UNLEASHED - FIRE UPON YOUR LANDS (2025)

 

UNLEASHED
FIRE UPON YOIR LANDS
Napalm Records - Importado

O Unleashed retorna em 2025 com “Fire Upon Your Lands” não apenas como uma banda lançando seu 15º álbum, mas como guerreiros regressando de mais uma batalha sangrenta no épico universo de Odalheim. Este é o novo capítulo iniciado em “No Sign of Life” (2021), e Johnny Hedlund — baixo e vocais — conduz a saga como um mestre de guerra, narrando batalhas, alianças e despedidas com o peso de quem carrega a memória de cada espada erguida e de cada irmão perdido. Ao seu lado, Anders Schultz (bateria) dita o caos, Tomas Måsgard (guitarra) ergue muralhas de riffs e Fredrik Folkare (guitarra) risca o ar com solos cortantes como lâminas. Juntos, eles não apenas tocam — eles forjam uma trilha sonora brilhante

O ataque começa com “Left for Dead”, onde o filho do “White Christ” se vê diante da morte e do destino de sua alma. É o estopim de um álbum impactante com cheiro da pólvora. “A Toast to the Fallen” ergue-se como um brinde coletivo dentro de um instrumental bruto, cheio de blast beats em certos momentos, numa trilha que transforma a morte em eternidade.As faixas seguintes o Unleashed tira um pouco o pé do acelerador, mantém o motor girando e seguindo pelo caminho. “The Road to Haifa Pier” — com a música sendo mais aberta, pesada, mas, não agressiva.

"Odin, guide our way!

March, March..."

Enquanto “War Comes Again” reacende o desejo pela luta, o fogo nos olhos e a aceitação do fim como porta para Valhalla.

"…I am ready

Like Vaftrudner in the tales

I do not fear the end

Odin take me if you need

I will know when the Valkyries ascend

The halls of Valhalla await

If this is my fate"

A faixa-título, é um cerco sonoro, muralhas caindo sob canhões, fortalezas queimando, e inimigos abandonados por seu próprio deus. Cada riff aqui é um golpe de machado, cada batida de bateria é o estrondo das portas sendo arrombadas — a entonação da voz de Johnny traz bastante emoção a cada música. “Loyal to the End” é a voz grave da irmandade, jurando permanecer firme até o último suspiro — um início assustador e que tem um bom momento para o ouvinte bater cabeça. “Midjardarhaf” é uma viagem para mares desconhecidos, deixando para trás as sombras. Se fecharmos os olhos, podemos imaginar as cenas — É álbum que com sua história épica transcende para o imaginário.E então “Hail the Varangians!” amplia o cenário, unindo impérios em uma aliança forjada em aço e sangue.

No meio da brutalidade, “To My Only Son” corta fundo. É o suspiro de um pai antes de partir com as Valquírias, pedindo ao filho que viva, lute e seja digno.

"My only son

The call to adventure, the call to life

The time that is given to you, before you die

Go out in the world and test your steel!"

Logo, “Hold Your Hammers High!” transforma a dor em força, um hino para continuar a viagem sob céus infinitos, longe de casa, mas sempre guiados pelo martelo erguido. O encerramento chega com “Unknown Flag”, e aqui a energia muda. Não é a calmaria depois da vitória, mas um novo chamado às armas, um alerta:

"But what emerges in the dark?

Coming towards us and fast

Out of the black horizon

Under an unknown flag

Man the guns!

Man the guns!

Man the guns!"

A batalha que parecia encerrada apenas deu lugar a outra. O inimigo agora é desconhecido, e o futuro de Odalheim segue incerto — A jornada está longe de acabar.

O que torna “Fire Upon Your Lands” tão poderoso é como o instrumental e as letras se fundem. Os riffs de Måsgard e Folkare pesam como golpes certeiros, enquanto a bateria de Schultz dita o passo de um exército em marcha ou o caos de um ataque súbito. O baixo e a voz de Hedlund amarram tudo com autoridade, como um comandante que não apenas lidera, mas luta ao lado na batalha. A música respira junto com a narrativa, transformando o disco inteiro. É death metal sueco carregado de peso, agressividade e atmosfera, mas também de alma, sangue e história — Numa saga onde a guerra nunca é apenas guerra — é destino. E aqui, o Unleashed mostra que continua no comando desse exército.

William Ribas