sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

MELHORES DE 2025 - WILLIAM RIBAS (EQUIPE REBEL ROCK)

 


Chegou a hora da Equipe Rebel Rock escolher aqueles álbuns que mais lhe agradaram e que, na opinião de cada redator, foram os melhores do ano de 2025. Obviamente que divergências aparecerão, mas nunca é tarde demais pra lembrar que cada lista apresentada aqui, representa a OPINIÃO de cada um, e assim, não adianta reclamar (risos)! 

Hoje, vamos conhecer os dez melhores trabalhos, nacionais e internacionais, sem ordem de preferência do nosso mestre entrevistador William Ribas!


HELLOWEEN - GIANTS & MONSTERS

AVANTASIA - HERE BE DRAGONS

PHILOSOPHOBIA  - THE CONSTANT VOID

ASHES OF ARES - NEW MESSIAHS

PARADISE LOST - ASCENSION

NO MORE DEATH - THE DEATH IS DEAD

TESTAMENT - PARA BELLUM

GHOST - SKELETÁ

BETWEEN BURIED AND ME - THE BLUE NOWHERE

1914 - VIRIBUS UNITIS

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

MELHORES DE 2025 - SERGIOMAR MENEZES (EQUIPE REBEL ROCK)


 

MELHORES DE 2025 - SERGIOMAR MENEZES (EQUIPE REBEL ROCK) 

Chegou a hora da Equipe Rebel Rock escolher aqueles álbuns que mais lhe agradaram e que, na opinião de cada redator, foram os melhores do ano de 2025. Obviamente que divergências aparecerão, mas nunca é tarde demais pra lembrar que cada lista apresentada aqui, representa a OPINIÃO de cada um, e assim, não adianta reclamar (risos)! 

Hoje, vamos conhecer os dez melhores trabalhos, nacionais e internacionais, sem ordem de preferência do "boss" Sergiomar Menezes!


HELLOWEEN - GIANTS & MONSTERS

SPADES VANDALL - OUTRAGEOUS

SACRIFICE - VOLUME SIX

DISTRAUGHT - INVOLUTION

ALICE COOPER - THE REVENGE OF ALICE COOPER

NO MORE DEATH - THE DEATH IS DEAD

STORMSORROW - THE BLOOD RED HORIZON

TESTAMENT - PARA BELLUM

GHOST - SKELETÁ

VOLÚPIA - DEJA-VU








terça-feira, 9 de dezembro de 2025

AVANTASIA - 29/11/2025 - VIBRA - SÃO PAULO/SP

 


AVANTASIA
29/11/2025
VIBRA
SÃO PAULO/SP

Texto: Mauro Antunes
Fotos: Leandro Almeida

Sábado a noite em São Paulo é algo especial. Em meio à disputa da partida final da Libertadores da América, nós, paulistanos, headbangers, tínhamos uma espécie de chamamento: conferir de perto mais uma apresentação do Avantasia, que já há alguns anos, é o projeto único do mentor e mestre Tobias Sammet, após a pausa (ou fim?) das atividades do Edguy.

O recém-lançado trabalho de estúdio, “Here Be Dragons” (2025), já é o décimo trabalho completo do Avantasia, e pelo que podemos ver, muitos outros ainda deverão vir pela frente.

Como o jogo da Libertadores se encerrou por volta das 20h15, ficou tranquilo para acessar o Vibra, encontrar os amigos, fazer aquela resenha sobre o Avantasia e outras bandas que curtimos, e esperar o relógio bater 21h, horário programado para o show.

Com apenas 6 minutos de atraso, o show começou com o single amplamente divulgado, “Creepshow”, uma das faixas do já citado trabalho lançado este ano. Sua pegada mais comercial e Hard Rock, parece perfeita pra conquistar a plateia.

Aí veio “Reach Out for the Light” um clássico absoluto onde Tobias fez um dueto com a vocalista Adrienne Cowan, uma de suas fieis escudeiras. Já neste pequeno espaço de tempo, me dei conta de que o Avantasia continua grande e imponente como sempre foi. Apesar de no passado, a banda já ter contado com nomes de maior peso e destaque no cenário (Michael Kiske, Geoff Tate, Andre Matos, Kai Hansen, Jorn Lande, Russel Allen, dentre tantos outros...), penso não haver na cena, algo tão grandioso quanto eles, ao menos em termos de Metal Opera.


Em “The Witch” foi a vez de Tommy Karevik (Kamelot) entrar em ação e poucas vezes vi alguém com tanto sangue no olho no palco, parecia que o cara estava fazendo o último show de sua vida. Dentre os vocalistas convidados, ele foi o destaque, indiscutivelmente. Após o clássico “The Devil in the Belfry”, mais duas faixas Do mais recente trabalho “Phantasmagoria” e “Against the Wind”. Após essas faixas, Tobias deixou claro que o Avantasia não é como outras bandas que usam e abusam de playbacks. Segundo ele, Avantasia é puro Heavy Metal sem playbacks. Tobias Sammet sendo Tobias Sammet, mais do que nunca!

