terça-feira, 17 de junho de 2025

ALICE COOPER - BEST OF BLUES AND ROCK 2025 - 14/06/2025 - PARQUE DO IBIRAPUERA - SÃO PAULO/SP

 


ALICE COOPER
BEST OF BLUES AND ROCK 2025
14/06/2025
PARQUE DO IBIRAPUERA 
SÃO PAULO/SP

Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Leandro Almeida (Rock Brigade)

Sou “sócio-torcedor” de Vincent Damon Furnier, mais conhecido há quase 60 anos como Alice Cooper, e assim sendo, tentarei não fazer uma resenha “tendenciosa” sobre o que este senhor e seus companheiros de banda entregaram na noite de sábado, 14 de Junho, no Auditório do Parque Ibirapuera. Verdade seja dita: impossível não afirmar que o que presenciei não foi apenas um show, foi na realidade um espetáculo que apenas justifica o título de uma das maiores lendas da história, não apenas do Rock, mas da música universal.

Passavam alguns instantes das 20h30, quando no palco vemos dois espectros sombrios, com máscaras de corvo, representando os médicos da época da Peste Negra, tocando sinos enquanto uma cortina em formato de jornal, com uma manchete que noticia sobre o julgamento de Alice Cooper, que está sendo acusado de crimes contra a humanidade, e que ele está “banido” no Brasil!!! A sombra no nosso “Malvado Favorito” surge por trás da cortina, e Alice atravessa a mesma, rasgando-a , e dando início ao espetáculo, com um trecho de “Lock Me Up” faixa do pesadíssimo “Raise Your Fist and Yell” (1988), e na sequência “Welcome to The Show”, faixa do seu álbum mais recente , “Road” (2023).

A partir de então, uma sequência de clássicos toma de assalto o palco e deixa qualquer fã-nático por Alice Cooper (este que tecla, incluso) com todos os pelos do corpo arrepiados: “No More Mr. Nice Guy”, “I m Eighteen” e “Under My Wheels”, uma trinca de alguns dos maiores clássicos de Alice.



Não posso deixar de destacar a classe “rocker” e a qualidade da banda de Alice Cooper: Nita Strauss, talentosa e carismática, é o maior destaque da banda, e sem dúvida um fenômeno no seu instrumento. Tommy Henriksen é o guitarrista que toma mais destaque nas bases das músicas, mas também brilha muito quando chamado a fazer seus solos, e Ryan Roxie é o que tem mais o estilo “Classic Rock” dos três. Sua aura mais “setentista” relembra um pouco o saudoso guitarrista Glenn Buxton, guitarrista original do Alice Cooper Group, que infelizmente nos deixou em 1997. OS três guitarristas são fantásticos, cada um ao seu estilo, e é incrível a forma como um complementa o outro, fazendo um trio perfeito.

Chuck Garrick é o baixista e está com Alice há mais de 20 anos, e é aquele tipo de “baixista mesmo”, que dá peso e uma base sólida ao som da banda, e também fica com boa parte dos backing vocals. Glen Slobel é um “senhor” baterista, um monstro, cheio de técnica e peso. Não é à toa que quando Alice o apresentou, se referiu à ele como o “ Number One Drummer!”.

Dando sequência ao show, “Bed OfNails” clássica faixa de um dos álbuns favoritos aqui da casa, “Trash” (1989) tem os holofotes sobre Nita Strauss, mostrando que a moça destrói nas seis cordas, e “Billion Dolar Babies”, faixa título do álbum de 1973 apresenta Alice Cooper “esgrimando” uma espada. “Snakebite” , faixa hard Rock do ótimo álbum “Hey Stoopid” (1991) é a próxima, e nos últimos tempos era a música que Alice se apresentava com as suas inseparáveis cobras, porém, desta vez o “animalzinho” não compareceu.



“Be My Lover” e “Lost In America” dão sequência, duas faixas de fases distintas e com a peculiaridade de terem ótimas letras. È então, que a hora mais teatral do espetáculo se inicia, com a faixa “He`s Back! (The Man Behind The Mask), faixa da trilha sonora do filme “Sexta-Feira 13, parte 6” (1986), e que marcou o retorno de Alice ao mainstream, após seu tratamento e cura definitiva do alcoolismo que o atormentava desde o meio da década de 1970. E durante esta, quem adentra o palco? Jason Voorhees em pessoa, pra dar um “jeitinho” numa “fã histérica” que resolveu infernizar o Alice para uma “selfie”. O mesmo ocorre com um “fotógrafo credenciado”, durante “Hey Stoopid”, mas dessa vez quem se livra do sujeito é o próprio Cooper, transpassando o infeliz desavisado com o pedestal do microfone.

Chega a vez de Glen Slobel mostrar sua imensa habilidade nos tambores, com um ótimo e curto solo, que abre caminho para a sinistra “Welcome To My Nightmare”, com mais um show à parte dos três guitarristas. “Cold Ethyl” é uma excelente surpresa, com Alice dançando com a boneca Ethyl, supostamente fria e morta, como a letra sempre deu a entender. Em “Go To Hell”, Alice ataca com um par de maracas, enquanto sua esposa Sheryll Cooper faz a sua primeira aparição, dançando com um chicote, antes de ser “escurraçada” do palco por Alice. “Poison” então é executada para o delírio dos presentes, uma faixa que lá na década de 1980 recolocou Alice no topo das paradas, e se tornou uma faixa clássica que não pode faltar nos shows.

Após todas as “acusações” e “ crimes” cometidos no palco, Alice é finalmente preso e colocado em uma camisa de força, e então chega a vez da belíssima “Ballad Of Dwigh Fry”. Antes dela, um solo maravilhoso de Nita Strauss. Vincent Price, o saudoso mestre do cinema de terror aparece no telão e, tal qual como a gravação original de 1975, narra a descrição de uma “Black Widow”, e a faixa de mesmo título é executada no formato instrumental, enquanto novamente Sheryll Cooper adentra o palco, num misto de Pirata (por conta de seu tapa-olho) e dama da nobreza da idade média, posiciona Alice na guilhotina e o carrasco o executa ao som de uma versão também instrumental de “Killer”. Pra completar o clássico momento “terrir”, a “Dama” desfila pelo palco, com a cabeça de Alice pelo palco ao som de “I Love The Dead” e ao final do desfile, ela taca um apaixonado beijo na boca da cabeça decapitada de Alice. Como diria aquele outro cantor: “é o amor...que mexe com a minha cabeça...”  bom, chega disso.





