma homenagem ao maestro e eterno ídolo do metal no Brasil, Andre Matos, será preparada e trará ao palco para um show inesquecível duas das bandas em que o músico atuou: Shaman, Viper, junto com integrantes do Angra.

“Diferente do que acontece na Alemanha, pensamos em trazer um mix de vertentes do rock para o Brasil. Esta é só uma amostra do que vem para cá ano que vem, faltando ainda anunciarmos algumas bandas do lineup, incluindo os headliners, palestras e outros conteúdos exclusivos e originais - como no caso da homenagem ao Andre Matos. O que já parece bom, ficará ainda melhor.”, comenta Rick Dallal, Free Pass Entretenimento.

Estão previstas quase 30 horas de música rolando nos dois dias de evento. E, como tradicionalmente ocorre nos festivais europeus, o público poderá aproveitar uma atmosfera única que vai além dos shows em si, pois a estrutura do evento abrigará opções de entretenimento diversas, proporcionando uma experiência inesquecível:

- Gastronomia diversa e com a culinária alemã presente
- Feira Geek
- Feira de Cultura Urbana e Tatuagens
- Lojas com diversos produtos relacionados a cultura da arte e da música
- Merchandising variado do festival e das bandas participantes
- Um verdadeiro espaço kids com brinquedos diversos e monitoria
- Sessões de autógrafos com as bandas presentes no festival
- Side Shows acontecendo na Audio, antes e após às datas do festival

O evento aqui no Brasil acontecerá anualmente e fará parte do calendário oficial da cidade de São Paulo - contando com o apoio da Prefeitura da cidade de São Paulo e do Governo do Estado. Com isso, o festival espera dar visibilidade a bandas nacionais e estrangeiras e gerar muitos empregos diretos e indiretos.

“É a hora de o Brasil ser, através de São Paulo, a segunda casa da marca Summer Breeze. São Paulo é uma cidade que respira rock, onde os shows do estilo sempre acontecem de casa cheia desde os anos 90. Esperamos mais de 30 mil pessoas neste evento, que só tem a agregar positivamente à capital. Estamos muito felizes em poder trazer o melhor festival de rock da Alemanha para cá. E ele veio para ficar!”, completa Claudio Vicentin, Roadie Crew.

Mais informações sobre atrações, headliners, experiências e palestras no evento serão divulgas em breve.
A data da abertura de vendas de ingressos será anunciada em breve.

Assessoria de Imprensa - Agência Taga
Guilherme Oliveira – guilherme@agenciataga.com.br

terça-feira, 19 de julho de 2022

SAMSUNG BEST OF BLUES AND ROCK - THE JOE PERRY PROJECT - POA/RS




SAMSUNG BEST OF BLUES AND ROCK - THE JOE PERRY PROJECT - POA/RS
Local: Parque Farroupilha (Redenção) - POA/RS
Data: 15/07/2022
Abertura:
Ian, o Cara do Metal
Yohan Kisser e banda
Texto e fotos: José Henrique Godoy

Final de tarde/ inicio de noite de sexta-feira em Porto Alegre. O local é o Parque Farroupilha, também conhecido como Redenção, que em um dos seus contornos tem a movimentadíssima Avenida Oswaldo Aranha, reduto roqueiro dos anos 80 e 90 na capital gaúcha. Para os que são “ jovens há mais tempo”, acima de 45 anos, o cenário remetia há 30 e poucos anos ,onde havia o encontro de rockers, punks, hippies, e assemelhados, para tomar cerveja, encontrar com os amigos e ouvir boa música.

Mas nem nos sonhos mais loucos naquela época, seria possível  imaginar um show gratuito de um dos guitarristas mais icônicos da história do hard rock, no meio do parque. Mas os tempos são outros, e há menos de um mês do evento, foi anunciado mais uma edição do Samsung Best Of Blues and Rock aqui em Porto Alegre, dessa vez com o grande Joe Perry, que voltou a capital gaúcha, dessa vez sem sua banda principal, mas sim com o seu Project.