“Dying for na Angel” contou novamente com a potente voz de Karevik substituindo o mestre Klaus Meine (Scorpions) que gravou a versão original. Apesar da missão inglória, Karevik foi um par e tanto no dueto com Tobias. Ao meu lado havia um casal que quase me deu banho de cerveja na hora do refrão, mas foi por uma boa causa.

“Avalon” e “Promised Land” (primeira a não ter Tobias no palco), precederam outro momento pra lá de especial: “Avantasia” é a “Fear of the Dark” do show. Como não vibrar com um dos mais legais refrãos da história do Power Metal em todos os tempos. Não tem como, é chover no molhado, não tem o que errar.


“Let the Storm Descend Upon You” contou com a presença de outros 2 vocalistas de categoria: Herbie Langhans (Firewind) e Ronnie Atkins (Pretty Maids). Ë sempre muito bom ver gente desse quilate em ação ao vivo e no caso de Atkins, em especial, o tempo parece não passar pra ele.

Após outro clássico, “The Toy Master”, Tobias deixou o palco por mais de 15 minutos e confesso ter me decepcionado não vê-lo no palco assim que o marcante riffi de “Twisted Mind” começou a ecoar. Sou suspeito para falar qualquer coisa que venha de “The Scarecrow” (2008), meu disco favorito dentre todos os gravados por Tobias. Ali, nada é mais ou menos, tudo é impecável! Ainda tivemos outro hino, “Shelter from the Rain” vindo deste espetacular disco. Não é exatamente o tema aqui proposto, mas se você não é um grande conhecedor de Avantasia, comece por ele e torne-se fã, não tem como ser diferente!

Aí, Tobias apelou: junto com a cantora Chiara Tricarico, fez um dueto digno de Oscar, Grammy, ou sei lá o que com a linda balada “Farewell”. Que momento! Impossível não cantar junto a não ser que você seja alguém que caiu lá de paraquedas! “The Scarecrow” é um hino, mas muito longo pra ser tocada após quase duas horas de show... Ela deveria estar antes no set que entendo seria melhor compreendida pelo público. Eu mesmo, que não sou mais nenhum garoto, me senti deveras sem forças pra ela, mas assisti incrédulo mais uma ótima performance de Ronnie Atkins.

O bis veio com a rápida “No Return” (faltou Michael Kiske nessa, mas aí seria querer demais né!), o hino Hard Rock, “Lost in Space”, minha faixa (deste planeta!) favorita já gravada pelo Avantasia, já que “The Seven Angels” não é deste universo! Não sei se Chiara foi a melhor escolha para um dueto, mas valeu cada milésimo de segundo!

Aí veio o grand finale com “Sign of the Cross” e um pedacinho do hino máximo, “The Seven Angels”. Mesmo a versão original tendo imensos 14 minutos, ninguém reclamaria de ouvi-la na íntegra. Foi o encerramento perfeito!


Outro ponto a se destacar foi a linha homenagem que Tobias prestou a Andre Matos, o que claro, faz a banda ganhar ainda mais, se é que isso é possível, o carinho dos brasileiros.

O Avantasia continua grande, gigante mesmo sendo ainda uma banda que podemos chamar de underground, mas com eles o espetáculo é garantido! Se você, caro leitor, ainda não os viu ao vivo, planeje-se para ir, porque vale a pena e muito! São mais de 2 horas e meia de show que passa voando. Um digno encerramento de turnê!

Nossos mais sinceros agradecimentos ao amigo Marcos Franke pela parceria, credenciamento e, principalmente, pelo respeito ao trabalho do Rebel Rock.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

LOVE/HATE - PUNK ROCK FIESTA! (2025)



LOVE/HATE
PUNK ROCK FIESTA!
Kenyon Records/High Roller Records (Europa) - Importado

O Love/Hate é uma daquelas bandas que chegaram no final da festa do Hard/Glam/Sleaze Metal dos anos oitenta. Porém chegaram a gozar de um sucesso moderado, com o lançamento de seu álbum de estreia , o ótimo "Blackout in The Red Room". Os vídeos da faixa título e de "Why Do You Think They Called It Dope?" foram bastante veiculados na MTV, inclusive aqui no Brasil.

Porém com a mudança do mercado fonográfico e a chegada da galerinha de Seattle, o Love/Hate foi mais uma das bandas varridas do mapa e acabaram por cair no ostracismo. Jizzy Pearl, vocalista e figura principal da banda então partiu para fazer alguns "bicos", se juntando a encarnações menos exitosas de bandas clássicas como Ratt e Quiet Riot, porém retornou a gravar e fazer tours com o Love/Hate.