Alice retorna vivo e triunfal, vestido de professor, para nos felicitar com a mais que clássica “School´s Out”. Balões gigantes são jogados para a nossa diversão, e entre um pequeno trecho de “Another Brick in The Wall” (Pink Floyd) e a apresentação da banda, o show vai se direcionando para (infelizmente ) o seu final. No bis, “Feed My Frankenstein”, pesadona e divertida, enquanto no palco, entra um ser de alta estatura, e com a maquiagem do Alice. Basicamente nosso vilão em uma versão gigante e frankesteinizada. Final de festa, final de show.

Alice Cooper não tem mais nada o que provar. Seu carisma sem falar uma única palavra com a plateia durante todo o show encanta até hoje. Sua voz segue a mesma, inalterada, muito pelos hábitos saudáveis e quase de atleta que ele segue. Sua performance, é de artista hollywoodiano. Alice é o cara, simples assim, ele é o patrão da coisa toda! Longa vida ao Alice, e obrigado por existir. A sua existência faz a minha vida e de todos os fãs muito mais feliz. Volte sempre!







TIM "RIPPER" OWENS - 13/06/2025 - SESC SANTO ANDRÉ - SANTO ANDRÉ/SP


 

TIM "RIPPER" OWENS
13/06/2025 
SESC SANTO ANDRÉ
SANTO ANDRÉ/SP

Texto e fotos: William Ribas

Sexta-feira 13.

Um dia cercado de superstições: azar, má sorte, gato preto, não passar debaixo da escada, espelho quebrado… e, claro, figuras do terror como Jason e Freddy Krueger rondando o imaginário coletivo.
Mas, no ABC Paulista, nem essas lendas teriam força suficiente para atrapalhar o show de um ex-Judas Priest.

Naquela noite, só havia um vilão à espreita: o bicho-papão do frio cortante (risos). Impiedoso, dominou o dia inteiro e, confesso, fiquei preocupado se isso poderia atrapalhar a presença do público nas instalações do Sesc Santo André.

No início da tarde, porém, veio a boa notícia: todos os ingressos para a apresentação de Tim “Ripper” Owens estavam esgotados. O vocalista americano está nos acréscimos de uma tour sul-americana que já dura quase dois meses, com diversas datas pelo Brasil. Acompanhado por um verdadeiro dream team — Bruno Luiz e Wander Cunha nas guitarras, Fabio Carito no baixo e Marcus Dotta nas baquetas —, a promessa era de uma noite perfeita de heavy metal na veia.

A rede Sesc, ano após ano, vem abrindo espaço para a música pesada. Com suas excelentes instalações e horários pontuais (shows que começam e terminam cedo), tornou-se uma opção ideal para bandas, produtores e para o público que já não é mais tão jovem assim. O local estava cheio. Meu temor — por graças a "Dio" — passou longe de se concretizar. O frio ficou do lado de fora, porque, dentro do anfiteatro, o clima era quente e de pura diversão, com um maestro no palco conduzindo tudo de forma primorosa.

Um dos meus DVDs favoritos de todos os tempos chama-se “Live in London”, do Judas Priest. Decorei cada cena daquele show na minha retina. Adoro o disco “Jugulator”, e foi justamente com a faixa-título do álbum de estreia de Owens na lendária banda inglesa que ele deu o pontapé inicial. A música carrega peso, agressividade — e, logo de cara, os agudos característicos que marcaram sua carreira apareceram com força total.

E a gente já percebe que os cinco músicos em cima do palco não estavam ali pra brincadeira quando colocam, como segunda música do setlist, nada menos que “The Green Manalishi (With the Two Pronged Crown)”. Ripper estava bastante comunicativo. A cada pausa, fazia questão de conversar e brincar com os fãs — especialmente com o fato de quase todos estarem comportados (mas barulhentos) em seus devidos lugares, como mandam as normas da casa… normas que, felizmente, em algum momento foram pro “ralo”.


Seguindo o show, vieram “Burn in Hell” (Judas Priest), a brutal “Scream Machine” (do Beyond Fear, banda que Ripper fundou na metade dos anos 2000), além de duas faixas do seu projeto KK’s Priest, com K.K. Downing (ex-guitarrista e fundador do Judas Priest): “Hellfire Thunderbolt” e “One More Shot at Glory” — ambas soaram excelentes ao vivo, com aquele sabor do Priest clássico misturado à pegada mais agressiva da era Jugulator e Demolition.

Aliás, falando no último trabalho de Ripper pelo Judas, tivemos também “Hell Is Home” — e é impressionante como essa música funciona maravilhosamente bem no palco. Sua letra, sua levada introspectiva, sua construção crescente… tudo contribui para um momento quase hipnótico. No meio desse turbilhão sonoro, o que mais se via era gente tentando — em vão — imitar os gritos insanos que Owens solta ao final de cada frase.

Um dos momentos mais altos da noite foi “Beyond the Realms of Death”. A música foi dedicada ao ex-baterista do Judas Priest, Les Binks, falecido em abril deste ano. Clássico absoluto, ela mostrou, de forma impressionante, a versatilidade e o alcance vocal de Ripper, mesmo já beirando os 60 anos.
Dizem por aí que regras foram feitas para serem quebradas, certo? Pois então: mais uma homenagem, mais uma salva de palmas… e “Wrathchild”, do Iron Maiden, dedicada ao eterno Paul Di'Anno, fez com que todos se levantassem para não mais se sentar. O refrão foi cantado com tanta paixão e vontade que, onde quer que esteja, Di'Anno certamente sentiu que será sempre eterno.


“When the Eagle Cries”, do Iced Earth, trouxe uma leve sensação de calmaria. Leve, pois “Electric Eye” e “Living After Midnight” entraram no jogo. Ripper mostrou o seu respeito pela história que ele ajudou a carregar por um tempo. Com uma entrega gigantesca, ele mostrou que não se trata de substituir ninguém — mas de honrar um legado com paixão, técnica e carisma. O fechamento dos shows vinha sendo com “One On One”, mas, não aqui. Aqui tivemos prorrogação, tivemos o “golden goal”.

Santo André e o ABC Paulista tiveram o que tanto se gritou no decorrer do show — PAINKILLER!

O público, nesse momento, estava completamente rendido. Uma catarse coletiva, não era mais só ficar em pé, o negócio era ir pra frente do palco. A sinergia entre banda e plateia se intensificou a cada acorde, a cada agudo ou a cada “He is the Painkiller”, “This is the Painkiller” — e, a essa altura, já não havia mais cadeiras, regras ou frio que importassem. O Sesc virou um templo do heavy metal — e Tim Owens, seu sacerdote.