O Samsung Best of Blues And Rock já contou, em outras edições  no RS, com nomes como Zakk Wylde, Tom Morello, Richie Sambora e John 5. Para completar o evento deste ano, tivemos também o fenômeno do TIK TOK Ian, "o ocaradometal” e   Yohan Kisser, filho do Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. Devido ao trânsito intenso do final da tarde de Porto Alegre, complicado ainda mais pelo mal tempo das horas anteriores, acabei me atrasando e não assistindo ao  “Caradometal” e banda, chegando segundos antes do inicio da apresentação de Yohan.

Para quem espera que que o trabalho de Yohan Kisser, seja semelhante ao que faz o seu pai no Sepultura, vai se enganar e pode até decepcionar-se, obviamente. O que temos é uma mescla de música clássica, jazz,erudito e rock, passando por releituras instrumentais dos mais variados artistas, que foram de Moraes Moreira a Rush, passando por  Jimi Hendrix, Frank Zappa, entre outros. Acompanhado de excelentes músicos, Yohan fez uma apresentação muito boa e que prendeu a atenção dos presentes, durante um set de 40 minutos aproximadamente. Ao final, Yohan dedicou a apresentação a sua mãe, Patrícia Perissinoto Kisser, infelizmente falecida há duas semanas, O público em bom número, poderia ter sido bem maior, não fosse a semana chuvosa que insistiu em permanecer em Porto Alegre, dando uma trégua apenas para a realização do festival..

Por volta das 21 horas, sobe ao palco sobe ao palco Mr. Perry  em pessoa e empunhando uma clássica Les Paul, acompanhado de uma super banda, composta por  Gary Cherone ( Vocal Extreme / Van Halen), Chris Wyse (Baixo - Ace Frehley / The Cult), Buck Johnson ( teclados - Aerosmith/Hollywood Vampires) e Jason Sutter ( Bateria – Foreigner /Cher). O inicio é um pé na porta/arrasa-quarteirão e emocionante para todo o fã de Aerosmith ( este que vos escreve incluso), uma trinca de rocks para  levantar defuntos: “Let the Music Do The Talkin ( presente também no primeiro disco do J P Project de 1980),a clássica Toys In the Attic e Walkin the Dog , a clássica canção de Rufus Thomas, coverizada e eternizada no primeiro álbum do Aerosmith.

Obviamente a figura que mais chama a atenção no palco é o Sr. Perry, com o seu tradicional visual “Bad Boy Rock n Roller”, mas cabe aqui destacar o vocalista Gary Cherone: para quem já teve o prazer de ver o Aerosmith ao vivo, é um tanto quanto estranho ver Perry e não ver Steven Tyler ao seu lado, mas Gary Cherone é um frontman incrível, estando em todas as partes do palco e cantando muito bem, e esbanjando categoria. Relembrando também, que ele já é um “jovem senhor” de 60 anos, e está em excelente forma, diferente de outros vocalistas mais populares que estão também na sua faixa etária, e não estão entregando o que seria uma performance no mesmo nível de Gary. 

Mr. Perry assume o vocal para o cover do Fleetwood Mac, “Stop Messin Around” (coverizado pelo Aero no álbum Honkin on Bobo), e resgata “My Fist Your Face” do excelente porém esquecido álbum do Aerosmith de 1985, “ Done With Mirrors”. Uma vibrante versão de instrumental da mais que clássica “Walk This Way”, e um medley de “WHole Lotta Love/Heartbreaker”, para homenagear o Led Zepellin leva o público a loucura. 

O tempo  passou voando, e chegamos a parte final com mais 3 pedradas  “Aero-Old School”, a saber: “Same Old Song and Dance”, “Rockin Train”( esta também do primeiro álbum do Joe Perry Project” e a obrigatória “ Sweet Emotion”. Aquele tradicional “ sai do palco-platéia chama-banda volta” e em poucos instantes , Joe e companhia estão no palco detonando uma furiosa versão de “Train Kept-a-Rollin”, e então a festa chega ao final.