Temos então o lançamento de "Punk Rock Fiesta", e agora a banda é batizada como "Jizzy Pearl´s Love/Hate". E o resultado é um trabalho muito agradável para os fãs do Hard Rock. O álbum não é nenhum novo clássico, mas entrega o que gostaríamos de ouvir num trabalho do Love/Hate. Jizzy parecer querer ter resgatado as raízes do Sleaze anárquico com um pé no Punk Rock do inicio da carreira.

Os trabalhos de guitarra ficaram a cargo do "guitar-hero" Darren Housholder que dispara riffs crus e poderosos, ao mesmo tempo de solos elaborados e bem trampados. Após uma boa audição, os destaques ficaram para "You're Gonna Be Burn" uma poderosa faixa de abertura, "Eye For an Eye" com sua pegada Punk Rock, "I'll Be Your Shadow e "Time To Take Your Pills", com uma cara Heavy Metal, feitas para bater cabeça. Uma faixa curiosa e surpreendente é "Can´t Be Wrong", mais sombria e com uma aura quase "grunge".

"Punk Rock Fiesta" não estará na minha lista dos melhores álbuns do ano, mas sim é um bom álbum feito com honestidade e vontade. Vale a pena dar uma conferida, principalmente se você já é fã ou conhece o Love/Hate. Caso ainda não e quer conhecer, vá para o álbum de estreia.

José Henrique Godoy




CHRISTOPHER CROSS - 04/12/2025 - AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA - PORTO ALEGRE/RS

 


CHRISTOPHER CROSS
04/12/2025
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA
PORTO ALEGRE/RS
Produção: Opus Entretenimento
Assessoria: Agência Cigana

Texto: José Henrique Godoy
Fotos: Carolina Godoy

O decano DJ/Apresentador/Locutor Júlio Fürst tem o jargão "Programação Musical Blindada - Livre da Chinelagem!!" como característica na apresentação dos seus programas nas tardes da Rádio 102.3 FM. Para quem não conhece ou não sabe do que se trata, esta frase dele reflete as playlists que ele apresenta, sempre músicas de qualidade nos estilos Rock, Pop, Blues, Soul, Disco Music e afins... E a "chinelagem" que ele diz livrar os ouvintes, é todo o tipo de porcaria radiofônica que toca a todo momento nas rádios e que nem preciso citar pois vocês devem imaginar do que estou falando...

Pois bem, tomei a liberdade de citar Júlio, para dizer que na noite de 04 de dezembro, o Auditório Araújo Vianna estava também "Blindado", pois a única coisa que não entraria pelas portas do auditório seria música de má qualidade. Muito antes pelo contrário: Christopher Cross retornou a Porto Alegre para comemorar mais de quatro décadas de carreira, e diferente da sua última visita, onde fez um show acústico, apenas violão e voz, dessa vez ele veio com a banda completa. E que banda!



Faltavam dois minutos para as 21h, quando Christopher Cross e banda adentraram o palco e iniciaram o show com "All Right" e "Never Be The Same" do clássico álbum de estreia, de 1979. O som e iluminação eram um show a parte e já de inicio dava para ver as caras de satisfação do ótimo público presente, a maioria uma plateia "+ 40". Porém era gratificante ver que no meio dos "veteranos" havia jovens e até crianças, inclusive trajando a camiseta da tour, que estava a venda no merchandising (caríssima por sinal).

"I Really Don't Know Anymore" e "Alibi" são executadas com maestria, e abre caminho para o primeiro "todo mundo canta junto" da noite: a Ultra-Clássica e talvez a música mais conhecida de Mr. Cross: "Sailing". com direito à alguns casais dançando juntos, provavelmente lembrando da época que dançavam nas reuniões dançantes nas garagens dos pais na adolescência. Christopher Cross apresenta a banda e agradece a "sorte" de ter músicos tão fantásticos tocando com ele. Inclusive Cross deixa espaço para todos da banda brilharem, músicos e o trio de backing vocals, cada uma delas cantando extraordinariamente, ao ponto de várias vezes Christopher se limitar a ele próprio fazer os backings e deixar as moças brilharem.

"Walkin In Avalon" e "You" seguem o espetáculo em alto nível, quando chega a hora de "Arthur ´s Theme", o baladão que rendeu a Christopher Cross um Oscar de melhor canção, em 1982. Mais uma vez todo mundo cantando! Vem a parte acústica com "Talking In My Sleep" "Open Up My Window" e "Simple", onde Cross demonstra ser um exímio guitarrista. A banda retorna para "The Light Is On" e "Not Time For Talking" que  precedem o final "apoteótico" com a música mais "rocker" de Cross: " Ride Like The Wind", que levantou a todos que ainda estavam sentados. A banda se despede e sai do palco e Christopher Cross retorna para finalizar com a bela "Thinkin Of Laura".



