AS THE PALACES BURN
DROWNING INTO SHADOWS
Rockshots Records - Importado
DROWNING INTO SHADOWS
Rockshots Records - Importado
Muitas bandas, no início de suas carreiras, acabam não focando no profissionalismo (em alguns casos, isso não é importante para elas) fazendo com que algumas sejam esquecidas tão rapidamente quanto a forma quanto surgiram. Obviamente, que nessas situações, falta planejamento ou, como já citado, é desleixo por parte de algumas mesmo. No entanto, existem bandas que não apenas tem estruturada em sua trajetória aquilo que almejam, como evoluem musicalmente ao longo desse mesmo período. E esse é o caso da AS THE PALACES BURN. Se no trabalho anterior o grupo, ainda que dotado de técnica e qualidade, buscava uma maior identidade, em DROWNING INTO SHADOWS, lançado pela Rockshots Records, o quarteto mostra que atingiu aquilo que muitos grupos procuram e nem sempre consegue: uma personalidade mais forte, com uma dinâmica pessoal em sua sonoridade. E isso, faz uma grande diferença.
Alyson Garcia (vocal), Diego Bittencourt (guitarra), André Schneider (baixo) e Gilson Naspolini (bateria), contaram com a produção de Adair Daufembach e co-produção do baterista Gilson (o álbum mixado e masterizado também por Adair em Los Angeles), o que garantiu um conjunto da obra muito bem trabalhado. Instrumentos nítidos e cristalinos, mas nem por isso sem peso, pelo contrário! Drowning Into Shadows é o mais pesado dos trabalhos já lançados pelo grupo, agregando as influências mais explícitas do grupo como o Thrash, o Prog e o Metal Tradicional. E como citado anteriormente, a banda mostra evolução, não tanto pela técnica apresentado (afinal, estamos falando de músicos excelentes), mas sim pela busca de uma maior identidade. Os vocais de Alyson também são outro ponto a se destacar, uma vez que o vocalista consegue ir do mais agressivo ao melódico com facilidade. Fechando esse pacote, Diego com riffs objetivos mas carregados de feeling e André e Gilson com um entrosamento perfeito, entregam o peso necessário para colocar o álbum num patamar mais elevado.
"Lor Underrated" abre o álbum e nos mostra que o grupo não está pra brincadeira! Peso, intensidade e uma pegada que navega entre o metal mais moderno e o Thrash Metal, fazem da faixa de abertura um dos grandes momentos do trabalho. Além disso, após a primeira audição, o refrão não sai da sua cabeça, algo um tanto quanto difícil dentro do estilo explorado pelo grupo. Em seguida, "The Hive", vem com uma linha mais prog metal, mas sem esquecer da principal característica do grupo: o peso! Alyson busca maior variação nos vocais, acertando em cheio enquanto, Gilson mostra porque é considerado um dos melhores bateristas do país. Por sua vez, Diego entrega um solo envolto em melodia num mix entre o clássico e o moderno. Por sua vez, "Obbey" apresenta uma veia mais atual, escorada por bases equilibradas entre o peso e a quebradeira do prog (mas que fique claro, sem deixar que a chatice desse estilo atrapalhe o desenvolvimento da faixa). Ainda assim, o Heavy Metal segue como fio condutor, mostrando a versatilidade do quarteto. Como o release informa, "As Deep as River" foi composta como uma balada em homenagem ao Queensrÿche, no entanto sofreu algumas modificações, que a tornaram mais intensa e magnética, sendo um dos tantos pontos de destaque de DROWNING INTO SHADOWS.
E tome mais peso e técnico em "Into Emotions", talvez o momento que mais aproxime o trabalho do metal moderno, ao menos, aquele que se convencionou chamar de assim. Já "For the Weak", traz as características mais latentes da banda de volta, quais sejam, a versatilidade e qualidade técnica, unidos a uma base mais trabalhada e quebrada, enquanto os backing vocals mais agressivos contrastam com os vocais mais melódicos (em alguns momentos) de Alyson. Da mesma forma, "Last Ride" mantém essas mesmas nuances, ainda que possua uma maior densidade e vocalizações muito bem postadas em cima de passagens melódicas. A instrumental "As the Palaces Burn" é uma faixa que pode ser apresentada a qualquer pessoa que não conheça a banda quando for feita a seguinte pergunta: Como é o som do ATPB? o encerramento vem com uma bela homenagem do grupo a alguns de seus heróis (algo que a banda faz desde sempre). "Some of Them Died" traz um medley de músicas de artistas como Children of Bodom, Van Halen, Dio, Depeche Mode, Nevermore, Pantera, Rush, Slayer e Death. EM seus quase 9 minutos, a banda faz uma bela homenagem à "alguns que já morreram"...
DROWNING INTO SHADOWS, apesar de ser apenas o segundo full lenght do AS THE PALACES BURN, mostra uma banda madura, ciente de onde quer chegar e, o mais importante, como atingir esse objetivo. Deveria servir de exemplo para tantas outras que buscam esse concorrido lugar ao sol mas que só sabem reclamar e não procuram maneiras mais eficientes de conquistar esse espaço. Parabéns ao grupo pela persistência, qualidade e profissionalismo!
Sergiomar Menezes
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