APOCALYPTICA
Abertura: Atomic Elephant
16/01/2024
Teatro do Bourbon Country
Porto Alegre/RS
Produção: Abstratti Produtora
Abertura: Atomic Elephant
16/01/2024
Teatro do Bourbon Country
Porto Alegre/RS
Produção: Abstratti Produtora
Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Uillian Vargas
Então aqui começamos a jornada de shows de 2024, com a visita dos finlandeses do Apocalyptica em solo porto alegrense. Foi uma noite memorável para os fãs da banda, mas acredito que também para os músicos, não apenas pelo ótimo publico que encheu as galerias do Teatro Bourbon Country, mas também por todos os transtornos causados pela inacreditável e jamais vista tempestade que caiu sobre Porto Alegre e região metropolitana, durante o show.
Para iniciar, temos que destacar que o Teatro Bourbon Country foi a melhor escolha para este espetáculo, tendo em vista a acústica e acomodações. O típico local onde onde você estiver, assistirá bem e com conforto. A heterogeneidade da plateia também foi um aspecto muito interessante e muito agradável de se ver: Ao mesmo tempo que você cruzava com “metalheads” com camisetas pretas de variadas bandas, você também encontrava senhoras e senhores de mais idade, claramente ávidos por escutar e assistir música clássica.
A abertura da noite ficou por conta do trio gaúcho de música instrumental Atomic Elephant. Liderada pelo guitarrista Renato Osório, a banda apresenta um som com muito virtuosismo, que mescla muito bem rock, metal, jazz e rock progressivo. Uma pena que até o meio do seu set, a sala ainda não tinha um publico em bom número, coisa que só ocorreu ao final da apresentação dos gaúchos.
Após um intervalo de 30 minutos, as luzes se apagam e é a hora do Apocalyptica tomar conta do palco.
Exatamente às 21h, o trio de violoncelistas Pertu KIvilaakso, Eicca Toppinen e Paavo Lötjönen adentram o palco e iniciam com “Ashes Of The Modern World”, do seu último trabalho de estúdio “Cell-o”. A turnê promove tanto este álbum, como também os 30 anos de estrada do grupo.
Em seguida, a mais que clássica “For WHom The Bells Tolls” do Metallica. Para quem não sabe, o primeiro álbum dos finlandeses é todo composto por covers do Metallica, o que ajudou na popularidade do Apocalyptica entre o público Heavy Metal. Além dos 3 músicos principais, vamos destacar o excelente baterista substituto Mikko, que substitui nesta tour o titular Mikko Siren.
Na quarta música, após o inicio instrumental, o vocalista mexicano Erick Canales, da banda Alisson, entra no palco e assume o microfone para cantar “I'm Not Jesus” e “Not Strong Enough”. Erick foi chamado para a tour sul-americana, e realmente entrega um ótimo trabalho no palco, principalmente se levarmos em consideração que ele está cantando músicas que foram gravadas pelo Apocalyptica com outros vocalistas.
Durante toda a apresentação os músicos demonstraram grande simpatia e interação com a plateia, como no momento em que Paavo convocou a todos para deixarem seus assentos e virem para a frente do palco, para a execução de “Refuse/Resist” do Sepultura, e diga-se de passagem, foi prontamente atendido.
Após uma bela versão de “Nothing Else Matters”(sim, não esqueçam, eles são fãs do Metallica), começaram os problemas técnicos, causados pelo caos que se abatia sobre Porto Alegre. Alguns minutos antes havia recebido via WhatsApp, uma mensagem da minha esposa falando que “O mundo estava caindo”. Achei que era um exagero de quem tem medo de tempestades, porém a luz do teatro caiu totalmente, sobrando apenas as luzes de segurança. Pensei, “opa, a coisa é séria!”. Eicca brinca com o público, dizendo que a energia de todos tinha sido muito grande e por isso abalou a energia elétrica...
10 minutos de luzes de segurança apenas, e sem nenhuma eletricidade para continuar o espetáculo, os músicos ficaram brincando no palco tocando “marcha nupcial” e outras canções de domínio popular. Nesse momento, mais um ponto a favor para a acústica do teatro, que permitiu que os músicos do Apocalyptica interagissem com a plateia, sempre com muito carisma e simpatia. Deu até tempo de uma espectadora “desavisada” e “ sem graça”, debochar da situação, gritando “Bem vindos ao Brasil!”. Sim, como se estes problemas climáticos fossem exclusividade do nosso país. Bola fora/piada sem graça! Perdeu um ótimo momento para seguir na sua obscuridade...
Os problemas com a energia seguiram, num irritante "cai a energia/volta a energia", mas em nenhum momento sequer , o Apocalyptica perdeu a paciência e simpatia, e seguiu sua apresentação com muita classe, finalizando com “Seek And Destroy” (vocês sabem de quem) e com a obra prima clássica “Hall Of The Mountain King” do compositor Edvard Grieg.
Mais uma queda de eletricidade e Eicca, sem microfone, por óbvio, agradeceu o público e deixou o recado que deixou os fãs muito felizes: em 2024, novo álbum do Apocalyptica. Enfim, uma noite que ficará na memória dos fãs e do próprio grupo.
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