Após oitenta minutos chegamos ao final de uma apresentação impecável de um dos maiores nomes do Soft Rock mundial, e saindo do Araújo Vianna, podíamos ver a cara de alegria e satisfação de todos os presentes. Foi realmente uma noite incrível, onde ficou claro que a boa música ainda tem muitos fãs. Agradecimento especial à Cátia Tedesco e à Agência Cigana!

AS THE PALACES BURN - ZODIAC (2025)

 


AS THE PALACES BURN
ZODIAC
Independente - Nacional

É interessante e bastante recompensador acompanhar a trajetória de uma banda. Independente das características musicais adotadas por algumas, a constante busca pela evolução e crescimento profissional acaba mostrando que além de saber onde se quer chegar, essas bandas também mantém sua identidade. E esse é o caso da AS THE PALACES BURN. Já tive a oportunidade de entrevistar o vocalista Alyson Garcia e o baterista Gilson Naspolini, em ocasiões diferentes, e pude perceber o quanto tudo que envolve a banda é tratado com extrema seriedade e comprometimento por parte de seus integrantes. Obviamente que isso não adiantaria de nada se a música apresentada pela banda não fosse de qualidade, mas apenas corrobora que enquanto tantas outras reclamam da vida e da falta de oportunidades, o quarteto arregaça as mangas e mostra serviço em ZODIAC, seu mais recente trabalho, que vem para consolidar sua presença entre as principais bandas do estilo no país.

Além dos já citados Alyson e Gilson, completam a banda o guitarrista Diego Bittencourt e o baixista Thiago Tigre. Contando novamente com a produção, gravação, mixagem e masterização do renomado Adair Daufembach, que realizou o trabalho em Los Angeles, nos Estados Unidos, o quarteto catarinense nos entrega um álbum repleto de peso, sentimento e muita energia. Mantendo a linha da constante evolução, o grupo entra em uma nova fase, trazendo consigo novos elementos, mas sem deixar de lado a qualidade técnica e influências que sempre permearam sua música. Já capa, um belo trabalho de Carlos Fide, reproduz de forma correta o que o álbum proporciona: inquietude, peso, questionamento e personalidade. 

A abertura com a faixa título, "Zodiac", começa com uma dose forte de peso, com guitarras em sintonia com a linha do metal mais moderno, enquanto a cozinha composta por Thiago e Gilson, entrega um ótimo entrosamento e variações de andamento, sugerindo ao ouvinte momentos únicos. Alyson, por sua vez, mostra uma gama maior de recursos em sua voz, navegando por momentos mais intensos, "rasgados" e melódicos. Já "I and I (One Life, One Matter", é um verdadeiro soco na boca do estômago, com passagens que remetem até mesmo ao death metal(!?), ressaltando a versatilidade do quarteto. As mudanças de andamento trazem elementos que fica complicado tentar situar o ouvinte ao buscar alguma referência, mas podemos dizer que você encontra algo de Savatage, Dream Theater, Symphony X e Lamb of God durante sua execução. As linhas de guitarra, navegam pelo prog, death, thrash e metal tradicional com desenvoltura, cortesia de Diego Bittencourt, um monstro das seis cordas. "Defying the Power" vem na sequência e nos entrega uma faixa onde o flerte com o metal tradicional prevalece. Entretanto, as variações continuam ao desenrolar da composição, criando uma das melhores músicas do trabalho. A letra também merece destaque, segundo as palavras do próprio Diego: "Mais do que uma letra, "Defying the Power" é um chamado para quem não aceita viver aprisionado. É música para quem deseja se reinventar, romper barreiras e acreditar que nada pode deter a própria vontade.". Com certeza, merece uma atenção especial!

A quebradeira acompanhada por riffs bem trabalhados dá início a "United Obsoletion", que carrega consigo uma linha mais próxima do prog metal clássico, enquanto "Never Forgive, Never Forget", é mais direta e agressiva, com vocais guturais, o que apenas comprova o quão inclassificável é a sonoridade do ATPB. Se num primeiro momento, essa afirmação pode soar, estranha, ela reflete uma personalidade única, pois mostra que não existem limites dentro da arte criada pelo quarteto. "Higher" por sua vez é dona de um peso descomunal, seja nos riffs de Diego, seja na base rítmica de Thiago e Gilson. A gama de variações rítmicas apresentadas criam uma atmosfera densa e insana, prendendo o ouvinte do primeiro ao último minuto da composição. A velocidade que vai da mais intensa a mais cadenciada, é a guia principal de "In Your Grave", um momento em sintonia com o metal atual, que bandas como a já citada Lamb of God e Killswitch Engage praticam com maestria. O encerramento do álbum vem com "Infernal Dogma", uma das preferidas deste que vos escreve, pois mantém uma linha bem "metal", além de carregar mais velocidade e riffs thrash. 