Uma noite que, por mim, ainda estaria lá. Afinal, na manga ficaram guardadas “Death Row”, “Bullet Train”, “Cathedral Spires”, “Bloodsuckers”, “Metal Messiah”, “Lost and Found”, “Declaration Day”, “Greenface”, “Waterloo”, “Ten Thousand Strong”, tantas e tantas outras...

KIKO LOUREIRO - THEORY OF MIND TOUR 2025 - CONVIDADO ESPECIAL MARTY FRIEDMAN - 05/06/2025 - BAR OPINIÃO - PORTO ALEGRE/RS

 


KIKO LOUREIRO
THEORY OF MIND TOUR 2025
CONVIDADO ESPECIAL: MARTY FRIEDMAN
ABERTURA: 
PHORNAX
ANDY ADDAMS
05/06/2025
BAR OPINIÃO
PORTO ALEGRE/RS
Produção: TOP LINK Music/ ABLAZE Productions

Texto e fotos: José Henrique Godoy

Um público “dividido” entre camisetas do Megadeth e camisetas do Angra. Era assim o público presente no Bar Opinião, na quinta-feira dia 05 de junho, e não necessita muito para identificarmos que a atração em cartaz seriam os guitarristas Kiko Loureiro e Marty Friedman, ambos ex-guitarristas do Megadeth, e Kiko anteriormente sendo membro fundador do Angra.

Abertura da noite, ficou por conta da banda gaúcha Phornax. Formada em 2009, a banda retornou em 2024, com uma nova formação, contando com duas lendas do underground gaúcho, o baixista Sfinge Lima (Crossfire) e o guitarrista Eduardo Martinez (ex-Panic, ex-Hangar). E fizeram bonito, com músicas pesadas, técnicas e intrincadas, na sua maioria composições presentes no seu EP “Silent War”(2024). Destaco também o excelente vocalista Cristiano Poschi, um ótimo frontman que conseguiu agitar o público já numeroso no Opinião.



Por volta das 20h30, a segunda atração da noite sobe ao palco: o guitarrista Colombiano/americano Andy Addams. Com sua jaqueta cheia de luzes piscando intermitentemente, lembrando algum herói “lado B” da Marvel, Andy demonstrou muita técnica, com muitas notas a velocidade da luz e “arpeggios” a vontade. Me remeteu ao meio da década de oitenta, quando a cada semana, a gravadora Shrapnel lançava meia dúzia de guitarristas nesse estilo. Muita velocidade e técnica, mas que, para meu gosto, não chega a lugar nenhum. A apresentação animou um pouco, quando Andy tocou trechos de “Separate Ways” do Journey, “Eruption” e “Ain t Talk About Love” do Van Halen e “Pegasus Fantasy” – trilha dos Cavaleiros do Zodíaco, todas em versões instrumentais. Com certeza esse tipo de som tem seus fãs, mas para mim, foi uma apresentação monótona, que agrada apenas a guitarristas shredders.


Passava um pouco das 22h, quando Kiko Loureiro e banda invadem o palco do Opinião. Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria), ambos do Angra, e o guitarrista Luiz Rodriguez escoltam Kiko Loureiro através das suas composições solo, sendo “Blindfolded” do seu mais recente trabalho, “Theory Of Mind”, e na sequência “Reflective” e “Overflow”, respectivamente dos álbuns solo de 2012 e 2020. Kiko Loureiro demonstra desde o início não apenas técnica, mas bom gosto nas composições, sem exageros, mas também com muita técnica, mesclando sentimento e categoria. Sem contar na sua presença de palco, onde aparenta estar mais a vontade e mais solto.

Em seguida ele anuncia que a próxima música ele executou muitas vezes nos últimos anos, e era a hora de Megadeth e “Dystopia” do álbum de mesmo nome, e Kiko não faz feio nos vocais, para delírio dos fãs da banda de Dave Mustaine. Kiko relembra que há 20 anos, lançava seu primeiro disco solo, e executa a faixa título do mesmo: “No Gravity”. A seguir, um dos momentos mais esperados pelo público, o Angra-Medley: "Carry On", "Spread Your Fire", "Nova Era", 'Morning Star", "Evil Warning" e "Speed', tocadas de forma instrumental levam os presentes que lotavam o Opinião ao delírio. Um pouco mais de Megadeth, com “Conquer Or Die!”, também do álbum Dystopia (2016) e mais uma de “Theory Of Mind”, a faixa “Mind Rise”.

Kiko então convida o vocalista Alírio Neto para vir ao palco, e então executam “Nothin To Say”, um dos maiores clássicos do Angra. "Angels And Demons”, do álbum “Temple of Shadows” dá sequência ao show, e esse bloco finaliza com a acústica “Late Redemption” do mesmo trabalho, e dessa vez Kiko divide os vocais com Alirio, fazendo “as vezes” do Milton Nascimento, o que convenhamos, é uma baita responsabilidade, mas ficou bom.


E então chegamos ao momento mais aguardado da noite: Kiko chama ao palco Marty Friedman! Carismático, assume seu lugar de lenda da guitarra e começa uma jam session de tirar o fôlego. ”Hyper Doom” do seu álbum solo “Inferno” (2014) é executada com pura maestria, e o que se segue é a mais que clássica “Tornado Of Souls” do Megadeth, faixa daqueles que consideram o melhor álbum da banda “Rust In Peace” o primeiro trabalho de Marty na banda. Todos parecem se divertir muito e Friedman demonstra muita alegria por estar ali tocando. Demonstrando mais uma vez o talento gigantesco de ambos, Kiko e Marty executam dois clássicos da música brasileira: “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e “Brasileirinho” de Waldir Azevedo. Estas duas músicas são símbolos da musicalidade brasileira, e Kiko e Marty as executaram com maestria, não apenas demonstrando todo o talento de ambos, mas também versatilidade e sentimento.


Marty Friedman apresenta então “Tearful Confessions” faixa do seu mais recente trabalho, “Drama” (2024) e na sequência, Kiko vai ao violão, Alírio Neto volta ao palco e juntos todos executam “Rebirth”, mais um clássico do Angra. O Opinião veio abaixo! Após os agradecimentos e o “final falso”, Kiko e banda voltam ao palco e fecham o show com a pesadíssima “Enfermo” do primeiro álbum solo de Kiko, lançado em 2004. Uma noite memorável para fãs do Angra, do Megadeth e desses dois gênios da guitarra mundial. 


