Falar sobre a discografia de uma das minhas bandas do coração não é tarefa simples. Pensei muito se valia a pena fazer esse REBEL ROCK RESEARCH, uma vez que teria que colocar álbuns que foram e são ainda, importantes para mim em ordem de "pior ao melhor". Mas, depois de assistir ao show do Marky Ramone no dia 10/10/de 2023, decidi fazê-lo, muito mais por homenagem do que por obrigação. Sem muito o que falar como introdução, só cabe dizer que o RAMONES é a banda que me fez ver que o Rock n' Roll é muito mais do que grandes solos, quebradeiras, peso e tantas outras coisas que eu curto em outros estilos. A banda simplesmente me fez ver que a música dela pode te acompanhar durante tpoda a sua vida, sem precisar se importar com nada. Sem mais delongas, vamos ao que interessa! GABBA GABBA HEY!
END OF THE CENTURY (1980)
Escolher o "pior" disco do Ramones é uma tarefa árdua. Mas, preciso ser coerente comigo mesmo. Desde sempre, "End of the Century" nunca me chamou a atenção, ainda que tenha ótimas músicas que viraram clássicos na história do grupo. Produzido por Phil Spector, o trabalho vinha cercado de expectativas, visto que o produtor era um dos mais requisitados e um dos ídolos de Joey. Acontece que o Ramones era (e sempre foi) uma banda única, com sua sonoridade definida e com características próprias. Phil tentou várias maneiras (inclusive, em ma delas, apontando um revólver para Johnny), moldar as composições do grupo à sua maneira. O resultado? Um bom álbum, mas longe, muito longe do trabalho anterior, "Road to Ruin". Como escrito anteriormente, o álbum possui músicas que se tornaram verdadeiros hinos do punk rock: "Do You Remember Rock n' Roll Radio" (composta por Joey) e que seguiu no setlist do quarteto até o final, "Chinese Rocks" e "Rock n' Roll High School" (com um clipe hilário e inesquecível). Se tivesse sido um trabalho solo de Joey, talvez o resultado ( ea percepção) fosse outro...
SUBTERRANEAN JUNGLE (1983)
Durante alguns anos, "Subterranean Jungle" foi um álbum muito difícil de encontrar (ao menos, por mim e meus amigos fãs de Ramones). Por isso mesmo, criamos uma espécie de "aura clássica" pro disco... No entanto, o álbum supera "End of the Century", apenas no quesito produção. Composições pouco inspiradas, uma crise interna bastante forte e complexa (Joey e Johnny ameaçaram sair da banda algumas vezes, Marky estava em uma fase bem difícil com relação ao uso de drogas - procure ele na capa do álbum) e a busca pela volta da identidade fizeram com que o grupo nos apresentasse um disco fraco, ainda que com o carimbo "ramones" de qualidade. Mas vamos lá: um álbum que abre com duas covers ("Little Bit o' Soul" - Music Explosion, e "I Need Your Love" - Bobby Dee Waxman) só pode ter algum tipo de confusão não é mesmo? "Outsider" E "Psycho Therapy" são aquelas faixas que traziam o bom e velho Ramones de sempre. Mas o álbum traz ainda uma pérola esquecida pelo grupo, a sensacional "Everytime I Eat Vegetables It Makes me Think of You". A partir de agora, escolher do "pior ao melhor" fica complicado demais.
ACID EATERS (1993)
Mais conhecido como o ábum de covers do Ramones, "Acid Eaters" traz ótimas versões regravadas pelos criadores do punk rock. De Stones a Bob Dylan, de The Who a Beach Boys, de Jefferson Airplane à Creedence Clearwater Revival, o grupo soube como poucos imprimir sua identidade em cada faixa gravada em seu 13º álbum de estúdio. E por falar em Creedence, "have You Ever Seen the Rain?", clássico do grupo norte-americano, acaba sendo um dos grandes destaques do disco, uma vez que tocou exaustivamente nas chamadas "rádios rock" do Brasil e do mundo. O álbum ainda trouxe algumas participações especiais como Pete Townshend, do The Who (backing vocals em "Substitute"), Sebastian Bach (ex-vocalista do Skid Row, bacing vocals em "Out of Time") e a bela Traci Lords (os mais velhos saberão quem é) dividinddo os vocais com Joey em "Somebody to Love". Um disco sensacional que ocupa a décima primeira posição por trazer apenas covers...