A constante evolução do AS THE PALACES BURN é uma virtude que encontra embasamento numa música de qualidade e carregada de sentimento. Eu costumo dizer que a gente, de ouvido, sabe quando uma banda faz aquilo que quer sem precisar do aval do mercado ou das indústria musical. O quarteto é uma dessas bandas e ZODIAC apenas corrobora o talento e coragem de um grupo que tem um norte  e sabe como chegar lá. 

Sergiomar Menezes




quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

REBEL ROCK ENTREVISTA - HUMANAL

 



REBEL ROCK ENTREVISTA - HUMANAL

Em um mundo que parece girar cada vez mais rápido — e, ao mesmo tempo, desabar em silêncio sobre cada um de nós — surgem bandas que não apenas fazem música, mas que capturam o espírito de uma época. A Humanal é uma dessas raras manifestações. Nascida no isolamento, sonhada no caos e fortalecida na incerteza, a banda transforma inquietações humanas em arte pulsante, visceral e profundamente significativa.

Delirium, seu primeiro álbum, não é apenas um conjunto de faixas pesadas e intensas: é um espelho do agora. Um retrato de um tempo em que o digital sufoca, a ansiedade corrói, a política exige posicionamento e a alma, tantas vezes, tenta sobreviver entre ruídos. Nesta entrevista, conversamos com o guitarrista André Florão, sobre o nascimento da banda em plena pandemia, sobre identidade, o caos criativo, sobre o peso das perdas e, claro, sobre o que move a banda a transformar vivências em som.

Por: William Ribas

Rebel Rock: A Humanal nasceu em meio à pandemia, um período de isolamento e incerteza. Como aquele contexto influenciou o som e a mensagem que vocês queriam transmitir desde o início? 

André: A banda, no início, éramos três integrantes, três amigos de longa data. Nós sempre tivemos essa vontade de montar um projeto, mas não tínhamos tempo, cada um com suas obrigações, e quando a pandemia e o isolamento obrigaram o mundo a desacelerar, foi o momento certo para iniciar a banda. Fazíamos as composições a distância e, depois, nos isolamos em uma chácara para executar as músicas que havíamos escrito antes de gravar nosso EP. Acredito que esse contexto de isolamento e insegurança teve impacto direto nas composições do EP. A música “Blindness”, por exemplo, traz essa temática de forma direta. Mas penso também que a pandemia foi um fator que nos impulsionou: a vontade de deixar nossa marca no mundo através da arte ficou aflorada, e esse senso de urgência fez tudo acontecer. Além do mais, pensar em música nos afastava um pouco daquele cenário tão caótico, ajudando a passar por esse período nebuloso. 

Rebel Rock: O nome “Humanal” carrega um peso simbólico forte. O que ele representa pra vocês e de que forma se conecta com a identidade filosófica e existencial da banda? 

André: Desde o início, tínhamos a ideia de que as temáticas das músicas deveriam estar relacionadas ao ser humano, tanto em um âmbito mais íntimo quanto em um contexto mais social. Por exemplo: “Burnout” trata de saúde mental, já a música “Opressor” fala de luta social, enquanto “Spiritless” fala da relação do homem com as religiões. Tendo isso em mente, quando surgiu a ideia do nome “Humanal”, nós decidimos quase que de imediato que esse seria o nome certo para nossa banda. 

Rebel Rock: As letras da Humanal parecem sempre dialogar com o presente — com temas como alienação, vaidade e o caos digital. Vocês veem a banda também como um espaço de resistência e reflexão política? De que forma essas dualidades — entre o humano e o desumano, o espiritual e o racional — se manifestam e se equilibram dentro de Delirium? 

André: Nossa banda não impõe limites em relação às temáticas. A arte tem esse papel de trazer reflexões acerca dos mais variados assuntos, então, no disco, temos inúmeros tópicos. É curioso que, no final, tudo se conecta; todas essas dualidades fazem parte da natureza humana. E definitivamente nossa banda é um espaço de reflexão política, pois isso é o cerne das relações humanas. Inclusive, um de nossos singles, “A Resistência”, é uma música fortemente posicionada. 


Rebel Rock: Logo na abertura, “Echoes of Ether” e “Abyss” revelam um caráter visceral e perturbador. Em “Burnout”, os arranjos densos beiram a catarse, enquanto “Animal Social” e “Spiritless” aprofundam o clima de inquietação. É um álbum que soa caótico. Houve uma intenção consciente de explorar essa intensidade desde o início? Como é o processo criativo da banda? 

André: Sim, tínhamos consciência que queríamos fazer um álbum diverso com músicas distintas entre si, cada música se conecta com a sua letra e transmite uma sensação diferente. A ideia é exatamente essa, trazer uma mudança de textura em cada música. Todos na banda participam de todas as composições e elas acabam sendo um mix das ideias de todos, além de criar um senso de pertencimento faz com que as músicas ganhem riqueza e diversidade. 