Agradecimentos especiais a Ablaze Productions pelo credenciamento.



terça-feira, 10 de junho de 2025

REBEL ROCK ENTREVISTA - INCITE

 


O Incite está de volta com Savage New Times, um dos discos mais intensos e inspirados de sua trajetória. Combinando peso, groove e honestidade crua, o álbum representa não apenas uma evolução sonora, mas também uma catarse emocional para a banda — especialmente para o vocalista Richie Cavalera, que lidera a jornada com garra, convicção e alma.

Nesta entrevista exclusiva ao Rebel Rock, Richie fala abertamente sobre o processo criativo por trás do novo trabalho, a perseverança da banda frente às dificuldades, os ensinamentos herdados de seu pai Max Cavalera, e o que vem pela frente nas turnês mundiais — incluindo os planos de retorno ao Brasil. Com respostas sinceras e intensas, ele mostra por que o Incite é uma das bandas mais autênticas da cena contemporânea do metal. 

Por William Ribas

Rebel Rock: O título do álbum parece refletir o estado caótico atual do mundo. Qual é o significado por trás de “Savage New Times”?

Richie Cavalera: Obrigado por me receber. Sim, o álbum pode ser interpretado como um reflexo do estado atual do mundo, mas, para mim, ele representa as batalhas, lutas e conquistas de cada um de nós nos últimos anos desde o nosso último disco. Acho que cada álbum é uma retrospectiva da vida da banda. Sempre levamos a música como uma forma de expressão pessoal. Nossas letras e som permitem que o ouvinte crie sua própria interpretação e conexão com as músicas.

Rebel Rock: Como foi o processo de composição e gravação desse novo disco? Foi diferente dos álbuns anteriores?

Richie: Essa foi, na verdade, a gravação mais divertida que já fiz. Nos trabalhos anteriores, fazíamos tudo por e-mail e Dropbox. Este foi o primeiro em que conseguimos reunir o Lennon e o Layne durante a composição. Isso nos deixou mais preparados para entrar no estúdio do que nunca. As músicas estavam mais completas, o que nos permitiu focar em cada faixa e dar a atenção que ela merecia.

Rebel Rock: O release descreve “Savage New Times” como a encarnação mais feroz do Incite até agora. O que mudou em vocês — como músicos e como pessoas — para chegarem a esse ponto?

Richie: Finalmente chegamos a um momento em que tudo se encaixou. Desde o modo como escrevemos, até as pessoas envolvidas na composição, a gravação e todos os outros aspectos. Sentimos que cada disco foi uma evolução, e é isso que continuamos buscando. Não tivemos um "disco de sucesso" logo no começo. Isso nos permitiu criar cada álbum como uma obra própria, sem ficar tentando repetir um sucesso do passado.

Rebel Rock: Desde “The Slaughter” (2009), vocês vêm superando limites criativos. Olhando para trás, quais foram as maiores lições dessa jornada?

Richie: A parte do negócio da música. Aprendi muito com o Incite — encontrar as pessoas certas, confiar nas pessoas certas. Para alguns, isso acontece rápido ou com facilidade. No nosso caso, foi mais tentativa e erro. Isso também vale para membros da banda: alguns esperavam mais glória ou uma jornada mais fácil. Levou tempo para entender essas partes de estar em uma banda, especialmente com a nossa longevidade. Quanto mais tempo se está na estrada, mais se aprende.


Rebel Rock: O groove sempre foi uma marca registrada da banda, e neste álbum parece ainda mais presente. Como vocês equilibram peso e ritmo?

Richie: Groove sempre veio naturalmente para a banda desde o início. Nunca fomos do tipo que só quer tocar a 100 por hora. Sempre curtimos bandas com groove — aquelas que fazem você balançar a cabeça. Isso sempre pareceu mais envolvente para o público. Também conseguimos adaptar o que fizemos no passado para o que somos hoje, nossas influências atuais e o que queremos entregar ao mundo do metal.

Rebel Rock: Faixas como “Used and Abused” e “Never Die Once” mostram um lado mais extremo do Incite. Houve uma intenção de flertar com death metal ou grindcore?

Richie: Não, esse é um estilo que já usamos antes. Se você olhar nosso catálogo — músicas como “Savior-Self”, “Silenced” e “Poisoned by Power” — sempre incorporamos esses elementos. Não precisamos nos limitar a um único estilo. Somos heavy metal, o que pode englobar todos os subgêneros. Podemos flertar com diferentes estilos e ainda manter uma sonoridade coesa que desafia e empolga o ouvinte.

Rebel Rock: Como vocês buscam variedade sonora dentro da agressividade que define o Incite?

Richie: Isso vem de quem somos como pessoas e como banda. É o que fazemos, é a nossa essência, e é isso que usamos para compor. Não há nada forçado ou desconectado da realidade. Quando criamos agressividade, ela flui naturalmente das nossas experiências de vida e do que nos move naquele momento.

Rebel Rock: “Dolores” é um dos momentos mais emocionais e marcantes do disco. Qual é a história por trás da faixa?

Richie: É uma música sobre um sonho que tive na infância — um sonho recorrente que eu sempre quis transformar em algo, mas não sabia como. Quando essa música surgiu, pareceu o encaixe perfeito. Todos nós temos experiências sombrias na infância, e essa sempre ficou comigo.


Rebel Rock: O título “No Mercy No Forgiveness” já diz tudo — é um ataque direto, sem piedade. Como essa música surgiu e qual mensagem você quis passar?

Richie: Essa música é destruidora. Quando ouvi o demo, amei o trecho de introdução, mas o resto estava meio bagunçado. Durante a pré-produção e gravação, conseguimos moldá-la até chegar ao resultado final. Liricamente, é como uma declaração minha para o mundo da música. Houve um momento em que senti que a banda poderia estar perto do fim, ou que não conseguiríamos mais um contrato. Essa música capturou esse turbilhão emocional que vivi.

Rebel Rock: O press release menciona o espírito batalhador da banda — como dirigir 800 km em uma nevasca para não perder um show. De onde vem essa mentalidade incansável?

Richie: Sempre senti que, sendo quem eu sou, de onde vim, e minha personalidade em geral — eu teria que provar meu valor o tempo todo. Sou uma pessoa extremamente determinada, e isso se reflete muito na música. Desistir é algo muito difícil pra mim, e acho que isso define a banda. Todos os caras têm essa intensidade — de não querer perder shows, de não querer folgar. Somos uma banda do povo, que ama o que faz e não desperdiça um único momento dessa jornada.