¡ADIOS AMIGOS! (1995)
Muitos vão discordar, e eu entendo perfeitamente. O último álbum de estúdio do ramones pode ser tudo, menos ser considerado um trabalho fraco. Muito pelo contrário! Mas o problema é que numa balança, os outros discos acabam se destacando mais (por um pelinho de porco), por um ou outro motivo. Na época de seu lançamento, todos nós ficamos muito chateados com o anúncio do final da banda, mas por outro lado, melhor encerrar as atividades fazendo um trabalho de excelência do que deixar a decadência chegar, não é mesmo. "¡Adios Amigos!" traz algumas composições escritas por Dee Dee (sendo que em uma delas, o ex-baixista divide os vocais com Joey), e também traz mais músicas cantadas por CJ, uma amostra de que as coisas realmente não andavam boas para Joey. "I Don't Want to Grow Up" (cover de Tom Waits), que ficou totalmente com a cara do Ramones, "Makin' Monsters for my Friends", "The Crusher" (uma pérola composta por Dee Dee cantada por CJ), "Life's a Gas", uma "balada" espetacular, "I Love You" (cover de Johnny Thunders), "Cretin Family", "Scattergaun", a insana "I Got Lot to Say" e a bela "She Talks to Rainbows", fazem desse um trabalho de despedida mais do digno de uma das maiores bandas de todos os tempos!
ANIMAL BOY (1986)
O quê? "Animal Boy" na nona posição??? Sim... lembra que eu disse que depois da décima segunda ficava tudo mais difícil? Pois então... O segundo álbum a contar com a presença de Richie Ramone (que pela primeira vez, desde Tommy Ramone, voltou a apresentar composições de um baterista na banda), o disco traz uma das faixas mais hardcore da carreira do grupo, a saber a próproia faixa título. Uma guitarra ríspida e direta de Johnny que traz ainda a bateria de Richie, um verdadeiro achado pro grupo após a saída de Marky. Talvez por aguns teclados em destaque, "Animal Boy" tenha perdido um pouco de sua força, mas nem por isso pode ser considerado um item menor na discografia do quarteto. "Somebody Put Something in my Drink", faixa composta do Richie, se tornou um verdadeiro clássico, sendo regravada por muitas bandas depois, incluindo a versão destruidora do Children of Bodom no seu álbum de covers. "Love Kills" composta e cantada por Dee Dee é uma daquelas faixas jamais esquecidas pelos fãs, bem como "She Belongs to Me", uma balada com vocais inspirados de Joey. O disco ainda traz duas pérolas: "Something to Believe In", que virou um clássico, ainda mais com seu videoclipe inspirado, lembrando as campanhas do tipo "doe seu dinheiro pra uma causa nobre", e "My Brain is Hangin' Upside Down (Bonzo Goes to Bitburg), uma das maiores e mais fantásticas músicas da carreiora do Ramones. Sei que o álbum está na décima posição, mas posso afirmar: indispensável!
