THE DARKNESS
DREAMS ON TOAST
Canary Dwarf/ Cooking Vinyl - Importado
DREAMS ON TOAST
Canary Dwarf/ Cooking Vinyl - Importado
Quando falamos em THE DARKNESS, é quase impossível não lembrar da música e videoclipe de "I Believe in a Thing Called Love", e seus exageros tanto visuais (um tanto quanto bregas), quanto vocais por parte de seu vocalista Justin Hawkins. Muitos até hoje, insistem em colocar a banda em uma bandeja de ironia e não a levam a sério. No entanto, o grupo é muito mais do que isso. óbvio que os exageros vocais de Justin persistem, mas ao mesmo tempo, a guitarra calcada em Thin Lizzy executada por seu irmão e compositor Dan Hankins, que executa seus riffs e linhas de guitarra que exalam o espírito do Hard Rock. DREAMS ON TOAST, o oitavo álbum de estúdio do grupo, vem para corroborar isso, com músicas festivas e que, se não vão mudar o mundo, garantem bons minutos de diversão.
Os já citados irmãos Hawkins, ao lado de Frank Poullain (baixo e backing vocal) e Rufus Tyger Taylor (bateria e backing vocal) apresentam 10 faixas num trabalho que conta com uma boa produção, que ficou por conta de Dan Hawkins, e traz uma capa "inspirada" no álbum "Bugatti & Musker" do duo The Dukes (créditos ao amigo Felipe Izzard). Músicas descompromissadas, guitarras com uma pegada AC/DC, Rolling Stones e o já citado Thin Lizzy, cozinha entrosada e aquela vocal característico de Justin, nos garantem momentos de boa música e, nuca é demais lembrar, provando que o Rock n' Roll não precisa ser militante e chato como alguns insistem em ser.
"Rock and Roll Party Cowboy" abre o álbum com aquele clima de festa, como o próprio nome entrega. Guitarras em profusão, num clima rocker totalmente The Darkness. Os vocais de Justin começam sussurrados, mas se elevam com o desenvolvido da composição. Os backing vocals, outra marca registrada da banda, seguem ativos, enquanto Dan despeja seus riffs e solos. "I Hate Myself", é aquela faixa cheia de adrenalina, rápida e contagiante. Bateria simples e diretamente e uma veia totalmente AC/DC. Os agudos surgem aqui de forma comedida, mas completamente identificáveis. A country music surge em "Hot on My Tail", num momento descontraído e de bom gosto, mostrando que as fontes de influências do grupo não se restringem a um determinado estilo. Os riffs "acedecianos" ressurgem em "Mortal Dread", com um belo refrão, cortesia de Dan, que além de ótimo guitarrista, já deu inúmeras provas de ser um excelente compositor. "Don't Need Sunshine" é uma semi-balada que pouco acrescenta ao trabalho, ainda que possua uma bela melodia.
Aquele clima de "cabaré americano" surge em "The Longest Kiss", um momento que mostra a versatilidade dos caras, além de explicitar que não estão nem aí pra definição de som e estilo onde se enquadrar. O negócio do The Darkness é fazer música! E a guitarra de Dan comprova isso no decorrer da faixa. Baixo e bateria conduzem "The Battle of Gadget Land", num ótimo momento rock n' roll do álbum. Já aquele clima country n' roll volta a surgir em "Cold Hearted Woman", contratando com a adrenalida de "Walking Through Fire". O encerramento vem com "Weekend in Rome", uma "música" que, acredito eu, é uma brincadeira/piada/homenagem dos músicos à capitam italiana.
Existem discos que entram pra história. Existem discos que passam despercebidos. Mas existem discos que servem para nos divertir e fazer com que, por alguns minutos, esqueçamos dos problemas e nos liguem ao universo musical. Com a mais absoluta certeza, DREAMS ON TOAST não está na primeira, nem na segunda opção. No entanto, como praticamente, todo álbum do THE DARKNESS, ele está entre aqueles que nos garante bons momentos de diversão. Enjoy it!
Sergiomar Menezes