Rebel Rock: O nome Cavalera tem um peso gigantesco na história do metal, e aqui no Brasil, o Max é visto por muitos — inclusive por mim — como a maior figura da nossa cena. Quais foram as maiores lições que o Max te passou ao longo dos anos?

Richie: É realmente uma honra carregar o nome Cavalera e fazer parte desse legado. Cresci nesse meio, e continuar envolvido é incrível. As maiores lições foram mais visuais do que verbais. Eu o observava ao vivo, totalmente entregue à música, apaixonado pelo que fazia. Isso foi impactante. Também aprendi com o respeito que ele tem pela música — ele nunca fez isso só por dinheiro ou fama. Ele ama a música acima de tudo.

Rebel Rock: Você leva essa experiência para sua música e sua postura como frontman? Há alguma faixa ou momento em Savage New Times que carrega diretamente esse legado — seja na atitude, nas letras ou no som?

Richie: Com certeza. Em muitos aspectos, carrego essas lições e vivências de crescer nesse universo. Todos nós somos moldados pelas influências dos nossos pais e pelo que vemos na infância. Não diria que há uma faixa específica que represente isso, mas sim toda a minha obra. Cada álbum é uma extensão desse legado — e, ao mesmo tempo, a criação de um novo. Sou minha própria banda, meu próprio som, influenciado por muitas coisas diferentes.


Rebel Rock: Ainda sobre Max e seu legado: a musicalidade brasileira sempre teve forte presença no trabalho dele — especialmente em “Roots” e nos primeiros discos do Soulfly — com elementos tribais, percussões, ritmos e até instrumentos tradicionais. Você vê espaço para esse tipo de influência na música do Incite? Já pensou em incorporar esses sabores brasileiros, mesmo que de forma sutil ou pontual?

Richie: Não, pra mim isso é o estilo dele — o que ele criou a partir do amor dele pela música e das influências que teve. Todos nós somos fãs disso, claro, mas não é muito a nossa vibe musical, por assim dizer.

Rebel Rock: Voltando ao “Savage New Times”. Após o lançamento do álbum, como está a turnê? Há planos de trazer o novo show ao Brasil?

Richie: Sim — muitas e muitas datas de turnê, e com certeza uma jornada de volta à América do Sul, América Central e o resto do mundo. Muito obrigado novamente, e agradeço por divulgar o trabalho e dedicar seu tempo.

Rebel Rock: Muito obrigado pela entrevista — a palavra final é toda sua.

Richie: Obrigado pelo apoio, e a todos os metalheads: espalhem a palavra e vamos botar pra quebrar!



Incite:

Vocal: Richie Cavalera
Guitarra: Layne Richardson 
Baixo: EL
Bateria: Lennon Lopez




Spotify:


Clipes:

“No Mercy No Forgiveness”



“Just A Rat” 



segunda-feira, 9 de junho de 2025

FALSE GODS - LOST IN DARKNESS AND DISTANCE (2025)


 

FALSE GODS
LOST IN DARKNESS AND DISTANCE
BRC30 Productions - Importado

Com “Lost in Darkness and Distance”, o FALSE GODS entrega um disco intenso e denso do rock/metal alternativo. Não é um álbum que agrada em um primeiro impacto. Pelo contrário: ele exige entrega e persistência. É um disco que se impõe como um quadro negro, sombrio, carregado, onde cada faixa é um traço é um borrão de dor, confissão e brutalidade emocional. Mas também é nesse breu que, aos poucos, pequenas frestas de luz surgem, afinal , sem escuridão, não há luz.

Essa densidade é, talvez, a característica mais marcante. Tudo aqui é pesado, mas não apenas no sentido sonoro: é emocionalmente carregado. As guitarras têm peso, sim, mas não há riffs cavalgados típicos de um metal mais tradicional. Há sim uma lama sonora que remete ao stoner metal, ao sludge, ao metalcore mais atmosférico.

Faixas como "Straw' Dog" e "Enemy That Never Was" marcam bem o território nessa estética. A primeira alterna dedilhados e explosões como quem respira entre crises. A segunda começa suave e afunda o ouvinte em uma avalanche de guitarras abertas, até que os gritos rompem tudo como a expulsão dos demônios internos — vocais que não apenas expulsam, lavam a alma de traumas.

E é essa honestidade que torna o disco tão interessante. “Worldless” e “Death is Listening” demonstram que esse “diário” foi escrito à beira do colapso.

“Ainda não consigo decidir se estou ansiosamente esperando pela morte ou mortalmente com medo dela. Depende do segundo.”

Musicalmente, o FALSE GODS soa como um monstro de várias cabeças: há ecos de Crowbar, Nirvana, Incubus, algo de Doom metal ( as passagens carregadas), linhas psicodélicas e até Killing Joke.

E é justamente por isso que, ao longo da audição, você vai se acostumando com aquele peso, mergulhando naquele universo sombrio até entender que ele também guarda beleza. O disco começa como um lamento e termina como uma espécie de libertação. É uma descida ao inferno pessoal que, ao fim, revela alguma forma de salvação.

Lost in Darkness and Distance” não é um disco fácil, é um processo. E no fim desse processo, talvez você também veja a luz.

William Ribas






VADER - BLACK TO THE BLIND (1997/2025) - RELANÇAMENTO

 


VADER
BLACK TO THE BLIND (1997/2025)
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

Em um cenário onde muitos álbuns de death metal dos anos 90 ainda disputam espaço entre os clássicos indiscutíveis e os cults esquecidos, “Black To The Blind”, do Vader, ocupa uma posição curiosa: é brutal o suficiente para ser reverenciado por quem conhece, mas muitas vezes esquecido. Em 2025, com o relançamento remasterizado via Shinigami Records, desse verdadeiro míssel de destruição em massa, novos e velhos fãs têm uma nova chance de revistar o mais alto possível esse trabalho dos polonês.

Originalmente lançado em 1997, Black To The Blind é o terceiro álbum do Vader e marca um momento decisivo em sua discografia. Não há espaço para enfeites ou experimentalismos aqui. O álbum entrega 11 faixas em pouco menos de 28 minutos, em uma sequência de death metal no estado mais puro: riff atrás de riff, blast beats em profusão e uma aura de urgência que atravessa por todo tracklist.

A nova remasterização eleva os detalhes sem comprometer a “sujeira” do som original. As guitarras continuam afiadas como lâminas, mas com mais definição. A bateria já impressionante na mixagem original – ganha ainda mais força e clareza, com uma pegada que continua sendo referência em técnica e agressividade dentro do gênero.