Uma excelente apresentação do Sr. Joseph Anthony Perry  na capital do Rio Grande Do sul, cheia de classe e força , pura celebração de Rock N Roll. Uma sensação de nostalgia de um tempo que não vimos, o Aerosmith setentista, aqui no Brasil. Isso tudo num lugar fantástico e também nostálgico, para os rockeiros Porto Alegrenses. Já estamos esperando pela próxima edição do Samsung Best of Blues And Rock!









sexta-feira, 1 de julho de 2022

ANGRA - REBIRTH 20th ANNIVERSARY TOUR - POA/RS 25/06


ANGRA - REBIRTH 20th ANNIVERSARY TOUR
Bar Opinião, Porto Alegre/RS - 25/06
Abertura: 
Mortticia
Rage in My Eyes
Produção: Abstratti Produtora
Texto: Sergiomar Menezes
Fotos: Diogo Nunes

E depois de três longos anos, estávamos de volta ao Opinião, tradicional local de shows na capital gaúcha. Eu, particularmente, já havia ido aos shows do KISS e do Metallica, mas confesso que sentia falta desse ambiente fechado, show menor, com a galera mais junto à banda. E foi exatamente isso que tivemos neste dia, pois numa bela iniciativa da Abstratti Produtora, a turnê de 20 anos do álbum REBIRTH, do ANGRA, aportou em Porto Alegre e presenciou um Bar Opinião lotado (com 1.400 pessoas), para assistir na íntegra, a execução de um dos álbuns mais cultuados da banda, além de outras faixas, sendo muitas delas, surpresas para o público. De quebra, dois ótimos shows de abertura com as bandas MORTTICIA e RAGE IN MY EYES que abrilhantaram ainda mais o evento. 

Logo na chegada, uma longa fila se formava na entrada do Opinião, e, ainda que o período da pandemia tenha acabado com esse tipo de evento, a última vez que vi o Opinião dessa forma, com uma fila tão gigantesca na entrada, foi no show do Helloween em 2001! E, algo bem interessante e bacana que pude perceber, é que uma boa parte dessa galera, era uma molecada de 20 e poucos anos, até menos, alguns nem eram nascidos quando Rebirth foi lançado.. Isso só comprova a força do Angra dentro do cenário, ainda que as mudanças de formação tenham alterado as características do grupo.

As bandas ainda estavam passando o som quando entramos no Opinião, o que me levou a pensar que poderíamos ter um atraso nas apresentações. Mas isso não aconteceu, pois passava pouco das 18h30 (horário previsto para o primeiro show começar) quando a banda gaúcha MORTTICIA iniciou seu show. E que belo show de Heavy Metal! Ainda que com o espaço deveras reduzido, o que impossibilitou a movimentação do grupo pelo palco, Lucas Fialho Zawacki (vocal), Vicente Telles (guitarra), Lúcio Brenner (guitarra), Guilherme Wiersbicki (baixo) e Anderson Dias (bateria) mostrou força e determinação ao executar as faixas de seu EP de estréia "A Light in the Black", lançado em 2020. Mesmo com pequenos problemas ocorridos com o som, o quinteto trouxe as afixas que compõem o supracitado trabalho, com destaque total para a faixa "Life is On (One Flower)", com suas passagens pesadas, trabalhadas e muito bem estruturadas. Confesso que, por um erro meu, já tinha ouvido falar sobre a banda mas ainda não havia parado para conhecer. E vi que, realmente, estava errado! Mais uma grande banda do Metal RS proporciona ao cenário!

Setlist MORTTICIA:

