Formado em 1986, em Nova Jersey, pelo guitarrista Dave "Snake" Sabo e o baixista Rachel Bolan, o Skid Row rapidamente se consolidou e se transformou em uma das bandas mais icônicas do hard rock e heavy metal no final dos anos 80 e no início dos anos 90. Completando a formação clássica estavam Scotti Hill (guitarrista), Rob Affuso (baterista) e o carismático Sebastian Bach (vocalista que entrou no lugar de Matt Fallon em 1987). O quinteto ganhou o público com um estilo que misturava riffs pesados, refrãos memoráveis e uma atitude rebelde, despojada e porque não dizer, clássica. Sob a produção de Michael Wagener, seus dois primeiros álbuns "Skid Row" (1989) e "Slave to the Grind' (1991), alcançaram a marca de milhões de cópias vendidas, apresentando clássicos como “Youth Gone Wild”, “18 and Life”, “I Remember You” e “Monkey Business”. O auge de seu sucesso foi evidenciado pelo fato de "Slave to the Grind" ter estreado na primeira posição da Billboard 200, um feito incomum para um álbum de uma banda pesada. Em 1995, o mais sombrio e agressivo "Subhuman Race" revelou uma banda em transformação, mas também lidando com tensões internas que resultaram na saída de Bach e, logo após, de Affuso. Nas décadas seguintes, o Skid Row continuou com novas formações e vocalistas, como Johnny Solinger (falecido em 2021), ZP Theart, Tony Harnell e, mais recentemente, Erik Grönwall, explorando diferentes sonoridades em álbuns como "Thickskin" (2003), "Revolutions per Minute" (2006) e o ótimo retorno às suas raízes com "The Gang’s All Here" (2022). Com uma história marcada por altos e baixos, mudanças na formação e reinvenções, o Skid Row permanece relevante como um dos grupos mais respeitados do hard rock, equilibrando a nostalgia de sua era clássica com a energia de sua evolução contínua. E aqui no REBEL ROCK RESEARCH, chegou a hora de analisarmos sua discografia, do pior ao melhor. Confira!
Sergiomar Menezes
6º - REVOLUTIONS PER MINUTE (2006)
Lançado em outubro de 2006, "Revolutions per Minute" é o quinto álbum do Skid Row e representa uma mudança significativa na trajetória do grupo, sendo o único álbum gravado com o baterista Dave Gara e o último em que Johnny Solinger, infelizmente, já falecido, ficou encarregado dos vocais. Com produção de Michael Wagener, que também foi responsável pela engenharia e mixagem, e masterização de Eric Conn, o álbum conta com a formação de Solinger nos vocais, Dave "Snake" Sabo e Scotti Hill nas guitarras, Rachel Bolan no baixo e backing vocals, além de Gara na bateria. Em termos musicais, o trabalho oferece um hard rock mais "moderno" e pesado, com boas faixas, riffs interessantes e refrãos poderosos em faixas como “Disease”, “Another Dick in the System” e “Shut Up Baby, I Love You”, além de incluir um cover (a versão de “Strength”, do The Alarm) e músicas que exploram e flertam com elementos da country music, como “When God Can't Wait” e “You Lie”, que acaba se destacando pois se transforma numa faixa mais intensa e veloz. Embora existam bons momentos, o álbum se afasta do glamour e pagada característicos dos anos 80, mas ouvindo hoje em dia, percebe-se que o trabalho preserva a essência da banda, apresentando uma sonoridade mais densa e sombria, tendo sido relançado em 2025 com uma edição remasterizada, que visa intensificar ainda mais sua força e vitalidade. O mais fraco da discografia, mas nem tão ruim assim, como dizem por aí...