Faixas como “Carnal”, “Fractal Light” e “True Names” revelam a capacidade do grupo de alternar agressividade absurda com passagens mais cadenciadas. A voz de Piotr Wiwczarek, como sempre, é uma âncora para o caos — grave, articulada e imponente. “Beast Rapping”, “Foetus God” e ”Distant Dream” parecem rajadas cirurgicamente posicionadas para atingir o ouvinte sem aviso prévio, sendo assim, “Black To The Blind” é direto, acertando em cheio ao mostrar uma banda no auge da precisão, dominando completamente a brutalidade.

Com a chegada desta edição remasterizada, você tem o dever de colocar o disco lado a lado com os maiores lançamentos do gênero.

Compre!

William Ribas




GATES TO HELL - DEATH COMES TO ALL (2025)


GATES TO HELL
DEATH COMES TO ALL 
Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional

Death Comes to All” é uma trilha sonora inegociável com a destruição. A trilha sonora do colapso. Direta, suja e inegociável. São 10 faixas e somente 21 minutos de duração, você o que isso significa, né? O Gates to Hell foi implacável ou, melhor, imparável a partir do primeiro instante que o álbum começa a tocar, mostrando que o inferno sonoro , na verdade, tem nome e sobrenome em 2025.

O grupo não se contentou em ser apenas barulhento. Ele quer ser memorável. Tudo o que há de mais pesado entre o mundo extremos é colocado no liquidificador da insanidade, sem filtros, sem aditivos e o melhor de tudo, sem rodeios — algo entre o desespero e o êxtase. A cada novo movimento, cabeças podem rolar tamanha a fúria despejada.

O equilíbrio entre espontaneidade e precisão é sentido de cara com a dupla dinâmica “Rise Again” e “A Summoning”. A mixagem valoriza cada pancada de bumbo, cada riff dilacerante, cada berro que parece vindo das profundezas. Entre os destaques, “Next to Bleed” mostra uma faceta mais cirúrgica do grupo — ainda brutal, mas com uma construção mais meticulosa, riffs que se acumulam uma tensão prestes a explodir. Já “Crazed Killer” parte direto para o ataque, um belo soco certeiro daqueles de ouvido sensível.

Gates to Hell escreveu um novo manual da violência com o sangue ainda fresco em “Death Comes to All”. Um trabalho que beira a insanidade — agressivo e cruel.

William Ribas





CABAL - EVERYTHING ROTS (2025)

 


CABAL
EVERYTHING ROTS
Shinigami records/Nuclear Blast - Nacional

Com o disco “Everything Rots”, os dinamarqueses do Cabal entregam uma obra barulhenta e destruidora — uma muralha sonora que esmaga com a força bruta do Death Metal, o groove cirúrgico do Groove Metal moderno, e ainda injeta doses de Metalcore, até batidas eletrônica densa em seus momentos mais inesperados. O resultado é uma experiência apocalíptica sonora.

Desde o início com a faixa "Becomes Nothing", o álbum já se impõe com riffs brutos, percussão seca e uma ambiência sufocante. O peso é implacável, mas não é um caos desenfreado — há método e intenção por trás de cada movimento caótico. A cada nota agressiva percebemos que a ordem é deixar o fã nocauteado, sem chance de respirar, afinal, a cada nova faixa, mais brutalidade é jogada na mesa.

Os vocais transitam com maestria entre guturais cavernosos e gritos rasgados, conferindo à performance uma carga emocional brutal. É como se estivéssemos assistindo o nascimento de um filho bastardo entre Gojira e Machine Head, mas criado em uma rave sombria nos subterrâneos da Europa.

O peso hipnótico de "Still Cursed", “No Peace” e "Stuck" evoca aquele Groove Metal direto ao ponto, uma crueza mais moderna e impiedosa. Já “Forever Marked" mergulha em uma aura quase Death Metal, obviamente longe de elementos old school, mas com uma base densa e sufocante. “Snake Tongues” traz suas levadas industriais, é como se a banda quisesse que você se perdesse nas batidas enquanto é dilacerado pelo instrumental animalesco.

Há também momentos de pura catarse como em "Stuck", que alterna entre passagens quase new metal e explosões sonoras que arrancam o fôlego. E quando você pensa que já viu tudo, o encerramento com “Beneath Blackned Skied” entrega um resumo perfeito de toda essa massa sonora utilizada em “Everything Rots” — groove, blast beats, vocais cavernosos e um clima de fim de mundo.

O Cabal, aqui, não está apenas mostrando técnica ou peso — está jogando na sua cara uma agressividade moderna incomum, suja e, ao mesmo tempo, viciante. álbum pesado — um ritual sonoro brutal que mistura raiva, groove e experimentação sem perder a essência extrema.

William Ribas




sexta-feira, 6 de junho de 2025

Guns N’ Roses anuncia nova turnê no Brasil!

 




Serão cinco shows em capitais e a venda dos ingressos começará na próxima semana


Os fãs brasileiros podem comemorar: o Guns N’ Roses, uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, acaba de confirmar cinco shows no Brasil em 2025, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As apresentações fazem parte da turnê mundial "Because What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things".

Com uma média de 24 milhões de ouvintes mensais no Spotify, a lendária formação liderada por Axl Rose (vocais, piano), Slash (guitarra solo) e Duff McKagan (baixo) – agora com Isaac Carpenter na bateria – fará quatro shows em capitais no mês de outubro: dia 21 em Florianópolis (Arena Opus); dia 25 em São Paulo (Allianz Parque), dia 28 em Curitiba (Pedreira Paulo Leminsky), e dia 31 em Cuiabá (Arena Pantanal). E a última apresentação será no dia 2 de novembro, em Brasília (Arena BRB). Com produção da Mercury Concerts.

Haverá pré-venda exclusiva para o fã-clube, (com duração de 24h), que começa no dia 9 de junho (segunda-feira), às 10h, no www.eventim.com.br/gunsnroses, para as cidades de São Paulo e Brasília. Para a cidade de Florianópolis a pré-venda será feita pelo site www.uhu.com, e para a cidade de Curitiba pelo site www.bilheteriadigital.com.br. Na cidade de Cuiabá a pré-venda começa às 9h, do dia 9, pelo site www.bilheteriadigital.com.br .