Limiar
Violence
Hear My Words
Life is On (One Flower)
Ocean of Change




Após o rápido trabalho de desmontagem de palco efetuado pelos roadies (o que seria das bandas sem essas figuras essenciais?), era chegada a hora de uma das bandas que mais vem se destacando no nosso cenário: o RAGE IN MY EYES! Assisti a banda no show de abertura para o Iron Maiden e ali já dava pra ver que o profissionalismo e qualidade do grupo estão muito acima da média. Após uma pequena intro, Jonathas Pozo (vocal), Magnus Wichmann (guitarra), Pedro Fauth (baixo) e Thiago Caurio (bateria - que substituiu Francis Cassol, baterista do grupo que teve problemas e não conseguiu vir para o Brasil  e realizar a turnê), sobem ao palco e de cara, mostram que não estão pra brincadeira! Entrosamento e coesão foram os guias de uma apresentação cheia de carisma, energia e muito Heavy Metal! Um dos pontos que diferenciam a sonoridade do grupo é a presença do gaiteiro Matheus, chamado ao palco por Jonathas durante a execução de "Death Sleepers". Um ponto que precisa ser ressaltado foi a presença de Thiago, que embora tenha sido chamado meio que às pressas para substituir Francis na bateria, pareceu tocar com a banda desde de criança, tamanho o entrosamento dele com o grupo! Te cuida Francis... hehehe... Brincadeiras à parte, A banda ainda teve tempo de mostrar sua bela homenagem ao saudoso Andre Matos em "I Don't Want to Say Goodbye" e encerrou sua apresentação com a faixa "Spiral Seasons", presente no mais recente trabalho do grupo, o EP "Spirals" lançado em 2021. Definitivamente, o RAGE IN MY EYES merece um maior reconhecimento do público brasileiro, pois trata-se de uma banda muito acima da média!

Setlist RAGE IN MY EYES:

Intro
And the Came the Storm
Dare to Defy
Death Sleepers
Hole in the Shell
Spark of Hope
Winter Dreams
I Don't Want to Say Goodbye
Spiral Seasons





Era chegada a hora do show mais aguardado da noite! Ainda que os shows de abertura tenham sido ótimos, a ansiedade pelo que teríamos pela frente era grande. E podemos dizer que, apesar dos pequenos percalços que aconteceram mais para o final do show, o ANGRA entregou ao público presente um grande show de Heavy Metal. Mas o que dizer de uma banda que apresenta a qualidade técnica de guitarristas como Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa? De uma cozinha composta por Felipe Andreoli e Bruno Valverde, que não á toa, foi chamado para substituir o monstro Eloy Casagrande no Sepultura? De um vocalista espetacular como Fabio Lione? Um show perfeito? Sem erros? Foi o que aconteceu, pelo menos até a última música...

A banda inicia sua apresentação com "Crossing", a intro que precede "Nothing to Say", clássico dos tempos de Andre Matos no grupo, com uma performance cheia de energia e em perfeita sincronia com o público, que, não é preciso dizer, vai a loucura... Em seguida, "Black Widow's Web", do mais recente trabalho de estúdio do grupo, OMNI, veio com Lione e Rafael dividindo os vocais, algo que ficou bem interessante, sendo a parte gutural cantada pelo italiano.

Lione então anuncia que era chegada a hora de REBIRTH ser tocado na íntegra, o que se confirma com a intro "In Excelsis". O que se viu depois foi uma explosão de adrenalina e uma perfeita sinergia entre a banda e o público pois em certos momentos de "Nova Era", ficou praticamente impossível ouvir  avoz de Fabio Lione. Nosso fotógrafo Diogo Nunes disse a mesma coisa, pois estava no meio do público e percebeu isso bem mais de perto. A sequência de Rebirth foi mantida, com destaque para a poderosa "Millenum Sun", com destaque para Barbosa que substituiu Kiko Loureiro, e, na opinião desse que vos escreve, deu muito mais dinâmica e classe ao grupo. "Acid Rain" foi outro grande momento, onde a participação do percussionista deu um clima mais pesado e vibrante à execução da faixa. "Heroes of Sand" trouxe, por FAbio Lione, a lembrança da participação da cantora Sandy na gravação do DVD e que segundo ele próprio, gostou muito de conhecê-la... Ainda, podemos destacar, entre as faixas de Rebirth, a faixa título, "Unholy Wars" e a fantástica "Running Alone", cantada por todos e que se mostrou tão forte e intensa ao vivo como na gravação de 20 anos atrás. Após "Visions Prelude", Lione conversa com Rafael e avisa que agora que as faixas do álbum tinham acabado, era chegada a hora de algumas surpresas.

Acontece que, pelo menos na minha opinião, essas surpresas, ainda que muito bem executadas e legais, poderiam ter sido trocadas por faixas mais interessantes. Mas, o público presente no Opinião, pareceu não concordar comigo e participou de todas elas com a mesma vibração e energia. "The Course of Nature", de Aurora Consurgens, "Metal Icarus", de Fireworks; "The Shadow Hunter", de Temple Of Shadows; "The Rage of Waters", de Aqua," Bleeding Heart", do EP Hunters and Prey ( que contou com Lione esquecendo a letra e "jogando" pra galera como se nada tivesse acontecido... hehehe) e Upper Levels, de Secret Garden, encerram a primeira parte da apresentação. A banda deixa o palco aos gritos de "mais um, mais um, mais um"... como é de praxe...