HALFWAY TO SANITY (1987)
O décimo álbum de estúdio do Ramones, veio em uma sequência lógica, após "Animal Boy". Flertando cada vez mais com a música pop, mas não comercial, mas ao mesmo tempo, mantendo suas características, o grupo dava mostras de que queria algo mais. Prova disso é "I Wanna Live", faixa que abre o play, trazendo linahs bastante melódicas, e acabou se tornando um dos maiores sucessos do grupo (fora de seu nicho). O álbum traz mais faixas compostas por Richie, sendo uma delas, um outro momento bastante HC do quarteto: "I'm Not Jesus". No entanto, as diferenças entre os integrantes, principalmente entre o baterista e o guitarrista, se mostraram praticamente insustentáveis, uma vez que Richie desejava que o grupo apostasse mais na seara comercial, enquanto Johnny preferia manter o grupo no unf=derground, não se importante com o dito "sucesso comercial" (o que convenhamos, era a essência da banda). Tanto que logo após essa turnê, Richie deixa o grupo e é substituído pelo velho e conhecido Marky Bell (ou Marky Ramone), que já havia tocado com o grupo entre 1978 e 1983. Além disso, questões comerciais também se fizeram presentes em tal ruptura, pois a divisão de lucros no grupo acabava por prejudicar Richie. mas isso não nos interessa aqui, pois temos "Bop' Till You Drop" (uma pérola bastante comercial), "Weasel Face", "Garden of Serenity" (que dava mostras do que veríamos a partir daqui com a sonoridade da banda), "I Lost My Mind", composta por Dee Dee e Johnny, com todas as características insanas do baixista, "A Real Cool Time", e a balada "Bye Bye Baby". Um disco quase que de transição, mas nem por isso, espetacular!
TOO TOUGH TO DIE (1984)
Primeiro trabalho de Richie Ramone como baterista do grupo, "Too Tough to Die" é um álbum que cria um certo rompimento com aquele Ramones do trabalho anterior, o não tão bom "Subterranean Jungle". Trazendo o início da fase mais "hardcore" do grupo, e ao memo tempo, trazendo composições com forte apelo comercial, o álbum já se diferencia pela capa, numa atmosfera "futurista/obscura". "Mama's Boy" já mostra um clima diferente, enquanto o restante contrasta com músicas mais cadenciadas, melódicas e outras mais rápidas e diretas. O que dizer de "Endless vacation" e "Chasing the Night"? Enquanto uma arregaça as portas do mundo da música comercial, a outra traz a faceta mais simples e pop do grupo norte-americano. "Howling at the Moon (Sha-La la)" é outro momento totalmente voltado ao pop, ainda que mantenha aquela simplicidade caracter´sitica do grupo. Temos ainda "Durango 95", que durante muitos e muitos anos abriu as apresentações da banda, "Wart Hog", mais um momento insano de Dee Dee, a faixa título e seu refrão totalmente chiclete (como quase todos feitos pelos Ramones) e "Danger Zone". O álbum foi produzido por Tommy Erdelyi, ou para os ínimos, Tommy Ramone.
RAMONES (1976)
O álbum de estréia do quarteto, lançado num ano que deu ao mundo grandes lançamentos (como o nascimento deste que vos escreve) foi um verdadeiro marco na indústria musical. Execrado pela crítica, ams adorado por todos aqueles jovens que não aguentavam mais todas aquelas viagens intermináveis proporcionadas pelo rock progressivo, "Ramones" é um verdadeiro apanhado de clássicos de uma geração que sabia o real sentido do rock n' roll: diversão e inconformismo. Sem precisar apelar para o politicamente correto (muito pleo contrário), Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy deram ao mundo um trabalho que influenciou e ainda influencia muitos jovens ( e outros nem tanto) até os dias de hoje. O disco abre, simpolesmente, com "Blitzkrieg Bop", a música que até hoje é a mais lembrada por qualquer pessoa quando se fala na banda. Além dela, "Beat on the Brat", "Judy is a Punk" (a primeira de muitas homenageadas pelo quarteto), "I Wanna Be Your Boyfriend", "Now I Wanna Sniff Some Glue" (imaginem se estivéssemos pelo regime do politicamente correto?), "Loudmouth", "Havanna Affair", "Listen to My Heart), "53rd & 3rd" (onde Dee Dee revela um de seus tantos lados malucos), "Let's Dance" (cover de Chris Montez), e a sensacional "Today Your Love, Tomorrow the World", que hoje em dia, causaria hojeriza nos roqueiros criados a leite com pêra. Uma das estréias que mais influenciaram o mundo da música e que msotraram ao mundo que a simplicidade é o segredo da felicidade!