Em São Paulo haverá ainda a pré-venda Allianz Seguros que será somente on line, do dia 10 de junho (terça-Feira), às 10h, até o dia 12 de junho (quinta-feira), às 10h. As vendas online para o público em geral começam no dia 12 de junho (quinta-feira) às 10h, no www.eventim.com.br/gunsnroses e, presencialmente, na Bilheteria Oficial a partir das 11h, também dia 12.

Em Florianópolis a venda geral começa no dia 12 de junho, às 10h, pelo site www.uhu.com. Em Curitiba a venda geral será a partir do dia 10 de junho, às 10h, pelo www.bilheteriadigital.com.br , e no dia 12 de junho na bilheteria física. Para o show de Cuiabá os ingressos também serão vendidos pelo site www.bilheteriadigital.com.br, a partir das 9h, do dia 10 de junho e a bilheteria presencial a partir do dia 17 de junho, às 10h. Brasília terá seus ingressos disponíveis para venda geral no dia 10 de junho, a partir das 10h, pelo site www.eventim.com.br .

No final do ano passado, foram anunciadas 24 datas na Ásia e na Europa, com as participações especiais de Public Enemy, Rival Sons e Sex Pistols com Frank Carter em datas selecionadas. Agora além dos shows no Brasil a banda anuncia datas para a Costa Rica (01/10), El Salvador (04/10), Colômbia (07 e 11/10), Chile (14/10), Argentina (17/10), Peru (05/11) e México (08/11).

Guns N' Roses é uma lenda em plena atividade. É a banda americana mais dinâmica, impactante e definitiva da história do rock. Enraizada na cultura do rock, "Appetite for Destruction" (1987) é uma obra-prima, certificada com disco de diamante, e entrou para a história como "o álbum de estreia mais vendido da história dos EUA" e "o 11° álbum mais vendido de todos os tempos nos Estados Unidos". Já a turnê Not In This Lifetime... (2016-2019) ficou classificada como "a 4ª turnê mais lucrativa de todos os tempos".

Em 1991, o Guns N' Roses sacudiu o mundo com o potente combo dos álbuns “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II” (7x platina), que conquistaram imediatamente os dois primeiros lugares da Billboard 200. Com vendas totais de 100 milhões de cópias até hoje, seu catálogo ainda inclui: “G N' R Lies” (5x platina), “The Spaghetti Incident?” (platina), “Greatest Hits” (5x platina) e “Chinese Democracy” (platina).



SOBRE A MERCURY CONCERTS

A Mercury Concerts é responsável pelo agenciamento de turnês internacionais, idealização e produção de shows e festivais de grande sucesso em todo o Brasil. Entre suas realizações nesses 30 anos de história estão festivais como Monsters of Rock, Ruffles Reggae, Close-up Planet, Skol Rock, São Paulo Trip e Rockfest. Além disso, a Mercury realizou no país shows e turnês de artistas de renome como AC/DC, Bon Jovi, Yes, Black Sabbath, David Gilmour, Sting, KISS, Guns N' Roses e Aerosmith.


Redes Sociais: @mercuryconcerts





segunda-feira, 2 de junho de 2025

REBEL ROCK NOSTALGIA - MX - SIMONIACAL (1988)


REBEL ROCK NOSTALGIA

MX - SIMONIACAL (1988)


Em 1988, enquanto o Brasil fervia em guitarras distorcidas e revolta juvenil, uma banda do ABC paulista surgiu chutando portas e cravando seu nome na história do metal nacional: MX.

Com “Simoniacal”, seu disco de estreia, o grupo entregou um soco certeiro no queixo da calmaria — um álbum que, mesmo cru, transborda atitude, peso e personalidade.

O álbum é mais do que um simples registro do thrash nacional. Ele representa um momento. Um grito vindo das ruas e dos porões do underground brasileiro. A influência de gigantes como Slayer, Exodus e Possessed está ali, mas o que faz o MX ser especial é o DNA 100% brasileiro impresso nas letras, na crueza da produção e na urgência da execução.

As faixas são rápidas, diretas e cheias de energia. “Dirty Bitch”, “Dead World” e a faixa-título exalam revolta e crítica social. Os riffs ríspidos, a bateria pulsante e os vocais são cuspidos com raiva. Não há espaço para firulas – é tudo na veia, na raça da urgência dos primeiros de uma cena promissora onde era feito por amor a “camisa”.

O trabalho jorra clássicos, “Jason” e “Fighting for the Bastards” deveriam ser considerados um dos grandes patrimônios do thrash metal nacional, hinos atemporais.

Mesmo com os recursos limitados da época, “Simoniacal” é o tipo de disco que inspira gerações a fazer e ouvir esse sagrado “barulho”. O MX pode não ter ganho os holofotes que deveria, como outras bandas da época, mas quem conhece sabe: eles foram (e são) fundamentais. Simoniacal não é só um clássico do underground – é um pilar do thrash metal nacional. E merece ser ouvido sempre com o volume no máximo.

William Ribas




EPICA - ASPIRAL (2025)

 


EPICA
ASPIRAL
Shinigami Records/ Nuclear Blast - Nacional

Quando a última nota da faixa título ecoa e se desfaz no silêncio, não voltamos ao ponto de partida sem ser sugado para dentro de uma experiência única. Em seu novo álbum, o Epica não brinda os fãs, apenas com um disco para ser ouvido — eles dão uma sinfonia para almas em busca de sentido. Lançado em abril, o nono álbum da banda holandesa soa como uma verdadeira odisseia musical, um convite para atravessar portais onde o metal sinfônico não é só gênero, mas linguagem espiritual, um renascimento.

Desde os primeiros acordes de “Arcana”, sente-se o peso do destino, como se estivéssemos sendo levados pelas mãos de divindades antigas através de florestas mitológicas e desertos interiores. É um Epica que continua imenso, mas agora com mais nuances, mais sombras e silêncios significativos entre os trovões. Simone, em uma das melhores fases de sua carreira, canta não só com técnica impecável, mas com uma alma dilacerada e iluminada ao mesmo tempo — algo que poucas vozes no metal conseguem transmitir com tanta elegância. O maior exemplo está na maravilhosa “Obsidian Heart”, calma ao mesmo tempo que carrega densidade emocional.

Aspiral” é também o ponto de equilíbrio entre passado e futuro. As três partes que dão sequência à saga “A New Age Dawns” funcionam como espelhos narrativos: refletem o que já foi dito em discos como “Consign to Oblivion” e “Design Your Universe”, mas sob a luz de novos questionamentos. “Darkness Dies in Light”, por exemplo, é quase um ritual de purificação, algo entre dança da dor e do perdão; enquanto “The Grand Saga of Existence” encerra o ciclo com ares de tragédia shakespeariana — grandiosa, mas sem perder a intimidade.