Ao retornar ao palco, durante a intro "Unnifished Allegro", Lione não acompanha o grupo, mas mesmo assim, "Carry On", um dos maiores clássicos, não apenas do metal brasileiro, mas do metal mundial, começa a ser executada pela banda. E é incrível a força dessa composição até hoje, pois parecia que o show estava começando, tamanha a empolgação de todos. Mas, nem tudo saiu como o esperado aqui... Mesmo fora do palco, Lione iniciou a cantar a faixa sem problemas, mas acabou errando a letra ao antecipar o refrão e atravessar toda a faixa. Por sorte, a banda seguiu o ritmo normal da música e segui a sequência deixando que o público cantasse o refrão. Lione volta ao palco para a segunda parte da faixa, um tanto quanto constrangido, o que foi perceptível, ainda mais sob os olhares de Rafael para ele. Ms, tudo ficou certo e o restante da músico foi executada de forma forme e direta, com o público mostrando sua devoção ao grupo. Assim, chegava ao final a apresentação do grupo que saciou a sede de shows dos fãs, entregando-lhes um espetáculo único e inesquecível.

Quero agradecer aqui, mais uma vez, a parceria da Abstratti Produtora pelo credenciamento, pelo atendimento sempre eficaz do Homero Pivotto Jr e ao Digo Nunes, fotógrafo de mais uma jornada pelas estradas do REBEL ROCK!

Setlist ANGRA:

Crossing
Nothing to Say
Black Widow's Web
Rebirth
In Excelsis
Nova Era
Millennium Sun
Acid Rain
Unholy Wars
Rebirth
Judgement Day
Running Alone
Visions Prelude

The Course of Nature
Metal Icarus
The Shadow Hunter
The Rage of the Waters
Bleeding Heart
Upper Levels

Encore:
Unfinished Allegro
Carry On












terça-feira, 21 de junho de 2022

RUNNING WILD - BLOOD ON BLOOD (2021)

 


RUNNING WILD - BLOOD ON BLOOD (2021)
Shinigami Records - Nacional

E a banda que possui uma das discografias mais consistentes do Heavy metal volta à carga com um novo álbum: o espetacular BLOOD ON BLOOD, lançado no ano passado e que saiu aqui pela Shinigami Records, numa parceria com a Sound City Records, SPV e SteamHammer. Se desde a "volta" a banda vinha ensaiando um retorno às suas origens (exceção ao fraco ShadowMaker de 2012), aqui ela finalmente mostrar sua verdadeira essência, num trabalho recheado de grandes riffs de guitarra, com aquelas melodias tão caras e peculiares ao grupo, acrescidos de um Rock n' Rolf cheio de vontade e determinação. Sim, o RUNNING WILD está definitivamente de volta e com um dos seus melhores trabalhos desde The Rivalry (1998).

O mestre Rock n' Rolf (vocal e guitarra) está muito bem assessorado por Peter Jordan (guitarra e backing vocal), Ole Hemplemann (baixo e backing vocal) e Michael Wolpers (bateria), grupo que está junto desde 2016, o que deu uma coesão e entrosamento nítidos logo nos primeiros acordes. O álbum foi gravado, produzido e mixado pelo próprio Rolf Kasparek, afinal, quem mais pode saber como o Running Wild deve soar do que o próprio Running Wild? A verdade é que o 17º álbum de estúdio dos alemães vem para sacramentar ainda mais a posição do então quarteto como um dos principais nomes do cenário, ainda que não tenha, como muitos dos seus conterrâneos, tanta popularidade e reconhecimento. A capa, belíssima como 98% das capas do grupo, é obra de Jens Reinhold, da Zen-Zart. Mas chega de papo e vamos ao que interessa: o disco!