5º - SUBHUMAN RACE (1995)
É provável que me atirem pedras aqui, mas "Subhuman Race" último álbum do grupo com Sebastian Bach nos vocais representa o último ato da era de dourada do grupo, que termina de uma maneira não tão dourada assim... Produzido por Bob Rock, o disco nasceu em um ambiente de tensões internas e um panorama musical em mutação, onde as bandas ditas "alternativas" ditavam as tendências do mercado. Muitos dizem que o grupo inseriu traços de grunge, groove e thrash metal ao hard rock intenso que consagrou o quinteto. No entanto, apesar da boas músicas presentes, Sebastian Bach (vocais), Dave “The Snake” Sabo e Scotti Hill (guitarras), Rachel Bolan (baixo) e Rob Affuso (bateria), apenas conseguiram proporcionar um som agressivo, sombrio e, ao mesmo tempo, melodioso, o que na verdade se mostrou bastante confuso. Se as guitarras pesadas de "Slave to the Grind", ainda de se mantinham ditando o ritmo, por outro lado, a sensação que ficava era que a banda queria acompanhar o mercado e deixou de lado sua faceta mais hard. Além disso, os problemas internos com Sebastian eram cada vez mais intensos e praticamente insuportáveis, o que culminou num trabalho um tanto quanto perdido em sua essência. Ainda assim, o disco traz alguns destaques como “My Enemy”, “Breakin’ Down” (de longe, a melhor faixa do trabalho) e “Into Another”, evidenciando o lado mais melancólico e introspectivo da banda, que contrasta com a brutalidade de “Beat Yourself Blind” e a própria “Subhuman Race”. Outro ponto que acaba pesando em desfavor do álbum é a produção, que não ajudou muito. Dessa forma, a atmosfera densa que permeou as gravações, e todos os problemas já relatados fazem dele, o quinto lugar desse ranking, mesmo que muitos fãs apreciem a ousadia e densidade, sendo visto por muitos como uma obra injustamente menosprezada. Mas que não soa como o Skid Row dos dois primeiros álbuns, ah... isso não soa não...
4º - THICKSKIN (2003)
"Thickskin", lançado em 2023, simbolizou um novo começo para o Skid Row, após quase dez anos sem lançar nada de relevante. O trabalho marcou a entrada do vocalista Johnny Solinger e do baterista Phil Varone, que assumiram os lugares de Sebastian Bach e Rob Affuso, respectivamente. Produzido pela própria banda, o álbum incorpora um som mais atual (para aquele período) e dinâmico, combinando hard rock com influências do mais pesadas e até elementos de rock alternativo, refletindo a estética dos anos 2000. Com a formação de Solinger (vocais), Dave “Snake” Sabo e Scotti Hill (guitarras), Rachel Bolan (baixo) e Varone (bateria), o grupo explora desde faixas intensas e pesadas, como “Ghost”, “New Generation” e “Mouth of Voodoo”, até momentos mais melódicos e acessíveis, como “See You Around” e “Lamb”, além de reinterpretar o clássico “I Remember You” numa versão mais simples e acústica, chamada “I Remember You Two”, que na opinião deste que vos escreve, apesar de não ter ficado ruim, não deveria ter sido gravada, afinal, a versão original é uma das baladas mais lindas do Hard Rock de todos os tempo. Apesar de muito criticado, principalmente pela parcela de fãs que ainda preferiam a era de Bach (onde eu me incluo), "Thickskin" mostra uma banda pronta para evoluir seu estilo e se reconectar com um público mais jovem diferente do final da década de 80 e início dos anos 90, investindo em riffs mais modernos, refrãos diretos e uma produção clara, que manteve a essência do hard rock diferenciado do quinteto, mas com uma sonoridade mais adequada ao momento que o mercado musical apresentava.
3º - THE GANG'S ALL HERE (2022)
Lançado em 2022, "The Gang's All Here" tinha tudo pra dar certo. Afinal, tínhamos o retorno do Skid Row às suas origens, trazendo em sua formação um dos melhores vocalistas da nova geração, o fantástico Erik Grönwall (ex-H.E.A.T.). E deu muito certo! Aliás, me arrisco a dizer que o trabalho seria a sequência lógica de "Slave to the Grind", tamanha a similaridade das composições, peso nas guitarras e vocais cheios de fúria e energia. Erik entro no lugar de ZP Theart (nesse espaço de tempo, outros vocalistas acabaram passando pela bando, incluindo Tony Harnell do TNT), e mostrou serviço, dando às faixas interpretações cheias de carisma e potência. Produzido por Nick Raskulinecz, o álbum recupera a vitalidade e o caráter dos primeiros álbuns da banda, apresentando um som que combina o hard rock energético e intenso da era clássica com uma produção bastante atual e limpa, obviamente, sem perder o peso. Grönwall (vocal), Dave “Snake” Sabo e Scotti Hill (guitarras), Rachel Bolan (baixo) e Rob Hammersmith (bateria), nos trazem faixas repletas de refrãos cativantes, riffs marcantes e uma atitude forte, incluindo a intensa faixa-título “The Gang’s All Here”, a animada “Tear It Down” e a poderosa “Resurrected”. O álbum também apresenta momentos mais melódicos e grandiosos, como “October’s Song”, que evoca as baladas épicas de tempos passados, além de faixas como “Time Bomb” e “World’s on Fire”, que reforçam a pegada heavy, mantendo a unidade do álbum. A obra foi recebida com entusiasmo tanto pela crítica quanto pelos fãs, recebendo muitos elogios por conseguir capturar a essência do Skid Row dos anos 80 e 90, mas com a energia revitalizada de um vocalista em sua melhor forma, solidificando-se como um dos lançamentos mais notáveis da banda nos últimos anos. A turnê desse trabalho rendeu o ao vivo "Live in London", que daqui a alguns anos, será lembrado como um dos melhores álbuns ao vivo de todos os tempos. Uma pena que pouco tempo depois, Erik deixou a banda...