Rebel Rock: Ainda sobre o processo de composição. Uma das coisas mais marcantes no disco é como as letras se encaixam no instrumental pesado, criando uma atmosfera quase sufocante às vezes. Como vocês constroem essa conexão entre letra e som? 

André: Tudo depende de como foi construída a música, exemplo em Echoes of Either primeiro surgiu o instrumental que remete a essa ideia de mundo digital. Já em outras canções como Animal Social a letra foi escrita antes, então era importante que a música tivesse o tom que a letra sugeria. No final, o processo criativo tem essas particularidades, que vem dessa percepção onde você sente que precisa de algo e segue buscando até encontrar o melhor resultado. 

Rebel Rock: O álbum foi produzido por vocês mesmos, Tati e Mauricio. Isso dá uma liberdade maior, mas também deve ser desafiador, certo? 

André: Muito desafiador, um produtor consegue trazer um olhar de fora, distante, e isso acabou caindo nas costas da Tati e principalmente do Maurício, foi preciso muita maturidade e humildade para que eles pudessem conduzir esse processo. Foi um período desgastante no entanto, de muito desenvolvimento e aprendizado, mas no final com o resultado que desejávamos que é o mais importante. 

Rebel Rock: “Xawara”, inspirada no livro A Queda do Céu, tem uma força lírica enorme. Como foi o processo de transformar uma leitura tão profunda em uma música que carrega essa energia ancestral e de resistência? 

André: Essa música foi realmente um processo árduo de composição, pois ela precisava desse equilíbrio: ser direta e pesada como sua mensagem, mas com uma atmosfera mais mítica, como a de seu mensageiro. A letra é uma transcrição direta das palavras do Davi Kopenawa. É nossa única música em português no disco. Ela tem o discurso perfeito: não podemos mais virar os olhos para o que está acontecendo com o planeta. Temos que responsabilizar as autoridades e as classes dominantes. E os povos originários são um exemplo de luta que devemos seguir. 


Rebel Rock: O som da Humanal é difícil de rotular — há groove, progressivo, melodia e brutalidade em doses equilibradas. Essa mistura vem naturalmente da vivência musical de cada integrante ou é fruto de uma busca consciente por uma identidade própria, um processo de desconstrução e criação de algo único? 

André: É algo natural. Todos nós escutamos os mais variados gêneros de música, sem nunca ficar presos a um único. Se a música é boa, é o suficiente. Então, não é difícil encontrar nas músicas as mais variadas influências. Na bateria, por exemplo, temos muitas rítmicas de samba ou forró. Elas se encontram escondidas, nas entrelinhas, mas, se ouvir com atenção, elas estão lá. 

Rebel Rock: O Delirium soa como mais do que um álbum — parece um retrato do nosso tempo. O que vocês esperam que o público sinta e reflita após a audição? 

André: Nós colocamos corpo e alma, tempo e dedicação nesse álbum; colocamos toda nossa força. Agora nós soltamos a obra e deixamos ela ter vida própria. O disco é como um filho: criamos para o mundo. Na minha opinião, a audição é algo particular, tem que ser um ato prazeroso e que faça sentido. Então, o que eu espero sinceramente é que as pessoas escutem o disco e se permitam ter essa experiência e, no final, que elas se divirtam e se emocionem com ele. 

Rebel Rock: “The Art of Losing” encerra o álbum de forma emocionante, com uma atmosfera mais introspectiva e uma construção que vai crescendo até o final. Não parece ter sido colocada ali por acaso. O que vocês podem contar sobre o significado dessa faixa? Por que foi escolhida para fechar o disco? 

André: Essa música tem um significado muito particular e fala sobre as nossas relações com perdas, algo que é natural na nossa vida. Ela fala de como precisamos abraçar com mais naturalidade e humildade esses altos e baixos da vida. Além disso, possui um instrumental denso, introspectivo, cadenciado e muito reflexivo, sendo perfeita para fechar o álbum. 

Rebel Rock: Por último, agora que o Delirium está no mundo, o que vem a seguir? Quais os próximos passos? 

André: Nós entregamos tudo com muita força e energia nesse disco e não é diferente do que a gente faz em nosso show. Então, naturalmente, esse é o próximo passo: apresentar nosso trabalho com shows ao vivo em inúmeras cidades. Queremos levar o som da Humanal para todos os lugares, e os shows são uma grande via de divulgação. Os desafios de uma banda de metal no Brasil são inúmeros, mas, ao mesmo tempo, estar no palco apresentando seu trabalho de forma genuína e honesta ainda é uma das grandes alegrias na vida de um músico. É onde a gente quer estar agora. 

Rebel Rock: Obrigado pela entrevista, o espaço final é de vocês. 