BRAIN DRAIN (1989)
"Brain Drain", o álbum que traz o retorno de Marky às baquetas do grupo, é daqueles trabalhos únicos, quase que perfeitos. Com uma sonoridade mais pesada, o disco também marca a despedida de Dee Dee, a alma do grupo. Tanto que mesmo após sua saída, o baixista seguiu colaborando com letras e composições, deixando claro que uma vez Ramone, sempre Ramone. A saída do baixista não foi das mais amigáveis, pois o clima interno não era dos melhores (e nunca foi, diga-se de passagem...). No entanto, parece que toda a animosidade e diferenças internas resultavam em músicas sensacionais, como a espetacular "I Believe in Miracles", que abre o álbum. Pesada e cadenciada, a faixa ainda ganhou um vídeo que todos conseguem lembrar, com a banda tocando enquanto passam legendas nas partes superiores e inferiores da tela. Procure no Youtube se você ainda não teve a oportunidade de assistir. O que dizer do restante do trabalho que traz pérolas como "Zero Zero UFO", uma paulada na mente, "Punishment Fits the Crime", cantada por Dee Dee de forma sublime, "All Screwed Up", uma das faixas mais legais já lançadas pela banda, "Palisades Park" , faixa que acabava com as "reuniões dançantes" da minha turma pois a roda de pogo se tornava caótica, "Pet Sematary", inspirada no clássico de Stephen King, e que consta na trilha sonora do filme homônimo (e acabou se tornando um dos maiores sucessos comerciais do grupo), "Ignorance is Bliss", "Come Back Baby", aquela pra curtir, cantar junto enquanto se toma aquela cerveja bem gelada, e " Merry Christmas (I Don't Want To Fight Tonight)", que encerra o álbum de forma brilhante. Só não ocupa uma melhor posição porque o que temos a partir de agora são álbuns que extrapolam do limite da genialidade.
PLEASANT DREAMS (1981)
Lançado após "End of the Century", "Pleasant Dreams", ao menos na minha opinião, é um trabalho de extrema redenção. Talvez tenha sido essa a real intenção do grupo quando decidiu convidar Phil Spector no trabalho anterior. Porque o que temos aqui é um álbum simplesmente genial, cercado de referências pop, com as influências que o grupo (em especial Joey) tinha e com muita qualidade musical. Muitos consideram esse o disco mais comercial e pop do Ramones. E se isso for realmente verdade, qual o problema? O trabalho também marcou em definitivo o "encerramento" da amizade entre Joey e Johnny, e o motivo: o "roubo" da namorada de Joey, Linda, pelo guitarrista. E se formos analisar, lendo os livros sobre a banda e documentários, eles mal se falavam desde 1978!! Impressionante! No entanto, essa atmosfera de animosidade deu ao mundo clássicos como " She"s A Sensation" (que música espetacular, meus amigos, que música!) e "The KKK Took my Baby Away". Mas que catzo a KKK tem a ver com o Ramones? Joey, em uma jogada brilhante, deixou implícito que a sigla era uma referência ao guitarrista da banda, uma vez que Johnny sempre se mostrou um cara de extrema direita (e por favor, não vamos entrar aqui em conotações políticas, ok?). Eu confesso que depois de saber disso, nunca mais ouvi essa música da mesma maneira... "All's Quiet on the Eastern Front", "Don't Go", "You Sound Like You're Sick" (outro momento de divina inspiração), "It's Not my Place (In the 9 to 5 World), com referências explícitas ao The Doors, uma das bandas preferidas de Joey, "7-11", "You Didn't Mean Anything to Me", "Come On Now" e "Sitting in my Room" abrilhantam ainda mais esse que por toda a carga emocional que carrega consigo, ocupa esta quinta posição.