A faixa título dá início à aula de Heavy metal que teremos pela frente ao longo das faixas presentes. "Blood on Blood" traz riffs "tipicamente" Running Wild, com um daqueles refrãos que fazem a gente cantar junto e tocar aquela air guitar sem olhar pros lados. De verdade, que baita música! E o curioso é que ela foi escrita durante a finalização do álbum anterior, o ótimo Rapid Foray de 2016. "Wings of Fire" vem na sequência e traz aquela atmosfera "hard n' heavy" que sempre permearam a carreira dos piratas, com uma linha de baixo e bateria bem características. Se o clima da faixa anterior já nos remetia aos anos 80, "Say Your Prayers" segue essa mesma linha, mas com uma dose maior de peso na guitarras. Mas, é necessário enfatizar: peso no que diz respeito ao Running Wild! Em seguida, um dos grandes destaques do álbum: "Diamonds and Pearls"! Sem muito o que escrever sobre, preste atenção nas guitarras da faixa e entenda o que quero dizer. Ainda mais no excelente solo, que mostra toda a classe e categoria do Rock n' Rolf. E o refrão... bom, escute aí me diga: não é um novo clássico? E tome mais metal clássico e direto em "Wild and Free". Se o álbum terminasse aqui, já estaríamos diante de um clássico...

Mas, para nossa sorte e felicidade, "Crossing the Blades", faixa título do EP lançado em 2019, vem para trazer o clima de pirataria em alto mar de volta, com aqueles vocais peculiares e tão próprios de Rock n' Rolf. "One Night, One Day" começa com um clima de canção, suave, quase uma balada, mas ganha intensidade e peso na medida, pra manter a qualidade lá em cima, sem deixar o clima cair. Essa é aquela faixa pra galera cantar junto e bêbada nos shows, com punhos cerrados (pra ficar mais próximo, é uma espécie de "United" do Judas Priest ou "In Union We Stand" do Overkill, mas na linha melódica e não na proposta lírica). "The Shellback" tem uma pegada mais próxima da somnoridade que a banda praticava nos anos 90, tanto que o próprio Rolf disse que ela poderia facilmente estar em Black HAnd Inn (1994). Já em "Wild, Wild Nights", temos aquele clima fantástico de "Diamonds on the Black Chest", do clássico Under Jolly Roger (1987). O encerramento vem com a épica "The Iron Times (1618-1648), onde a capacidade criativa de Rolf mostra que ainda pode surpreender.

BLOOD ON BLOOD é mais um marco na carreira do RUNNING WILD. Um álbum de uma banda que deveria ter um maior reconhecimento dentro do estilo e não ficar restrita apenas aqueles fãs que a acompanham há muito tempo. Voltar com a banda após a pausa nas atividades foi muito mais que um acerto. Foi a certeza de que o mundo precisa, e muito, do RUNNING WILD!

Sergiomar Menezes




RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA - RONNIE JAMES DIO

 


RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA
Ronnie James Dio com Mick Wall e Wendy Dio
Editora Estética Torta

O que dizer sobre RONNIE JAMES DIO que ainda não foi dito? Que ele foi o maior vocalista da história do Heavy Metal? Que influenciou e influencia milhares de músicos até os dias de hoje? Que deixou milhões de fãs órfãos de sua arte e talento com sua morte ocorrida de forma triste e precoce em 2010? Tudo isso e muito mais ainda é pouco para expressar a importância desse baixinho gigante que nos deu o privilégio de compartilhar sua obra conosco. Mas, sempre fica algo para trás, ou reformulando, ficava. Pois a Estética Torta, mais uma vez, nos brinda com um trabalho primoroso que revela a história dessa lenda contada por ele e que contou com o complemento de Mick Wall (um dos maiores biógrafos do rock) e de Wendy Dio (a dedicada esposa de Ronnie). RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA, como já citado, é um trabalho muito bonito, pois vem com pôster, marca página, capa dura e pintura lateral, tudo para deixar ainda mais interessante o conteúdo que valeria cada centavo nele investido.