André: Eu agradeço imensamente vocês da Rebel Rock pela oportunidade de poder falar um pouco do nosso trabalho. Agradeço a todos que estão nos acompanhando e nos apoiando. E peço que escutem a nossa banda. Estamos em todas as plataformas, temos material no YouTube e nas redes sociais — é só procurar pela Humanal que vocês vão achar. Segue a gente lá. Espero que vocês todos curtam o nosso som. Um forte abraço a todos e até breve! 

Mais informações: 


YouTube: https://youtube.com/@humanal?si=MV4Qr714Dbgz4C8l

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

MICHALE GRAVES - 29/10/2025 - ESPAÇO MARIN - PORTO ALEGRE/RS

 


MICHALE GRAVES 
29/10/2025 
ESPAÇO MARIN 
PORTO ALEGRE/RS
Produção: Nevoeiro Produções

Texto e fotos: José Henrique Godoy

Uma das bandas mais populares do Punk Rock, sem dúvida é o Misfits. Uma prova disso, é que se você andar pelas ruas das grandes cidades mundo afora, você vai uma hora ou outra esbarrar em alguém trajando uma camiseta com a estampa do Crimson Ghost, o famoso caveirão do seriado dos anos quarenta que foi adotado como a símbolo dos Misfits.

A banda que foi formada em 1977 na cidade de Lodi, Nova Jérsei, teve duas “encarnações vitoriosas”, podemos dizer. A primeira e inicial com Glenn Danzig nos vocais, e a segunda, um retorno no meio dos anos noventa, com o novato e jovem Michale Graves assumindo os vocais, e ajudando a banda a atingir patamares ainda não alcançados, como por exemplo, vídeo clipes apresentados na MTV.

Então numa noite de quarta-feira de Primavera, eis que temos aqui em Porto Alegre a apresentação do rapaz supracitado: Michale Graves chegou para dissecar o seu trabalho com os Misfits, apresentando quase todas as faixas dos ótimos e clássicos “American Psycho” (1997) e “Famous Monsters” (1999) e também alguns clássicos da fase de Glenn Danzig e também de seus trabalhos solo.

O local escolhido foi o ótimo Espaço Marin. Inicialmente o show seria realizado no tradicional Gravador Pub, mas foi alterado para o Marin, pois a capacidade lá é maior, e os ingressos se esgotaram rapidamente, quando da abertura das vendas, e a produção se viu obrigada a alterar a apresentação para um espaço maior. Lembram quando falei sobre a popularidade do Misfits?

A banda de abertura foi a ótima e veterana Rotentix, de Porto Alegre. Com sua pegada punk rock bem na linha do seminal Ramones, a banda fez muito mais que um aquecimento, mas sim um puta show. Originalmente sendo um quarteto, a banda se apresentou como um trio, pois infelizmente o baixista Felipe Bittencourt teve o falecimento de um familiar e obviamente não teve como se apresentar. Então o vocalista Douglas Wyse tomou conta das quatro cordas, e segurou muito bem.

Como manda o script Punk Rock, o Rotentix tocou uma atrás da outra sem dar espaço pra galera já numerosa pegar fôlego. Uma parte bastante emocionante foi quando o guitarrista Thiago Kamming falou sobre o passamento do familiar do baixista Felipe, e comentou também que fazia pouco tempo que seu pai falecera, e que uma das últimas coisas que ele conversou com o pai, era que o Rotentix iria abrir para um vocalista do Misfits. Muito tocante o relato. Força para o Thiago e ao Felipe. Após um set de quarenta e cinco minutos, o Rotentix finaliza sua excelente apresentação, sob aplausos de um Espaço Marin já lotado.

Pela proximidade do Halloween, o Teatro estava todo decorado com a temática de horror, que combinava muito bem com a atração principal. Às 20h em ponto, Michale Graves adentra o palco, com sua tradicional máscara de caveira e inicia a festa Horror Punk com a “American Psycho” e daí para adiante foi só curtição. É sempre sensacional a experiência de ver o quanto um artista/banda está ”afim de jogo”. Desde quando subiu ao palco, era visível a satisfação e vontade de Michale e banda de estarem ali no palco tocando aquelas músicas. E o público respondeu a altura. “Speak Of The Devil”, “Walk Among Us” , “From Hell They Come”, todas incríveis. A banda formada pelos músicos paulistas Edu (guitarra), Will (baixo – um cover de Hannibal Lecter, com direito a máscara e tudo) e Edgar (bateria) executaram todas as músicas com exatidão e maestria.



“Dig Up Her Bones”, é cantada a plenos pulmões pelos presentes, a pedido de Graves, e nem seria necessário pedir. “Last Caress”, música da fase Danzig coverizada pelo Metallica, traz a fase inicial do Misfits. Michale conta que apesar de muitos pensarem o contrário, ele tem uma ótima relação com Glenn Danzig, e que não devíamos pensar diferente, pois apesar da fama e do aspecto “Do Mal” de Glenn, ele é um cara legal e toca ”Skulls” em sua homenagem. ”Forbidden Zone”, “Descending Angels”, “Horror Business”, “Don´t Open 'Till Doomsday”... que setlist maravilhoso!!!!