LEAVE HOME (1977)
O segundo álbum do grupo, pode ser considerado um "Greatest Hits', tamanha a quantidade de músicas excelentes que traz consigo. "Leave Home" nem parece ter sido gravado logo em seguida pela banda, tamanha a evolução apresentada. Quando eu escrevo evolução, leia-se, maior cuidado na execução, pois a qualidade apresentada manteve-se a mesma, no nível de excelência que o quarteto sempre apresentou. Fica muito difícil de falar sobre este e os próximos trabalhos que virão na sequência, pois não consigo separar o seu valor artístico do emocional, uma vez que essa banda moldou meu caráter e me fez ser um cara melhor. Acredite, o rock e os ramones tem esse poder. Mas falando das músicas, Se "Pleasant Dreams" podia ser cjamado de "Greatest Hits", Esse álbum também poderia ser chamado de "The Best of". "Glad to See You Go", "Gimme Gimme Shok Treatment", "I Remember You", "I Love Her So", "Carbona Not Glue", "Suzy is a Headbanger" e "Pinhead", são as faixas que compõem o lado A desse disco. É brincadeira? Só aqui, em pouco mais de 13 minutos, temos a história do punk rock sendo escrita. Não bastasse isso, "Now I Wanna Be a Good Boy", "Swallow my Pride", "What's Your Game", "California Sun" (cover do The Rivieras), "Commando" (tive uma banda em que tocávamos esse clássico), "You're Gonna Kill that Girl" e "You Should Never Opened That Door" são as músicas do lado B. Se você, por um desleixo, descuido ou por qualquer outro motivo, ainda não ouviu esse álbum, faça um favor pra você mesmo: escute e descubra o punk rocker que existe em você. Indispensável!!!!
ROAD TO RUIN (1978)
Sem me alongar muito: "Road to Ruin" foi o disco que me apresentou aos Ramones. Na verdade, foi uma fita K7, original que eu ouvi no meu velho toca fitas National (é meu amigo, faz bastante tempo) que fez com que eu adentrasse o maravilhoso mundo criado por Joey, Johnny, Dee Dee e aqui, Marky Ramone. Desde sua capa clássica (a mais sensacional do grupo, na minha humilde opinião) até o último acorde de "It's a Long Way Back", o disco, primeiro trabalho de Marky com os Ramones, é daqueles que não apresentam defeitos, tamanha a garra, energia, voracidade e urgência que traz consigo. Produzido por Tommy e Ed Stasium, o álbum traz influências das baladas dos anos 60 e também solos de guitarra. soa desconexo? Escute e me diga se estou errado. Pegue a s guitarras de músicas como "I'm Against It" (que ganhou uma bela versão do grupo de thrash metal Overkill anos depois) e "Bad Brain" e logo em seguida escute as faixas "Don't Come Close", "Questioningly" e "Needles & Pins" (Cover do The Searchers). Essa é a beleza do Rock n' Roll! Sem fórmulas pré-estabelecidas, sem se prender as limitações criati=vas ou mercadológicas. Isso é RAMONES! A abertura com "I Just Want Have Something to Do" beira o peso do Heavy Metal (falando de Ramones, obciamente). Ainda temos a urgência punk e juvenil de "I Wanted Everything", a negação em " I Don't Want You", O "pedido de ajuda" em " Go Mental", a irracionalidade de "Bad Brain", a declaração de amor em "She's the One" e o hino de toda uma geração: "I Wanna be Sedated". baixe, compre, peça emprestado, roube... faça o que tiver que fazer, mas tenha esse disco. Obrigatório!