RAINBOW IN THE DARK não foi escrito "totalmente" por DIO, uma vez que a maldita doença que o acometeu acabou por impedir que o próprio finalizasse esse desejo antigo que ele possuía. Mas, dono de um espírito forte e vibrante, começou a fazer anotações e deixá-las com sua esposa, para quem sabem em um futuro, se ele mesmo não o fizesse, adaptá-las e publicá-las. Assim foi feito, com a ajuda de Mick Wall, um amigo de longa data do casal, desde os tempos do grandioso Heaven and Hell do Black Sabbath. Mas não vou aqui me apegar a esses detalhes que não interferem em nada no conteúdo da obra. O que realmente importa é a história do maior de todos, daquele que conseguia com um simples gesto, imortalizado por ele, representar tudo aquilo que o Heavy Metal representa e sempre representará!

O livro conta a trajetória de Ronnie até o ano de 1986, no momento em que ele era o headliner em uma apresentação no Madison Square Garden, onde curiosamente, o livro começa e termina. E este é um ponto bastante interessante da obra, pois mostra que a vida do nosso saudoso DIO foi uma eterna luta para alcançar seus objetivos. Se muitas vezes, nós mesmos acabamos por assistir um artista no palco e não nos damos conta de quão árdua foi a jornada até aquele momento, Ronnie nos mostra que, ao menos nos idos tempos, isso era bastante comum.

Muitas história e curiosidades, daquelas que muitos de nós nem fazemos ideia encontram-se aqui. Desde as aventuras do pequeno Ronald James Padavona e seu primeiro contato com a música, passando pelos amigos de infância, sua relações familiares e tudo mais que envolveu esse período muito importante para a formação musical e pessoal de Ronnie. O início na música com seus amigos, tocando em clubes e bailes, a sempre preocupante vida na estrada (que merece uma atenção especial por parte do leitor), o motivo que o levou ao microfone pela primeira vez (ah... as ironias do destino...) e até mesmo o motivo que o levou a adotar o nome artístico DIO, e o que isso acabou por implicar no seu início de carreira, bem como muitos e muitos anos depois, já consagrado e casado com Wendy.

O livro também nos conta sobre as relações interpessoais do vocalista e seus momentos de animosidade com muitos parceiros musicais, em especial Ritchie Blackmore. Ainda que amigos, a relação entre eles, que no início era boa, acabou se deteriorando, mesmo com o sucesso do Rainbow. Na mesma seara, temos a passagem que levou Ronnie ao posto de vocalista do Black Sabbtah, trazendo novamente, uma relação produtiva mas de certa forma tensa entre o vocalista e o mestre dos riffs Tony Iommi. 

Um dos pontos mais interessantes do livro é a história por trás do símbolo eternizado por DIO e que virou sinônimo de Heavy Metal por todo o planeta: O Sinal do Diabo, ou, Mano Cornuta como originalmente tal símbolo era conhecido. E sim, a história tem relação com a avó de Ronnie como muitos já sabiam, mas com uma nova e curiosa revelação.

Já a carreira solo de Ronnie ganha um destaque maior, afinal, é sobre a vida do vocalista que o livro nos conta. E podemos dizer que, se essa carreira solo foi vitoriosa, também trouxe muitos espinhos que nem sempre foram fáceis de serem retirados. Novamente, as relações interpessoais acabaram por trazer problemas internos ao grupo (sim, apesar de levar o nome do vocalista, ele próprio afirma que eles eram, sim, uma banda), muitos deles solucionados com a ajuda da eterna companheira de DIO, sua esposa Wendy. E aqui cabe uma constatação: muito daquilo que fez com que Ronnie se tornasse o que se tornou, teve a participação e apoio de Wendy. Parceira incansável, ela deu suporte em todos os momentos, mostrando que estava ao lado dele em todos os momentos.

RAINBOW IN THE DARK - A AUTOBIOGRAFIA é um item mais do que obrigatório para todo fã de Heavy Metal. Afinal, estamos falando da história do maior nome, símbolo, lenda, vocalista, ou chame como você quiser, do estilo em questão. Uma das vozes mais poderosas e talentosas de todos os tempos. E a ESTÉTICA TORTA merece todo o respeito e agradecimentos por nos proporcionar o acesso a esse trabalho primoroso! 

"The world is full of kings and queens
Who blind your eyes then steal your dreams"
(Heaven and Hell, Black Sabbath)

Sergiomar Menezes