Num show de simpatia, Michale Graves autografava tudo que lhe era alcançado no palco, enquanto executava as músicas, inclusive o cd “Famous Monsters” deste redator aqui. O cara é realmente fantástico. Para fechamento, uma das preferidas dos fãs, “Helena” antecede o clássico do Black Sabbath, “War Pigs”, numa óbvia e justa homenagem ao saudoso Ozzy Osbourne. Que noite memorável e que showzaço. Que tenhamos mais Michale Graves nas suas próximas tours sulamericanas. Agradecimento especial a Nevoeiro Produtora e ao Staff do Espaço Marim.

BIOHAZARD - DIVIDED WE FALL (2025)

 


BIOHAZARD
DIVIDED WE FALL
Black II Black Records - Importado

Em um mundo de reuniões de bandas que muitas vezes soam como ecos cansados de glórias passadas, o Biohazard chuta a porta com a força de um motim no Brooklyn. Treze anos após seu último lançamento, a formação clássica e mais celebrada da banda está de volta, e eles não vieram para brincar. Divided We Fall, o décimo álbum de estúdio, é a prova viva de que certos tipos de raiva não têm data de validade. É um soco no nariz da nostalgia e um lembrete brutal de quem ajudou a escrever as regras do crossover entre metal, hardcore e hip-hop. 

Para quem chegou agora, o Biohazard não é apenas uma banda; é uma instituição de Nova York. Nascidos nas ruas duras do Brooklyn em 1987, eles foram pioneiros em uma fusão sonora que parecia perigosa e visceralmente real. Enquanto o thrash metal olhava para a fantasia e o hardcore para a política interna, o Biohazard narrava a realidade crua de seu ambiente: violência, guerras de gangues e a luta pela sobrevivência. Álbuns como o icônico Urban Discipline (1992) e o best-seller State of the World Address (1994) não eram apenas discos, eram manifestos sonoros que venderam milhões e definiram uma era. Após um período de álbuns irregulares e um hiato que viu o co-vocalista Evan Seinfeld brilhar como ator na série "Oz", a pergunta era se homens beirando os 60 anos poderiam recapturar a fúria juvenil. Divided We Fall responde com um sonoro "sim".

Este álbum não é uma reinvenção, mas uma reafirmação. É o disco que poderia e deveria ter sucedido a era de ouro da banda. A produção é crua, suja e poderosa, soando mais autenticamente hardcore do que qualquer coisa que eles fizeram em décadas. A dupla de vocais de Billy Graziadei e Evan Seinfeld está mais afiada e confrontacional do que nunca, trocando farpas como se o tempo não tivesse passado. A guitarra de Bobby Hambel, de volta ao rebanho, despeja riffs que são puro NYHC, um cruzamento perfeito entre a velocidade do punk e o peso do thrash, enquanto a bateria de Danny Schuler é a força motriz que empurra tudo para a beira do caos. O som é um retorno direto às raízes, mas sem parecer uma cópia preguiçosa. É a banda mais velha, mais sábia, mas que ainda carrega a mesma intensidade juvenil no coração de cada riff e em cada vocal de gangue. O álbum é uma coleção de hinos curtos e furiosos, a maioria na casa dos três minutos, projetados para máxima destruição em um show ao vivo. 

A abertura, "Fuck the System", é uma declaração de intenções, um ataque movido a groove que te transporta diretamente para um mosh pit de 1992. Em seguida, "Eyes on Six" se destaca como uma das faixas mais cativantes que a banda já escreveu, um hino de rua tão autêntico que, como disse um crítico, "fede a suor e cerveja barata". "War Inside Me" é outro ponto alto, mostrando a banda em seu estado mais brutal e intransigente, com um breakdown devastador feito para quebrar o assoalho de qualquer casa de shows. Mesmo faixas como "Tear Down The Walls" mostram a habilidade de criar refrões memoráveis sem sacrificar um pingo de peso. O único pequeno deslize talvez seja "S.I.T.F.O.A.", uma faixa mais centrada no rap que não atinge o mesmo nível de excelência do resto do material, soando um pouco datada.

Divided We Fall é um retorno triunfal e uma aula de como fazer um álbum de reunião da maneira certa. Não há concessões, não há tentativas de soar "moderno". É apenas o Biohazard sendo Biohazard: pesado, violento e desafiador. É um disco feito por uma banda que não tem mais nada a provar, mas que ainda luta como se tivesse tudo a perder. Para os fãs de longa data, este é o álbum que esperavam há décadas. Para quem nunca ouviu falar da banda, é a introdução perfeita à sua brutalidade autêntica. Em um cenário musical muitas vezes polido e seguro, Divided We Fall é o som perigoso e necessário das ruas. É ótimo tê-los de volta.

Jorge Krening