Musicalmente, a produção de Joost van den Broek é cinematográfica, colocando cordas, corais e riffs em harmonia quase alquímica. A orquestra de Praga não soa como uma simples “cama” para o instrumental, mas, sim, como um coração que pulsa ao lado da bateria de Ariën van Weesenbeek e dos riffs de Mark Jansen e Isaac Delahaye, ouça “Fight to Survive -The Overview Effect” e diga se não estou certo. O álbum, ao mesmo tempo em que esbanja técnica, também respira — uma certa contemplação atmosfera, para transições que não temem a beleza e nem a escuridão.

Mas o trabalho não é apenas uma experiência estética. É uma transformação — uma viagem interior como é sugerido por "T.I.M.E.". Como se cada faixa fosse um passo dentro de um labirinto temos “Apparition” e “Eyes of the Storm” e cujo. De certa forma, Aspiram, e o Epica soam mais filosóficos nesse momento, mais maduro, e talvez mais humano.

Em um tempo onde muitos buscam apenas repetir fórmulas de sucesso, o Epica ousa olhar para dentro e para frente ao mesmo tempo. E é justamente aí que reside a força de “Aspiral”: em sua capacidade de unir o sagrado e caos — e fazer disso tudo uma obra que eleva cada vez mais o nome do grupo. Os 71 minutos passam como piscar de olhos, e logo você está ali, mais uma vez impactado ouvindo de novo, de novo e de novo...

William Ribas




TARJA TURUNEN & MARKO HIETALA - LIVING THE DREAM TOGETHER TOUR 2025 - AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA - 22/05/2025 - PORTO ALEGRE/RS

 


TARJA TURUNEN & MARKO HIETALA
LIVING THE DREAM TOGETHER TOUR 2025
Abertura: Madzilla
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA 
22/05/2025 
PORTO ALEGRE/RS
Produção: TOP LINK e OPINIÃO PRODUTORA

Texto: Mauro Antunes
Fotos: Liny Oliveira

Show de dia de semana pode ser complicado para qualquer trabalhador comum, em especial para este que vos escreve. Moro em São Paulo, e estou passando uns tempos em Porto Alegre a trabalho e em pouco mais de 15 dias, esse já é o terceiro show que tenho a oportunidade de assistir aqui na capital gaúcha. Saxon, Hibria e Tarja, infelizmente não consegui ir no Fabio Lione.

Dentre as bandas citadas acima, Saxon é minha favorita, mas respeito máximo aos demais, e com a dupla Tarja e Marko, não poderia ser diferente. Acompanhei atentamente o “tsunami” que foi o surgimento e a descoberta do Nightwish na vida dos brasileiros após o icônico álbum “Oceanborn” (1998). Marko Hietala ainda não fazia parte do lineup, mas com o passar dos anos, ele acabou se tornando a “cara masculina” do Nightwish, em minha opinião, muito mais do que o chefe da banda Tuomas Holopainen.

A banda inclusive, frequentou o mainstream com o icônico hit “Nemo” que honestamente, não sei como não entrou no setlist desta turnê. Guardadas as devidas proporções, é como um show do Iron Maiden sem “Fear of the DarK” por exemplo.

Ao me dirigir ao Auditório, o motorista de aplicativo que me levou para a viagem me confidenciou que eu já era a quarta ou quinta pessoa que ele esteva levando àquele local, inclusive me perguntou um pouco mais sobre o show que despertou a curiosidade dele. Cheguei a casa e me deparei com um local que não conhecia, e fiquei maravilhado, um dos melhores, senão o melhor, lugar para um show do Metal que já vida. A casa apesar de não estar cheira, recebia um bom público. Deu tempo pra comprar umas fichas de cerveja e um lanche e esperar o som começar.

Infelizmente, por problemas de horário, não consegui assistir a banda de abertura, Madzilla, mas ouvi bons comentários a respeito.

No entanto, o show acústico de Hietala e Tuomas Wäinölä foi curto com apenas 7 faixas. Pessoalmente, não sou muito fã do formato acústico e tivemos um show que confesso, não conseguiu me empolgar. Nem mesmo as interpretações de 2 hinos do Metal, “Holy Diver” e “Children of the Grave” conseguiram arrancar alguma reação da plateia. Obviamente, sabemos o quão talentoso Marko Hietala é, mas aqui, dava pra esperar mais. O jeito foi acompanhar o show, tomar uma cerveja e esperar pelo show principal que começou após as 22h.



Quando começou o show principal minha primeira reação foi: “sim, é ela mesma que está ali no palco!”. Mesmo não sendo mais uma garota, Tarja continua incrivelmente carismática levando a plateia tranquilamente para suas mãos; os anos de janela deram a ela a maturidade para ser ainda mais forte e quase que onipresente no palco mesmo ao lado de vários outros músicos.

Apesar de já uma longa e consolidada carreira solo, não há como negar que os clássicos do Nightwish, banda que a revelou, são as mais saudadas pelo público, o que obviamente, não é surpresa para ninguém.
Na primeira entrada, Tarja focou exclusivamente em faixas de sua carreira solo, com destaque para um de seus singles mais recentes, “Eye of the Storm” e a pesadíssima “Demons in You”. Aí veio a sessão acústica que começou com um cover da Rita Lee (?), a famosa faixa “Ovelha Negra”, mostrando que Traja além de tudo, se vira no português, dando a sua cara a uma faixa tão icônica da MPB.



Mas, como dissemos antes, foi quando a coisa começou a descambar para os hits do Nightwish, é que o público começou a cantar junto e a interagir mais com a banda. Em especial os clássicos “Wishmaster” e “Wish I Had an Angel” foram os pontos altos da noite de um show que levou quase duas horas de duração. Assim que acabou o show, fui correndo pra fora pra pegar meu transporte que sabia que a fila seria imensa. Já se passavam das 0:30hs do dia 23/05.

Há quem goste, há quem não goste de Tarja, mas é impossível negar o quanto ela é talentosa e excelente no que se propõe a fazer: Heavy Metal com voz de soprano não é para qualquer ouvido, e essa mistura, se é ou não criação do Nightwish eu não sei, mas que seus quase 30 anos de carreira é um marco de categoria, isso é. Porto Alegre foi saudada com imenso respeito por Tarja, Marko e suas trupes. Sorte nossa!