HAZZERD
3rd DIMENSION
M-Theory Audio - Importado
Há alguns anos, meu grande amigo Victor Augusto me apresentou ao Hazzerd. O típico thrash metal sorrateiro que me faz sorrir de orelha a orelha. No segundo trabalho de estúdio dos canadenses, tive a oportunidade de resenhá-lo e, obviamente, continuei acompanhando a banda de perto.
"3rd Dimension" é a sequência natural de um grupo que segue escalando os muros do underground. Com o passar dos anos e dos lançamentos, fica evidente que aquela rebeldia de tocar tão rápido quanto um golpe de um cavaleiro de ouro vai se transformando. A banda passou a dosar melhor melodia e cadência, incorporando essas nuances cada vez mais em sua musicalidade. A abertura com "Interdimension" segue o modo antigo, pisando fundo no acelerador, com diversas viradas e um riff maravilhoso no meio da faixa, capaz de arrepiar até os cabelos da bunda.
A célebre frase de Heráclito de Éfeso – “Nada é permanente, exceto a mudança” – se encaixa perfeitamente na estrutura do álbum. Logo na segunda faixa, "Scars", percebemos uma banda coesa, mas disposta a explorar linhas melódicas. Aqui, as guitarras gêmeas dão um verdadeiro espetáculo, enquanto o instrumental beira o absurdo de tão técnico, quebrado e destruidor. A trinca "Unto Ashes", "Deathbringer" e "T.T.T" mantém o ouvinte pegando fogo e batendo cabeça, preparando-o para "Plagueis", uma faixa que te transporta diretamente ao mundo de Dave Mustaine. Não sei, mas ao ouvi-la, sinto que ela poderia estar em alguns dos principais trabalhos do Megadeth. Escute e me diga: estou louco? Ou certo? (Risos)
Quem pegar "3rd Dimension" para ouvir e der aquela conferida nos nomes das faixas certamente ficará intrigado, ou, no mínimo, curioso, ao se deparar com "ThArSh TilI DeTh". O trocadilho que todos nós lemos sem prestar atenção se traduz em guitarras nervosas e uma banda despejando agressividade sem dó. A instrumental "A Fell Omen" é épica: seus quase 9 minutos são uma inquietude artística, alternando momentos belos e harmônicos com uma tempestade de riffs ríspidos e tenebrosos. À medida que a densidade da faixa oscila, cada minuto que passa arranca aplausos de Cliff Burton no paraíso.
O encerramento com "Control" é a cereja no topo do bolo deste disco ímpar, que, sem dúvida, trará ainda mais notoriedade ao Hazzerd.
William Ribas
Nenhum comentário:
Postar um comentário