2º - SLAVE TO THE GRIND (1991)
O segundo lugar deste ranking é sempre uma dúvida que me persegue. Por vezes, tenho ele próprio nessa posição, por outras, o álbum de estreia do grupo, num revezamento quase que diário entre eles. No entanto, HOJE, tive que escolher e acabou que "Slave to the Grind" o trabalho que estabeleceu o Skid Row como uma das bandas mais pesadas e respeitáveis do hard rock e metal no começo dos anos 90, foi o escolhido. O disco, além de representar um progresso em comparação ao álbum de estreia, tendo em vista a maior complexidade nas composições e na agressividade sonora, mostrou uma banda pronta para o estrelato. Com produção de Michael Wagener, o álbum apresenta uma sonoridade crua, pesada e sem concessões, com riffs contundentes de Dave “Snake” Sabo e Scotti Hill, a base sólida de Rachel Bolan no baixo e Rob Affuso na bateria, e, claro, a performance vocal explosiva de Sebastian Bach, que estava no auge. A faixa-título, “Slave to the Grind”, inicia com riffs pesados e intensos, carregados de adrenalina, enquanto “Monkey Business” oferece um groove e um refrão poderoso, tornando-se um verdadeiro hino para a banda. Baladas impactantes como “Quicksand Jesus” e “In a Darkened Room” revelam um aspecto mais melódico e dramático, contrastando com a brutalidade de músicas como “The Threat” e “Get the Fuck Out”, essa abusando das levadas quase que maliciosas de Bach. “Wasted Time” encerra o álbum com uma carga emocional forte, sendo uma das músicas mais pedidas pelos fãs do grupo. Com letras que exploram temas de rebelião, alienação e crítica social, e uma produção que equilibra peso e melodia, "Slave to the Grind" não só estreou no primeiro lugar da Billboard 200 — algo incomum para um álbum tão pesado — como também é visto, ainda hoje, como o auge criativo e técnico do Skid Row. No entanto...
1º - SKID ROW (1989)
... "Skid Row", foi o álbum apresentou ao mundo a formação clássica da banda: Sebastian Bach (vocais), Dave “Snake” Sabo e Scotti Hill (guitarras), Rachel Bolan (baixo) e Rob Affuso (bateria), e rapidamente se tornou um dos álbuns mais marcantes do hard rock do final dos anos 80. Produzido por Michael Wagener, o disco combina riffs energéticos, refrãos grudentos e uma atitude carregada de irreverência, com uma produção polida que favoreceu seu apelo nas rádios e na MTV. Não que o trabalho seja comercial (mas afinal, o que é "comercial"?), mas a capacidade de todas as faixas presentes aqui tocarem na radio (quando as radios tocavam música boa) é impressionante. Entre as faixas mais icônicas estão os hinos “Youth Gone Wild” e “Piece of Me”, que emolduram o espírito rebelde da época; a poderosa “Big Guns”, que abre o álbum com impacto; e “18 and Life”, balada dramática sobre crime e arrependimento, que se tornou um enorme sucesso e permanece como um dos maiores clássicos da banda. “I Remember You”, por sua vez, é uma das baladas mais lindas do hard rock, com melodia cativante e interpretação vocal intensa de Bach. Canções como “Sweet Little Sister” e “Can’t Stand the Heartache” mantêm a energia em alta, reforçando a consistência do disco. Com letras que mesclam rebeldia, sexo, drogas e histórias sombrias, e uma sonoridade que equilibra peso e melodia, "Skid Row" não só colocou a banda no mapa mundial como ajudou a definir o hard rock do final da década de 80, vendendo milhões de cópias e preparando o terreno para o sucesso ainda maior que viria com "Slave to the Grind". É... Pode ser que amanhã, eu prefira o "Slave..."
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