MONDO BIZARRO (1992)
Antes de mais nada, preciso fazer um "mea culpa": quando ouvi "Mondo Bizarro" a primeira vez, não gostei. Tanto que alguns amigos me disseram que eu estava louco, que tinha mudado, etc. E realmente, na primeira audição, gostei apenas de "Touring" (faixa originalmente composta em 1981 e que consta em algumas vers~es do álbum "Peasant Dreams"). Mas com o passar do tempo e ouvindo com mais atenção, posso afirmar com todas a sletras que eu estava MUITO ERRADO. "Mondo Bizarro" é perfeito! Não há o que falar sobre o disco que traga algum demérito, a não que ele foi o pen´ltimo trabalho de inéditas do quarteto. Primeiro trabalho de estúdio de CJ, que canta em duas faixas, o álbum é um primor de qualidade, sentimento e genialidade, como só o grupo poderia e sabia fazer. "Censorshit" já abre o disco com os dois pés na porta, mandando um sonoro "fuck off" implícto para a então vice-primeira dama do Estados Unidos, a esposa de Al Gore (queridinho dos politicamente corretos), Tipper Gore. "Tipper, what's that sticker sticking on my CD? Is that some kind of warning to protect me?" e não pára por aí: Ah, Tipper, come on Ain't you been getting it on? Ask Ozzy, Zappa or me We'll show you what it's like to be free". Lindo de ler e de ouvir, não é mesmo? Uma vez punk (de verdade) punk para sempre! O disco também traz composições de Marky como "The Job Ate my Brain" e "Anxiety", enquanto uma traz um acento pop/rock, a outra é uma pedrada beirando o Hardcore. Já "Poison Heart", composta por Dee Dee e Daniel Rey, fez parte da trilha sonora de Pet Sematary 2, e foi uma faixa que rendeu frutos e um belo videoclipe. CJ canta "Strenght to Endure" e "Main Man", duas preciosidades que trazem caracter´siticas distintas. "Strenght" é uma declaração de amor p´roprio e força de vontade amparada por uma melodia intensa e "Main Man" tem uma linha mais punk. Temos o cover De "Take it as it Comes" do The Doors, que ficou perfeita. Temos ainda o relato desesperado de Joey em "Cabbies on Crack", onde o vocalista pegou um táxi que o motorista estava completamente "louco", a linda balada "Won't Let it Happen", a rocker "Tomorrow She Goes Away" e a última das homenagens: "Heidi is a Headcase". Divino, fantástico, essencial. Nada mais a declarar.
ROCKET TO RUSSIA (1977)
Bom, impossível não colocar "Rocket to Russia" como o melhor álbum do quarteto. Lançado no mesmo ano que "Leave Home", o álbum é um marco do estilo, da banda, da música em geral. Com uma das capas mais icônicas da discografia do grupo, o disco é uma verdadeira especialização em pink rock, que deveria ser mostrado pra todas as crianças no ensino fundamental. Último trabalho de estúdio do quarteto original, o trabalho é recheado de clássicos que servem até hoje de base para qualquer banda tributo, cover e até mesmo para os show que Marky ramone vem fazendo com sua Blitzkrieg. Vamos lá: "Cretin Hop", "Rockaway Beach", "Here Today, Gone Tomorrow", "Locket Love", "I Don't Care", Sheena is a Punk Rocker", "We're a Happy Family", "Teenage Lobotomy", "Do You Wanna Dance", "I Wanna Be Well", "I Can't Give You Anything", "Ramona", "Surfin' Bird" e "Why is it Always the Way?". Se você for agora a qualquer dicionário e não encontrar essa músicas como significado do verbete "PERFEIÇÃO", troque de dicionário agora! Esse disco é mais do que perfeito. Toda a fúria do punk na maneira Ramones de ser, com duas covers que ganharam cara própria ("Do You Wanna Dance" - Bobby Freeman, e "Surfin' Bird" - The Trashmen) e músicas que ganharam o mundo e que até hoje seguem sendo aquilo que nasceram pra ser: referência e sinônimo de diversão. "Rockaway Beach" teve inspiração em Beach Boys, "Cretin Hop", uma homenagem aos fãs do grupo (e como é bom ser um cretino), "Sheena is a Punk Rocker", inpirada em uma garota que frequentava as festas Disco nos anos 70, "We're a HAppy FAmily" traz, apesar de nunca ser lembrada dessa forma, um importante relato de contexto social, "Teenage Lobotomy", que traz um relato que aparece em várias músicas do grupo. Lembro de uma entrevista do saudoso Joey a Conan O'Brien onde o vocalista foi questionado sobre o porque de tantas músicas do quarteto fazerem referência ao cérebro ou a problemas mentais. A resposta de Joey? "è um pedido de ajuda"". Cara, que saudade dessa banda... Sem muito mais a dizer, fica aqui minha mais sincera e singela homenagem a esses caras que mudaram e moldaram o caráter de muita gente. Vocês foram e continuam sendo importantes pra cada garoto que se sente excluído e que tem na música que vocês criaram, o refúgio e a inspiração pra seguir frente. HEY HO! LET'S GO!
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